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Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
1 
 
 
 
 
Comunicação Organizacional 
 
 
 
 
 
Aula 5 
 
 
 
 
 
 
Prof. Achiles Batista Ferreira Junior
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
2 
 
Conversa inicial 
Planejar é uma das tarefas essenciais para o administrador moderno. 
Nesta aula abordaremos a importância de um bom planejamento também das 
ações de Comunicação Organizacional. Planejar a comunicação é ter em 
mente o que se pretende com as ações comunicacionais. Para isso, é 
importante conhecer a fundo o público-alvo a ser impactado por elas, bem 
como os meios disponíveis para a difusão das mensagens, a linguagem 
adequada para se aproximar desse público e a melhor forma de se construir o 
conteúdo a ser transmitido. 
Vamos tratar aqui de como fazer um bom plano de comunicação, que 
aborde itens como a compreensão da estratégia do negócio, o comportamento 
do público e da concorrência, o diagnóstico dos canais de comunicação e 
marketing possíveis para a divulgação, a definição de objetivos e estratégias 
com a campanha de comunicação, a montagem do plano de ação 
propriamente dito, a definição dos indicadores de resultados, a elaboração do 
orçamento e a criação do cronograma de execução das tarefas previstas. 
O planejamento é importante por implantar uma metodologia que torne 
mais fácil alcançar os objetivos almejados. Seguir essas orientações passo a 
passo é fundamental para que a organização cumpra, uma a uma, as metas a 
que se propõe. É o planejamento que demonstra qual é o cenário em que a 
organização está inserida, bem como o perfil do comportamento do seu 
público-alvo, as metas a serem alcançadas e os maiores objetivos da 
instituição. O planejamento deve ser estratégico, no sentido em que deve traçar 
as ações de acordo com a realidade percebida. É por isso que se fala tanto 
sobre a importância da flexibilidade de um planejamento: ele é um norte, mas 
não um caminho inflexível. Para se alcançar este norte, é importante reavaliar 
constantemente as eventuais mudanças no cenário, especialmente porque o 
mundo atual é muito dinâmico e as coisas mudam a todo momento. 
No item sobre a importância de um bom planejador, trataremos do perfil 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
ideal do profissional de gestão e comunicação, que deve sempre ter em mente 
seus objetivos principais e a consciência de que muitas vezes poderá ser 
obrigado a corrigir os rumos do plano, sem perder de vista onde se quer 
chegar. O planejador é o profissional flexível o suficiente para fazer as 
adaptações necessárias, mas rígido o suficiente para que a equipe não se 
perca na execução das tarefas. 
Nos dois últimos itens desta aula, abordaremos pontos fundamentais 
para a comunicação escrita nas organizações, uma vez que a documentação 
de protocolos, ações, normas e determinações é importante para a 
comunicação formal e para se documentar os procedimentos de uma 
organização. 
Trataremos, entre outros tópicos, de dicas práticas para a redação 
técnica, sem perder de vista que as mudanças do mundo contemporâneo já 
chegaram também à chamada “redação comercial”. Hoje em dia aquelas 
tradicionais correspondências que começavam com expressões vazias como 
“venho por meio desta”, e que eram concluídas com expressões do mesmo 
estilo, estão em desuso, mas, com a intenção de promover aproximação entre 
os interlocutores, é importante manter-se um padrão formal, que siga o mínimo 
de estilo para que não se torne solta a ponto de não ter um referencial. A 
chamada “carta comercial” deve seguir uma estrutura que contenha local e 
data, destinatário, vocativo, assunto, despedida e assinatura. Na linguagem 
empregada, deve-se buscar correção, clareza e coesão. 
Por fim, abordaremos mais especificamente a chamada estilística da 
correspondência administrativa, em que, além de coesão e clareza, falaremos 
da importância da atenção à norma culta da língua portuguesa, bem como da 
impessoalidade, da busca pela objetividade e de como prevenir duplas 
interpretações, além de salientarmos a necessidade de evitar regionalismos. 
Tais observações são importantes para que as correspondências 
administrativas, tanto as de cunho interno quanto as que se destinam ao 
público externo da organização, sejam interpretadas da maneira correta, sem 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
confusões, contradições ou dubiedades na interação entre os interlocutores. 
Uma comunicação clara, concisa, coesa e objetiva certamente promove os 
melhores resultados. 
 
Contextualizando 
Considere a seguinte situação: 
Um homem é demitido de seu emprego e, com o dinheiro da rescisão, 
decide abrir um negócio próprio. Há tempos, ele ouviu dizer que uma das áreas 
mais promissoras é a de alimentação. Decide, então, montar um restaurante. 
Perto de sua casa há um imóvel vazio que está para alugar e ele considera que 
aquele pode ser um bom ponto para o empreendimento. Então, monta uma 
cozinha industrial com a ajuda de uma vizinha que cozinhava para fora, compra 
um freezer e uma grande geladeira para as bebidas. Mede o espaço e compra 
mesas e cadeiras. Manda fazer um letreiro para colocar na fachada, com o 
nome do restaurante. Contrata uma cozinheira e combina com ela um cardápio 
para os primeiros dias. Pede que a cozinheira faça uma lista de compras e vai 
ao supermercado comprar os insumos. Estabelece o preço da comida por 
quilo, de acordo com o que viu em restaurantes que já havia frequentado. 
Avisa os vizinhos mais próximos, pede que eles indiquem-no aos 
conhecidos e abre o restaurante. No primeiro dia, recebe quatro vizinhos que 
foram para conhecer. No segundo dia, dois vizinhos e duas pessoas 
desconhecidas. E assim foi durante as primeiras semanas, recebendo sempre, 
em média, quatro ou cinco pessoas. Passadas três semanas, o empreendedor 
decide fechar as portas, pois conclui que seu negócio não deu certo. 
Qual — ou quais — foram os erros do empreendedor? Vamos refletir. 
Antes de abrir o negócio, ele deveria ter avaliado pelo menos alguns 
pontos importantes: 
 Área de atuação: ele “ouviu dizer” que a área de alimentação era 
promissora. Mas será que ele tinha alguma afinidade com esse 
campo de atuação? Ele conhecia o setor? Que tipo de restaurante 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
pretendia abrir? Que comidas serviria? 
 Público-alvo: quem seriam seus clientes? Que segmentação de 
mercado pretendia atingir? Que faixa etária, que classe social, de 
quais estilo e gostos? 
 Ponto comercial: o empreendedor viu um imóvel para alugar e, num 
ímpeto, decidiu montar ali seu restaurante. Mas não chegou a analisar 
se o ponto era próprio para o seu negócio. Quantos restaurantes 
havia no bairro? Qual era a população do bairro? As pessoas da 
região costumam comer fora de casa? Há empreendimentos 
comerciais com bom fluxo de pessoas, que pudesse promover 
movimento no restaurante? 
 Escolha de fornecedores: houve alguma pesquisa de preço e 
qualidade antes de comprar a cozinha industrial, a geladeira, o 
freezer, o letreiro e, principalmente, os insumos para a produção dos 
alimentos? 
 Estoque: quantas refeições serviria por dia? Quanto precisaria ter em 
estoque de cada produto? Como se estocariam os produtos 
perecíveis? 
 Normas e legislação: o empreendedor montou o negócio antes 
mesmo de saber a que regras deveria se submeter: normas da 
Vigilância Sanitária, leis que regem o empreendimento etc. 
 Viabilidade comercial: não houve estudo de viabilidade comercial, que 
serviria para analisar, previamente, se o negócio seria viável 
financeiramente, além de ajudar na precificação de seus produtos. Comunicação: fazer um letreiro e avisar os vizinhos seria suficiente? 
Pelo visto, não. O empreendedor não pensou previamente em como 
divulgar o seu negócio. 
 Missão, visão, valores: afinal, para que ele estava criando a empresa? 
 Metas e objetivos: o que pretendia com o negócio? Quanto precisaria 
vender por dia, por semana, por mês? Em quanto tempo o 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
investimento inicial retornaria? Aliás, de quanto foi o investimento 
inicial? Aparentemente, nem o empreendedor sabia quanto gastou... 
enquanto tinha dinheiro, foi gastando. 
 Perseverança: será que o empreendedor não desistiu muito cedo? 
 
Mesmo que esta seja uma situação caricatural e fictícia, sabemos que 
muitas empresas (talvez a maioria) são criadas assim. Este exemplo é um 
típico caso de falta de planejamento estratégico. Se ele tivesse planejado 
melhor suas ações, considerando a realidade do momento e do local, 
certamente teria sucesso com seu empreendimento — ou teria percebido que 
não era um bom negócio antes mesmo de abrir o restaurante. É por esses e 
outros motivos que o planejamento é tão importante, fundamental, e não deve 
ser tratado como mero detalhe na gestão de uma empresa. 
Infelizmente, muitas empresas são abertas sem o menor planejamento e 
muitas outras, que reúnem seus gestores de tempos em tempos para fazer o 
“planejamento estratégico”, acabam deixando o programa abandonado, sem 
aplicação. Planejamento não é algo a ser esquecido numa gaveta ou arquivo 
de computador. Pelo contrário, ele deve ser conhecido por todos os integrantes 
da organização e implantado, com as eventuais revisões necessárias, por toda 
a equipe. 
 
Tema 1: Os Planos de Comunicação 
O planejamento deve ser o ponto de partida para a execução das ações 
de comunicação de uma organização. Agir sem planejar é um risco que pode 
prejudicar de forma incalculável uma organização, tanto financeiramente 
quanto na imagem que ela apresenta perante a opinião pública. 
 
Plano e planejamento 
“Planos são nada; Planejamento é tudo” (Dwigth D. Eisenhower, citado 
por Kotler, 2008). Antes de detalharmos o roteiro passo a passo para um bom 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
7 
plano de comunicação, é importante estabelecer a distinção entre plano e 
planejamento. Pode-se dizer, preliminarmente, que planejamento é a base para 
um plano de execução. O planejamento vê o todo antes das partes. Numa 
organização, o planejamento estratégico analisa o contexto em que a 
instituição está inserida, a situação econômica, política e social do ambiente, o 
público-alvo e os objetivos da organização, de acordo com a missão e os 
valores declarados pela empresa. 
Já o plano é o conjunto de ações a serem implementadas. Enquanto o 
planejamento é a metodologia, o plano é a aplicação dela. Enquanto o 
planejamento é estratégico, o plano é tático. Enquanto o planejamento é a 
análise do todo, diversos planos são adotados para a execução do que se 
pretende. 
 
Planos de comunicação 
Planejar a comunicação para uma organização depende da adoção de 
passos importantes, como a definição de um objetivo a ser alcançado. Para 
que ele seja cumprido, a organização deve saber quais estratégias adotar, e 
também quais ferramentas devem ser utilizadas para que as ações previstas 
sejam implementadas. Para que os resultados desejados sejam alcançados, 
também é necessário definir o posicionamento da empresa. A organização 
precisa compreender o quê, quando, como e com quem falar. 
O plano de comunicação é um guia das ações a serem adotadas no 
processo de divulgação de informações ou campanhas de uma organização. É 
um documento produzido pelos responsáveis pela comunicação, que registra 
os esforços que serão empreendidos para a divulgação. Esse documento deve 
explicar os caminhos a serem percorridos para que se possa divulgar a 
mensagem da maneira correta, na linguagem ideal, para o público exato, pelo 
canal correto e no tempo certo. O plano deve incluir as questões-chave que 
determinam as ações a serem tomadas: 
 Quem? Qual é o público-alvo que a organização quer atingir? 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
 O quê? Qual é a mensagem que se pretende divulgar? (Na linguagem 
ideal para o público.) 
 Como? De que forma a mensagem será elaborada? 
 Quando? Passo que define o tempo adequado para a entrega da 
mensagem. Numa campanha publicitária, por exemplo, é importante 
estabelecer os horários em que o público pode ser impactado e 
também por quanto tempo a campanha será veiculada. 
 Onde? Quais serão os canais/meios escolhidos para a divulgação? É 
necessário, para esta escolha, sabe os hábitos do público-alvo — por 
exemplo, se são usuários das novas tecnologias ou das mídias 
tradicionais, ou mesmo de ambas. 
 Por quê? Quais são os resultados esperados? 
 
O site http://trends.rmacomunicacao.com.br/ elaborou uma lista com sete 
passos importantes para conceber um plano de comunicação corporativa. 
Segundo as orientações do site, é por meio do plano que se estabelece uma 
proposta que tenha valor para o público-alvo. Partindo-se da estratégia e do 
posicionamento do negócio, estabelece-se como a proposta da organização 
será veiculada nos mais diversos canais de comunicação. 
Os sete passos indicados pelo site são os seguintes: 
 
1) Entender a estratégia do negócio: O plano de comunicação deve 
estar totalmente alinhado à estratégia da organização, para que sirva, 
de fato, para o cumprimento dos objetivos estabelecidos para o 
negócio. É preciso compreender o contexto em que a organização 
está inserida, como a concorrência está estabelecida, quais são as 
perspectivas e quem é o público-alvo. É preciso saber os objetivos da 
organização a curto, médio e longo prazos. 
2) Analisar o comportamento do público e da concorrência: de 
acordo com as orientações do site, não basta conhecer a 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
9 
concorrência e o público-alvo: é preciso saber qual o comportamento 
de ambos. Pesquisar as estratégias de marketing e vendas da 
concorrência, além de listar suas melhores práticas, é importante para 
definir suas próprias ações. Conhecer o posicionamento da 
concorrência no mercado é fundamental para estabelecer o 
posicionamento desejado por você próprio. Em relação ao público, é 
fundamental conhecer seus hábitos de compra e de consumo, suas 
preferências, estilos, gostos e desgostos, como forma de desenvolver 
mensagens personalizadas em busca dos melhores resultados. 
3) Fazer um diagnóstico dos canais de marketing e comunicação: 
Com os avanços tecnológicos, os canais de comunicação estão cada 
vez mais segmentados e em maior número. Na hora de se planejar a 
comunicação de uma organização, é necessário saber onde está o 
público e quais os canais mais adequados para atingi-lo. É importante 
comparar potenciais resultados das mídias tradicionais e das 
eletrônicas. Qual é o comportamento do público nas redes sociais, por 
exemplo. A organização deve selecionar as mídias que 
potencialmente trarão melhor resultado. Também é importante 
monitorar os resultados constantemente, para realizar eventuais 
ajustes ou mudanças de tática. 
4) Definir objetivos e estratégias: Sem saber aonde se quer chegar, é 
inócuo estabelecer ações. Portanto, a organização deve definir quais 
são os objetivos que pretende atingir com a comunicação para, então, 
traçar as estratégias adequadas para a sua ação. 
5) Montar o plano de ação e definir indicadores de resultados: 
Conforme já destacamos anteriormente, o plano de ação é a parte 
tática do planejamento. É a definição das ações a serem adotadas. 
Nessa etapa,é importante definir os recursos destinado à 
comunicação, bem como os profissionais responsáveis pelas diversas 
ações, as formas de execução de todos os passos e a maneira como 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
10 
os resultados serão mensurados. 
6) Elaborar o orçamento: A elaboração do orçamento é ponto 
fundamental para que se saiba exatamente o que fazer. Quanto mais 
detalhados estiverem os custos de cada ação, mais minucioso e 
preciso será o plano. 
7) Criar um cronograma de execução: O cronograma é fundamental 
para a visualização das ações no decorrer do tempo. Se as ações 
forem organizadas em cascata, a visualização fica facilitada e as 
eventuais correções podem ser feitas durante a própria execução do 
plano, evitando ações desnecessárias, prejudiciais, e preservando o 
investimento realizado. 
 
Uma vez idealizado o plano, a organização tem em mãos todo o 
procedimento passo a passo para colocá-lo em prática, quer fazendo ajustes 
necessários no decorrer da adoção das ações, quer seguindo rigorosamente o 
que foi planejado. 
 
O plano para a comunicação interna 
Da mesma forma que uma organização deve ser rigorosa no 
planejamento de suas ações de comunicação junto ao público externo, também 
deve haver a preocupação de planejar bem a comunicação interna. Assim 
como a comunicação externa deve estar alinhada às estratégias gerais da 
organização, a interna também deve estar harmonizada com as diretrizes da 
empresa. Ela deve auxiliar a empresa a alcançar seus objetivos, a partir do 
público interno. 
De acordo com Assad (2016), é importante que a comunicação interna 
seja estratégica. Mas a autora aponta que muitas empresas não possuem 
estratégia definida, outras têm estratégias vagas ou que não são condizentes 
com a realidade da empresa. Ela afirma que a comunicação pode, inclusive 
nesses casos, auxiliar a organização a estabelecer sua própria estratégia. O 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
11 
objetivo geral é que cada área utilize a estratégia organizacional como ponto de 
partida para criar suas próprias táticas e objetivos. 
Assad (2016) alerta, ainda, sobre o risco de as empresas desenvolverem 
suas estratégias de forma reativa ao aparecimento de problemas, e não 
proativa, como deveria ser, antecipando-se a eles. Segundo a autora, isso 
pode fazer com que a comunicação interna não desperte as equipes à 
participação e os trabalhadores se tornem, portanto, pouco participativos. 
O alinhamento da comunicação com a estratégia geral da empresa deve 
se dar em todas as instâncias, especialmente em quatro vertentes: missão, 
objetivos, estratégia e táticas. Assad (2016) ressalta que a comunicação irá 
agregar valor a cada um desses elementos, 
tornando os conceitos estratégicos e objetivos da organização comunicáveis e 
compreensíveis aos seus stakeholders, criando mecanismos de 
obter feedback dos colaboradores e fazer com que esses inputs cheguem à 
diretoria e implementando planos de comunicação que efetivamente reflitam as 
estratégias organizacionais. (Assad, 2016) 
Outro ponto importante é que a comunicação deve estar harmonizada 
com a cultura organizacional, de forma que todas as pessoas da instituição a 
conheçam e adotem. Assim, as estratégias de comunicação darão suporte à 
tomada de decisão da diretoria e das lideranças da organização. 
Com um plano de comunicação interna, a organização passa a ter 
clareza de seus processos, os profissionais passam a compreender 
exatamente seus papeis, os orçamentos e cronogramas tornam-se visíveis e 
compreendidos por todos e os resultados são mais facilmente mensurados. 
 
Tema 2: A Importância do Planejamento 
Planejar as ações de comunicação é uma forma de os gestores poderem 
antever e antecipar-se a eventuais problemas. O planejamento permite uma 
visualização geral de todas as ações de comunicação que se pretende 
implantar. Isso é de suma importância para o sucesso da gestão. 
Há inúmeros motivos pelos quais o planejamento é importante. Pode-se 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
12 
enumerar alguns deles apontando para a necessidade de se conhecer a fundo 
a realidade em que a organização está inserida, o público que ela pretende 
impactar e as melhores formas de se comunicar com este público. 
Para Kotler (2008), 
Planejamento Estratégico orientado para o mercado é o processo gerencial de 
desenvolver e manter um ajuste viável entre os objetivos, experiências e recursos 
da organização e suas oportunidades de mercado mutantes. O propósito do 
planejamento estratégico é moldar e remoldar os negócios e produtos da empresa 
com objetivo de crescimento e lucro. 
Comumente, falhas na comunicação são apontadas como um dos 
maiores problemas do dia a dia das organizações. Estudo apresentado no 
Fórum Nacional de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos 2007, 
realizado pelo Project Management Institute do Rio de Janeiro (PMI-RIO), 
indica que a comunicação é a primeira deficiência dos gestores de projeto. O 
mesmo estudo mostrou que a comunicação é o quarto fator considerado mais 
importante no planejamento das empresas na fase de planejamento dos 
projetos: tal foi a opinião de 67% dos gestores entrevistados. Segundo 64% 
das empresas pesquisadas, o quesito “comunicação” foi apontado como o 
primeiro maior fator de problemas em projetos. 
Por isso, o planejamento das ações de comunicação se torna cada vez 
mais fundamental nas organizações que buscam transparência e modernidade 
em sua gestão. Segundo Moreira (2016), o planejamento de comunicação é a 
única forma de se certificar que a informação certa chegue ao público correto, 
no momento exato. Para o autor, é importante haver um planejamento de 
comunicação independente do porte da organização ou do tamanho do projeto 
que esteja sendo desenvolvido. 
O planejamento de comunicação deve levar em consideração as 
melhores formas de impactar cada um dos stakeholders — clientes, parceiros, 
empregados, acionistas, concorrentes, comunidade de entorno e sociedade em 
geral. “Tem que se levar em consideração os interesses e poderes dos 
stakeholders, pois o desprezo a esses itens fará com que o risco de insucesso, 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
13 
resistência e atritos durante o projeto aumente consideravelmente” (Moreira, 
2016). 
O autor salienta, ainda, que a comunicação bem estruturada é um 
instrumento importante para facilitar a transparência das ações, bem como 
para dar agilidade e segurança às ações. “A comunicação apoia a tomada de 
decisões e conquista aliados” (Moreira, 2016). Ao mesmo tempo, segundo 
Moreira, quando mal elaborada ou mal compreendida, ela prejudica os 
processos envolvidos na organização. 
Moreira (2016) afirma que a comunicação é um processo que promove a 
troca de informações por meio de um código comum (sistema de símbolos, 
sinais e comportamentos). Ele enumera que, nesse processo, é necessário 
identificar (Moreira, 2016): 
 expectativas, poder e interesse dos stakeholders; 
 tipo e quantidade de informação; 
 tecnologia da informação e mídias disponíveis; 
 formato e mídia; 
 periodicidade. 
De acordo com o site www.agenciatrato.com.br, a divulgação de um 
projeto, um novo serviço ou uma inovação é tão importante quanto sua própria 
criação. Essa divulgação depende de um amplo trabalho de planejamento que 
ajuda a organização a cumprir seus objetivos. Somente com um projeto 
minucioso e seu cumprimento é que se vai conseguir que a mensagem correta 
chegue ao consumidor que representa o público-alvo da organização. 
Concretizar a propagação de ideias, ainda segundo o site, requer estudo e 
planejamento. Desse planejamento depende,inclusive, a percepção da 
maneira mais apropriada para se adequar a mensagem a uma estrutura de 
comunicação. De acordo com o site, diversos aspectos devem ser levados em 
consideração na hora de pensar o planejamento da comunicação: “a economia, 
demografia, questões sócio-políticas, tecnologia, cultura local… pode até não 
parecer, mas tudo isso é de fundamental observação na hora de comunicar 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
14 
algo ao consumidor”. 
O planejamento de comunicação também deve lidar, segundo as 
orientações do site, com a necessidade de se fornecer informações a todos os 
envolvidos no projeto, para que se possa evitar ruídos ou mesmo dificuldades 
na execução do mesmo. Quanto mais rigoroso for o planejamento, maiores 
serão as chances de sucesso para o projeto ou a organização. 
Para Kunsch (2003), não basta se pautar por táticas isoladas de 
comunicação. Para se resolver questões críticas, gerenciar crises e gerir a 
comunicação como um todo, é fundamental que as organizações desenvolvam 
uma visão global e contextualizada, que seja estrategicamente pensada. Isso 
só é possível com um Planejamento Estratégico minucioso. A autora propõe 
que o planejamento siga quatro princípios para ser completo: 
1) O planejamento estratégico deve ser feito a partir de uma metodologia 
gerencial ou técnica administrativa que seja capaz de direcionar as 
atividades para que se obtenham os melhores resultados, 
correspondendo às demandas e necessidades do ambiente. 
2) A área de comunicação deve ocupar um espaço estratégico na 
estrutura organizacional. 
3) O executivo principal da organização deve estar preparado para ser 
responsável pela comunicação. Da mesma forma, a equipe toda deve 
receber capacitação. 
4) A cultura organizacional corporativa deve ser valorizada e também 
deve incentivar a participação das pessoas. Elas devem ser 
envolvidas na formulação do planejamento estratégico. As equipes 
devem ser incentivadas a pensar estrategicamente, criar e analisar 
pontos fortes e fracos do ambiente interno da comunicação. 
 
A comunicação eficaz será aquela capaz de direcionar a emissão das 
mensagens adequadas e oportunas, que sejam assimiladas sem ruídos pelos 
públicos de interesse da comunicação. Para isso, o discurso deve ser ajustado 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
15 
de acordo com a cultura organizacional. 
O planejamento de comunicação tem mais chances de ser eficaz 
quando consegue comunicar a missão, a visão, os valores e os princípios da 
organização. Mais do que nunca, a missão de uma organização deve ser 
verdadeiramente conhecida por seus públicos de interesse, e não apenas 
estampar um bonito cartaz na recepção da empresa. Quando todos os públicos 
de interesse (empregados, clientes, stakeholders em geral) sabem e vivenciam 
a missão, ela passa a representar o que é, de fato, a organização. 
Na hora de se elaborar o planejamento de comunicação, é importante 
registrar o valor que a empresa pretende oferecer a seus públicos, por meio de 
seus produtos e serviços. As pessoas, cada vez mais, buscam satisfação, 
prazer, benefícios... e não exatamente ‘produtos’. 
Embora cada organização tenha sua dinâmica e seus próprios 
processos, de maneira geral, pode-se dizer que um planejamento anual, com 
flexibilidade para adotar mudanças e passar por revisões constantes, pode ser 
suficiente para que uma organização mantenha seus processos sob controle, 
mensurando resultados e se projetando para o sucesso. 
 
Tema 3: As Principais Características de um Planejador 
O planejador é um dos profissionais mais importantes da empresa 
quando ela precisa se organizar e se estruturar. Ele é o profissional que deve 
ter a visão do todo e muito conhecimento sobre as partes: conhecer — e ajudar 
a determinar — os grandes objetivos da organização, mas saber quais 
profissionais, e de que áreas, serão responsáveis pela execução dos mais 
diversos planos. Se já frisamos tanto que o planejamento precisa estar 
fortemente ligado à missão, visão, valores e objetivos, o planejador deve 
conhecer a fundo esses tópicos, pois será ele o responsável pelo alinhamento 
dos planos com as estratégias da organização. 
O perfil desse profissional exige mais observação do que ousadia; mais 
análise do que ímpeto; mais calma do que ansiedade; embora ele deva 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
16 
desenvolver a rapidez de raciocínio necessária para poder orientar os demais 
sobre a tomada de decisões e eventuais mudanças de rumo no andamento das 
execuções. 
Cavalcanti (2016), executivo do Bradesco, afirma em artigo sobre o tema 
que o planejamento tem por obrigação gerar ideias para promover o sucesso 
do negócio. Para isso, o executivo defende que o profissional da área precisa 
desenvolver algumas características e habilidades especiais. “É preciso ter 
espírito de planejador para ser um bom planejador”, afirma ele (Cavalcanti, 
2016). 
O autor citado compara metaforicamente a figura do planejador a uma 
bússola, já que é ele quem orienta, indica os caminhos, direciona o cliente para 
que ele consiga chegar aonde quer. Cavalcanti (2016) define quatro 
características fundamentais ao perfil do profissional de planejamento: 
1) Uma alma curiosa. O bom planejador é aquele que busca 
incessantemente o conhecimento e as informações de que precisa. 
Pergunta muito, questiona tudo, quer saber o porquê das coisas. Com 
essa curiosidade aguçada, este profissional tende a ver mais 
oportunidades onde as pessoas em geral não veem, assim como 
detectar problemas onde as pessoas em geral não detectariam. Ele 
tem olhar astuto, para enxergar as coisas de um jeito novo e original. 
2) Uma visão de negócios. O bom planejador deve analisar 
constantemente o andamento das execuções e questionar-se quanto 
falta para chegar ao “norte” desejado. 
3) A terceira característica apontada por Cavalcanti (2016) é a 
capacidade de comunicação. O bom planejador deve vender suas 
ideias e fazer com que as pessoas sigam os rumos que ele aponta. 
Este profissional deve ter a habilidade de traduzir informações 
densas, de forma que todos a compreendam, inspirando assim a 
criação. 
4) Por fim, a quarta característica fundamental, segundo Cavalcanti 
 
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17 
(2016), é “saber olhar para o lado”, saber trabalhar em equipe. Este 
profissional deve ser um agregador de pessoas e saber unir ideias 
diferentes, de áreas diversas, que possam somar-se ao projeto. O 
profissional de planejamento deve saber liderar essas diferenças, 
conduzindo as ideias para uma mesma direção. 
 
Na agências de publicidade, o profissional de planejamento é conhecido 
como planner. É ele quem fornece ideias a outras áreas da agência, 
especialmente à área de criação, que é a responsável pela execução dessas 
ideias para as campanhas. Mas é importante salientar que eles não criam, e 
sim dão subsídios para o setor de criação. É um profissional que deve estar 
constantemente muito bem informado, pois faz pesquisas o tempo todo, analisa 
o mercado e o comportamento do consumidor. 
O site www.omelhordomarketing.com.br afirma que os planners também 
são responsáveis por descobrir eventuais problemas nas marcas. Eles 
pesquisam se os clientes e consumidores em geral estão satisfeitos e o que 
estes desejam de determinada marca, além de, especialmente, analisarem se 
o que as marcas prometem é condizente com os anseios dos consumidores. 
São estrategistas que têm a função de encontrar soluções para os clientes. 
Mais do que apenas cumprir metas e objetivos, os planners precisam descobrir 
maneiras de ir além, para conseguirem mais do que simplesmentesatisfazer os 
clientes e, sim, encantá-los. 
Boa parte do trabalho dos planners envolve pesquisa — da 
concorrência, do noticiário, de comunicação, de tendências, de novas mídias, 
de novas tecnologias. Mas, para que esse trabalho seja efetivo, os planners 
devem ter habilidades de comunicação que lhes permitam transformar os 
dados pesquisados em informações relevantes. 
O profissional de planejamento, de maneira geral, é quem estabelece 
todo o roteiro de execução de um conjunto de planos (que é, afinal, o 
planejamento). Ele deve prever com antecedência todas as ações, bem como 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
18 
os recursos, as formas de execução e os meios necessários para as tarefas. 
Da mesma forma, durante a execução, ele deve acompanhar o andamento e 
monitorar os resultados parciais. Se houver qualquer necessidade de ajuste, é 
ele quem deve perceber e implantar as eventuais mudanças. O cronograma de 
ações deve ser previsto pelo profissional de planejamento. É ele quem deve 
estabelecer o tempo de execução para cada etapa do projeto. 
Esse profissional acaba tendo responsabilidades, não apenas junto à 
sua própria equipe, mas também na orientação de equipes de outros 
departamentos, eventualmente envolvidos no planejamento. Além de tudo isso, 
o planejador deve conhecer a fundo a área em que seu projeto esteja 
envolvido. Quanto mais ele conhecer o negócio em que atua, mais 
desenvoltura e segurança terá para orientar a execução do planejamento. 
Conforme já frisamos aqui, o profissional de planejamento deve ter uma 
visão detalhada da organização como um todo. É a partir dessa visão 
contextualizada que ele poderá determinar etapas para cada parte da 
organização. Essa visão do todo é denominada “visão sistêmica”, pois trata a 
organização, e mesmo o planejamento, como um amplo sistema que se 
completa com cada parte do processo. É uma função estratégica, mas o 
profissional precisa estar muito próximo das ações táticas e operacionais 
desenvolvidas na organização, por meio de seus planos. 
O profissional de planejamento é o responsável pela criação do plano de 
comunicação, que deverá refletir suas previsões para a organização. Por isso, 
esse profissional deve ter muito conhecimento sobre as realidades de mercado, 
bem como sobre a concorrência e o público de interesse da organização. 
A pessoa que estrutura o planejamento necessita ter uma percepção 
aguçada e uma sensibilidade rigorosa para perceber eventuais necessidades 
de adaptação do mesmo. Todo o itinerário detalhado nos dois itens anteriores é 
elaborado sob a coordenação do profissional de planejamento. 
 
 
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19 
Tema 4: Prática de Redação Técnica 
Para se compreender as especificidades da redação técnica, é 
importante analisar, primeiramente, as diferenças entre as características 
linguísticas das redações literária e técnica. Enquanto a redação literária 
admite liberdades linguísticas, como metáforas, dubiedades, subjetividades, 
trocadilhos e outras formas mais desenvoltas, a redação técnica, 
necessariamente, exige clareza e objetividade. Não se pode correr o risco de 
que o interlocutor interprete a mensagem de maneira diferente das intenções 
do emissor. Na redação literária, o leitor está livre para fazer a interpretação 
que quiser. 
O portal Brasil Escola apresenta a seguinte comparação entre a redação 
literária e a técnica: 
 
 
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20 
 
Figura 1: Redação técnica x redação literária. 
 
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/diferencas-entre-redacao-tecnica-literaria.htm 
Para a redação Técnica, como vemos, o maior objetivo é ser informativo, 
sem deixar margens para duplas interpretações. Não se admite linguagem 
simbólica ou figurada, as palavras devem estar sempre no seu sentido literal, 
denotativo. O vocabulário deve ser preciso, ou seja, a escolha das palavras 
deve ser rigorosa para que não haja qualquer risco de interpretação 
equivocada. Os textos devem primar pela utilização da função referencial, ou 
seja, as informações tratadas devem ser calcadas em fundamentos e dados 
concretos. Por fim, busca-se a imparcialidade (evitando adjetivos e 
posicionamentos que demonstrem preferência por uma linha de argumentação 
em detrimento de outra, especialmente em polêmicas), a exatidão (evitando 
 
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21 
imprecisões, dados não confirmados ou meras impressões) e a eficácia da 
linguagem (tomando-se cuidados para que os objetivos pretendidos com a 
mensagem sejam alcançados). 
Mesmo com a modernização das relações de trabalho, muitas vezes a 
comunicação dentro de uma organização precisa ser documentada por meio de 
memorandos, relatórios, cartas comerciais, comunicados e outros formatos, 
pois eles representam os registros formais das correspondências profissionais. 
Mas, como estamos inseridos num mundo conturbado, em que o tempo 
passou a ser um dos recursos mais preciosos, é preciso buscar a objetividade 
e a clareza em textos curtos, concisos e que transmitam claramente o que 
precisam transmitir. Nesse contexto, expressões tradicionais da antiga 
“redação comercial” estão em desuso, pois tornaram-se clichês, além de serem 
completamente dispensáveis, na maioria das vezes. Veja alguns exemplos de 
expressões que, apesar de muito comuns, hoje em dia são desaconselháveis: 
 “Vimos por meio desta” e outras fórmulas parecidas (“Servimo-nos da 
presente para informar...”, “Por intermédio desta solicitamos...”, “Tem 
esta a finalidade de...”) — além de serem clichês (chavão, expressão 
desgastada pelo uso), são expressões inócuas, pois não acrescentam 
qualquer informação. Se estamos enviando uma carta (um ofício, um 
e-mail), já está claro que vamos “por meio dela” fazer a comunicação 
necessária. Ou seja, não há a menor necessidade de utilizar tais 
expressões no início das mensagens profissionais, dentro ou fora da 
organização. O melhor, nesses casos, é ir direto ao assunto, com a 
objetividade que o mercado exige. 
 “Estamos inteiramente à disposição” — ninguém salientaria que está 
“mais ou menos à disposição”. Portanto, esta é mais uma expressão 
desnecessária. Basta frisar que se está “à disposição”. 
A redação técnica é utilizada para as correspondências internas de uma 
organização e também para as que são encaminhadas ao público externo. Os 
formatos mais usuais, que detalharemos a seguir, são: ata, circular, certificado, 
 
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22 
contrato, memorando, parecer, procuração, recibo, relatório e declaração. 
 
Ata 
A ata é um instrumento formal para documentar eventos cotidianos de 
uma organização, seja ela uma empresa, uma entidade de classe, uma 
instituição ou mesmo um condomínio residencial. Tal registro é importante para 
que não haja dúvidas sobre detalhes relevantes do ocorrido de que se deseja 
tratar. Tome-se o exemplo de uma reunião de condomínio. Todas as 
polêmicas, discussões e deliberações devem ser registradas em ata, para 
eventuais consultas futuras. Como se trata de um registro formal, a ata deve 
cumprir algumas regras básicas de redação técnica: conter título (indicação de 
que evento ela trata), data, nomes dos participantes do evento, resumo dos 
assuntos tratados e deliberações, e, por fim, as assinaturas de todos os 
presentes. Veja o exemplo retratado no portal Brasil Escola: 
 
 
 
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23 
Figura 2: Modelo de ata 
Ata referente ao primeiro conselho de classe realizado pela (nome completo da 
instituição) 
 
Aos vinte e três de março de 2010, às dezessete horas e trinta minutos, sob o comando do 
diretor(nome completo), da coordenadora pedagógica (nome completo) e demais professores, 
realizou-se o primeiro conselho de classe referente ao 1º bimestre, tendo por objetivo a análise 
do rendimento de todos os educandos, usando como instrumento de verificação as avaliações 
formais. Dentre as propostas inerentes ao evento, destacaram-se as medidas a serem tomadas 
no que diz respeito às possíveis falhas obtidas mediante o processo avaliativo, com vistas a 
contorná-las. Constatados e discutidos todos os propósitos, encerrou-se a reunião, na qual 
eu (nome da secretária escolar) lavrei a ata, lida e assinada por todos os presentes. 
 
Belo Horizonte, 23 de março de 2010. 
 Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/ata.htm 
 
Circular 
A circular é um comunicado destinado aos empregados de determinado 
setor de uma organização. Normalmente é emitida pelo próprio chefe desse 
setor e recebe a denominação de “circular” porque deve percorrer todas as 
pessoas que compõem o departamento. Ela serve para transmitir normas, 
procedimentos e determinações. 
Como também se trata de um documento oficial, deve seguir algumas 
orientações e conter: 
 timbre da organização; 
 título e número (por exemplo: Circular nº 5/ 2015); 
 data (sem a localidade, visto que é um documento de circulação 
interna); 
 ementa (resumo do assunto que será abordado no texto); 
 vocativo (pronomes de tratamento corretos); 
 texto explicativo; 
 despedida objetiva; 
 
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24 
 assinatura (sem linha, sobre o nome por extenso, com identificação 
do cargo do emissor). 
Observe o modelo fornecido pelo portal Brasil Escola: 
 
Figura 3: Modelo de circular 
Fundação Terceiridade 
CNPJ: 32.003.003/0001-01 
Rua do João, 600 
640030-300 — Porto Alegre — RS 
 
CIRCULAR Nº 02/09. Em 16 de fevereiro de 2009. 
 
Ementa: Feriado de carnaval 
Senhores funcionários: 
Comunicamos que no dia 21 deste mês teremos expediente normal. Porém, nos dias 23 e 
25, que, respectivamente, antecede e sucede a data do feriado (24), não haverá expediente. 
Em relação a este fato, estimo bom descanso a todos. 
 Atenciosamente, 
 
 
___________________ 
Joaquim João de Oliveira. 
Gerente administrativo 
 
R:ACM 
D: CVS 
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/circular.htm 
 
 
Certificado 
O certificado é um documento que comprova que determinada pessoa 
participou de um curso, um congresso ou outro tipo de evento. Normalmente, é 
emitido pelos organizadores do evento em questão. Por meio do certificado, a 
 
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25 
instituição e as pessoas que assinam o documento atestam a sua “veracidade”, 
assumindo a responsabilidade pelo seu conteúdo. 
Veja um exemplo disponibilizado pelo Portal Brasil Escola: 
 
Figura 4: Modelo de certificado 
CERTIFICADO 
Certifico que o(a) aluno(a) ___________________________________________ participou do 
V Simpósio sobre educação infantil, no período de _______ a __________, perfazendo um 
total de ________ horas. 
Campo Belo, ________________. 
________________________ 
Diretor Geral do Departamento de Letras da CBMG 
 
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/certificado.htm 
 
Contrato 
Um contrato é um acordo entre duas ou mais partes, que se transferem 
direitos e se sujeitam a obrigações. 
Vejamos um exemplo disponibilizado pelo portal Brasil Escola: 
 
 
 
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26 
Figura 5: Modelo de contrato 
Contrato Social Civil 
Que entre si, fazem ______________________________________________, brasileiro, 
casado, professor, residente e domiciliado nesta cidade de ___________________, Estado 
de ______________, portador da Identidade RG nº _________, série ___________, expedida 
pelo_______________________, e ______________________________, brasileira, casada, 
empresária, residente e domiciliada nesta cidade de ___________________, Estado de 
_________________, portadora da Identidade RG nº _____________, série 
__________________, expedida pelo __________________________ sob cláusulas e 
condições seguintes: 
Primeira: 
A sociedade civil ficará sob a denominação de ____________________ e terá sua sede 
matriz na Rua _______________, nº __________, nesta cidade de ______________, Estado 
de ____________________ . 
Segunda: 
A presente sociedade terá como exploração o ramo de _____________________ . 
Terceira: 
_________________________ , etc. 
______________, ______ de _____ de _______ . 
______________________________ 
 Assinatura dos contratados 
______________________________ 
Assinatura das testemunhas 
 
 
Fonte: http://www.brasilescola.com/busca/?q=contrato 
 
 
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27 
Memorando 
Memorando é um comunicado interno de uma organização. É um 
documento utilizado quando se quer dar agilidade à comunicação. Assim como 
outros exemplos que vimos acima, este também deve seguir algumas 
orientações. O memorando deve conter: 
 timbre da instituição; 
 número do memorando; 
 remetente; 
 destinatário (com a identificação do cargo que ocupa); 
 assunto; 
 local e data; 
 texto de conteúdo; 
 despedida; 
 assinatura e cargo do emissor. 
 
Analise o exemplo de memorando fornecido pelo portal Brasil Escola: 
 
 
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28 
Figura 6: Modelo de memorando 
 
Fonte: http://www.brasilescola.com/busca/?q=memorando 
 
Parecer 
Parecer é um documento que contém o pronunciamento formal de uma 
opinião técnica emitida por alguém, indicando a conclusão de determinado 
processo. Pode ser tanto jurídico quanto de alguma autoridade técnica, sobre 
algum assunto específico da organização. 
 
Observe o exemplo publicado pelo portal Brasil Escola: 
 
 
 
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29 
Figura 7: Modelo de parecer 
Parecer da Diretoria sobre o Departamento de Processos 
 
Os diretores do Conselho Regional de Trabalhadores Autônomos, tendo em vista a 
realização da pesquisa semestral sobre o número de casos resolvidos, encerrada em 5 
de janeiro de 2009, são de parecer que o Departamento de Processos está dentro da 
meta prevista para o ano de 2008, que foi estabelecida pelo diretor geral desta empresa, 
o qual também assina o presente. 
 
Manaus, 5 de janeiro de 2009. 
______________________ 
Silas Laia - Diretor Geral 
 
 
______________________ 
José Nié — Diretor Administrativo 
 
 
____________________ 
Jonas Peixe - Diretor de marketing e pesquisas 
 
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/parecer.htm 
 
Procuração 
A procuração é um documento utilizado para que uma pessoa 
(outorgante) transfira poderes para que outro alguém (outorgado) aja em seu 
nome. Uma procuração pública deve ser lavrada em cartório por um tabelião, 
em livro próprio para arquivamento. Já a procuração particular pode ser lavrada 
pelo próprio outorgante e impressa a partir de um documento digitado, ou 
mesmo escrita de próprio punho. 
Os itens obrigatórios que uma procuração deve conter são a 
identificação e profissão de outorgante e outorgado, a especificação dos 
poderes delegados entre eles, a finalidade e o prazo de validade do 
 
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30 
documento. Após o texto explicativo contendo essas informações, deve conter 
local, data e assinatura do outorgante (aquele que está cedendo poderes). 
Veja o modelo de procuração mostrado pelo portal Brasil Escola: 
 
Figura 8: Modelo de procuração 
Eu, Eloá Oliveira, brasileira, natural de Marilândia, casada, residente e domiciliadaem 
Belo Horizonte, MG, Rua Joaquina Silvério, nº 444, RG 4254748, CPF 
263.362.421.12, NOMEIO MEU PROCURADOR O Sr. João da Silva, brasileiro, 
natural de Marilândia, casado, residente e domiciliado em Belo Horizonte, MG, Rua 
Joaquina Silvério, nº 444, RG 2542636, CPF 263.895.325-13, PARA FINS DE efetivar 
matrícula, junto à Universidade Federal de Minas Gerais, PODENDO, em meu nome, 
fazer a inscrição no curso de Pedagogia, para o qual fui selecionada no Processo 
Seletivo de 2008. 
Belo Horizonte, 03 de março de 2009. 
 
 
___________________ 
Eloá Oliveira 
 
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/procuracao.htm 
 
 
Recibo 
Um recibo é o comprovante de uma transação financeira, uma 
declaração na qual uma pessoa afirma ter recebido certo montante ou algo que 
esteja especificado no documento. O recibo deve ser feito sempre em duas 
vias, para que o pagador e o recebedor fiquem cada um com sua cópia. 
Segundo as orientações do portal Brasil Escola, esse tipo de documento deve 
conter a palavra RECIBO escrita no topo. À direita, o valor pago deve ser 
expresso em algarismos arábicos. O texto deve explicitar o montante pago e o 
motivo da transação. Após esse texto, a pessoa que fornece o recibo deve 
assinar o documento. 
 
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31 
Veja dois exemplos apresentados pelo portal Brasil Escola: 
 
Figura 9: Modelo de recibo emitido por pessoa física 
RECIBO 
R$100,00 
 
Recebi da Sra. Armandina Aroldo a quantia supracitada de R$ 100, 00 (cem reais), referente 
à venda de uma calça jeans modelo Slim, fabricação brasileira, marca LGit. 
 
Patos de Minas, 25 de janeiro de 2009. 
 
________________ 
Líria Souza 
 
 
 
 
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32 
Figura 10: Modelo de recibo emitido por pessoa jurídica 
RECIBO 
Mão de obra: R$ 2.000,00 
Retenção de IR: R$ 320,00 
Líquido a receber: R$ 1.680,00 
 
Recebi da empresa Cimentoso — Materiais para construção Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº 
63.533.312/0001-35, a quantia de R$ 1.680,00 (um mil, seiscentos e oitenta reais) referente 
aos serviços de acabamento de uma construção civil com 350 m2 (trezentos e cinquenta 
metros quadrados). 
Arapuá, 25 de janeiro de 2009. 
_____________ 
David Souza 
Testemunhas: 
___________________ 
___________________ 
 
 
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/recibo 
 
Relatório 
O relatório é uma prestação de contas financeira ou administrativa, em 
que o emissor deve detalhar informações sobre a atividade desempenhada por 
ele ou sobre o que lhe for demandado. O relatório deve ter linguagem concisa, 
clara, objetiva e exata. 
Observe o modelo apresentado pelo portal Brasil Escola: 
 
Figura 11: Modelo de relatório 
 
 
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33 
Empresa _________________________________ 
Relatório da Diretoria Financeira 
Senhores Acionistas: 
Em cumprimento às disposições legais e estatuárias, submetemos a sua apreciação o 
Balanço Geral, referente ao exercício de 2000, a demonstração da conta “Lucros e Perdas” e 
o parecer do Conselho Fiscal. 
No exercício que se encerrou tivemos o imenso prazer de participar na subscrição do capital 
inicial da __________ , com R$ __________. A nossa carteira de ações alcança hoje R$ 
__________ , quase todo da __________ de grande valor. O nosso capital foi aumentado de 
R$ ___________ para R$ ________ com incorporação do Fundo __________, passando o 
valor nominal das ações de R$ _________ para R$ ______, e o nosso patrimônio, de R$ 
_________ para __________. 
Finalmente, colocamo-nos à disposição de V.S.ª para todos os esclarecimentos que se 
fizerem necessários. 
 
Vitória, ___ de _____ de _____ . 
______________________ 
_______________________ 
Assinaturas 
Balanço Geral em: ________________ 
Ativo ___________________ 
Passivo __________________ 
 
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/relatorio 
 
 
Declaração 
A Declaração é um relato feito por alguém em favor de outrem. É uma 
comunicação formal que deve seguir alguns padrões. Deve-se, por exemplo, 
grafar a expressão DECLARAÇÃO com letras maiúsculas. Ao final, deve-se 
citar local e data. Por fim, dela deve constar a assinatura do declarante, com 
identificação de seu cargo, se for o caso. 
Observe o modelo apresentado pelo Portal Brasil Escola: 
 
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34 
 
Figura 12: Modelo de declaração 
 
D E C L A R A Ç Ã O 
 
DECLARAMOS, para os devidos fins, que a aluna ---------------------------(nome da pessoa a que 
se refere as informações prestadas), encontra-se regularmente matriculada na seguinte 
instituição de ensino (nome da escola, faculdade). Situada à Rua (endereço completo da 
instituição). 
 
Por ser verdade, firmo o presente documento. 
 
---------------------------- 
(local e data) 
-------------------------------- 
Assinatura do emissor 
 
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/declaracao 
 
Tema 5: Estilística da Redação Administrativa 
Um documento, um memorando, qualquer que seja o objeto de um 
comunicado empresarial, exige cuidados especiais quando se trata da 
linguagem empregada. A redação adequada ao ambiente organizacional utiliza 
a norma padrão da língua portuguesa, sem erros, sem regionalismos, gírias, 
cacoetes ou vícios de linguagem. Qualquer desvio da norma padrão pode pôr a 
perder a credibilidade da organização e dos profissionais envolvidos. 
No entanto, não são raros casos de erros de português em 
correspondências administrativas. Erros de concordância e ortografia estão 
entre os mais comuns, mas há casos ainda mais graves, como textos que se 
tornam incompreensíveis por utilizarem expressões ou construções ambíguas 
ou sem sentido. 
A seguir, abordaremos alguns dos erros de ocorrência mais comum na 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
35 
redação em língua portuguesa: 
 
 a/há: a palavra “a”, sem “h”, é uma preposição ou um artigo. A palavra 
“há” é conjugação do verbo “haver”. Veja os exemplos: 
A casa é amarela. (a= artigo) 
Fulano deu um presente a você. (a= preposição) 
Estudo inglês há um ano. (há= verbo haver, no sentido de “faz” um ano) 
 Faz/fazem: quando diz respeito ao tempo passado, o verbo sempre 
deve estar no singular: 
Estudo inglês faz doze meses. 
 a pouco/ há pouco: quando se refere ao passado, usa-se o verbo 
haver. Quando se refere ao futuro, usa-se a preposição a: 
Há poucos dias, viajei ao exterior. 
Estou a poucos dias da minha viagem ao exterior. Viajarei na próxima 
segunda-feira. 
 À partir de/ a partir de: como não há contração de artigo mais 
preposição, não se usa, nesta expressão, o acento grave (que indica 
crase): 
A partir de hoje não fumarei mais. 
 Verbo adequar: é um verbo defectivo, portanto, não se deve conjugá-
lo em todas as pessoas. No presente do indicativo, apenas a primeira 
e a segunda pessoas do plural admitem conjugação: 
Nós adequamos o projeto ao orçamento. 
ERRADO: O projeto não se adéqua ao orçamento. 
 Aluga-se/ alugam-se: o correto é fazer com que o verbo concorde 
com o sujeito. Portanto, quando este estiver no plural, o correto é 
colocar o verbo no plural também: 
Alugam-se quartos. 
 Onde/aonde: só se deve utilizar a expressão “aonde” quando houver 
contração da preposição “a” (no sentido de “para”) com o advérbio 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
36 
onde. Quando pudermos substituir por “para onde”, podemos utilizar a 
expressão “aonde”: 
Onde estou? 
Aonde vou? (Para onde?) 
 Através/por: apesar de a expressão “através de” ser cada vez maisaceita com o sentido de “por meio de”, muitos gramáticos afirmam que 
ela se refere a “o que atravessa, fisicamente”. Portanto, é sempre 
melhor evitá-la: 
Fui informado através de um e-mail. 
Fui informado por e-mail. 
 Descrição/discrição: estas duas palavras têm sentido diferente. 
Confundi-las pode causar desconfortos e constrangimentos. 
Descrição refere-se ao ato de descrever (explanar sobre, explicar). 
Discrição remete ao ato de ser discreto, de não querer ser notado. 
Precisamos de uma descrição detalhada do projeto. 
Haja sempre com discrição. 
 Descriminar/discriminar: mais uma vez, trata-se de duas palavras 
diferentes. Descriminar significa absolver, inocentar. Quanto a 
discriminar, significa distinguir, diferenciar. 
Discrimine todos os produtos usados na fórmula. 
Sou a favor de que se descrimine o uso de drogas leves. 
 Eminente/iminente: novamente, as duas expressões tratam de 
significados diferentes. Eminente refere-se a algo ou alguém em 
posição de destaque. Iminente, por sua vez, é algo que está prestes a 
acontecer. 
Fulano é uma figura eminente na sociedade. 
A falência da organização está iminente. 
 Mas/mais: este é um dos erros mais comuns, não apenas em 
correspondências administrativas, mas em geral. “Mas” é uma 
conjunção adversativa (sinônimo de “contudo”, “porém”), enquanto 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
37 
“mais” é um advérbio de intensidade (oposto de menos). 
Eu iria à festa, mas não tenho roupa adequada. 
Eu iria à festa se tivesse mais joias. 
 Houveram/houve: No sentido de existir, o verbo haver sempre 
deverá estar no singular. 
Houve muitos problemas no ano passado. 
 
Além desses erros tradicionais, há outros igualmente ou ainda mais 
prejudiciais à imagem de uma organização, como imprecisões, redundâncias, 
prolixidade, falta de informações, frases sem sentido etc. Um bom texto, na 
área organizacional, deve ter características como coesão, coerência, 
impessoalidade, clareza e concisão. A seguir, abordaremos de forma mais 
detalhada cada um desses aspectos. 
 
Coesão 
Um texto com coesão é aquele em que as ideias fluem de maneira 
harmônica. Os argumentos são entrelaçados de forma que uma ideia leve à 
outra, sem choques ou interrupções. Os parágrafos seguem-se, um dando 
continuidade ao outro, em transição natural. 
 
Coerência 
A “coerência” é uma característica muito ligada à “coesão”. Um texto 
coerente é aquele em que as ideias não são conflitantes ou contraditórias entre 
si. Deve haver ligação lógica entre elas. 
 
Impessoalidade 
Um texto administrativo deve, preferencialmente, primar pela 
impessoalidade. O texto deve ser redigido em terceira pessoa, especialmente 
para evitar a possibilidade de deixar de ser imparcial. Em vez de “meu estudo 
apontou que”, é melhor utilizar a forma “o estudo realizado apontou que”. 
 
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38 
 
Clareza 
A mensagem deve se clara o suficiente para não dar margens a 
interpretações equivocadas. 
 
Concisão 
O texto, no ambiente corporativo, deve primar pela objetividade, evitando 
repetições de ideias ou mesmo o uso meramente retórico de expressões que 
não acrescentam conteúdo algum ao que se deseja comunicar. 
 
Síntese 
Podemos dividir esta aula em dois grandes temas: a importância do 
planejamento e as características da redação administrativa. 
Nos primeiros capítulos, abordamos a importância do planejamento, 
frisando que ele é o ponto de partida para a boa execução das ações de 
comunicação numa organização. Sem um bom planejamento, as ações são 
tomadas de forma desordenada e sem previsão de resultados. O planejamento 
demonstra onde se quer chegar com cada ação de comunicação. É bem 
verdade que, cada vez mais, as organizações estão inseridas em ambientes de 
alta mudança e, por isso, o planejamento deve se flexível, prevendo constantes 
revisões e eventuais correções de rumo, mas sempre direcionado ao objetivo 
maior da organização. 
Abordamos, ainda, as características desejáveis ao bom planejador, o 
profissional responsável por fazer as previsões de cronogramas e ações a 
serem adotadas para o cumprimento das metas e objetivos da organização, no 
tocante à comunicação. Este profissional deve ter certas habilidades, como 
capacidade de organização, visão do todo e conhecimento do negócio. 
Na segunda parte, a aula concentrou-se nas características da redação 
técnica administrativa. Teve como tema central o alerta de que a 
correspondência organizacional deve observar a linguagem padrão, cumprindo 
 
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sempre as regras gramaticais. O texto destinado aos relacionamentos 
profissionais deve ter características como coesão, coerência, objetividade, 
clareza e impessoalidade. 
 
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