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Cidade Pós-Liberal
A cidade do século XIX provocou alguns pensadores, Friedrich Engels, Karl Marx, por ter centros urbanos conturbados, densidade excessiva, muito barulho e a poluição das fábricas invadia o céu e poluía as águas, uma cidade caótica. Procuraram entender e refletir melhor sobre o fenômeno da urbanificação das cidades, que produziu inúmeros preconceitos a partir da divisão social, desenvolvimento físico e qualidade de vida. E a partir do pós-guerra, em 1815, nasceram algumas propostas voltadas à política e ao Urbanismo. 
A situação precária dos aglomerados urbanos e principalmente da classe trabalhadora que neles habitava, toma proporções tão descomunais, que começa a ameaçar sistematicamente até mesmo a burguesia dominante, seja por questões de saúde pública, seja por possibilidades concretas de revoltas sociais. 
A cidade pós-liberal começa a partir da revolução de 1848 na França, onde a Direita sai vitoriosa, a burguesia abandona a tese liberal da não intervenção do Estado nos mecanismo setoriais, e usam métodos elaborados pelos reformadores e pelos socialistas utopistas, na primeira metade do século, estabelece um novo modelo de cidade, no qual os interesses dos vários grupos dominantes estão parcialmente coordenados. A liberdade completa, concedida as iniciativas privadas, é limitada pela intervenção da administração (estabelece regulamentos e executa as obras), mas não-intervia nos mecanismos setoriais. Não podendo influenciar em especulações imobiliárias, onde a valorização proveniente do desenvolvimento da cidade é de posse do proprietário. A partir de então, é dividida a parcela pública de administração da parcela privada. 
Tal modelo tem sucesso imediato, permitindo reorganizar as grandes cidades europeias, fundar as cidades coloniais por todo mundo e influenciou na forma de organização das cidades de hoje. As novas mudanças serviam para firmar o acordo entre proprietários imobiliários e políticos conservadores e burocratas. Distinção de serviços primários e secundários. Criou as leis de desapropriação, a fim de suprir as necessidades das áreas centrais. 
Ampliação de ruas criação de avenidas (95km a mais), auto-estradas, estações, ferrovias, edifícios públicos, redes de abastecimento (água, luz, telefone), escolas, hospitais, prisões, quartéis e aquedutos. Aliado às leis sanitárias de combate a pragas e doenças, ocupando dimensões globais. Provocou, nos regimes conservadores da época, a necessidade de instaurar novas formas de gestão pública, em que fossem eliminados os obstáculos ao desenvolvimento urbano, causado pela livre concorrência e interferência das iniciativas imobiliárias.
Divisão do espaço (social, político e territorial); burgueses versus proletariado; áreas nobres versus áreas pobres. Com essas alterações foram priorizados alguns serviços de acordo com as necessidades da cidade, divididos em serviço primário (reconstrução de edifícios, instalação de água, luz, telefone) e secundário (construção de hospitais, escolas mercados, estacionamentos, aeroportos, edifícios públicos). 
As leis urbanas criadas favoreciam os proprietários na questão da construção, com empréstimos e financiamentos, colaborando para a formação de renda. A venda dos terrenos privilegiavam os mais ricos quanto à localização e benefícios urbanos inerentes à conjuntura político-social da época – que condicionava o desenvolvimento e a forma geral da cidade. 
Desenvolvimento da cidade ocorre a partir das necessidades do capital e da classe dominante. Edifícios são passíveis de demolição, mudando outro contexto histórico. A vida dos operários, dos mais pobres, está ameaçada quando: criam-se as diferenças e realizam-se as transformações que elevam ao máximo esse aumento de renda dos proprietários comprometendo a estabilidade da relação entre a população e as suas circunstâncias de vida e de trabalho.
A utilização dos terrenos urbanizados depende dos proprietários individuais, privados ou públicos, a administração influi apenas com regulamentos as medidas dos edifícios em relação as medidas dos espaços públicos, as linhas de limite entre os espaços públicos e privados, a frente da rua, bastam para delimitar o desenho da cidade.
A densidade excessiva no centro é corrigida com obras de higienização, parques públicos e as villas (casas de baixa densidade para os ricos), cortando os bairros centrais dominados pelas classes modestas, embeleza-se os centros das cidades com monumentos e reestruturando o traçado das cidades, demolindo tudo que era a “feiura da cidade”. Os especialistas no funcionamento da cidade recebem um papel secundário subordinado a combinação entre a burocracia e a propriedade. 
Edificios podendo ser construidos sobre a frente das ruas corredor, com verticaçização e alta densidade, mas não no centro da cidade ou afastada da frente da ruas, que são as villas dos ricos
Formação do desenho da cidade sobre “frentes-de-rua”: Os núcleos centrais, onde o comércio era predominante, são construídos a partir de edificações desenhando as principais ruas da cidade. Todas as outras funções (residências, escritórios etc., situadas nos andares altos) estão restringidas neste esquema realizado de propósito para o comércio e para o tráfego, e sofrem seus inconvenientes: a promiscuidade, a falta de ar e de luz, os ruídos.
A pressão do setor imobiliário fez aumentar o valor dos aluguéis,faltas de moradias baratas, excluindo toda a faixa da população que não podia pagar altos preços. Essas famílias se mudaram para a extrema periferia, arrabaldes e em locais precários com baixa infra-estrutura (subúrbio); densidade excessiva, a falta de moradias de baixo custo e a sobreposição da cidade pós-liberal sobre a cidade antiga. Além disso, como na cidade não havia mais espaço para a instalação de indústrias, elas partiam em direção às periferias, deixando o espaço da cidade livre para novas instalações dos serviços secundários
Surgiu a necessidade, para os moradores da periferia e para a vida da fábrica, de reproduzir a forma física da cidade tradicional, com monumentos, praças, jardins etc., construídos em uma nova faixa da cidade, o subúrbio semi-urbanizado colocando-se entre os dois locais. Em geral os serviços primário e secundário estavam concentrados entorno do hábitat da classe dominante – aos outros habitantes, maioria, restava a insuficiência dos serviços e do aparato público.
Distinção entre técnicos e artistas. Os grandes planos da segunda metade do século XIX são elaborados e realizados por profissionais ligados aos ofícios técnicos, que darão à cidade moderna uma feição autêntica, original, solucionando grande parte dos problemas colocados até aqui, em relação à primeira realidade da "cidade liberal". Eles não discutiam decisões já tomadas pelos administradores e a burguesia, mas executavam de forma a deixar aceitável a sociedade, economicamente e esteticamente.
Paris será o modelo para todas as cidades fundadas nesse período. Com o regime de Napoleão III, depois com a atuação do prefeito Haussman, organizam a cidade embelezando o centro com monumentos, desapropriando e passando a régua para desenvolver o centro. Lei sanitária para controle de pragas e doenças em 1850. dividiu em 20 distritos (arroundssement). Criação de 95km de vias. Traçado próximo ou totalmente geométrico com um centro e sempre radial as ruas

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