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Apostila de Ciência Política (Mayrton Marinho) NP2

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ESTADO MODERNO E DEMOCRACIA
Estado democrático de direito é um conceito de Estado que busca superar o simples Estado de Direito concebido pelo liberalismo. Garante não somente a proteção aos direitos de propriedade, mais que isso, defende através das leis todo um rol de garantias fundamentais, baseadas no chamado "Princípio da Dignidade Humana". É característica, também, a participação popular no governo, dando margem à representatividade, à extensão do sufrágio e aos sistemas eleitorais e partidários. 
O Estado Democrático moderno, com a noção de governo do povo, nasceu das lutas contra o absolutismo, sobretudo através da afirmação dos direitos naturais da pessoa humana, mas somente veio a se consolidar após a segunda guerra mundial. Desde o final da segunda guerra mundial verificou-se, na maior parte dos países, um avanço constitucional sobre o espaço da política tradicional, feita no âmbito do legislativo e do executivo. A supremacia da constituição e a garantia de direitos e garantias fundamentais marcaram o período após a segunda guerra mundial.
É um Estado regido pelo império da Lei no qual o exercício do poder emane do povo, pelo povo e para o povo. Assim, a atuação do Estado Democrático de Direito somente se poder realizar de acordo e em conformidade com a lei, livrando assim sua atuação do arbítrio da vontade individual.
São características do Estado Democrático e Direito:
a) criado e regulado por uma Constituição; 
b) os agentes públicos fundamentais são eleitos e renovados periodicamente pelo povo e respondem pelo cumprimento de seus deveres;
c) o poder político é exercido, diretamente pelo povo;
d) os cidadãos, sendo titulares de direitos, inclusive políticos, podem opô-los ao próprio Estado.
A SEPARAÇÃO DOS PODERES
O Estado brasileiro é organizado de acordo com a teoria da tripartição do Poder do Estado, como está disposto no artigo 2º da Constituição Federal. Montesquieu, no século XVII, idealizou a fórmula que trata de atribuir o exercício do Poder do Estado a órgãos distintos e independentes, cada qual com uma função específica, prevendo-se ainda um sistema de controle entre poderes, de modo que nenhum dos integrantes dos três Poderes pudesse agir em desacordo com as leis e a Constituição.
Esse sistema de controles recíprocos é também conhecido como "sistema de freios e contra-pesos", expressão tomada da doutrina norte-americana. O Poder Legislativo elabora as leis, respeitando os parâmetros da Constituição. Ao Poder Executivo é atribuída a função administrativa e adota os princípios da soberania popular e da representação. O Poder Judiciário tem a obrigação de julgar quaisquer conflitos que possam surgir no País, baseando-se nas Leis em vigor.
Quando se fala em harmônicos significa que cooperaram, colaboram entre os Poderes, trabalham juntos para garantir a vontade da União. Quando se fala em independentes trata-se de ausência de subordinação entre os poderes. Todos eles estão no mesmo patamar de hierarquia.
O Poder Moderador é um dos quatro poderes de Estado instituídos pela Constituição Brasileira de 1824, saída do punho do soberano D. Pedro de Alcântara, imperador do Brasil. O Poder Moderador é o que se sobrepõe aos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, cabendo ao seu detentor força coativa sobre os demais. Esse poder era pessoal e privativo do imperador, permitindo-lhe nomear e demitir livremente os ministros de Estado, bem como perdoar e moderar penas impostas aos réus condenados por sentença e conceder anistia.
DEMOCRACIA DIRETA, SEMIDIRETA E INDIRETA
Uma democracia direta (ou participativa) é qualquer forma de organização na qual todos os cidadãos podem participar diretamente no processo de tomada de decisões. As primeiras democracias da antiguidade foram democracias diretas. O exemplo mais marcante das primeiras democracias diretas é a de Atenas (e de outras cidades gregas), nas quais o povo se reunia nas praças e ali tomava decisões políticas. 
A democracia indireta ou representativa estabelece que o povo eleja, através do voto direto e em eleições periódicas, representantes que possam ocupar cargos públicos e que se reúnam em espaços de discussão, como o Senado e Câmara dos Deputados (congresso), Assembleia Legislativa e Câmara dos Vereadores, com o objetivo de debater questões de interesse da população em geral. Pessoas que representarão o povo, para em seu nome tomar as decisões políticas de seu interesse.
Uma democracia semidireta é um regime de democracia em que existe a combinação de representação política com formas de democracia direta. A democracia semidireta se desenvolve a partir da democracia representativa, sendo um modelo que faz com os cidadãos possam interferir em algumas questões políticas de modo mais ativo, através de referendos, plebiscitos, audiências públicas e etc.
a) Plebiscito: o plebiscito é convocado antes da criação da norma (ato legislativo ou administrativo), e são os cidadãos, por meio do voto, que vão aprovar ou não a questão que lhes for submetida. Um exemplo é o plebiscito realizado no Brasil em 1993, naquele ano os cidadãos brasileiros foram consultados sobre se o Brasil deveria adotar a monarquia ou a república, o presidencialismo ou o parlamentarismo. 
b) Referendo: é um instrumento por meio do qual os cidadãos eleitores são chamados a pronunciar-se por sufrágio sobre determinados assuntos de relevante interesse à nação após a edição da norma, devendo o povo ratificá-la ou não. Um exemplo de referendo realizado no Brasil foi o que sujeitou o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento à aprovação da população. 
Ambos são uma consulta popular, previstos no artigo 14 da Constituição Federal.
c) Ação Popular: é uma ação de natureza constitucional, que pode ser impetrada por qualquer do povo perante o Poder Judiciário, para anular qualquer ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. É um instrumento voltado à proteção dos bens especificados no inciso LXXIII do artigo 5 da Constituição Federal de 1988.
d) Iniciativa Popular: Segundo o artigo 61, §2 da Constituição Federal, é permitida a apresentação de projetos de lei pelos poderes Legislativo, Executivo e pela iniciativa popular. Neste último caso, a constituição exige como procedimento a adesão mínima de 1% da população eleitoral nacional, mediante assinaturas, distribuídos por pelo menos 5 unidades federativas e no mínimo 0,3% dos eleitores em cada uma dessas unidades. 
e) Veto Popular: é um instrumento por meio do qual o povo pode vetar uma lei já aprovada. Apesar de não estar está previsto na Constituição Federal, o Veto Popular deriva dos princípios constitucionais.
O SUFRÁGIO
É uma forma de participação e demonstração de interesses dos indivíduos na vida pública e na sociedade política, como através do debate, do voto e da manifestação. Quando a participação é direta, o povo decide os assuntos do governo, e quando a participação é indireta, são eleitos representantes para que sejam tomadas as decisões. 
O sufrágio restrito é aquele onde ocorre restrição de voto aos indivíduos que não possuem certas capacidades intelectuais, sociais, culturais e/ou econômico-financeiras e, por isso, são considerados "incapazes" de participar da república. Ocorreu no Brasil Império. 
O sufrágio universal é onde ocorre a mínima restrição possível,  alcançando assim uma gama maior de indivíduos. Estas restrições não são de cunho econômico, intelectual ou racial, mas para que o individuo exerça plenamente o direito ao sufrágio, deve atender a certos requisitos, como de idade, capacidade mental, nacionalidade etc.
SISTEMAS DE GOVERNO
O sistema de governo é o modo pelo qual os poderes se relacionam, especialmente o executivo e o legislativo. O sistema de governo varia de acordo com o grau de separação dos poderes, indo desde a separação estrita entre os poderes legislativo e executivo (presidencialismo), até a dependência completa do governo junto ao legislativo (parlamentarismo), ondeo chefe de governo e o chefe de Estado não se confundem.
O sistema de governo adotado por um Estado não deve ser confundido com a sua forma de Estado (Estado unitário ou federal) ou com a sua forma de governo (monarquia, república etc.). 
PARLAMENTARISMO
O Parlamentarismo é um sistema de governo onde o poder executivo baseia sua legitimidade democrática a partir do poder legislativo (representado pelo parlamento nacional). Os ramos executivos e legislativos são, portanto, interligados nesta forma de governo. Em um sistema parlamentarista, o chefe de Estado é normalmente uma pessoa diferente do chefe de governo. Os países com sistemas parlamentares podem ser monarquias constitucionais (onde um monarca é o chefe de Estado, enquanto o chefe de governo é quase sempre um membro da legislatura), ou uma república parlamentarista (onde é eleito um presidente cerimonial, enquanto o chefe de governo é regularmente da legislatura), distinguindo, portanto, os papéis de chefe de Estado e chefe de governo, ao contrário do presidencialismo, onde os dois papéis são exercidos pela mesma pessoa. 
O chefe de governo, quase sempre, fica responsável pela escolha e nomeação dos ministros ou secretários, pela administração do Estado e até pela chefia do exército. Quanto ao chefe de estado (presidente ou monarca), este mantém distância das miudezas da luta política, cuidando apenas de grandes questões, como as relações diplomáticas com outros países e o aperfeiçoamento das instituições políticas nacionais, assumindo, muitas vezes, o papel de moderador entre as forças partidárias. Vale ressaltar que o chefe de Governo, diante de um grave impasse ou quando não tem mais a confiança dos parlamentares, detém o poder de dissolver o Parlamento ou de pedir sua dissolução ao chefe de Estado, que, nesses casos, convoca imediatamente novas eleições.
É considerado por muitos um sistema mais democrático, pois apresenta maior comunicação do executivo com o legislativo (possibilitando uma melhor transparência e fiscalização); menor risco de ocorrerem governos autoritários; e menor facilidade de corrupção (por conta da diluição do poder), embora o chefe do executivo não é eleito pelo povo.
PRESIDENCIALISMO 
O Presidencialismo é um sistema de governo comum nas repúblicas, em que o chefe de governo também é o chefe de Estado e lidera o poder executivo, que é separado do poder legislativo e do poder judiciário. O presidente é eleito por eleição popular para um mandato fixo (sendo as eleições realizadas em períodos regulares) e não é subordinado a um parlamento. O legislativo pode, em casos extremos (como crimes de responsabilidade), destituir o chefe do poder executivo, através de um processo de impeachment. Já o presidente não pode dissolver o Congresso em circunstância alguma. Ao contrário do que ocorre no parlamentarismo, o poder legislativo se limita apenas a criar e aprovar leis, não sendo responsáveis, via de regra, por controlar o governo.
Tanto funções de chefe de Estado, quanto de chefe de governo acumulam-se nas mãos do Presidente, que tem, portanto, plena responsabilidade política e muitas atribuições. O Presidente é responsável, externamente, por firmar tratados internacionais e participar de convenções diplomáticas; e ainda, internamente, por chefiar a administração pública, encaminhar projetos para a votação do legislativo, comandar as Forças Armadas etc.
O presidencialismo foi criado nos Estados Unidos da América, a partir da Constituição de 1787, baseados na teoria política de divisão de poderes do filósofo francês Montesquieu. Resultou da necessidade que existia entre as treze colônias recém-independentes de fortalecerem os laços existentes entre si para por termo a problemas comuns que somente poderiam ser resolvidos de forma conjunta. 
ANARQUISMO
Anarquismo é uma gama de ideologias políticas que se opõem a todo tipo de hierarquia seja ela política, econômica, social ou cultural, como o Estado. Através de uma análise crítica da dominação, o anarquismo pretende superar a ordem social na qual esta se faz presente, através de um projeto construtivo baseado na defesa da autogestão, tendo em vista a constituição de uma sociedade libertária baseada na cooperação e na ajuda mútua entre os indivíduos e onde estes possam associar-se livremente. Os meios para se alcançar tais objetivos são motivos de debates e divergências entre os anarquistas. 
REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
Segundo Jellinek, os partidos políticos, “em sua essência, são grupos que, unidos por convicções comuns, dirigidas a determinados fins estatais, buscam realizar esses fins”, e “uma organização de pessoas que inspiradas por ideias ou movidas por interesses, buscam tomar o poder, normalmente pelo emprego de meios legais”, segundo Bonavides.
Juridicamente falando, são organizações de direito privado que, no sentido moderno da palavra, podem ser definidos como uma união voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e políticas, organizada e com disciplina, visando a disputa do poder político. 
Adota o Estado partidário contemporâneo três sistemas principais de partidos: o bipartidário, o multipartidário e o partido único. Este último mais freqüente nos regimes totalitários. 
O bipartidarismo é uma situação política em que apenas dois partidos dividem o poder, ou constitucionalmente ou de facto. Em geral, em certa medida, a maioria dos sistemas favorecem este fenômeno, embora alguns sejam organizados, desde a raiz, de forma a provocar a polarização do eleitorado. 
O multipartidarismo é um sistema político no qual três ou mais partidos políticos podem assumir o controle de um governo, de maneira independente, ou numa coalizão. Muitos regimes admitem legalmente a participação plena de todas as correntes políticas, reunidas em agremiações ideológicas. Os adeptos do pluralismo partidário louvam-no como a melhor forma de colher e fazer representar o pensamento de variadas correntes de opinião, emprestando às minorias políticas o peso de uma influência que lhes faleceria.
Em um sistema eleitoral majoritário o vitorioso surge por maioria simples, ou por maioria absoluta (mais da metade dos sufrágios expressos). A ideia básica do princípio eleitoral majoritário é obter a representação política de uma certa base territorial, as minorias têm remotíssimo ou quase nenhum ensejo de representação. No Brasil, os eleitores votam em eleições majoritárias para escolherem  os membros do poder executivo e os Senadores.
A representação proporcional é um sistema eleitoral no qual a proporção de cadeiras parlamentares ocupada por cada partido é diretamente determinada pela proporção de votos obtida por ele. O sistema de representação proporcional por lista funciona de forma simples. No caso de lista fechada , o eleitor vota em uma lista de candidatos preparada pelo partido, sem poder indicar sua preferência por um ou mais candidatos na lista. Em sistemas de lista aberta (como no caso do Brasil), contudo, o eleitor pode indicar preferência por um candidato em particular ou votar na lista pronta do partido. Desta forma, o eleitor pode decidir quem dentre os candidatos do partido deverá assumir as cadeiras que o partido ocupar. Ao final das votações, é preciso calcular o número de cadeiras que os partidos ocuparão no parlamento de acordo com um quociente eleitoral. O quociente eleitoral é o resultado da divisão entre o número de votos válidos apurados na eleição proporcional pelo número de vagas da circunscrição. Dessa forma, define a quantidade de votos válidos necessários para um candidato ser eleito por uma legenda partidária. Este sistema ocorre no Brasil na eleição dos membros do poder legislativo, exceto Senadores.
ESTADO FEDERAL COMO FORMA DE ESTADO
Estado Federal é um Estado composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo próprio. Nasceu com a Constituição dos EUA, em 1787, quando as treze colônias se uniram em um só país para fazer frente às metrópoles da época. Brasil, EUA, México, Argentina são exemplos de estados federais.Como regra geral, os vários estados federados possuem autonomia definida e protegida pela constituição federal, mas apenas o Estado Federal é considerado soberano. Na federação não existe direito de secessão, o direito de desligar-se da federação é vetado aos que nela ingressam. Muitas vezes essa proibição é expressa na própria constituição.
Há ferramentas específicas para permitir a influência dos poderes regionais nos rumos da federação. O maior exemplo talvez seja o legislativo bicameral onde uma das casas - o senado - é composta de representantes oficiais dos interesses de cada estado. A outra casa legislativa traz representante do próprio povo. 
Quanto à forma de Estado, as federações contrapõem-se aos estados unitários e distinguem-se também das confederações. A principal distinção entre uma confederação e uma federação é que, na Confederação, os Estados constituintes não abandonam a sua soberania, enquanto que, na Federação, a soberania é transferida para o Estado Federal.
Por seu turno, no Estado unitário relativamente descentralizado as províncias autônomas não possuem autonomia constitucional. Sua norma fundamental é prescrita pela constituição do Estado unitário como um todo e só pode ser modificada por meio de uma modificação nessa constituição.

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