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Geracoes Educacao a Distancia Brasil

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Educação a Distância
Elias de Oliveira Motta 
Texto da LDB 
A LDB, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, mais conhecida como Lei Darcy Ribeiro ou LDB, 
dispôs sobre a educação a distância em oito dispositivos, sendo um artigo, quatro parágrafos e três 
incisos, regulando a matéria da seguinte forma: 
"Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas 
de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação 
continuada. 
§ 1° A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será 
oferecida por instituições, especificamente credenciadas pela União. 
§ 2° A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de 
diploma relativos a cursos de educação a distância. 
§ 3° As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a 
distância e a autorização para sua implementação caberão aos respectivos sistemas de 
ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. 
§ 4° A educação a distância gozará de tratamento diferenciado que incluirá: 
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de 
sons e imagens; 
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; 
III - reserva de tempo mínimo, sem anus para o Poder Público, pelos concessionários 
de canais comerciais. " 
 
LIBERDADE E INCENTIVO EM TODOS OS NÍVEIS E MODALIDADES 
O art. 80 da LDB trata da educação a distância, determinando, inicialmente, que o Poder Público 
deverá incentivar, em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada, o 
desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância. 
Com esse art. 80, a educação a distância adquiriu sua carta de alforria. Ele, além de a tornar livre em 
todos os níveis e modalidades, tanto de ensino quanto de educação, ordenou ao Poder Público que a 
incentivasse e não que a limitasse com toda a sua burocracia credencialista. 
 
CONCEITUAÇÃO E PRINCÍPIOS 
Podemos conceiturar a educação a distância como sendo a forma de educação que se baseia na 
crença no Homem e em suas potencialidades, como sujeito ativo de sua própria aprendizagem. 
Parte, esta modalidade de ensino, do princípio de que o ser humano, independentemente de escolas 
ou de professores, pode se autodesenvolver, o que é mais do que comprovado pelo imenso número 
de autodidatas que tantos benefícios já proporcionaram à sociedade. 
 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS 
A característica principal da educação a distância é, pois, basear-se no estudo ativo, independente e 
construtivista, que pode dispensar preleções, professores e locais específicos para aulas, ao mesmo 
tempo em que possibilita aos educandos a escolha dos horários, a duração e os locais de estudo. 
Outra característica, decorrente dessa primeira, é a utilização de materiais didáticos especiais de 
auto-instrução para a veiculação dos cursos. Desta forma, portanto, a educação a distância pode não 
só reduzir a exigência de freqüência do aluno na escola, como até mesmo dispensá-lo de presença. 
 
INÍCIO: POR CORRESPONDÊNCIA 
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Este tipo de educação teve seu começo com os chamados cursos por correspondência e, a seguir, 
aperfeiçoou-se com instruções programadas, baseadas na teoria behaviorista de SKINNER e na 
forma de material didático avulso, de cartilhas, de módulos, de manuais e de livros, que continham 
todo o conteúdo básico, para a formação do aluno em determinada área. 
Com o início da radiodifusão, começou também a utilização do rádio com finalidades educativas. 
 
ETAPAS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL 
Primeira etapa 
Na evolução da educação a distância no mundo, o Brasil aparece como o sexto país a desenvolver 
atividades e a criar instituições de EAD. Os primeiros foram Suécia (1833), Inglaterra (1840), Rússia 
(1850), Alemanha (1856) e USA (1874). 
A educação a distância, no Brasil, começou em 1904, quando as Escolas Internacionais 
(representação de uma organização norte-americana) lançaram alguns cursos por correspondência. 
Os programas radiofônicos educativos começaram em 1923 quando foi fundada a Rádio Sociedade 
do Rio de Janeiro, por Roquette Pinto, o qual, em 1936, doou-a ao MEC, que continuou dando-lhe 
funções educativas e criou a Fundação Roquette Pinto, a qual existe até hoje e tem prestado 
excelentes serviços ao próprio Ministério da Educação e do Desporto. 
Dos cursos profissionalizantes por correspondência que se desenvolveram no Brasil e tiveram 
continuidade, o primeiro começou a ser ministrado em 1939, pelo Instituto Rádio Técnico Monitor, 
sediado na cidade de São Paulo. Pouco tempo após o lançamento de seu primeiro curso 
(Preparatório para Oficiais da Marinha), esse instituto transformou-se na maior escola latino-
americana de ensino por correspondência (Ver ilustração de uma página de publicidade deste 
instituto que era divulgada em revistas e gibis da época). 
Ainda nesta primeira etapa de desenvolvimento da educação a distância, no Brasil, surge, na cidade 
de São Paulo, em 1941, o Instituto Universal Brasileiro, que já treinou cerca de três milhões e 
duzentas mil pessoas, transformando-se, hoje, na maior escola do gênero no País, com 
aproximadamente duzentos mil alunos matriculados. 
 
Segunda etapa 
Em uma segunda etapa, a educação a distância, no Brasil, passou a utilizar mais os programas 
radiofônicos, com o lançamento, em 1941, do Programa Universidade do Ar, da Rádio Nacional, 
destinado ao treinamento de professores leigos. Apesar do pequeno resultado prático desta 
experiência precursora, serviu ela para demonstrar que o rádio poderia ser importante instrumento de 
educação a distância. 
Em 1947, o SESC e o SENAC fizeram sua primeira experiência de treinamento a distância, para 
comerciários, com a sua transmissão em rede por doze emissoras de rádio. 
O Ministério da Educação, em 1957, decidiu lançar o seu próprio programa educativo pelo rádio, 
criando o SIRENA ou Sistema Rádio Educativo Nacional, que poucos resultados positivos obteve 
pela própria falta de interesse do Governo em apoiar o aperfeiçoamento de seu pessoal e a melhoria 
da qualidade, o que prejudicou o seu desenvolvimento. 
A Arquidiocese de Natal, no Rio Grande do Norte, associada ao Serviço de Assistência Rural, lançou, 
em 1958, um sistema de radiodifusão, cujo sucesso inspirou, três anos depois, a criação do MEB. 
O mais importante trabalho de educação a distância para a alfabetização de adultos teve início em 
1961 e ocorreu no Nordeste, através do Movimento de Educação de Base-MEB, que era mantido 
pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, da Igreja Católica Apostólica Romana. Essa 
experiência teve bons frutos, mas grande parte dos resultados do trabalho de alfabetização se perdeu 
pela falta de continuidade do programa. Além disso, sua cartilha impressa foi considerada pelos 
governos militares, a partir de 1964, como uma tentativa de subversão da ordem e todo o material 
pronto foi apreendido. Este fato, aliado tanto à falta de recursos para se dar continuidade ao trabalho 
após a primeira etapa de alfabetização, quanto ao desinteresse do MEC e das Secretarias Estaduais 
de Educação em apoiar a iniciativa da CNBB, prejudicou o desenvolvimento do MEB. 
Com o desenvolvimento da televisão, houve a criação, em 1961, de um curso para alfabetização de 
adultos, ministrado pela Fundação João Batista do Amaral e divulgado pela TV Rio até 1965, mas 
com pequena repercussão. Em 1962, com a colaboração da Missão Norte-Americana de Cooperação 
Técnica, essa Fundação lançou, também pela TV Rio e, depois, por outras redes de televisão, um 
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29/5/2010http://www.fe.unb.br/catedra/bibliovirtual/ead/educacao_a_distancia_texto_da...importante programa, o qual era destinado ao aperfeiçoamento de professores primários. É também 
em 1962 que Gilson Amado lança a idéia de uma Universidade de Cultura Popular, que começou a 
se concretizar em 1966, transmitindo, pela TV Continental, o curso Artigo 99. Logo, outras emissoras 
de televisão aderiram ao programa e seu sucesso foi decisivo para uma maior participação dos 
Governos Federal e Estaduais, a partir de 1967. 
Em 1967, cria-se, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, com a Lei n° 5.198, a Fundação Centro 
Brasileiro de Televisão Educativa. Em 1968, a Fundação Padre Landell de Moura-FEPLAM dá início, 
no Rio Grande do Sul, a uma série de cursos profissionalizantes e de madureza pela TV e pelo rádio; 
neste mesmo ano, é inaugurada a TV Universitária do Recife, em Pernambuco. 
 
Terceira etapa 
A terceira etapa começou com a criação e implantação, em 1969, do primeiro sistema de televisão 
escolar do Brasil, no Estado do Maranhão, que foi uma feliz iniciativa da administração do então 
Governador José Sarney, motivada pela inexistência de uma rede de ensino público que atendesse 
da 5ª a 8ª série do ensino fundamental e pela falta de professores qualificados. Organizada 
inicialmente como uma fundação, a Fundação Maranhense de Televisão Educativa, primeira TV 
Educativa do Brasil, graças à sua autonomia, obteve grande sucesso na obtenção de seus objetivos 
e desenvolveu-se rapidamente até que, em 1981, transformando-se em autarquia, teve seu modelo 
pedagógico alterado e, a partir de 1984, passou ela a ser um mero apêndice da Secretaria Estadual 
de Educação. Essa experiência, que foi bem sucedida por mais de uma década e que forneceu 
excelentes ensinamentos, para a evolução da educação a distância no País, serviu de exemplo para 
a implantação das TVs educativas do Ceará (em 1974, com cursos para o ensino médio, denominado 
então como de 2° grau) e de Pernambuco. A TV Educativa de Pernambuco teve seu início com apoio 
do Governo Japonês e com vocação para se transformar logo em um centro regional de produção de 
programas, mas seu sucesso foi bastante limitado porque, naquela época, as transmissões se davam 
via microondas e não por satélites e, além disso, as TV Educativas dos demais Estados não 
possuíam equipamentos compatíveis. Mais tarde, a Televisão Educativa do Maranhão, em 1986, foi 
absorvida pela FUNTEVE e passou a se denominar Centro de Televisão Educativa do Nordeste. 
O Decreto n° 65.239, de 1969, criou o Sistema Avançado de Tecnologias Educacionais-SATE, em 
âmbito federal. Logo em seguida, o Governo brasileiro desenvolveu, com uma equipe de alto nível do 
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE, o Projeto SACI (Sistema Avançado de 
Comunicações Interdisciplinares), objetivando o uso de satélite para a divulgação de programas 
educativos. Como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte já havia obtido a concessão de um 
canal de televisão, o INPE, ao iniciar, por volta de 1971/1972, os experimentos de transmissão de 
programas do Projeto SACI, de educação a distância para ensino de 1° grau menor (para as quatro 
primeiras séries do ensino fundamental), utilizou a TV Universitária. Ao término do Projeto SACI, suas 
instalações e equipamentos foram transferidos para a TV Universitária do Rio Grande do Norte, que 
assumiu a direção e a continuidade dos programas. O Sistema de Televisão Educativa do Rio 
Grande do Norte-SITERN voltou seus programas especialmente para as escolas das zonas rurais, 
onde a deficiência do ensino regular era maior, e obteve, nas primeiras fases de seu 
desenvolvimento, resultados bastante positivos para o desenvolvimento do ensino fundamental no 
Estado. 
Ainda nessa terceira etapa da educação a distância, no Brasil, voltou-se ela para a formação 
supletiva nos níveis do ensino fundamental e médio (1° e 2° graus), com o chamado Projeto Minerva, 
criado em 1970, que logo incorporou a televisão para a divulgação dos programas educativos. 
O sucesso inicial do Projeto Minerva teve influência decisiva para que, em 1971, fosse incluído, na 
Lei n° 5.692, em seu art. 25, um parágrafo (o 2°) prevendo que os cursos supletivos poderiam ser 
ministrados, tanto em classe, como mediante a utilização de rádio e televisão e outros meios de 
comunicação, que permitissem alcançar um maior número de alunos. Consolida-se, assim, na 
legislação brasileira, pela primeira vez, a educação a distância, como sendo aquela que se realiza 
mediante uso de meios de comunicação e com freqüência livre, diferente, pois, da educação 
presencial. É, pois, na década de 70 que começa a haver, nos meios oficiais e particulares, certa 
compreensão e aceitação da educação a distância. 
Todas as experiências anteriores, apesar de importantes, pois significaram passos decisivos na 
história da EAD no Brasil, foram muito limitadas. O real desenvolvimento da educação a distância em 
nosso País só começa a ocorrer em 1969, ainda em sua terceira etapa de evolução, com a 
inauguração da TV Cultura e da Rádio Cultura, ambas da Fundação Padre Anchieta. 
A Fundação Padre Anchieta, em 1978, uniu-se a outra organização da maior importância para a 
educação a distância, no Brasil: a Fundação Roberto Marinho, ligada à rede Globo de Televisão. 
Ambas começaram a divulgar o programa Telecurso 2° Grau. A Fundação Anchieta elaborava o 
material didático e os programas, e a TV Globo os divulgava, tudo em convênio com o Ministério da 
Educação. 
Em relação aos Telecursos, duas portarias do Ministério da Educação e da Cultura e do Ministério 
das Comunicações, de números 408/70 e 568/80, tiveram grande importância para o seu 
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desenvolvimento. Elas estenderam a veiculação dos programas educativos oficiais de educação a 
distância (pela televisão e pelo rádio) a todas as emissoras comerciais. Foi esta abertura que permitiu 
o rápido crescimento do número de alunos e a efetiva divulgação dos Telecursos, os quais, até hoje, 
prestam inestimável colaboração para a educação de jovens e adultos, facilitando-lhes a 
terminalidade do ensino fundamental e do ensino médio, por meio de um moderno sistema de 
multimeios, que utiliza a televisão, o rádio e criativo material didático impresso, além de monitores 
especialmente treinados. 
É importante ressaltar-se também que é desta terceira etapa a criação do Programa Nacional de 
Teleducação, mais conhecido como PRONTEL, por meio do Decreto n° 70.185, de 1972, com o 
objetivo de "integrar em âmbito nacional, as atividades didáticas e educativas através do rádio, da 
televisão e de outros meios, de forma articulada com a Política Nacional de Educação". O PRONTEL 
desenvolveu suas atividades até 1979, quando foi substituído pela Secretaria de Aplicações 
Tecnológicas-SEAT, que assumiu suas incumbências, de acordo com o Decreto n° 84.240, de 1979. 
 
Quarta etapa 
A quarta fase começou com o projeto-piloto brasileiro para utilização da recepção de imagem via 
satélite em processos educativos, elaborado por um grupo de trabalho interministerial, e cuja estréia 
se deu em agosto de 1991, com o nome de Jornal da Educação-Edição do Professor. A participação 
da Fundação Roquette Pinto, nesta etapa de desenvolvimento da educação a distância no Brasil, foi 
de capital importância, pois coube a ela, desde a elaboração da proposta pedagógica e do plano de 
geração dos programas até a avaliação do projeto-piloto, passando pela concepção e produção dos 
programas televisivos e dos boletins impressos, bem como pela veiculação. O sucesso dessa 
experiência, envolvendo seis unidades da Federação e cerca de seiscentos cursistas, aconselhou a 
sua continuidade, a qual se deu, a partir de 1992, com novo nome para o programa: Um Salto para o 
Futuro. 
Esta quarta etapa consolida definitivamente a educação a distânciano Brasil, principalmente com a 
criação do Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa-SINRED (Portaria do MEC n° 344, de 9 de 
agosto de 1993) e do Sistema Nacional de Educação a Distância-SINEAD (Convênio de Cooperação 
Técnica n° 6, de 1993, assinado pelo Ministério da Educação e do Desporto-MEC, Ministério das 
Comunicações-MC e Empresa Brasileira de Telecomunicações-EMBRATEL, com a participação do 
Ministério da Ciência e da Tecnologia, do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras-CRUB, 
do Conselho de Secretários Estaduais de Educação-CONSED e da UNDIME, pela assinatura do 
Protocolo de Cooperação Técnica n° 3, de 1993). O Decreto n° 1.237, de 6 de setembro de 1964, 
consolidou, no âmbito da administração federal, sob a coordenação do MEC, o Sistema Nacional de 
Educação a Distância. 
Caracteriza-se esta etapa pela maior divulgação e aceitação da educação a distância; por um 
conjunto de experiências novas e isoladas nos sistemas estaduais de educação e em escolas 
particulares; por uma tentativa de sistematização normativa; por uma maior compatibilização e 
modernização dos equipamentos de transmissão e de recepção; por uma maior integração das 
instituições de educação a distância, que começaram a atuar em co-produções e aumentaram o 
intercâmbio entre elas e com organismos internacionais; por realização de pesquisas e por uma 
maior participação do MEC, seja diretamente, seja por meio de convênios e de apoios financeiros, em 
diversos programas como, ultimamente, o Telecurso 2000 (protocolo com a Federação das Indústrias 
do Estado de São Paulo-FIESP e a Fundação Roberto Marinho), nas escolas da rede federal; como o 
projeto dos Centros Rurais de Educação a Distância (em parceria com o Serviço Nacional de 
Aprendizagem Rural-SENAR); como a TV Escola e Um Salto para o Futuro, os quais, com o 
Programa de Apoio Tecnológico à Escola, do Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional-
FNDE, para equipar as escolas com televisores videocassetes e antenas parabólicas, estão 
produzindo programas documentários e treinando milhares de professores por todo o Brasil 
Em novembro de 1996, Um Salto para o Futuro já tinha conectados mais de um mil e quinhentos 
telepostos espalhados por todo o Brasil em um mil e oitenta municípios; e o programa TV Escola já 
havia credenciado 51.920 escolas, das quais 38.000 já haviam adquirido seus kits e 28.197 já os 
haviam instalado, segundo informações da Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento de Projetos 
do MEC ( Professora Tânia Maria Maia Magalhães CASTRO). 
Um problema já constatado no Programa da TV Escola é que com a descentralização dos recursos 
para a compra dos equipamentos (o que é positivo), e a obediência às normas de licitação (o que 
também é positivo), as aquisições estão sendo feitas com base no menor preço, o que nem sempre 
corresponde a uma boa qualidade dos kits Resultado: a qualidade das gravações, em muitos casos, 
tem sido péssima, o que impede a utilização, em sala de aula, dos programas gravados pelos 
professores. 
 
Quinta etapa 
A quinta etapa está sendo iniciada agora, com o programa do MEC de equipar todas as escolas 
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públicas brasileiras com mais de cem alunos (cerca de 51.920, segundo o Cadastro de Repasse do 
FNDE) com computadores e kits multimídia e de ligá-las em rede via satélite, possibilitando, inclusive, 
ligação com a Internet. No entanto o início do programa está-se dando, em 1997, apenas em pouco 
mais de oitocentas escolas e cem núcleos de tecnologia educacional, pois o MEC decidiu dar 
prioridade ao treinamento de multiplicadores técnicos em informática e professores para, só então, 
equipar as escolas que forem selecionadas pelas Secretarias Estaduais de Educação, tendo como 
critério os melhores projetos pedagógicos. 
Com uma previsão de recursos da ordem de 476 milhões de dólares para o biênio 97/98, o Programa 
Nacional de Informática na Educação-PROINFO tem como objetivo inicial a formação de mais de 
trezentos multiplicadores e cerca de seis mil técnicos; a capacitação de vinte e cinco mil professores 
e a reciclagem de aproximadamente 31.300. Para a montagem dos sistemas de informática está 
prevista a aquisição de cerca de cem mil hardwares e softwares operacionais para as escolas de 
ensino fundamental e médio. 
Comentando esse programa e o da TV Escola, o Ministro de Estado da Educação, Paulo Renato 
Souza, destaca que "ao queimar etapas, podemos dar um salto de qualidade que não seria possível 
com técnicas tradicionais" 
Nesta etapa de desenvolvimento da educação a distância, no Brasil, a Secretaria de 
Desenvolvimento, Inovação e Avaliação Educacional-SEDIAE, do MEC, "tenciona implantar o curso 
secundário regular a distância, utilizando toda a estrutura que já está sendo viabilizada com a recente 
liberação de recursos do Governo às escolas públicas estaduais e municipais para a compra de 
equipamentos necessários para a recepção dos programas educativos da TV Escola. Ainda como 
parte das inovações tecnológicas previstas para o próximo ano, o MEC pretende implantar a 
universidade aberta, idéia lançada pelo Ministro Paulo Renato de SOUZA, ainda no início deste ano. 
A Secretária Maria Helena Guimarães de CASTRO explicou que a universidade aberta funcionaria 
como o apoio de toda a estrutura do ensino a distância e do Sistema Internet." 
 
POTENCIAL INIMAGINÁVEL DOS NOVOS ACELERADORES PEDAGÓGICOS 
Com a evolução dos meios de comunicação de massa, especialmente dos equipamentos e aparelhos 
eletrônicos, com a disseminação dos computadores de uso pessoal, dos kits multimídia e dos CD-
roms e com as supervias de informação de fibra óptica, as chamadas infohighways, a educação a 
distância adquiriu um potencial ainda inimaginável. A chamada multimídia, com a interatividade e com 
a realidade virtual que está criando um mundo novo, poderá, em pouco tempo, revolucionar os 
processos, métodos e técnicas de ensino e de avaliação, que o sonhador e revolucionário Marshall 
KICLUHAN, na década de 1960, com toda a sua extraordinária visão prospectiva, apenas começou a 
vislumbrar. 
Darcy RIBEIRO, um entusiasta da educação a distância, ressaltava que "os educadores de todo o 
mundo passaram a contar, nos últimos anos, com aceleradores pedagógicos de eficácia antes 
impensável. Falo do instrumental audiovisual, televisivo e informático que, em conjunto, configura 
uma revolução tecnológica. Maior que a representada pela tipografia de Gutemberg e, 
posteriormente, pela produção industrial de livros acessíveis. Se estas deram os livros à mão cheia 
que pedia o poeta, a nova oferta nos dá a mesma e até melhor quantidade de saber da forma escrita 
e ilustrada, falada e sonorizada, visualizada, filmada, televisionada e computadorizada. Tudo isso 
individualizado para o aproveitamento de cada aluno". 
 
UMA REVOLUÇÃO CULTURAL 
Darcy falava com propriedade, pois uma revolução na escrita também está ocorrendo. Quando 
muitos pensavam que ela seria relegada a um segundo plano, o mundo eletrônico, que o autor 
William GIBSON chamou de cyberspace (ciberespaço), antes dominado secretamente apenas por 
técnicos e militares, foi invadido por milhões de pessoas das mais diferentes partes do mundo. Hoje, 
elas se comunicam, através da Internet, por ícones, signos e sons, inimagináveis há uma década e, o 
que é mais incrível, também por palavras escritas, levando-as a uma propagação que só é 
comparável à da época de Gutemberg (surgimento da imprensa). É a revolução cultural da "aldeia 
global", ligando em rede milhões de computadores e de pessoas, que ninguém sabe até onde pode 
ir. 
 
A INTERNET 
Com efeito, a rede mundial de computadores, chamada Internet, criada em 1964 pelo Pentágono 
(Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América), graçasàs experiências do renomado 
pesquisador da Rand Corporation de nome Paul Baran, como um meio seguro de defesa e de 
comunicação com suas forças armadas - durante o auge da guerra fria entre os países ocidentais e 
os comunistas, bem no período de ameaça constante de uma guerra nuclear capaz de tornar 
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inoperantes todos os vulneráveis meios de comunicação a distância até então inventados e 
desenvolvidos - hoje, não pertence a ninguém e se tornou um símbolo da evolução da comunicação 
de nosso tempo. Não se tem controle sobre essa anárquica teia eletrônica que, de maneira 
incontrolável, continua a se espalhar por todo o mundo, envolvendo, já, milhões de computadores e 
cerca de cinqüenta milhões de pessoas. 
Da mesma forma que a Internet, outros sistemas de processamento em rede estão-se desenvolvendo 
rapidamente, como Bitnet, Minitel etc. 
 
NOVAS POSSIBILIDADES COM O MUNDO VIRTUAL 
Não se trata apenas de uma mera renovação tecnológica. É uma mudança muito mais profunda, que 
envolve novas técnicas, mas também novos métodos, novos objetivos, novos conteúdos e um mundo 
novo, realmente virtual, que possibilitará: 
1) atender à crescente demanda em todos os níveis de ensino, sem necessidade de se ampliar o 
número de salas de aula, de instalações, de professores e de funcionários o que, além de significar 
redução de custos, poderá, definitivamente, proporcionar a democratização do ensino básico; 
2) suprir o problema da baixa qualificação dos professores, especialmente nas Regiões Norte e 
Nordeste, para as quais deve ser dada prioridade pelos programas governamentais 
3) melhorar a qualidade do ensino nas escolas presenciais, com a utilização, nas aulas presenciais, 
de programas de educação a distância; 
4) oferecer o mesmo nível de qualidade para todas as regiões do País, respeitando e valorizando 
características das culturas regionais; 
5) otimizar os recursos disponíveis nos diversos sistemas de educação; 
6) aumentar a motivação dos alunos para sua própria aprendizagem; 
7) implantar, em ritmo muito mais rápido, novos métodos e técnicas de ensino; 
8) desenvolver uma educação de qualidade muito superior à vigente nas escolas presenciais; 
9) criar escolas virtuais; 
10) libertar o estudante das paredes das escolas, facilitando o ensino e a aprendizagem no lugar e no 
tempo mais adequados ao aluno; 
11) transformar os prédios escolares em centros de estudos e de pesquisas e em verdadeiros clubes 
para práticas esportivas e encontros sociais, principalmente festivos, com uma integração maior com 
a comunidade; 
12) possibilitar ao aluno o desenvolvimento de sua capacidade para avaliar o seu próprio trabalho 
escolar; o desafio de verificar o seu autodesenvolvimento educativo e de se autocorrigir aumenta o 
prazer de aprender; 
13) implantar, efetivamente, a educação permanente, com a transformação e a abertura do ensino 
superior, tanto de graduação quanto de pós-graduação; 
14) modificar as relações entre professores e alunos, com a utilização de encontros e aulas virtuais, 
totalmente flexíveis, reduzindo, assim, a necessidade de encontros diários, com horário inflexível e 
em sala de aula, como ocorre hoje. Apesar de apresentar inegáveis qualidades, o modelo tradicional 
de ensino em salas de aula, com grandes turmas e muitas aulas expositivas, raros trabalhos 
individuais e alguns trabalhos em grupo, acaba gerando desgastes nas relações entre alunos e 
professores, com danosas repercussões para a aprendizagem. Eliminar as reuniões físicas forçadas, 
muitas vezes indesejáveis e contraprodutivas, entre alunos e professores em sala de aula, 
substituindo-as pela flexibilidade de encontros (físicos ou virtuais) desejáveis e programados pelas 
partes diretamente interessadas na evolução de seus processos de ensino-aprendizagem, será uma 
revolução na educação, que acabará por valorizar, efetivamente, o proveitoso e periódico encontro 
direto entre professores e alunos; 
15) criar as condições para a implantação de projetos experimentais do que já está sendo 
denominado hiperaprendizagem, isto é, de processos educativos que utilizam os mais modernos 
recursos da multimídia e que, sem as tradicionais estruturas e hierarquias das escolas e das salas-
de-aula, facilitam ao educando aprender e ensinar ao mesmo tempo, comunicando-se com o mundo 
(principalmente com o que há de melhor nele) e determinando, no seu próprio ritmo, a direção de sua 
aprendizagem e de seu desenvolvimento pessoal e profissional.
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É realmente maravilhoso o novo caminho que a educação começa a percorrer. É algo incrível e 
extraordinário. Qualquer pessoa poderá, sem sair de sua casa, visitar os melhores museus e 
laboratórios do mundo e assistir a aulas teóricas e práticas, bem como teleconferências e 
videoconferências, nas mais diferentes partes do mundo, mediante comunicação instantânea e a 
qualquer hora do dia ou da noite. 
Além disso, como ressalta Eric C. RICHARDSON, a Web facilitou em muito o acréscimo de 
componentes de áudio e vídeo às aulas eletrônicas, permitindo à educação a distância on-line dar um 
verdadeiro salto, e mais: "o ensino virtual pode dar mais um salto na próxima década através da 
VRML (Virtual Reality Modeling Language) - a versão da HTML ( Hypertext Markup Language) para a 
realidade virtual. A VRML permitirá que usuários naveguem em salas e espaços tridimensionais, ao 
invés de clicarem em telas planas de texto e imagens estáticas. Os alunos poderão visitar museus, 
observar experiências e participar de conferências e eventos no mundo inteiro". 
 
ESCOLAS E UNIVERSIDADES VIRTUAIS NO BRASIL 
Apesar do atraso tecnológico do Brasil, em relação aos países do primeiro mundo, temos, hoje, em 
janeiro de 1997, mais de um milhão de endereços eletrônicos e deveremos ter, até o início de 1998, 
provavelmente, o dobro, o que nos permitirá, inclusive, a criação de várias escolas e universidades 
virtuais. Aliás, a criação desse tipo de escolas e universidades virtuais, que muitas pessoas pensam 
ser uma utopia, no Rio de Janeiro e em São Paulo já começa a ser realidade utilizável. Com efeito, 
cerca de cinqüenta e cinco universidades brasileiras formaram um consórcio e estão estudando o 
tema universidade aberta e educação a distância, com base em experiências de universidades 
abertas como a de Milton Keynes, Londres (Inglaterra), a de Madrid (Espanha) e a de Haaven 
(Alemanha). Na Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo-USP, foi criada a "Escola do 
Futuro". No Rio de Janeiro, a Faculdade Carioca está implantando uma universidade virtual, cujo 
projeto envolve investimentos de mais de cinco milhões de dólares. O primeiro edital para seu 
primeiro curso de pós-graduação em informática já foi publicado em março de 1996. "Será uma 
democratização da informação", afirma o Diretor da Faculdade Carioca, Celso Niskier. A 
Universidade Federal do Rio de Janeiro também está com outra experiência de universidade virtual 
sendo implantada. Quem já utiliza a Internet pode fazer centenas de cursos on-line, sendo 
interessante ver, a respeito, os catálogos Yahoo e Lycos. 
Em janeiro de 1997, o Estado do Paraná inaugurou também a sua universidade aberta, a 
UNIAMÉRICA ou Universidade das Américas, a qual conta com real apoio financeiro do Governo 
Estadual. Definindo sua linha de atuação, o Secretário de Ciência e Tecnologia e de Ensino Superior 
do Paraná, Alexandre Fontana BELTRÃO, salienta o seguinte: 
"A UNIAMÉRICA não terá cursos formais e não irá competir com as demais. Pretende propor a 
discussão e a reavaliação da própria universidade brasileira, de modo a levá-la a liderar o processo 
detransformações, sem o que poderá envelhecer irremediavelmente. O Paraná, com cinco unidades, 
é o estado brasileiro com o maior número de universidades estaduais. Não seria racional mais uma. 
Nossa idéia não é duplicar, mas criar uma plataforma para discutir e acatar projetos de interesse das 
Américas, utilizando, na medida do possível, as estruturas universitárias existentes". 
O Coordenador dos primeiros projetos da UNIAMÉRICA, o jornalista Alberto Dines, a define como 
"uma combinação dos conceitos de universidade aberta e ensino a distância, que cria uma grande 
oportunidade para a própria universidade brasileira se questionar e debater a sua atual crise de 
identidade". 
 
PRODUÇÃO DE NOVOS SOFTWARES 
No que diz respeito à produção de softwares, principalmente de softwares que possibilitem e 
favoreçam a participação do aluno com criatividade, no seu processo de ensino-aprendizagem, para 
que ele mesmo possa construir o seu conhecimento, milhares de experiências já estão sendo 
desenvolvidas em todo o mundo, inclusive no Brasil, como, por exemplo, o projeto EDUCOM, que 
teve início em 1983, na Universidade de Campinas-UNICAMP. Este trabalho pioneiro foi continuado 
com a criação, naquela universidade, do Núcleo de Informática Educativa-NIED. Hoje, a UNICAMP 
destaca-se neste campo pelo importante trabalho de sua equipe de pesquisadores da Faculdade de 
Educação, no Laboratório de Educação e Informática Aplicada-LEIA. 
Outro trabalho pioneiro nesta área foi o da Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS, 
através de seu Laboratório de Estudos Cognitivos. Ainda no Rio Grande do Sul é importante 
destacar-se o trabalho inovador do Colégio Positivo, de Porto Alegre. 
O projeto da Universidade de São Paulo-USP de produção de softwares educativos só começou a se 
desenvolver efetivamente com a criação, em 1988, do Núcleo de Pesquisa de Novas Tecnologias de 
Comunicação Aplicada à Educação. 
Em Brasília, a Fundação Educar, apesar de suas dificuldades financeiras, é um exemplo de atuação 
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avançada da livre iniciativa na produção e disseminação de softwares educativos.
Algumas empresas multinacionais, como a IBM e a Microsoft, em convênio com instituições de 
ensino brasileiras, estão trazendo para o Brasil experiências que já obtiveram sucesso em outros 
países. 
 
INFOTECAS 
Em 1975, da cooperação entre a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e alguns sindicatos, 
surgiu, em Recife, uma experiência que não é bem de educação a distância, mas que merece ser 
aqui citada, pois é uma espécie de mini-escola ligada a uma rede de documentação no Nordeste. Foi 
ela denominada Serviço de Documentação e Informação Popular-SEDIPO. Dentre seu s objetivos 
estão a coleta, o processamento e a disseminação de informações, principalmente sobre as 
atividades sindicais; a oferta de cursos, treinamentos, orientações etc. Sua organização baseou-se 
nas experiências das Telecottages-originárias dos países nórdicos da Europa, que são mais 
conhecidos, no Brasil, com o nome de Infotecas, ou seja, uma espécie de biblioteca moderna, sem 
livros, com pequena infra-estrutura de pessoal e de material, mas com microcomputadores ligados 
em rede, inclusive à Internet, para tornarem disponíveis informações, cursos de educação a distância 
e recursos de alta tecnologia às Comunidades de menor densidade populacional. 
 
REPENSANDO O ENSINO USANDO TELECONFERÊNCIAS 
Uma das mais expressivas e eficientes experiências de utilização das novas tecnologias de 
informação está sendo a Rede Brasileira de Engenharia-RBE, criada e coordenada pela Fundação 
Carlos Alberto Vanzolini, da Universidade de São Paulo-USP, sob a égide do Programa de 
Desenvolvimento das Engenharias-PRODENGE, e com o apoio da Financiadora de Estudos e 
Projetos-FINEP, do Ministério da Ciência e Tecnologia, da CNPq, da CAPES e da SESu. A RBE criou 
um projeto chamado Engenheiro 2001 que, conforme sintetiza Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto, 
Diretor-Presidente da Fundação, "é um evento multimídia destinado a debater e repensar o ensino da 
Engenharia no Brasil no contexto das grandes transformações tecnológicas, econômicas, políticas e 
sociais que marcam este final de século e definem as tendências para o próximo". Utilizando 
teleconferências, que já atingiram mais de trinta mil pessoas e oitenta escolas de Engenharia que já 
se integraram na rede, o projeto inclui também CDRoms, vídeos, revista e a Internet. O sucesso 
desse projeto, em 1996, inspirou a Fundação Vanzolini para criar, em 1997, outro, que já foi aprovado 
pela FINEP, a Rede Interativa de Educação Tecnológica para a Competitividade. 
 
OUTRAS EXPERIÊNCIAS 
Outras experiências, como as que citamos neste livro, já devem estar sendo feitas no Brasil, pois este 
estudo não é exaustivo. Outras mais deverão ter início em breve. Todas elas poderão, em breve, se 
interligar, como um gigantesco laboratório multidisciplinar integrado, com capacidade para envolver 
as comunidades locais, regionais, nacionais e interernacionais e para trabalhar vinte e quatro horas 
por dia, com comunicações ininterruptas, via satélite. Todas contribuirão para uma nova educação e 
para a renovação das velhas estruturas escolares, dos antigos métodos pedagógicos e das 
tradicionais técnicas de ensino, em todas as partes do mundo. 
 
EDUCAÇÃO TRADICIONAL X EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Atualmente, é gigantesca a diferença entre a educação tradicional e a educação a distância. Com 
efeito, uma simples enumeração das principais características destes dois tipos de educação nos dão 
uma dimensão do abismo que está surgindo entre uma e outra. É o que comprova o quadro a seguir: 
 
 
 
 
 
 
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O quadro acima, apesar de ressaltar aspectos negativos da educação tradicional, não quer dizer que 
ela não tenha aspectos altamente positivos, que foram tão úteis ao desenvolvimento da humanidade, 
em épocas passadas. Atualmente, ela ainda pode prestar grandes serviços à humanidade, mas 
depende, fundamentalmente, da competência e do esforço individual de abnegados professores e de 
mudanças que introduzam maior motivação para a aprendizagem. 
 
MUDANÇA DE PARADIGMAS 
Na realidade, está na hora de se mudarem paradigmas, de se aperfeiçoar o processo de ensino-
aprendizagem e de se repensar a educação, diante, principalmente, dos avanços da informática. 
Para tal, é importante não se confundir educação a distância - que é realizada com abertura e 
EDUCAÇÃO TRADICIONAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
a) Baseia-se, principalmente, no "magister dixit". 
O professor é a autoridade máxima dentro da 
sala de aula. Sua palavra é lei. Compete a ele 
fazer a avaliação do aluno. O resultado de suas 
avaliações é incontestável. 
a) É centrada no aluno. Se este tem 
dúvidas, em relação à informação de 
uma fonte, pode reestudá-la a qualquer 
momento, e procurar esclarecê-la em 
outras fontes. Ele é o responsável diário 
pela sua auto-avaliação. Cabe ao centro 
emissor conferir, periodicamente, ou ao 
final do curso, a assimilação dos 
conhecimentos. 
b) As comunicações são limitadas e de cima 
para baixo, com hierarquia e disciplina rígidas, 
do tipo piramidal e restritas, normalmente, à 
sala de aula. Todo o sistema de ensino é formal 
e excessivamente regulamentado, dando pouca 
margem para inovações. 
b) As comunicações são ilimitadas e, 
principalmente, de forma lateral e 
intensiva, quebrando barreiras 
hierárquicas e fronteiras, permitindo que 
o ensino e a aprendizagem se 
desenvolvam sem maiores formalidades 
e utilizando a criatividade do próprio 
aluno. 
c) Privilegia as preleções dos professorese se 
centra no ensino, que é responsabilidade dos 
professores, exigindo-se dos alunos pouca 
participação individual ou em grupo. 
c) Tem como eixo a aprendizagem. Exige 
maior participação e estudo individual do 
aluno, em cujas mãos é colocada a 
responsabilidade pelo seu próprio 
desenvolvimento, permitindo grande 
interação, tanto na escola, como local, 
nacional e até internacional. 
d) Utiliza pouco material didático (lousa, giz, 
alguns livros, cadernos, lápis, canetas e, só 
mais recentemente e extradordinariamente, o 
computador e alguns recursos audiovisuais 
como retroprojetores, projetores de slides e de 
filmes e televisões). 
d) Utiliza equipamentos de última 
geração nas áreas de telecomunicações 
e informática, bem como as mais 
avançadas tecnologias de comunicação 
interativa, como as teleconferências etc. 
e) Os alunos são obrigados a seguir o ritmo de 
ensino do professor, com aulas em horários 
pré-estabelecidos, nas quais a freqüência é 
obrigatória e o controle é feito por uma 
complexa, e normalmente autoritária, 
burocracia. 
e) O próprio aluno define o ritmo de sua 
aprendizagem, interagindo com 
computadores, na hora que melhor lhe 
convém, sem necessidade de aulas 
presenciais, ou segue o programa pela 
televisão, que o repete constantemente, 
e ainda tem material impresso para ler 
quando bem entender. Todo o aparato 
escolar burocrático pode ser dispensado. 
f) Assenta-se na oralidade e na escrita, pouco 
utilizando os recursos audiovisuais, com aulas 
muitas vezes maçantes. 
f) Baseia-se no uso e na interatividade de 
todos os mais avançados recursos de 
multimídia, tornando a aprendizagem 
excitante e divertida. 
g) Exige armazenamento, na memória de cada 
aluno, de dados de uma infinidade de 
conhecimentos, que lhes são transmitidos nas 
aulas e em livros. Posteriormente, exige-se a 
comprovação da memorização em várias 
avaliações. 
g) Valoriza mais o desenvolvimento do 
raciocínio lógico, a criatividade, o 
conhecimento de softwares e a agilidade 
no manuseio dos equipamentos, do que 
a memorização, uma vez que, bancos de 
dados com bilhões de informações, 
poderão ser acessados a qualquer 
momento. 
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regimes especiais - com o simples uso de computadores e de alguns recursos de multimídia em sala-
de-aula, o que seria apenas uma modernização do ensino tradicional e formal. 
 
ABERTURA E REGIMES ESPECIAIS SOMENTE POR INSTITUIÇÕES CREDENCIADAS PEI,A 
UNIÃO 
Considerando as dificuldades para se dimensionarem as perspectivas e o potencial da educação a 
distância, nas próximas décadas, mas conscientes de sua importância, nossos legisladores, no § 1° 
do art. 80 da LDB, permitiram o seu oferecimento, mas somente por instituições especificamente 
credenciadas pela União. 
Destarte, nenhum estado-membro, nem o Distrito Federal, nem os municípios poderão credenciar 
estabelecimentos de ensino ou outras instituições (de comunicação, por exemplo, como rádios e 
televisões), para atuarem na área da educação a distância. 
É importante a urgente normalização de como se deve proceder o credenciamento das instituições, o 
que deverá ser feito pelo Conselho Nacional de Educação, para ter validade nacional. 
Também é importante destacar que o Senador Darcy RIBEIRO, ao tratar da matéria em seu projeto 
substitutivo da LDB, fez questão de incluir o credenciamento das instituições como uma exigência 
legal, a ser regulamentada em âmbito nacional. Sua preocupação maior era com quem iria oferecer 
os cursos, e não com a autorização e a oferta de cursos e programas. Como um de seus assessores, 
ouvi-o ponderar o seguinte: "Temos universidades e faculdades boas, tanto públicas quanto privadas, 
mas temos também arremedos vergonhosos. É melhor deixar como competência da União a 
especificação dos critérios para credenciamento. Eles já criaram o Conselho. Vamos dar trabalho ao 
Conselho, sem citá-lo". 
O § 1° do art. 80 estabelece também que a educação a distância será organizada com abertura e 
regime especiais, o que, aliás, se constitui em uma das características dessa modalidade de 
educação. É parte inerente à sua própria definição. 
 
A REGULAMENTAÇÃO DE EXAMES E DE REGISTRO DE DIPLOMAS: EXCLUSIVIDADE DA 
UNIÃO 
A regulamentação dos requisitos, para a realização de exames e para o registro de diplomas de 
cursos de educação a distância, também não poderá ser feita pelos estados, nem pelo Distrito 
Federal, nem pelos municípios, pois esta tarefa foi reservada exclusivamente para a União, de acordo 
com o § 2° do art. 80. 
 
PRODUÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS: COMPETÊNCIA PARA 
NORMATIZAR E AUTORIZAR IMPLEMENTAÇÃO 
Aos sistemas de ensino, que poderão cooperar entre si ou se integrarem para uma atuação na área 
da educação a distância, compete, nos termos do § 3° do art. 80: 
1) elaborar e aprovar as normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a 
distância; e 
2) autorizar a implementação dos programas. 
O sistema federal de ensino deve, pois, urgentemente, traçar as normas para o seu sistema, as quais 
servirão de parâmetro para os demais sistemas. 
 
TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA A EAD 
Visando a incentivar um mais rápido desenvolvimento da educação a distância no País, a nova LDB 
se preocupou em estabelecer-lhe, no § 4° do art. 80, um tratamento diferenciado, incluindo: 
1) - transmissão em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens com custos 
reduzidos; 
2) - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
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3) - tempo mínimo para a divulgação de programas educativos nos canais comerciais deverá ser 
reservado pelos concessionários, sem anus para o Poder Público. 
Na realidade, se o Poder Público quiser um desenvolvimento mais rápido da educação a distância, 
além destes incentivos, terá, em primeiro lugar, de investir muito na área e, em segundo lugar, de 
ampliar os programas de financiamento ou criar outros, com condições especiais, para que a livre 
iniciativa faça, também, efetivos investimentos. Aliás, constata-se que, apesar de o Brasil ter 
programas de créditos especiais e com juros subsidiados especialmente para os setores primário e 
secundário da economia, com razoável montante de recursos, só recentemente voltou a liberar 
empréstimos dirigidos à área educacional mantida pela iniciativa privada, para aplicação direta em 
investimentos. O volume de recursos, no entanto, é irrisório diante das necessidades. 
 
VISÃO E INICIATIVA EMPRESARIAL 
Apesar dessa falta de prioridade para a educação, especialmente para a educação a distância, 
decorrente da falta de visão e de iniciativa das áreas financeiras e de planejamento de setores do 
Poder Executivo, algumas empresas particulares, entidades das classes patronais e instituições 
privadas, em parceria, dão uma demonstração do que pode o espírito empreendedor. Com efeito, um 
exemplo extraordinário de investimento da iniciativa privada para a educação a distância é o Futura, 
um empreendimento liderado pela Fundação Roberto Marinho, tendo como parceiros a Globosat, a 
TV Globo, a Fundação Itaú, o Bradesco, o Instituto Ayrton Senna, a CNN, a Rede Brasil Sul, a 
Votorantim, a Fundação Oldebrecht, a Confederação Nacional de Indústrias, a FIESP, a FIRJAN, a 
Confederação Nacional de Transportes e a Turner Broadcasting System, dentre outros. A TV Futura, 
"o canal do conhecimento", será o primeiro canal de TV a cabo e via antena parabólica dedicado 
exclusivamente à educação. 
Apesar de se tratar de uma iniciativa privada, será um canal de utilidade pública gratuito, a ser 
instalado, principalmente,em escolas, hospitais, presídios, museus etc. 
Se levarmos em conta que, dos cerca de 38 milhões de domicílios existentes no País, mais de um 
milhão e quinhentos mil lares já dispõem de cabo e três milhões e quinhentos mil possuem antenas 
parabólicas, pode-se ter uma idéia do que representa esta iniciativa, a qual deverá veicular 
programas para telespectadores dos mais diferentes graus de instrução e de todas as idades, e 
funcionar como complementação da TVE, direcionando todos os seus programas para a educação, 
dentre os quais estará incluído o "Telecurso 2000". 
Como agente multiplicador, tal canal oferecerá noticiários, minisséries, desenhos animados e outros 
programas educativos, que poderão ser gravados pelos professores para serem utilizados como 
material didático, para ilustração de suas aulas e para a melhoria da qualidade do ensino. 
 
A REALIDADE BRASILEIRA E A NECESSIDADE DE INVESTIMENTOS DA ÁREA PUBLICA 
Quanto à área pública, para se ter uma idéia dos investimentos que se fazem necessários para a 
implementação mais dinâmica e efetiva da educação a distância, principalmente por rede de 
computadores, basta citarmos o fato de que os Estados Unidos da América do Norte, que já 
possuíam, em 1996, mais de dezoito milhões de quilômetros de cabos ópticos, prevêem um 
investimento (para implantação de novas infohighways, nos próximos dez anos) de aproximadamente 
dois bilhões de dólares. 
O Brasil, que conta apenas com cerca de setecentos quilômetros de cabos ópticos, ainda não definiu 
claramente qual será o volume de investimentos nesta área, até meados da próxima década. 
Enquanto nos Estados Unidos milhões de computadores já estão interligados permitindo a milhões de 
norte-americanos se comunicarem em rede com os mais diferentes objetivos, inclusive educacionais, 
como para fazer um dos mais de meia centena de cursos da Virtual On-Line University, no Brasil, só 
temos cerca de um milhão de computadores interligados, segundo dados de janeiro de 1997, da 
EMBRATEL. 
Quanto ao perfil do Brasil na área da comunicação, dois dados são importantes para o 
desenvolvimento da educação a distância. O primeiro é que, em 1992, possuíamos 386 rádios por 
1.000 habitantes, enquanto os Estados Unidos possuíam 2.118, e países como Canadá, Japão, 
Austrália, Reino Unido e Dinamarca possuíam mais de 1.000. O segundo é que, em relação a 
televisores por 1.000 habitantes, em 1992 possuíamos apenas 208, enquanto os norteamericanos já 
possuíam 815, e dezenas de outros países nos suplantavam neste aspecto. 
Em uma pesquisa encomendada pela revista Veja, em dezembro de 1995 e citada por Joelmir Beting, 
81% dos estudantes brasileiros nunca viram um computador na escola e "das 41 mil escolas 
particulares do Brasil, apenas 2% têm computadores em sala de aula. Mas 62% delas contam com 
computadores na administração. Em algumas escolas, a relação já é de um micro para cada 28 
alunos (uso pedagógico). Em todo o aparelho educacional do País, a mesma relação é quase 
africana: um computador para cada 1.940 estudantes. Nos Estados Unidos, a média nacional é de 
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um para 12. Em centenas de escolas americanas há um micro para cada aluno".
Se essa pesquisa fosse feita agora, em 1997, seus resultados já seriam bem diferentes, graças ao já 
mencionado programa do MEC, que começou em 1995 e que pretende colocar, até 1998, no mínimo, 
um computador por escola pública com mais de cem alunos (cerca de 50.000 escolas). 
 
UMA LEI ABERTA PARA MELHORAR A QUALIDADE DO ENSINO E O DESEMPENHO DOS 
ALUNOS 
O caminho a percorrer ainda é longo, mas, mais cedo ou mais tarde, chegaremos lá, pois a LDB nos 
dá abertura para isso e tanto governantes quanto dirigentes de escolas públicas e privadas estão-se 
conscientizando, cada vez mais, de que a televisão e a informática nas escolas são importantes para 
que haja melhoria na qualidade do ensino e no desempenho dos alunos. 
O Sistema de Avaliação da Educação Básica-SAEB, do MEC, nas conclusões de uma pesquisa, 
realizada em novembro de 1995, para medir as habilidades dos alunos brasileiros, chegou à 
conclusão de que: 
"A existência de um bom laboratório de informática em uma escola é o indicador mais associado ao 
melhor desempenho dos alunos. Isso pode não indicar necessariamente que o computador em si 
melhora o desempenho, mas que a escola melhor aparelhada - e portanto mais rica - tem melhor 
ensino. Os alunos de 4ª série tiveram nota média 42 (de 100) em escolas com laboratórios de 
informática considerados bons, contra média 28 em escolas sem computadores. É a maior diferença 
observada entre os diversos itens escolares avaliados pelo MEC. Uma boa biblioteca produz uma 
diferença de 10 pontos (de 71 para 61) na nota média em português na 8ª série, em relação a 
escolas sem essa infra-estrutura". 
 
REPENSAR CURRÍCULOS, PARA METROS E CONTEÚDOS PARA SE PENSAR COM 
CRITICIDADE E CRIATIVIDADE 
Cabe, agora, aos Estados e aos Municípios tanto assumirem que o computador e a televisão existem 
e são meios eficazes de educação, quanto repensarem, imediatamente, os currículos ou parâmetros 
curriculares e conteúdos programáticos, cuidando, como lembra bem o educador Paulo Freire, para 
que, "no uso da televisão, o educando não seja reduzido a puro paciente de recados, mas que seja 
desafiado a assumir-se como sujeito reflexivo, crítico, do que está vendo e ouvindo através do 
programa da televisão(...) Estou absolutamente de acordo com o uso pedagógico da televisão, desde 
que isso concorra para o crescimento da curiosidade". 
Tem razão Paulo FREIRE, pois enquanto as televisões comerciais orientam para a passividade e 
para o consumismo, o TV educativa deve levar alunos e professores a pensar, e a pensar com 
criticidade e criatividade. 
 
URGÊNCIA DA PREPARAÇÃO DE PROFESSORES 
Daí a importância de se planejar e de se implementar, com urgência, programas da União, dos 
estados, dos municípios e das instituições de ensino superior, objetivando a preparação dos atuais e 
dos novos professores para a utilização da avançada tecnologia educacional que está sendo 
difundida e para que, em primeiro lugar, se beneficiem com a educação continuada que a educação a 
distância pode proporcionar-lhes; em segundo lugar, especialmente para que eles saibam avaliar e 
utilizar um software didático, bem como desenvolver trabalho de educação a distância. 
 
CRITÉRIOS PARA A AVALIAÇÃO DE UM SOFTWARE EDUCATIVO 
Para a avaliação de um software didático — ou, mais especificamente, para a avaliação de um CD-
Rom educativo, por exemplo — deve-se levar em conta os seguintes critérios que apresentamos a 
seguir, dos quais alguns são fundamentais e, outros, apenas desejáveis e, conforme o caso, até 
dispensáveis: 
1) Os objetivos do CD-Rom são compatíveis com os objetivos que os alunos devem atingir? 
2) Os objetivos do CD-Rom são apresentados logo no início de sua programação? É importante que 
o aluno saiba que mudanças comportamentais se espera dele ao terminar o estudo do CD-Rom, 
principalmente se a matéria for abrangente;
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3) A metodologia adotada se coaduna com os objetivos traçados e é adequada ao alunado a que se 
destina? É interessante que, no início do CD-Rom, haja uma exposição sobre a metodologia; 
4) Além dos objetivos e da metodologia, constam também da apresentação do CD-Rom os conteúdos 
programáticos que serão desenvolvidos? 
5) A apresentação é feita de tal modo que aumente a credibilidade no curso, motive o aluno a ponto 
de deixá-lo entusiasmado e desafie-o para o processo de aprendizagem autônoma? 
6) O CD-Rom possibilita ao aluno escolher uma linguagem mais adaptadaao seu contexto mental, ou 
seja, à sua linguagem preferida (visual, auditiva, sinestésica) ou, pelo menos, explora todas elas 
através da interatividade da multimídia, para acelerar a aprendizagem? A capacidade interativa de 
um programa é de fundamental importância. 
7) Os termos-chaves que são utilizados no curso, ou seja, os conceitos operacionais (normalmente 
desconhecidos pelo aluno) são apresentados logo no início, ou estão submersos de forma que o 
aluno possa, quando não entender alguma palavra-chave, pesquisá-la, clicando sobre ela? 
8) Textos, imagens (fotos, desenhos, desenhos animados, filmes etc.) e sons combinam com o 
conteúdo programático e com os objetivos? 
9) Existem pré-testes no início de cada módulo, para que o aluno possa saltar o que já conhece e se 
dedicar ao que precisa estudar mais? 
10) Existem pós-testes ao final de cada módulo, indicando se o aluno pode avançar na aprendizagem 
ou se deve rever toda ou parte da matéria já vista? 
11) O material instrutivo atende aos objetivos, isto é, leva realmente a uma mudança no 
comportamento do aluno sobre a matéria? 
12) Os conteúdos estão apresentados de forma lógica, com os diferentes graus de dificuldade em 
seqüência gradativa (isto é, com progressividade entre as etapas) e com argumentação motivadora 
adaptada à idade e à preparação anterior do aluno? 
13) A seqüência do conteúdo permite um aprendizado individualizado, permitindo ao aluno, inclusive, 
voltar atrás, para alguma consulta, interromper a qualquer momento seu estudo ou acelerá-lo, de 
forma a estimular a aprendizagem criativa onde erros, acertos e desafios sejam uma constante? 
14) Há possibilidades para o aluno, sempre que o desejar, dialogar com o computador? 
15) Há, no programa, a simulação de ambientes e experiências, com base em modelos válidos? 
16) São utilizados jogos apropriados aos objetivos que sejam, ao mesmo tempo, instrutivos e 
divertidos? 
17) O software é de fácil utilização pelo aluno, mesmo que este não tenha maiores conhecimentos de 
informática? 
Vários outros critérios podem ser utilizados pelo professor, o qual, para um melhor processo de 
avaliação, deve fazer girar o programa como se fosse o próprio aluno e compará-lo, em termos de 
qualidade, com outros programas e com as necessidades de seus alunos. 
 
PROFESSORES DO PRESENTE: ADAPTA CÃO ÀS NOVAS REALIDADES E PARTICIPAÇÃO OU 
MARGINALIZAÇÃO 
O caminho a ser percorrido para chegarmos efetivamente (de forma global e democrática) à escola 
virtual parece longo, mas o conceito de sala-de-aula está sendo repensado, e a superação dos 
conceitos tradicionais já é uma realidade, graças ao acesso cada vez mais rápido e mais fácil a uma 
Internet permanentemente atualizada e mais rica de informações. 
"Uma ironia interessante é que foram necessários anos e anos para que a humanidade percebesse 
que valia a pena fazer com que os estudantes saíssem de casa todos os dias, durante anos, para se 
aperfeiçoarem. Agora, como iremos convencer a sociedade de que podemos realizar a tarefa dentro 
de casa, sentados de frente para um monitor?", pergunta Eric C. RICHARDSON. 
Em menor tempo do que se espera, os profissionais da educação, principalmente os professores, 
terão que se adaptar à nova realidade dos modernos equipamentos e recursos de informática e 
televisivos, assumindo o papel de dirigi-los e de Orientar os alunos, bem como o de responsáveis 
pela integração da escola com a comunidade preocupados com a prática diária dos alunos e com a 
formação para a cidadania. O professor que não conseguir essa adaptação estará sujeito a ser 
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substituído pelas telinhas das televisões e dos computadores ou por profissionais mais habilitados do 
que ele, para a imensa e urgente tarefa de educar para o novo mundo, de cuja construção ele pode 
ou marginalizar-se ou ser participante ativo. 
 
PROFESSORES DO SÉCULO XXI: EXEMPLOS VIVOS 
Com efeito, ou o professor usa os instrumentos de educação a distância como um recurso 
extraordinário, objetivando a ampliação de sua própria visão do mundo e a de seus alunos, 
estimulando a aprendizagem e interferindo para o desenvolvimento do processo de reflexão de cada 
um, tornando-os pessoas cada vez mais curiosas e capazes de questionar os ensinamentos e a 
própria realidade, evitando, assim, que sejam simples espectadores passivos, classificados e 
alienados, ou não estará exercitando seu senso crítico nem repensando a educação e deixará de ser 
exemplo vivo para seus alunos, isto é, perderá sua utilidade na nova sociedade. 
Para se continuar sendo professor, hoje em dia, e muito mais para sê-lo no amanhã, além de dominar 
a nova realidade escolar e pedagógica facilitada pela LDB e proporcionada pelos meios de educação 
a distância, será imprescindível estar treinado para conhecer melhor a si mesmo e aos alunos. Será 
necessário que o professor conheça bem os sistemas representativos dos alunos, para que o ensino 
possa se desenvolver com respeito mútuo e voltado para a construção de mentalidades de sucesso, 
sintonizadas com os processos de integração da humanidade, de mudanças, globais na economia, 
de busca de uma sociedade democrática e de concretização dos direitos humanos. 
A nova LDB: uma lei de esperança / Organizado por Candido Alberto Gomes... Brasília: Universa - 
UCB, 1998. 
 
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