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Prova Antecipada No atual CPC a produção antecipada de provas é objeto de ação autônoma genérica que pode levar a outro processo em momento posterior, ou não. São três as hipóteses que autorizam a produção antecipada de provas, dispostas no artigo 381 do CPC: I – O razoável temor de que não seja possível a produção da prova no decorrer da ação; II – A prova que se pretende produzir pode viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; III – A prova possa servir de base para o ajuizamento de ação posterior, ou evitar o ajuizamento de ação posterior. Por se tratar de ação autônoma e voluntária, pode ter como fim a mera documentação de um fato ou de uma relação jurídica, sem que exista um conflito concreto a ser resolvido. Isso é diferente de como a questão era tratada no CPC de 73, onde a produção antecipada de provas tinha natureza de medida cautelar nominada, ou seja, servia para garantir a produção de provas quando houvesse razoável temor de que não fosse possível produzi-las em momento posterior da ação. Essa possibilidade se encontra contemplada na primeira hipótese trazida pelo artigo 381, de forma que se pode entender que esse instituto teve sua abrangência ampliada pelo novo código. Embora o código não traga explicitamente que a produção antecipada de provas pode ter caráter incidental em um processo, há o entendimento doutrinário de que isso é possível se se fizer necessário no decorrer de um processo. A competência para julgar tal ação é do foro no qual será produzida a prova ou, tendo caráter contencioso a questão, no domicílio do réu. No caso de se tratar de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública, a justiça estadual é competente se naquela localidade não houver justiça federal. Percebe-se aí uma preocupação em facilitar o acesso à produção de provas, mantendo a ação no foro mais próximo da onde elas podem ser realizadas. Essa competência é independente da competência de ação que venha a ser posteriormente ajuizada tendo como base as provas produzidas nessa ação. Forma e Procedimento O artigo 382 traz a forma e o procedimento que devem ser adotados nessa ação. É perceptível a preocupação do legislador em possibilitar um procedimento célere e que resolva a questão com o menor número de atos possível. A parte interessada deve apresentar petição narrando porque lhe interessada aquela produção de provas, delimitando os fatos acerca dos quais pretende produzir prova, podendo também pedir a citação de interessados na produção da prova ou no fato analisado. O juiz pode então citar as pessoas interessadas, seja atendendo a um pedido da parte ou de ofício. Essas pessoas podem requerer a produção de novas provas relacionadas àquela objeto da ação, desde que isso não implique em uma excessiva demora do procedimento. Ele pode indeferir a produção de provas se entender que elas não se encaixam nas hipóteses previstas ou não atenderem a algum outro requisito, e contra essa decisão cabe recurso. Fora isso, o juiz não deve emitir qualquer juízo de valor acerca dos fatos ou das provas, nem de suas possíveis consequências jurídicas, restringindo seu papel ao de um coordenador do procedimento. Em virtude disso, não cabem recursos neste procedimento, afora a exceção já mencionada. Após a realização da prova, a sentença deste processo é meramente homologatória. Com a publicação da sentença, os autos permanecerão em cartório durante um mês para extração de cópias e certidões pelos interessados. Findo o prazo, os autos serão entregues a quem promoveu a ação, conforme disposto no artigo 383. Resumo com base no livro: DALLA, Humberto. Direito processual civil contemporâneo, v. 2, 4ª edição., 4th edição. Editora Saraiva, 2017.
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