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SANGUE Composição, células, coagulação e hemograma

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Sistema Cardiovascular Sangue 
SANGUE (composição, células, coagulação, hemograma) 
 
Introdução 
A função básica do sistema cardiovascular é comunicação das células entre si, 
produzindo um fluxo, e com o meio externo, havendo uma integração com os sistemas 
respiratório, renal e digestivo. 
Do ponto de vista biofísico, a variável fundamental para que o sistema vascular 
exerça sua função primária é gerar fluxo. Para que haja fluxo, é necessário gradiente. 
Quando se fala em fluxo de volume, de ar, sangue e líquidos, está se referindo a um 
gradiente de pressão. Quando essa referência é microscópica, tratando-se do fluxo de 
moléculas, fala-se de gradiente eletroquímico. 
A força física que determina o fluxo sangüíneo é o gradiente de pressão, 
contraposto pela resistência vascular, que se caracteriza pelo diâmetro do vaso. O fluxo 
é determinado pelo volume dividido pelo tempo. A resistência vascular é 
inversamente proporcional à quarta potência do raio (R = 1/r4). Dessa forma, o 
principal mecanismo de controle do fluxo sangüíneo é a variação do raio das 
arteríolas. Essa variação é proporcionada pela variação do tônus, do grau de contração 
da musculatura lisa vascular. 
 O primeiro aspecto a ser verificado, em uma análise quantitativa e qualitativa 
do meio onde esse fluxo é gerado, caracteriza-se na verificação da quantidade de 
sangue intravascular no organismo, denominada volemia. A volemia é 
proporcional ao grau de hidratação do individuo. É importante salientar que, quando 
um indivíduo perde líquidos corporais, essa perda é proporcional nos espaços 
intracelular, extracelular e intravascular. Dessa forma, se um indivíduo encontra-se 
desidratado, ele está com hipovolemia. O reconhecimento desse estado se dá pelos 
sinais de desidratação: olhos profundos, pele e mucosa ressecadas, e vários sinais 
funcionais, uma vez que, no indivíduo hipovolêmico, a função de gerar fluxo encontra-
se prejudicada, causando sonolência, tonteira. 
A volemia é um elemento fundamental para que o sistema cardiovascular exerça 
sua função de distribuir fluxo; dessa forma, com a diminuição da volemia, há um 
prejuízo da função global cardiovascular. 
 
 
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Sistema Cardiovascular Sangue 
O sangue 
O sangue, devido a sua complexidade, e o fato de ser composto por células que 
exercem funções específicas, pode ser chamado de tecido, do ponto de vista funcional. 
O sangue não é um líquido; ele se encontra em um estado fisiológico normal, próximo à 
composição líquida, na verdade, mais próximo do estado de sol (gel diluído). 
O segundo aspecto é a observação da composição do sangue, e a terceira é a 
avaliação da sua função. 
Para se conhecer a composição do sangue, a forma mais comum é a sua análise 
bioquímica e celular, por meio do hemograma. O sangue é composto basicamente de 
água (aproximadamente 90%), e é dividido em plasma (60%) e células. Na 
centrifugação do sangue não-coagulado, ocorre essa divisão, podendo se verificar que a 
parte mais densa (celular) é composta, principalmente, por hemácias, sendo denominada 
hematócrito. Embora o hematócrito seja toda a parte celular do sangue não-coagulado, 
no ponto de vista prático, pode-se caracterizar o hematócrito como a quantidade de 
hemácias presente no sangue. O aumento do hematócrito significa o aumento na 
quantidade de glóbulos vermelhos no sangue, que pode ser derivado de uma policitemia 
(aumento do número de células do sangue), ou devido à perda de líquido sangüíneo. A 
contagem dos hematócritos é feita em relação ao plasma (parte líquida do sangue): 
proporção do sangue total ocupado pelos glóbulos vermelhos. 
 
Os componentes celulares do sangue 
• Os glóbulos vermelhos 
• Os glóbulos brancos 
• As plaquetas 
• As proteínas albumina e hemoglobina 
• Diferença entre plasma e soro 
• Os eletrólitos 
• Os micronutrientes 
• Os hormônios e excretas metabólicas 
• O grupo ABO 
• O fator Rh 
 
 
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Sistema Cardiovascular Sangue 
Os glóbulos vermelhos 
As hemácias são células anucleadas, que não se 
dividem, possuindo um tempo de vida limitado de cerca 
de 120 dias. Após esse período, sua membrana torna-se 
mais rígida, sendo incorporada pelo sistema retículo-
endotelial, baço, fígado, e tendo seus componentes 
reaproveitados, inclusive o componente protéico da 
membrana, como a hemoglobina, para a formação de 
novas hemácias. Pode-se dizer que a hemácia é um “pacote” de hemoglobina, e sua 
morfologia é de um disco bicôncavo, sendo preenchida por essa proteína, que possui 
duas unidades, duas alfa e duas beta, com radicais heme. 
A quantidade de hemácias presente no sangue de um indivíduo normal é na 
ordem de 3 a 4 milhões por decilitro de sangue. Se for analisada a quantidade de 
leucócitos (células brancas), outro grupo células presente, é observada uma quantidade 
muito inferior, sendo de 5 mil a 8 mil leucócitos por decilitro de sangue. Por isso, 
considera-se, na prática, que quase todo o hematócrito é constituído de células 
vermelhas. 
Com um processo de eritropoiese (síntese de células vermelhas) muito intenso, 
pode haver o aparecimento de células vermelhas jovens no sangue, podendo ser células 
mais jovens que os reticulócitos. A manifestação de uma reticulocitose representa uma 
eritropoiese aumentada, podendo ter sido desencadeada por processos que causam 
anemia, por uma hipovolemia, exposição à altitude ou secreção de eritropoietina. Um 
indivíduo anêmico apresenta uma baixa na quantidade de hemácias e hemoglobina no 
sangue. Como as hemácias possuem um período de vida curto, poderá estar havendo 
uma síntese diminuída e/ou uma destruição aumentada, que estão levando ao 
quadro de anemia. A destruição das hemácias pode estar aumentada, devido a uma alta 
concentração de uréia no organismo por insuficiência renal, o que desestabiliza a 
membrana da hemácia, levando a sua destruição; devido a uma insuficiência hepática, 
criado uma situação sangüínea que destrói mais hemácias, num processo semelhante à 
insuficiência renal; ou devido a uma maior dificuldade de realizar síntese protéica; 
também pode ocorrer um problema de síntese por ausência dos substratos necessários 
para sintetizar hemoglobina e hemácia. A diminuição também pode ser decorrente de 
um sangramento, ou por defeito na medula óssea, como no caso da leucemia. 
 
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Comentário do texto
Processo de produção dos glóbulos vermelhos (hemácias; eritrócitos).
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Comentário do texto
Hemácias imaturas.
Sistema Cardiovascular Sangue 
Os glóbulos brancos 
Há dois tipos de glóbulos brancos: os mononucleares e os 
polimorfonucleares. Referente aos mononucleares, tem-se como principal 
representante os linfócitos, sendo os mais numerosos, e também os monócitos. Quando 
os monócitos fazem diapedese, penetrando e se fixando nos tecidos, recebem o nome de 
macrófagos. Quanto aos polimorfonucleares, há três tipos: os eosinófilos, os 
basófilos e os neutrófilos. Dentre eles, os neutrófilos são os que mais estão presentes 
no sangue, e estão relacionados à reação de infecções do tipo bacteriana. Os eosinófilos 
estão relacionados a infecções do tipo parasitárias e a reações alérgicas. Em quadros de 
reação alérgica, o indivíduo encontra-se com eosinofilia: aumento de eosinófilos na 
circulação. Os basófilos estão envolvidos no processo alérgico; quando fixados nos 
tecidos, são chamados de mastócitos. Essas células, na sua forma adulta, possuem 
núcleos segmentados, enquanto que, na sua forma imatura,seu núcleo é na forma de 
bastão, dando nome à célula. 
Os polimorfonucleares podem se apresentar em formas ainda mais jovens que os 
bastões, dentre eles os metamielócitos e os mielócitos. A presença dessas células jovens 
no sangue ocorre quando a multiplicação de leucócitos estiver muito estimulada. Ao 
analisar um hemograma cuja taxa de polimorfonucleares jovens estiver alta, diz-se 
que há um desvio para a esquerda, pois normalmente não há formas jovens 
circulando no sangue. Esse desvio normalmente é causado por infecções bacterianas 
mais graves, e tem relação com os neutrófilos. 
 
As plaquetas 
Alguns autores não consideram as plaquetas como um tipo celular, uma vez que 
elas não apresentam núcleo e são formadas através de fragmentos de um trombócito. O 
trombócito é formado por grânulos de substâncias vasoativas, que se fragmentam e 
caem na circulação, caracterizando a formação das plaquetas. 
 
As proteínas albumina e hemoglobina 
A proteína que possui maior quantidade no plasma é a albumina, com 
concentração de 4 gramas por decilitro. A concentração de hemoglobina no sangue é de 
12 gramas por decilitro. Entretanto, a hemoglobina está dentro de uma célula, sendo 
protegida por uma membrana, que evita que a mesma exerça pressão osmótica no 
plasma. Dessa forma, a proteína que possui maior concentração no sangue é a 
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Comentário do texto
Células de defesa do organismo.
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Comentário do texto
Passagem de células sanguíneas, em especial os leucócitos, através das paredes dos capilares.
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Sistema Cardiovascular Sangue 
hemoglobina; contudo, a que possui maior concentração plasmática é a albumina. 
Há outras globulinas presentes nos sangue, como a alfaglobulina, a betaglobulina, 
gamaglobulina (anticorpo). Outras proteínas importantes no sangue são as responsáveis 
pela coagulação, como o fibrinogênio, possuindo uma grande concentração no plasma. 
 
Diferença entre plasma e soro 
A centrifugação do sangue sem anticoagulante levará à coagulação do 
centrifugado; durante este processo, há o consumo de fibrinogênio, assim como todos os 
fatores envolvidos na coagulação, com liberação de substâncias que se encontravam 
dentro das plaquetas; dessa forma, constitui-se o soro. 
Para a obtenção do plasma, faz-se a centrifugação do sangue com o 
anticoagulante. Observa-se, então, que o fibrinogênio não está presente no soro, pois 
este foi utilizado para a formação de fibrina, ao contrário do plasma, que o possui. 
Encontram-se no soro mediadores liberados pelas plaquetas, que não estão presentes no 
plasma. Pode-se dizer que o soro é, basicamente, o plasma sem o fibrinogênio. 
 
Os eletrólitos 
Um outro componente celular do sangue são os eletrólitos. O íon que possui 
maior concentração no sangue é o Na+, com 140 mil equivalentes por litro, seguido pelo 
Cl- (90 mil equivalentes por litro), HCO3- (25 mil equivalente por litro), K+ (25 mil 
equivalente por litro), Mg, dentre outros. A quantidade de K+ é menor, pois o potássio 
possui um papel importante na eletrofisiologia das membranas musculares e neurais. 
Esses íons circulam na parte aquosa do plasma. 
 
Os micronutrientes 
No sangue também estão presentes micronutrientes, como aminoácidos, 
pequenos peptídeos, glicose, lipídios, ácidos graxos, fosfolipídios, triglicerídeos. Estes 
micronutrientes circulam no sangue por meio de uma ligação com apolipoproteínas 
(parte protéica da lipoproteína). De acordo com a proporção da parte protéica em 
relação à parte lipídica, a densidade da molécula é diferente, pois os lipídios possuem 
densidade menor que a água e as proteínas possuem densidade maior que a água. 
Devido a isso, existem quatro tipos básicos de lipoproteínas: HDL (alta densidade), 
LDL (baixa densidade), VLDL (densidade muito baixa) e quilomícron. A 
concentração do quilomícron na circulação linfática é infinitamente maior do que na 
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circulação sangüínea. A diferença na densidade dessas lipoproteínas explica o porquê da 
maior concentração de HDL ser protetora para eventos cardiovasculares. No processo 
de desenvolvimento de arterosclerose, assim como infarto do miocárdio e infarto 
cerebral, a concentração de HDL, sendo maior, irá proporcionar uma maior captação de 
colesterol do endotélio, devido a sua maior parte protéica, levando-o ao meio para ser 
metabolizado. Em contraposto, o aumento da concentração de LDL contribui com o 
desenvolvimento de arterosclerose, pois ela tem o papel de distribuição do colesterol em 
direção ao endotélio. 
 
Os hormônios e excretas metabólicas 
Também são encontrados no sangue hormônios, podendo ser protéicos, como a 
insulina, tireoidiano, ou lipídicos, derivados do colesterol, sendo representados pelos 
hormônios sexuais e supra-renais. Há também excretas metabólicas, derivadas do 
produto do metabolismo da circulação renal e linfática, como uréia, creatinina, assim 
como moléculas no estado gasoso, oxigênio e gás carbônico. 
 
O grupo ABO 
É importante salientar que nem todas as hemácias são iguais; algumas proteínas 
que estão presentes na superfície da membrana das hemácias são diferentes entre os 
indivíduos. Dessa forma, existe três grupos de proteínas que variam de um 
indivíduo para o outro: ABO, Rh e MN. 
O que tem um maior impacto clínico são as proteínas do grupo ABO e do fator 
Rh. Em relação ao grupo ABO, algumas pessoas possuem as proteínas de membrana 
dos eritrócitos que foram chamadas de tipo A. Outros possuem um diferente tipo de 
proteína que foi denominada de tipo B. Outras possuem as duas proteínas, ou não 
possuem nenhuma das duas. É dessa forma que se dividem os diferentes grupos 
sangüíneos. Também estão presentes no sangue anticorpos para a proteína que não está 
presente na membrana do eritrócito. Por exemplo, quem possui a proteína do tipo A 
na circulação, possui o aglutinogênio do tipo A e gamaglobulinas do tipo B. A 
doação de sangue é feita sempre transferindo o sangue a um indivíduo que não possua 
anticorpos para o aglutinogênio do doador. Dessa forma, um indivíduo A não poderá 
receber sangue do tipo B, pois ele possuirá anticorpo contra a proteína B. Assim, uma 
pessoa do tipo A poderá doar sangue para outra do mesmo tipo sangüíneo, ou para outra 
que não possua anticorpo anti-A, sendo esse indivíduo do tipo AB. O mesmo ocorre 
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com o tipo sangüíneo B. O tipo sangüíneo O possui anti-A e anti-B, não possuindo 
proteínas na membrana do eritrócito, podendo este sangue ser transfundido para 
qualquer pessoa, caracterizando o doador universal. Entretanto, como o indivíduo 
possui gamaglobulinas do tipo A e B, a transfusão deve ser em pouca quantidade. 
 
 
O fator Rh 
Uma outra proteína importante é o fator Rh, que pode existir na membrana ou 
não. O individuo Rh+ não desenvolve o anticorpo, uma vez que possui a proteína na 
membrana. Entretanto, o que é Rh-, não possui a proteína na membrana, desenvolvendo 
o anticorpo. Assim, um indivíduo Rh- pode doar sangue para um outro Rh+, entretanto, 
o oposto não pode ocorrer. 
 
A hemostasia 
Os conceitos de hemostase e homeostasia são distintos. O processode hemostase 
ou de hemostasia é importante, pois previne a perda da volemia. É um processo de 
interrupção do sangramento, sendo composto de duas partes: vascular e 
sangüínea. O processo vascular é referente à reação vascular a uma determinada 
agressão, e o processo sangüíneo é o de coagulação. 
No processo vascular, a hemostasia causa um reflexo neural de 
vasoconstrição simpática e, principalmente, um reflexo miogênico com a contração 
muscular, assim como os mediadores vasoconstritores liberados pelas plaquetas. 
Quanto maior for à destruição celular, no processo da lesão vascular, maior será a 
vasoconstrição, pois maior será a liberação de mediadores vasoconstritores, a reação 
miogênica será mais potente e o reflexo neural, mais poderoso. A vasoconstrição é o 
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efeito mais importante que ocorre numa lesão, podendo interromper o sangramento por 
alguns segundos. 
A fase sangüínea pode ser dividida em fase plaquetária e fase de formação 
de coágulo. A fase plaquetária é a ativação das plaquetas, com a adesão entre elas, e 
posterior degranulação, funcionando como um tampão físico na lesão. Esse papel de 
tampão que as plaquetas assumem é contínuo, pois todos os vasos sangüíneos são 
compostos de células endoteliais que se encaixam. Em alguns momentos, há a formação 
de poros que são continuamente obstruídos pelas plaquetas. Um indivíduo com 
trombocitopenia apresenta uma expressão cutânea denominada petéquia, apresentando 
sangramento na forma de pontinhos na pele, por todo o corpo. No caso de uma lesão 
pequena, pode não ocorrer coagulação, pois a fase plaquetária pode, sozinha, 
desenvolver uma hemostasia. 
 
A coagulação sangüínea 
Quando há uma lesão maior, é necessário que ocorra a fase de formação de 
coágulo. A coagulação é um processo de amplificação de uma resposta inicial, 
desencadeada por uma via intrínseca ou extrínseca. A via intrínseca é, basicamente, 
ligada à ativação de enzimas dentro do próprio sangue, e é, tipicamente, 
desencadeada quando ocorre estase sangüínea, ou seja, quando, no local da lesão, a 
velocidade do fluxo diminui muito, leva a facilitação de interação entre algumas 
proteínas, desencadeando a coagulação e a formação de trombo. 
Já a via extrínseca está diretamente relacionada à lesão vascular, e a 
exposição desses fatores intrínsecos a substâncias no interstício. Independente se o 
processo de coagulação se dá através da via extrínseca ou intrínseca, o resultado será a 
ativação da enzima protrombinase, que catalisa a transformação de protrombina em 
trombina. A trombina é uma enzima importante, pois ela que catalisa a transformação 
de fibrinogênio em fibrina , formando a rede de coágulo sobre o qual vai se desenvolver 
o tampão. 
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Sistema Cardiovascular Sangue 
 
A hemofilia é uma doença genética, sendo que a mais comum é a que possui 
uma deficiência na síntese do fator VIII, o que leva ao processo de coagulação mais 
lento, sendo pouco eficiente, e necessitando receber transfusões periódicas, porém não 
do sangue total, mas de um concentrado de plasma, composto principalmente de fatores 
da coagulação denominado de crio-concentrado. É um concentrado de plasma, rico em 
proteínas, dentre elas os fatores da coagulação, que tendem a repor a capacidade de 
coagulação. Paralelamente à formação do trombo, existe ativação do sistema do 
plasminogênio, que ocorre mais lentamente, e é responsável pelas enzimas capazes de 
interromper a coagulação e de quebrar o coágulo. 
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