Buscar

Apostila de Direito Civil (Roselaine) NP2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO DE TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL (NP2)
PESSOAS JURÍDICAS
CONCEITO
A razão de ser da pessoa jurídica está na necessidade ou conveniência de os indivíduos unirem esforços e utilizarem recursos coletivos para a realização de objetivos comuns. Essa constatação motivou a organização de pessoas e bens com o reconhecimento do direito, que atribui personalidade	ao grupo, distinta da de cada um de seus membros, passando este a atuar, na vida jurídica, com personalidade própria.
A pessoa jurídica é, portanto, conjunto de pessoas ou de bens dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei para a consecução de fins comuns. Pode​-se afirmar, pois, que pessoas jurídicas são entidades a que a lei confere personalidade, capaci​​tando​-as a serem sujeitos de direitos e obrigações.
Principal característica
A principal característica das pessoas jurídicas é a de que atuam na vida	jurídica com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem.
NATUREZA JURÍDICA
Embora subsistam teorias	que negam a	existência da	pessoa jurídica (teorias ne​​ga​​tivistas), não aceitando possa uma	associação formada por um grupo de indivíduos ter personalidade própria, outras, em maior número (teorias afirmativistas), procuram explicar esse fenômeno pelo qual um grupo de	pessoas passa a constituir	 uma unidade orgânica, com individualidade	 própria reconhecida pelo Estado	e distinta das	 pessoas que a compõem. Temos, assim, a seguinte situação:
A)Teorias da ficção
Teoria	da ficção legal: considera a pessoa jurídica uma criação artificial da lei, um ente fictício.
Teoria	da ficção doutrinária: considera que a pessoa jurídica não tem existência	real, mas apenas intelectual, ou seja, na inteligência dos juristas, sendo assim uma mera	ficção criada	pela doutrina.
As teorias da	 ficção não são, hoje, aceitas.
B)Teorias da Realidade
Para os defensores	das teorias da realidade, as pessoas jurídicas são realidades vivas, e não mera abstração, tendo existência própria como os indivíduos. Neste grupo se encontram a 	Teoria	da realidade objetiva, a Teoria da	 realidade jurídica ou institucionalista e a Teoria da	realidade técnica, que é a adotada pelo CC.
Teoria da Realidade Técnica
Entende que	a personificação dos grupos sociais é expediente de or​​dem	técnica, a forma encontrada pelo direito para reconhecer a existência	de grupos de indivíduos que se unem	na busca de	fins determinados. A lei reconhece vontade e objetivos próprios. O Estado, reconhecendo a necessidade e	a conveniência de que tais grupos sejam dotados de personalidade própria, outorga​-lhes esse predicado.
REQUISITOS PARA A CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
A formação da pessoa jurídica exige três requisitos para a constituição da pessoa jurídica.
Vontade humana criadora 
Significa a intenção de criar uma entidade distinta da de seus membros. São necessárias duas ou mais pessoas com vontades convergentes, ligadas por uma intenção comum (affectio societatis).
Observância das condições legais: elaboração e registro do ato constitutivo:
O ato constitutivo é	requisito formal exigido pela lei e	se denomina: 
■ estatuto, em se tratando	de associações, que não têm fins lucrativos; 
■ contrato social, no caso	de sociedades, simples ou	 empresárias,
■ escritura pública ou testamento, em se tratando de fundações
O ato constitutivo deve ser levado a registro para que comece, então, a existência legal da pessoa jurídica de direito privado (CC, art. 45). O registro será	precedido, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo.
Licitude de seu objetivo
A licitude de seu objetivo é indispensável. Deve ele ser, também, determinado e possível. Objetivos ilícitos ou nocivos constituem causa de extinção da pessoa jurídica (art. 69).
GRUPOS DESPERSONALIZADOS
Nem todo grupo social constituído para	a consecução de fim comum é dotado de personalidade. Alguns, malgrado	possuam características peculiares à pessoa jurídica, carecem de requisitos imprescindíveis à personificação. 
A lei prevê certos casos de universalidades de	direito	e de massas	de bens identificáveis como unidade que, mesmo não tendo personalidade jurídica, podem gozar de capacidade processual e ter legitimidade ativa e passiva para acio​​nar e serem acionadas em juízo. É o caso:
■ da massa falida;
■ da herança jacente ou vacante; 
■ do espólio; 
■ da sociedade e da associação	irregulares e	outros	entes organizados	sem personalidade jurídica;
■ do condomínio edilício.
São entidades que se formam independentemente da vontade dos seus membros ou em virtude de um ato jurídico que os vincule a determinados bens, sem que haja a affectio societatis. Dentre os diversos grupos despersonalizados, destacam​-se: 
■ A família – Caracterizado pelo conjunto de pessoas e pela massa comum de bens. Cada	membro da família conserva a sua individualidade e os seus bens	próprios. Não há responsabilidade patrimonial da família	por eventuais débitos, mas apenas a de seus integrantes. 
■ A massa falida – É o acervo de	bens pertencentes ao falido após	 a sentença declaratória de falência, voltado à defesa dos interesses gerais do	cre​​dores. Exerce a massa falida	os direitos do falido, podendo agir inclusive contra ele. É o seu substituto	no campo processual,	sendo	representada	por um administrador judicial.
■ As heranças jacente e vacante – É um acervo de bens, deixados pelo de cujus, enquanto não entregue a sucessor devidamente habilitado, administrado	por um curador até a habilitação dos herdeiros. Quando se abre a sucessão sem que o de cujus tenha deixado testamento	e não há conhecimento da existência de algum herdeiro, diz​-se	que a herança é jacente.
■ O espólio – é o complexo de direitos e obrigações do falecido. Essa massa patrimonial não personificada surge com a abertura	da sucessão.
■ As sociedades e associações sem personalidade jurídica – São as en​​tidades	já criadas e em funcionamento que, no entanto, não têm	existência le​​gal, por	 falta de registro no órgão	competente ou por falta de autorização	legal. Denominadas sociedades de fato	ou irregulares, serão representadas	em juízo “pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens”.
■ O condomínio – pode ser geral	(tradicional ou comum) e edilício. O primeiro não passa de propriedade comum ou copropriedade de determinada coisa. O segundo seria condomínio em edificações. Expressiva	corrente lhe nega a	condição de pessoa jurídica, já que não há affectio societatis.
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
A pessoa jurídica pode classificar​-se: 
■ quanto à nacionalidade; 
■ quanto à sua estrutura interna e função.
Classificação quanto à nacionalidade
Sob esse prisma, a	pessoa jurídica divide​-se em:
■ nacional: a	sociedade organizada de conformidade	com a	lei brasileira	e que	tenha	no País a	sede de sua	administração;
■ estrangeira: Qualquer que seja	o seu objeto,	não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País.
Classificação quanto à estrutura interna e função:
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (CC, art. 50)
O ordenamento jurídico confere às pessoas jurídicas	personalidade distinta da dos seus membros. Esse princípio da autonomia patrimonial, porém, possibilita que sociedades empresárias	sejam	utilizadas como instrumento para a prática de	fraudes e abusos de direito. Como reação a esses abusos surge a 	teoria	da des​​consideração da personalidade jurídica. Permite tal teoria que o juiz, em casos de fraude e de má​-fé, desconsidere o princípio de que	as pessoas jurídicas têm existência distinta da	de seus membros e os efeitos dessa autonomia	para	atingir	e vincular os	bens particulares dos sócios	à satisfação das dívidas da sociedade.
É necessário, contudo, distinguir despersonalização de desconsideração	da personalidade jurídica. A decisão	judicial que desconsidera a personalidade jurídica da sociedade não desfaz o seu ato constitutivo, não o invalida,	nem importa	a sua dissolução. Trata, apenase rigorosamente, de suspensão	episódica da	eficácia desse ato.
As teorias “maior” e “menor” da desconsideração
■para a teoria menor, o simples prejuízo do credor seria motivo suficiente para a desconsideração;
■ para a teoria maior, constitui requisito para que o juiz possa ignorar a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas a comprovação da	fraude	e do abuso por parte dos sócios.
A teoria maior, por sua vez, divide​-se em: 
a) objetiva, para a qual a confusão patrimonial	 constitui o pressuposto necessário e suficiente da	desconsideração. Basta, para tanto, a constatação da existência de bens	de sócio registrados em nome da sociedade e vice​-versa; 
b) subjetiva, que exige desvio de	finalidade e fraude como pressupostos para a desconsideração da personalidade jurídica.
Tem sido adotada, aparentemente, a linha objetivista, que não se limita às hipóteses de fraude	e abuso, de caráter	subjetivo e de difícil	prova. Nessa	linha, têm os	tribunais determinado a desconsideração da personalidade jurídica nos casos em	que a promiscuidade patrimonial é demonstrada. A rigor, não pode o juiz	aplicar	a referida teoria, senão	por meio de ação judicial própria	movida pelo	credor	da sociedade contra os sócios, na qual se tenha demonstrado o uso fraudulento ou	abusivo do princípio da autonomia patrimonial.
Desconsideração inversa
Caracteriza​-se a desconsideração inversa quando é afastado o princípio	da auto​nomia patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a	sociedade por obrigação do sócio.
Por exemplo,	na hipótese de um dos cônjuges,	ao adquirir bens de	maior	valor,	registrá​-los em nome	de pessoa jurídica sob seu controle para livrá​-los da partilha a ser	realizada nos autos da	separação judicial.	
RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS
No âmbito civil, a responsabilidade da pessoa jurídica pode	ser contratual e extracontratual. 
Na órbita contratual, essa	responsabilidade, de caráter patrimonial, emerge do art. 389 do Código Civil,	verbis:
“Não cumprida a ação, responde o devedor por	perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
No campo extracontratual,	a responsabilidade delitual reprime a prática de atos ilícitos	e estabelece, para o seu autor, a obrigação de reparar	o prejuízo causado,	impondo a todos, indiretamente, o dever de não lesar a outrem.
Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva
A responsabilidade subjetiva é aquela que, além de depender do nexo de causalidade entre o dano indenizável e o ato ilícito praticado, o injusto depende também da existência de culpa em sentido amplo (dolo, imprudência, negligência ou imperícia) por parte do agente causador. Desta forma, a obrigação de indenizar e o direito de ser indenizado surgem apenas se comprovado o dolo ou a culpa do agente causador do dano. Toda pessoa jurídica de direito privado, tenha ou não fins lucrativos, responde pelos danos causados a terceiros pelo sistema de responsabilidade subjetiva.
Já no caso das pessoas jurídicas	 de direito público, a responsabilidade é	objetiva, sob	a modalidade do risco administrativo. A vítima não tem	o ônus de provar culpa ou dolo do agente público, mas, sim, o dano	e o nexo causal. Admite​-se a inversão do ônus da prova. Estende-se essa responsabilidade objetiva às	pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, como as concessionárias.
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
O começo da existência legal das pessoas jurídicas de direito privado se	dá com o registro do ato constitutivo, mas seu término pode decorrer de di​​versas formas. O ato de dissolução pode assumir quatro formas	distintas: 
Formas de dissolução
■ Convencional – por deliberação de seus membros. A vontade humana criadora, hábil a gerar uma entidade com personalidade	distinta da de seus membros, é também capaz de extingui​-la. A	sociedade se dissolve quando ocorre a	deliberação dos sócios, por maioria absoluta ou quando há consenso unânime.
■ Legal – em	razão de motivo determinante na	 lei, como, verbi gratia, a decretação da falência, a morte dos sócios ou desaparecimento do capital	nas sociedades de finslucrativos.
■ Administrativa – quando as pessoas jurídicas dependem de autorização do Poder Público e esta é cassada, seja por infração a disposição de ordem	pública ou prática de atos contrários aos fins declarados no seu esta​tuto, seja por se tornar ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade.
■ Judicial – quando	se configura algum dos casos de	 dissolução previstos em lei ou no estatuto, especialmente quando a entidade se	 desvia dos fins para os quais se	constituiu, mas continua a , obrigando um dos sócios a ingressar em juízo.
ESTADO DAS PESSOAS
Estado constitui a soma das qualificações da pessoa	na sociedade, hábeis a produzir efeitos	 jurídicos. É	uma situação jurídica resultante de certas qualidades inerentes à pessoa.
No direito moderno, a doutrina em geral	 distingue três ordens de estado: 
	
a) o individual;
b) o familiar; e
c) o político.
■ Estado individual é o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde (são ou insano e incapaz) etc. Diz respeito a aspectos ou particularidades de sua constituição orgânica que exercem influência sobre a	 capacidade civil (homem,	mulher, maioridade, menoridade etc.);
■ Estado familiar é o que indica a sua situação na família, em relação ao	matrimônio (solteiro, casado, viúvo, divorciado) e ao parentesco, por consanguinidade ou afinidade (pai, filho, irmão, sogro, cunhado	etc.). Malgrado os autores em geral não considerem	o estado de companheiro, a união estável é reconhecida como entidade familiar pela Constituição Federal;
■ Estado político é a qualidade que advém da	posição do indivíduo na sociedade política, podendo ser	nacional (nato ou naturalizado) ou estrangeiro.
Características
■ Indivisibilidade – Assim como não podemos ter mais de uma personalidade, do mesmo modo não nos é possível possuir	mais de um estado. Por essa razão, diz​-se que ele é uno. Ninguém pode	ser, simultaneamente, casado e solteiro, maior e menor, brasileiro	e estrangeiro etc.
■ Indisponibilidade – O estado civil, como visto, é um	 reflexo de nossa persona​​lidade e, por essa razão, é inalienável e irrenunciável.
■ Imprescritibilidade – Não se perde nem se adquire o estado pela prescrição. O estado é elemento integrante da personalidade e, assim, nasce com a pessoa e com ela desaparece. Modificam​-se os elementos que o integram, sem prejuízo da unidade substancial, que é inalterável.
DOMICÍLIO
Como as relações jurídicas se formam entre pessoas, é necessário que estas tenham	um local onde possam	ser encontradas para responder por suas obrigações. Pode​-se dizer que domicílio	 é o local onde o indivíduo	responde por suas obrigações ou o local em que estabelece a	sede principal de sua residência e de seus negócios, onde ela se pre​​sume presente para efeitos de direito. O Código Civil brasileiro, define domicílio no art. 70, verbis:
“Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.” 
O conceito de domicílio civil é composto, pois,	de dois elementos:
■ Elemento Objetivo: residência.	A residência	é, portanto, apenas	um elemento componente do conceito de domicílio, que é mais amplo e com ela não se confunde. Residência é simples estado de fato, local onde a pessoa mora com intuito permanente, sendo o domicílio uma situação jurídica. 
■Elemento Subjetivo: ânimo definitivo. Consiste na intenção de se fixar efetivamente em de​​terminado local, de forma permanente.
Uma pessoa	pode ter mais de um domicílio, pois o Código Civil brasileiro, admite a pluralidade domiciliar. Para tanto, basta	que tenha diversas residências onde, “alternadamente, viva”, como dispõe o art. 71,	ou, além do domicílio familiar, tenha também domicílio profissional, como prescreve o art.	72 do Código Civil,	verbis:
“Art. 72. É também domicílio	da pessoa natural,quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. 
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um	deles cons​​tituirá domicílio para	as relações que lhe corresponderem.”
Admite​-se também que uma pessoa possa ter	domicílio sem possuir residência determinada ou em que esta seja de difícil identificação. Nesses casos, para resguardar o interesse de terceiros, vem​-se adotando a teoria do domicílio aparente. As pessoas têm, em geral, residência fixa, considerada domicílio real.	 Algumas, todavia, passam a vida em viagens e hotéis, sem	terem	residência habitual.	Neste	caso, ter​-se​-á por domicílio o lugar onde forem encontradas (CC, art.	73), presumindo​-se	ser este o seu domicílio.
Preceitua o art. 73 do Código Civil: “Ter​-se​-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual,	o lugar onde	for encontrada”. É o	 caso,	por exemplo,	 dos ciganos e andarilhos ou de caixeiros viajantes, que não têm residência habitual.
Domicílio necessário ou legal e	voluntário
O domicílio necessário ou legal é o determinado pela lei, em razão da condição ou situação de certas pessoas. Nesses casos, deixa de existir liberdade de escolha. O art. 76 do Código Civil relaciona tais pessoas, enquanto o parágrafo único indica os respectivos domicílios, conforme quadro a seguir:
O domicílio voluntário pode ser: 
a) geral (escolhido livremente); e 
b) especial (fixado com base no contrato.
■ Domicílio voluntário geral: é aquele que depende da vontade exclusiva	do interessado. Qualquer pessoa, não sujeita a domicílio necessário,	tem a liberdade de estabelecer o local em que	pretende instalar a sua residência com ânimo definitivo.
■ Domicílio voluntário especial: pode ser o do	contrato, a que alude o art. 78 do	Código Civil, e o de eleição, disciplinado	no art.	63 do Código de Processo	 Civil. 
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
Foro do contrato é, portanto, a sede jurídica ou o local especificado no contrato	para o cumprimento	das obrigações dele resultantes. 
Domicílio da pessoa jurídica
A rigor, a pessoa jurídica de direito privado não tem residência, mas sede ou estabelecimento, que se prende a determinado lugar. Pode	ser livremente escolhido “no seu estatuto ou atos constitutivos”. Não	o sendo, o seu domicílio será “o lugar onde funcionarem	as respectivas diretorias e	administrações” (CC, art. 75, IV). Este será o local de suas atividades habituais, onde os credores poderão demandar o cumprimento das obrigações. O Código Civil admite a pluralidade de domicílio dessas entidades, prescrevendo: “Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes (filiais, agências, departamentos ou escritórios), cada um deles será considerado domi​cílio para os atos nele praticados”.
As pessoas jurídicas de direito público interno, por sua vez,	têm por domicílio a	sede de seu governo.	Assim, dispõe o art.	75 do	Código Civil que o domicílio da União é	o Distrito Federal; dos	Estados, as respectivas capitais;	e do Município, o lugar onde funcione	a administração municipal.
Baseado no Livro Direito Civil Esquematizado, de Carlos Roberto Gonçalves. 6a ed.

Outros materiais