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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Clarice Akemi Kurebayashi Clarice Yoshie Sugitani EFICÁCIA DA BANDAGEM ELÁSTICA PARA O GANHO DE FLEXIBILIDADE CERVICAL Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Lins-SP LINS – SP 2015 Clarice Akemi Kurebayashi Clarice Yoshie Sugitani EFICÁCIA DA BANDAGEM ELÁSTICA PARA O GANHO DE FLEXIBILIDADE CERVICAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Umeno Koeke e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni. LINS – SP 2015 EFICÁCIA DA BANDAGEM ELÁSTICA PARA O GANHO DE FLEXIBILIDADE CERVICAL Kurebayashi, Clarice Akemi; Sugitani, Clarice Yoshie Eficácia da Bandagem Elástica para ganho de flexibilidade cervical / Clarice Akemi Kurebayashi; Clarice Yoshie Sugitani – Lins, 2015. 50p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2015. Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Paulo Umeno Koeke 1. Flexibilidade. 2. Bandagem Elástica. 3. Coluna Cervical. 4. Fisioterapia. I Título. CDU 615.8 K98e Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Graduação em Fisioterapia. Aprovada em: / / . Banca Examinadora: Prof. Orientador: Paulo Umeno Koeke Titulação: Dr. em Fisioterapia pela UFSCar Assinatura:___________________________________ 1º Prof. (a):______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:___________________________________ 2º Prof. (a):______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:___________________________________ “Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes”. Paulo Freire Agradeço a Deus por tudo que tenho alcançado e pelo que sou atualmente, à minha família maravilhosa que é a razão do meu viver, aos meus amigos que dão um colorido especial à minha vida. Clarice Akemi Kurebayashi A Deus Pоr ser essencial еm minha vida, autor dе mеυ destino, mеυ guia, socorro presente nа hora dа angústia. Aos meus pais: Kazumi e Toquico Sugitani Por serem à base de tudo. O meu sincero agradecimento a vocês que me deram a vida e sempre lutou para que os filhos tivessem uma profissão. E aqui estou dedicando todo o meu esforço e transformando o sonho de vocês em realidade. A minha filha: Ana Carolina Um grande tesouro que Deus me concedeu nesta vida. Sem você minha vida não faz sentido. Clarice Yoshie Sugitani AGRADECIMENTOS A Deus Senhor não existe neste mundo palavras para expressar o quanto nossos corações são agradecidos por todas as oportunidades e conquistas que colocou em nossa vida. Obrigada por nos mostrar sempre o caminho certo, por iluminar sempre os nossos passos e nunca nos abandonar nos momentos de maior dificuldade. Aos mestres e professores que nos acompanharam nesta jornada. Com todo o nosso respeito, por essa pessoa que vocês representam na vida de todos os alunos. Pela dedicação, paciência e amor com que executam seus trabalhos. Obrigada, Paulo, Ana Claudia, Aninha, Junior, Massarote, Francisco, Cristiane, Marco Aurélio, Jonathan e Jovira. A todas as voluntárias deste estudo, queremos dizer o quanto vocês foram importantes para nós. Clarice Akemi Kurebayashi Clarice Yoshie Sugitani RESUMO Estudos realizados nos últimos tempos tem mostrado que a bandagem elástica têm bons resultados na melhora da função muscular. Através da manipulação das fáscias com a bandagem elástica é possível encontrar efeitos terapêuticos em diversos tipos de lesões. O presente estudo teve por objetivo avaliar a eficácia da bandagem elástica, aplicada na área das fibras superiores do músculo trapézio, para ganho de flexibilidade no movimento cervical. Para o estudo foram selecionadas 30 jovens do gênero feminino, na faixa etária de 18 a 30 anos de idade, sedentárias. Divididas em 03 grupos, 10 voluntárias formaram o grupo controle, 10 com a bandagem sem tensão e as outras 10 com a bandagem tensionada a 25%. Os três grupos foram avaliados com o teste de flexão-lateral com o flexímetro para avaliar o grau de flexibilidade e o teste de mobilização fascial. Nos grupos que receberam a intervenção foram aplicadas a bandagem elástica durante três semanas consecutivas, sendo que a cada aplicação era de cinco dias de permanência com a bandagem e dois dias de descanso. O grupo controle não recebeu nenhuma intervenção. Após quatro semanas as voluntárias dos três grupos foram submetidas novamente ao teste de flexibilidade com flexímetro. As avaliações e as intervenções fisioterapêuticas foram realizadas nas dependências do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium durante quatro semanas. Após análise estatística dos dados obtidos com as voluntárias dos três grupos, foi comprovado que houve uma evolução significativa no ganho de flexibilidade cervical no grupo que recebeu intervenção com bandagem elástica. Palavras-chave: Flexibilidade. Coluna cervical. Bandagem elástica. ABSTRACT Studies in recent years have shown that elastic bandage have good results in improving muscle function. Through manipulation of the fascia with the elastic bandage is possible to find therapeutic effects in various types of lesions. This study aimed to evaluate the effectiveness of elastic bandage applied in the area of the upper trapezius muscle fibers to gain flexibility in cervical movement. For the study were selected 30 young females, aged 18-30 years old, sedentary. Divided into 03 groups, 10 volunteers formed the control group, 10 with no pressure bandage and the other 10 with a bandage tensioned to 25%. The three groups were evaluated with the test flexion-side with fleximeter to assess the degree of flexibility and fascial mobilization test. The groups that received the intervention were applied to elastic bandage for three consecutive weeks, and each application was five days spent with the bandage and two days of rest. The control group received no intervention. After four weeks the volunteers of the three groups were subjected again to the flexibility test fleximeter. Evaluations and physical therapy interventions were carried out on the premises of the Catholic Salesian University Center Auxilium for four weeks. After statistical analysis of the data obtained with thevolunteers of the three groups, it was proven that there was a significant increase in cervical flexibility gain in the group that received intervention with elastic bandage. Keywords: Flexibility. Cervical spine. Elastic bandage. LISTA DE FIGURAS Figura1: Bandagem elástica..............................................................................17 Figura 2: Músculos do pescoço e tronco...........................................................24 Figura 3: Músculo trapézio.................................................................................24 Figura 4: Fáscia...............................................................................................26 Figura 5: Fáscias cervicais superficial, pré-traqueal e pré-vertebral.................30 Figura 6A: Tensegridade...................................................................................31 Figura 6B: Modelo de constituição da tensegridade..........................................32 Figura 6C: Tensegridade do ser humano..........................................................32 Figura 7: Materiais utilizados.............................................................................35 Figura 8: Posicionamento do flexímetro para a realização do teste..................36 Figura 9: Teste de flexibilidade cervical com flexímetro....................................37 Figura 10: Bandagem elástica e o tipo de corte................................................38 Figura 11: Aplicação da bandagem elástica sobre o músculo trapézio.............38 Figura 12: Bandagem elástica aplicada.............................................................39 LISTA DE TABELAS Tabela 1: 1ª e a 2ª avaliação, do Grupo Controle..............................................40 Tabela 2: Percentual da evolução do Grupo Controle.......................................40 Tabela 3: 1ª e a 2ª avaliação e o percentual, do Grupo Bandagem sem tensão................................................................................................................41 Tabela 4: 1ª e a 2ª avaliação e o percentual, do Grupo Bandagem com tensão................................................................................................................41 Tabela 5: Percentual da evolução, voluntárias do Grupo Bandagem sem tensão e Grupo Bandagem com tensão........................................................................42 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADM: amplitude de movimento CROM: Cervical Range of motion ECR: Estudo Clínico Randomizado KT: Kinesio Taping SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 1 CONCEITOS PRELIMINARES ........................................................... 16 1.1 História da bandagem elástica ............................................................ 16 1.1.1 Características da bandagem elástica ................................................ 17 1.1.2 Princípios básicos da bandagem elástica ........................................... 18 1.1.3 Funções da bandagem elástica........................................................... 19 1.1.4 Função dérmica ................................................................................... 19 1.1.5 Função muscular ................................................................................. 19 1.1.6 Função linfática .................................................................................... 19 1.1.7 Função articular ................................................................................... 20 1.1.8 Efeitos fisiológicos da bandagem elástica ........................................... 20 1.1.9 Contraindicações e precauções da bandagem elástica...................... 20 1.2 Anatomia e fisiologia muscular ............................................................ 21 1.2.1 Mecânica muscular .............................................................................. 21 1.2.1.1 Mobilidade ........................................................................................... 22 1.2.1.2 Flexibilidade ......................................................................................... 22 1.2.2 Músculo Trapézio ................................................................................ 23 1.3 Movimentos ativos da coluna cervical ................................................. 25 1.4 Fáscia Muscular ................................................................................... 25 1.4.1 Anatomia da Fáscia ............................................................................. 26 1.4.1.1 A fáscia superficialis ............................................................................ 27 1.4.1.2 Aponeurose superficial ........................................................................ 27 1.5 Tecido conjuntivo ................................................................................. 27 1.5.1 A função fascial ................................................................................... 28 1.5.2 Patologia da fáscia .............................................................................. 28 1.5.3 Fáscia Cervical .................................................................................... 29 1.6 Tensegridade ....................................................................................... 30 1.6.1 Memória fascial .................................................................................... 32 2 O EXPERIMENTO ............................................................................... 33 2.1 Casuística e Métodos .......................................................................... 33 2.1.1 Condições Ambientais ......................................................................... 33 2.1.2 Sujeitos ................................................................................................ 33 2.1.3 Materiais .............................................................................................. 33 2.1.4 Testes .................................................................................................. 34 2.1.5 Procedimentos ..................................................................................... 36 2.1.6 Mensuração da bandagem e tensões ................................................. 38 2.1.7 Técnica da bandagem elástica ............................................................ 39 2.2 Resultados ........................................................................................... 39 2.3 Discussão ............................................................................................ 41 2.4 Conclusão ............................................................................................ 43 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 44 APÊNCICES ....................................................................................................... 47 ANEXOS............................................................................................................50 14 INTRODUÇÃO De acordo com Kisner e Colby (2009), a mobilidade é definida como capacidades das estruturas e segmentos do corpo de se moverem ou movidos, permitindo que haja amplitude de movimento para atividades funcionais, ou como a capacidade de uma pessoade iniciar, controlar e manter movimentos funcionais do corpo para conseguir efetuar tarefas motoras simples e complexas. Ela esta associada a integridade articular e a flexibilidade, “as quais são necessárias para que os movimentos do corpo ocorram sem dor e sem restrições durante as tarefas funcionais da vida diária”. (KISNER E COLBY, 2009). Vários problemas podem levar a um comprometimento da mobilidade, que podem ser um dos seguintes exemplos: uma imobilização prolongada de um segmento, um desalinhamento postural, um desempenho muscular comprometido acompanhando a um distúrbio musculoesquelético ou neuromuscular, um trauma tecidual que resulte em inflamação e dor e deformidades congênitas ou adquiridas que limitem a mobilidade, que cause diminuição ou aumento da extensão dos tecidos moles que podem comprometer a musculatura (KISNER e COLBY, 2009). A flexibilidade de um corpo é uma das variantes da capacidade física da saúde, sendo definida como a máxima amplitude fisiológica passiva em um movimento articular que irá depender da elasticidade muscular e da mobilidade articular, sem que ocorram lesões anatômicas e patológicas. ”As fibras colágenas são capazes de um leve grau de extensibilidade, sendo os principais constituintes dos ligamentos e tendões que são submetidos a uma força de tração”. (FRANKEN apud ALTER, 1999). As fáscias são membranas do tecido conjuntivo, que variam em espessura e densidade de acordo com as exigências funcionais de cada músculo ou órgãos e encontra-se, na maior parte, na forma de folhas membranosas. Pode ser dividida em três tipos: a fáscia superficial (pele); a fáscia profunda, normalmente mais rígida, mais firme e mais compacta, que além de proteger, ele divide o corpo separando os músculos e os órgãos viscerais internos; a fáscia suberosa é mais profunda em volta das cavidades 15 do corpo formando a camada fibrosa das membranas serosas que cobrem e sustentam as vísceras. (FRANKEN apud ALTER, 1999). A função da fáscia é fornecer uma estrutura que liga o músculo e assegura o alinhamento adequado das fibras musculares, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, além de permitir que as forças sejam transmitidas por todo o tecido de forma segura e eficaz e também fornecer as superfícies lubrificadas entre as fibras musculares e os feixes de fibra muscular, que permitem que o músculo mude sua forma. (FRANKEN apud ALTER, 1999). Dentro da Bandagem Funcional temos a Correção Fascial com a finalidade de sustentação, nutrição e proteção tissular (MORINI, 2014). O princípio básico da bandagem funcional utiliza a técnica de correção fascial a fim de conduzir ao longo de uma direção desejada ou um alinhamento. As aplicações fisiológicas incluem a correção de atividades muscular, melhorar a amplitude de movimento ativa, melhorando a circulação sanguínea e linfática, diminuindo a dor pela supressão neurológica e reposicionamento das articulações (MORINI, 2014). O principal propósito desse estudo é avaliar a eficácia da bandagem elástica, aplicada na área das fibras superiores do músculo trapézio, para ganho de flexibilidade no movimento cervical. E como objetivos específicos, proporcionar ganho de flexibilidade no movimento de flexão-lateral cervical. O estudo se norteia na seguinte questão: O uso da bandagem elástica ajuda no ganho de flexibilidade cervical? Em resposta a este questionamento pode-se levantar a seguinte hipótese: que o uso da bandagem elástica sobre a área das fibras superiores do músculo trapézio pode aumentar a flexibilidade cervical. 16 1 CONCEITOS PRELIMINARES 1.1 História da bandagem elástica Segundo Morini (2014), não é de hoje que as bandagens são empregadas para tratamento. Em 460 a 377 a.C, Hipócrates empregava bandagem para manter o posicionamento após manipulação para corrigir pé torto congênito. No ano de 1575, Ambroise Paré também realizava seus tratamentos de correção articulares com bandagem após manipulação e, em 1743, Nicolas Andry se aproveitava de bandagens umedecidas para tratar ligamentos articulares. Para Morini (2014), no Egito antigo utilizavam-se as bandagens de outra maneira, a conservação de corpos após a morte, nos processos de mumificação. Pode-se considerar bandagem todo material flexível utilizado como auxílio externo ao corpo humano. As bandagens podem ser classificadas como rígidas ou inelásticas (deformam plasticamente) e elásticas. São exemplos de bandagem rígida: esparadrapo, micropore, faixa crepe de gesso. Já as bandagens elásticas são as que possuem a capacidade de se esticar e voltar ao seu estado de repouso (deformação elástica) (MORINI, 2014, p.2). De acordo com Morini (2014), muitas pessoas desconhecem que, para fazer o uso da aplicação da bandagem (rígida ou elástica), necessita-se ter conhecimento aprofundado de anatomia e biomecânica. Nas aplicações para tratamentos ortopédicos ou neurológicos, a técnica não deve ser realizada por pessoas que não sejam profissionais da área da saúde, e mesmo estes devem possuir qualificação adequada e o entendimento das propriedades físicas da bandagem, e também noções dos critérios de utilização. Para Morini (2014), uma grande maioria dos terapeutas faz o uso da bandagem elástica visando tratar condições ortopédicas, como traumas, lesões e principalmente algias. E a utilização em pacientes com comprometimento neurológico tem aumentado de forma considerável. Segundo Kase, Lemos e Dias (2013), em 1973 Dr. Kenzo Kase desenvolveu uma técnica de bandagem elástica com o intuito de propor ao 17 paciente um recurso terapêutico onde auxiliasse o corpo a busca da homeostase entre as sessões de quiropraxia. Dr. Kenzo entendeu que os tecidos contráteis e outros tecidos moles, como fáscias, ligamentos e tendões, quando submetidos a estímulos gerados por um suporte externo, consequentemente buscavam suas funções de normalidade. A partir deste fato, Dr. Kenzo desenvolveu mais de vinte tipos de bandagens, chegando à bandagem atual, a qual apresenta elasticidade semelhante à pele (KASE, LEMOS e DIAS 2013). De acordo com Kase, Lemos e Dias (2013), a utilização da bandagem elástica cresceu rapidamente devido a sua grande aceitação entre os profissionais da saúde, além de evidenciar, após a sua aplicação, vantagens que a fez tornar o padrão ouro das bandagens para as intervenções em paciente atualmente. São empregados nos diversos níveis de assistência, seja primário (prevenção de lesões), secundário (tratamento agudos e subagudos) ou terciário (situações crônicas de incapacidades funcionais), com resultados resguardados e com mínimos de efeitos colaterais. 1.1.1 Características da bandagem elástica Figura 1: Bandagem elástica. Fonte: elaborado pelos autores, 2015. 18 Para Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem elástica apesar de ser um adesivo hipoalergênico, é a prova d'água, não possui qualquer substância medicamentosa aderida e é composta de 100% algodão com adesivo 100% acrílico termoativo. Ela foi desenvolvida para permitir uma elasticidade longitudinal com cerca de 40% a 60% de alongamento do seu comprimento em repouso, tendo espessura e textura similares às da pele. Não apresenta elasticidade no sentido transversal. Contêm linhas que representam a distribuição da cola adesiva à imagem de impressões digitais, a fim de similar os diversos sentidos da elasticidade da pele humana. (KASE, LEMOS e DIAS, 2013, p.15). 1.1.2 Princípios básicos da bandagem elástica Segundo Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagemelástica pode agir na musculatura, nas articulações, na circulação linfática, nas fáscias, na derme, em tendões e ligamentos. Deste modo, é primordial o diagnóstico do componente específico envolvido na causa da disfunção, que pode ser de origem neurológica, muscular, articular, fascial ou aponeurótica, dérmica, circulatória e linfática. O sucesso da aplicação está diretamente relacionado com esses conhecimentos semiológicos e da aplicação correta da bandagem. De acordo com Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem é constituída por âncoras ou pontos fixos, nos quais devem ser aplicadas a zero% de tensão, que, em geral, estão localizadas nas extremidades da bandagem. Entre elas, localiza-se a zona terapêutica, local que recebe a tensão de tratamento para o tecido alvo. Recomenda-se não ser econômico nas ancoragens, pois âncoras pequenas tracionam as extremidades da bandagem sobre a pele, podendo causar irritações, microlesões, aumento do edema e até mesmo de hemorragias. Geralmente, indicam- se âncoras de 2,5 a 5 cm nas aplicações abaixo de 40% de tensão. Acima de 50% de tensão, são necessárias âncoras maiores. Além da tensão empregada, outro fator que determina ou o tamanho da âncora é o comprimento da zona terapêutica. Portanto quanto maior a zona terapêutica, maior a ancoragem. Toda ancoragem, inicial ou distal sempre deve possuir 0% de tensão (KASE, LEMOS e DIAS, 2013, p.18). 19 1.1.3 Funções da bandagem elástica Segundo Morini (2014), o objetivo na utilização da bandagem elástica, será proporcionar um desenvolvimento neuropsicomotor e buscar a integração sensorial corporal para melhor adaptação dos pacientes ao ambiente. 1.1.4 Função dérmica Para Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem elástica, possui uma função dérmica de analgesia do resultado da ação sensorial da bandagem sobre mecanoreceptores através das pressões, tensões, elevações, descompressões e trações da pele. 1.1.5 Função muscular De acordo com Kase, Lemos e Dias (2013), a função muscular desencadeia efeitos diretamente sobre a musculatura, estimulando e ativando o músculo durante o movimento, onde será possível melhorar a contração sinérgica de um músculo enfraquecido, inibido, hipotônico e desequilibrado, diminuindo episódios de fadiga, contraturas, espasmos e lesões musculares. Por outro lado, também podem ser observados em condições em que os músculos se encontram hiperativos, hipertônicos e excessivamente fortes. A bandagem agirá de forma inibitória, diminuindo as atividades musculares que estão em excesso. 1.1.6 Função linfática Segundo Kase, Lemos e Dias (2013), a propriedade elástica da bandagem proporciona a elevação da pele por meio das circunvoluções e beneficia a massagem suave da região por meio das trações e tensões superficiais, gerando uma drenagem dos fluidos corporais, assim com os movimentos corporais promove trocas de pressão entre a primeira camada superficial da epiderme e derme, a hipoderme e a fáscia superficial. Levando à 20 abertura e ao fechamento dos vasos linfáticos e sanguíneos devido aos seus diversos filamentos aderidos às suas camadas superficiais da pele. 1.1.7 Função articular Para Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem age na função articular melhorando o desalinhamento biomecânico e instabilidade das estruturas osteomusculares, desenvolvidos frequentemente por disfunções de movimentos, em que, estão envolvidas a uma atividade constante e repetitiva, a manutenção elástica e a desequilíbrios musculares como: encurtamento, fraqueza, tensão, perda da rigidez, distonias, entre outras condições. A bandagem atua diretamente sobre o alinhamento articular, promovendo o equilíbrio entre os músculos agonistas, antagonista e sinergistas, permitindo o controle dos movimentos patológicos e a reeducação motora. 1.1.8 Efeitos fisiológicos da bandagem elástica Para Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem elástica proporciona efeitos relacionados de acordo com as suas funções e os objetivos com a aplicação da mesma seriam: a) Aliviar a dor e as sensações anormais da pele e músculos; b) Harmonizar o equilíbrio e suporte aos músculos durante os movimentos; c) Deslocar edemas linfáticos e sanguíneos; d) Corrigir os desalinhamentos articulares e biomecânicos; e) Criar mais espaços nos níveis epidérmicos, dérmicos e hipodérmicos. 1.1.9 Contraindicações e precauções da bandagem elástica De acordo com Kase, Lemos e Dias (2013), é contraindicado realizar a aplicação da bandagem elástica em regiões com atividade malignas ativas, trombose venosa profunda ativa, sobre celulites, feridas abertas, infecções ativas de pele e em pacientes que possuam alergias à bandagem. 21 As precauções ou as situações que necessitam de um cuidado maior são: diabetes, doenças renais, sensibilidade apresentada por outras bandagens, insuficiência cardíaca congestiva, pele frágil ou em processo de cicatrização, e condições em que não foi detectada uma causa clara da disfunção em questão (KASE, LEMOS E DIAS, 2013, p. 28). 1.2 Anatomia e fisiologia muscular Segundo Dangelo e Fattini (2002), os músculos são os elementos ativos e os ossos são elementos passivos do movimento (alavanca biológica), dentro do aparelho locomotor. Porém, a musculatura não assegura só a dinâmica, mas também a estática do corpo humano. A musculatura não apenas torna possível o movimento como também mantém unidas as peças ósseas determinando a posição e postura do esqueleto. A morfologia muscular descrita por Neumann (2010), tem o contorno básico de um músculo como um todo. Eles podem apresentar diversos formatos, influenciando a função final, sendo o mais comum o fusiforme e o penado. Sendo que os penados apresentam fibras que chegam obliquamente ao tendão central, contendo maiores números de fibras e gerando mais forças. 1.2.1 Mecânica muscular Para Dangelo e Fattini (2002), a contração do ventre muscular vai produzir um trabalho mecânico, visto pelo movimento de um segmento do corpo. O ventre muscular não é preso ao esqueleto para que possa contrair-se livremente. As extremidades do músculo são fixados em pelo menos dois ossos, de maneira que cruza a articulação, e ao contrair-se há um encurtamento do músculo e o deslocamento do membro movimentado. As fibras musculares podem reduzir seu comprimento em cerca de um terço ou a sua metade, em relação ao estado de repouso. A potência do músculo esta relacionada com o tipo de fibras e o número de fibras do ventre muscular, e a amplitude de contração depende de seu grau de encurtamento (DANGELO e FATTINI, 2002). 22 1.2.1.1Mobilidade De acordo com Kisner e Colby (2009), a mobilidade é definida como capacidades das estruturas e segmentos do corpo de se moverem ou serem movidos, permitindo que haja amplitude de movimento para atividades funcionais, ou como a capacidade de uma pessoa de iniciar, controlar e manter movimentos funcionais do corpo para conseguir efetuar tarefas motoras simples e complexas. Ela esta associada a integridade articular e a flexibilidade, “as quais são necessárias para que os movimentos do corpo ocorram sem dor e sem restrições durante as tarefas funcionais da vida diária” (KISNER e COLBY, 2009). Vários problemas podem levar a um comprometimento da mobilidade, que podem ser um dos seguintes exemplos: uma imobilização prolongada de um segmento, um desalinhamento postural, um desempenho muscular comprometido acompanhando a um distúrbio musculoesquelético ou neuromuscular, um trauma tecidual que resulteem inflamação e dor e deformidades congênitas ou adquiridas que limitem a mobilidade, que cause diminuição ou aumento da extensão dos tecidos moles que podem comprometer a musculatura (KISNER e COLBY, 2009). 1.2.1.2 Flexibilidade A flexibilidade de um corpo é uma das variantes da capacidade física da saúde, sendo definida como a máxima amplitude fisiológica passiva em um movimento articular que irá depender da elasticidade muscular e da mobilidade articular, sem que ocorram lesões anatômicas e patológicas. ”As fibras colágenas são capazes de um leve grau de extensibilidade, sendo os principais constituintes dos ligamentos e tendões que são submetidos a uma força de tração” (FRANKEN apud ALTER, 1999). 1.2.2 Músculo Trapézio O músculo trapézio é uma camada plana de fibras musculares, localizado na parte superior das costas. Sua origem fica na base do crânio, no 23 osso occipital, no ligamento do pescoço e a série de processos espinhosos das vértebras, desde a sétima cervical até a décima segunda torácica, e a sua inserção fica no terço externo da borda posterior da clavícula, no acrômio e na borda superior da espinha da escápula. A primeira porção descendente sai da base do crânio e se insere no terço distal na clavícula, e sua ação é quando a cabeça está livre para mover. A sua contração deprime a parte posterior do crânio fazendo com que este se volte para o lado; “como o crânio se articula livremente sobre um pivô, em sua base, esta ação inclinará o queixo para cima e girará para o lado oposto” (BURKE, RASH, 1991). Quando as primeiras porções do lado direito e esquerdo se contraem ao mesmo tempo, impedem a rotação da cabeça e levantam o queixo com força. “Estudos eletromiográficos indicam que o trapézio funciona, em tais movimentos, como um músculo acessório; e só é incluído no movimento quando este se processa contra uma forte resistência” (BURKE, RASH, 1991). O trapézio superior, o elevador da escápula e as digitações superiores do serrátil anterior formam uma unidade que proporciona sustentação passiva do ombro, elevação do mesmo e o componente superior do par de forças necessárias para a rotação escapular (BURKE e RASCH, 1991). Segundo Neusmann (2010), a maioria dos músculos do complexo do ombro se encaixa em uma das duas categorias funcionais: estabilizadores proximais ou mobilizadores distais. Sendo que o trapézio inclui-se nos estabilizadores proximais, que são músculos que se originam na coluna, nas costelas e no crânio e se inserem na escapula e na clavícula. 24 Figura 2: Músculos do pescoço e tronco. Fonte: http://auladeanatomia.com/sistemamuscular/ombro.html Figura 3: Músculo trapézio. Fonte: https://lilianfisio.wordpress.com 25 1.3 Movimentos ativos da coluna cervical São vários movimentos que a coluna cervical consegue realizar. Os movimentos de flexão, extensão, flexão lateral direita e esquerda, rotação direita e esquerda, movimentos combinados, movimentos repetitivos e posições sustentadas. A amplitude na flexão é de no máximo de 80º a 90º; na extensão é limitada a 70º; na flexão lateral é de 20º a 45º e na rotação é de 70º a 90º. Sendo que o músculo trapézio atua somente nas extensões da cabeça e pescoço, rotação da cabeça e flexão lateral da cabeça (MAGEE, 2005). 1.4 Fáscia Muscular As fáscias são membranas do tecido conjuntivo, que variam em espessura e densidade de acordo com as exigências funcionais de cada músculo ou órgãos e encontra-se, na maior parte, na forma de folhas membranosas. Pode ser dividida em três tipos: a fáscia superficial (pele); a fáscia profunda, normalmente mais rígida, mais firme e mais compacta, que além de proteger, ele divide o corpo separando os músculos e os órgãos viscerais internos; a fáscia suberosa é mais profunda em volta das cavidades do corpo formando a camada fibrosa das membranas serosas que cobrem e sustentam as vísceras (FRANKEN apud ALTER, 1999). A função da fáscia é fornecer uma estrutura que liga o músculo e assegura o alinhamento adequado das fibras musculares, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, além de permitir que as forças sejam transmitidas por todo o tecido de forma segura e eficaz e também fornecer as superfícies lubrificadas entre as fibras musculares e os feixes de fibra muscular, que permitem que o músculo mude sua forma (FRANKEN apud ALTER, 1999). Segundo Dangelo e Fattini (2002), a espessura da fáscia muscular varia de músculo para músculo, dependendo de sua função. Às vezes a fáscia muscular é muito espessada e pode contribuir para prender o músculo ao esqueleto. Para que os músculos possam exercer eficientemente um trabalho de tração ao se contrair, é necessário que eles estejam dentro de uma bainha elástica de contenção, papel executado pela fáscia muscular. Os princípios básicos da bandagem funcional utilizam a técnica de correção fascial a fim de conduzir ao longo de uma direção desejada ou um 26 alinhamento. Suas aplicações fisiológicas incluem a correção de atividades musculares melhorando a amplitude de movimento, ativa a circulação sanguínea e linfática, diminuição da dor pela supressão neurológica e reposicionamento das articulações (MORINI, 2014). Figura 4: Fáscia. Fonte: Myers, 2003, p.9. 1.4.1 Anatomia da fáscia Duas grandes fáscias envolvem mais ou menos por completo o corpo humano: a fáscia superficialis e a aponeurose superficial. Constitui parte da blindagem tissular, o invólucro humano é mais ou menos comparável em qualquer região corporal. Ele compreende a pele, um panículo adiposo de espessura variável, a fáscia superficialis, o tecido subcutâneo no qual caminham os vasos e nervos assim como suas ramificações, a aponeurose superficial (BIENFAIT, 1999, p. 25). 27 1.4.1.1 A fáscia superficialis A fáscia supercialis dá origem no ápice do crânio pela aponeurose epicraniana, que vai dos músculos frontais aos occipitais e, lateralmente, da inserção aos auriculares. Ela está ligada a aponeurose temporal ou uma faixa de tecido conjuntivo frouxo que se modifica, sob arcada zigomática, em fáscia supercialis, após ter-se inserido nos dois lábios do bordo superior dessa arcada. Não existe fascia superficialis na face, os músculos ligam-se diretamente a pele. Ela recobre todo o ombro e a região axilar. E uma fascia frouxa que se interrompe nas regiões de tensão que são as mesmas de ocorrência de escaras. É o ponto de partida de todos os vasos linfáticos periféricos. As queimaduras superficiais extensas são graves por causa da lesão dessas fáscias (BIENFAIT, 1999). 1.4.1.2 Aponeurose superficial A aponeurose superficial é o invólucro do corpo, ele recobre toda a face externa. De espessura e textura variáveis, está presente em todas as regiões, sendo a mais importante de toda a anatomia. É o conjunto de todas as aponeuroses. É o ponto de partida de todas as aponeuroses musculares. Tem espessura variável porque tem a capacidade de desdobrar-se. A aponeurose anterior se prolonga e envolve os trapézios na parte posterior (BIENFAIT, 1999). 1.5 Tecido conjuntivo Segundo Bienfait (1999), a palavra fáscia no singular não representa uma entidade fisiológica, mas um conjunto membranoso, muito extenso, no qual tudo esta ligado, em continuidade, uma entidade funcional. Esse conjunto de tecidos que constitui uma peça única trouxe noção de globalidade, sobre a qual se apoiam todas as técnicas de terapia manual. Abase de todas essas técnicas, é que o menor tensionamento, seja ativo ou passivo repercute sobre o conjunto. Todas as peças anatômicas podem dessa forma, ser considerada mecanicamente ligada entre si, em todos os campos da fisiologia. 28 O tecido conjuntivo representa 70% dos tecidos humanos. Assim como todos os tecidos, o conjuntivo e formado por células conjuntivas: os blastos. Sua função é apenas a secreção de duas proteínas de constituição: o colágeno e a elastina. O envelhecimento do homem é uma densificação progressiva de seu tecido conjuntivo, chegando com frequência a uma ossificação, a artrose. Mediante da produção de novas fibras colagenosas, a densificação reduz o volume dos espaços lacunares e a circulação dos fluidos. O tecido conjuntivo desempenha papel considerável na circulação dos fluidos. Sendo o principal agente dessa circulação, por suas continuas mobilidade. O papel mais importante seria a de proteção do músculo contra si mesmo. As aponeuroses mantém suas contrações em seus limites, evitando rupturas (BIENFAIT, 1999). 1.5.1 A função fascial Para Bienfait (1999), a aponeurose superficial é o órgão mecânico principal da coordenação motora. A mobilidade dessas aponeuroses é o agente mecânico da circulação de retorno. Uma função mecânica utiliza diversos órgãos e esses órgãos encontram-se ligados entre si pelo tecido conjuntivo, as fáscias e aponeuroses. As solicitações mecânicas vão acompanhar conforme a sua função e os órgãos em questão. Um órgão pode ser utilizado para várias funções, uma mesma fáscia pode ser usada por várias cadeias. A fisiologia da locomoção é composta por duas subfunções mecanicamente independentes que são a função mecânica e a função estática. A função mecânica é a do movimento, dos deslocamentos segmentares, eventual e fásica, enquanto que a estática é da fixação dos segmentos que servem de pontos de apoio aos movimentos ou que controlam os efeitos da gravidade, permanente e reflexa. Sendo que as duas funções são globais. 1.5.2 Patologia da fáscia De acordo com Bienfait (1999), não podemos considerar toda a patologia do conjuntivo, a da propagação do vírus, a das afecções de nutrição e eliminação, e sim as patologias mecânicas desse tecido conjuntivo fibroso, que podem ser combatidas por meios de tratamentos fisioterapêuticos. 29 É pela circulação de fluídos em seu feixe conjuntivo que ocorrem as mudanças de densidade do meio interno e as possibilidades de osmose. É no líquido lacunar que se inicia a função de eliminação linfática. Ficando fácil de entender que toda imobilidade da fáscia, todo bloqueio de sua mobilidade acarreta uma estase líquida. A maioria dos problemas dolorosos é decorrente de tensões anormais que a fáscia suporta. Duas das regiões que são atingidas com mais frequência são a coluna dorsal inferior e a coluna cervical (BIENFAIT, 1999). A patologia mecânica mais importante do tecido conjuntivo fibroso é a artrose. Pode assumir duas formas: a densificação-calcificação e a degeneração da cartilagem (BIENFAIT, 1999, p. 63). Sendo que essa densificação é acompanhada por perda de elasticidade que provoca tensões. O envelhecimento do homem é em grande parte a densificação do seu conjuntivo. Para essa defesa do tecido, a mucina de ligação entre seus feixes conjuntivos fixa sais minerais e pode ir até a calcificação, surgindo assim a artrose articular, os osteófitos e os bicos de papagaios (BIENFAIT, 1999). Os encurtamentos e as retrações são responsáveis pela maioria dos desequilíbrios estáticos, sobretudo pela evolução e fixação desse e de todas as estases tissulares, impedindo a mobilidade da fáscia. Sendo responsável por 70% dos fenômenos de artroses; a densificação do tecido conjuntivo pode chegar facilmente á calcificação (BIENFAIT, 1999). 1.5.3 Fáscia Cervical A fáscia cervical tem basicamente 03 lâminas: superficial, pré-traqueal e pré-vertebral. Na parte anterolateral do pescoço, onde estas lâminas estão intimamente associadas entre si, elas formam a bainha carótica. Sendo que a lâmina superficial reveste todas as estruturas superficiais do pescoço, a lâmina pré-traqueal circunda as principais vísceras, traqueia e esôfago, e a pré- vertebral a coluna vertebral e os músculos estreitamente relacionados com ela. A lâmina superficial prende-se nos processos espinhosos cervicais e ligamento nucal, logo se divide para revestir ambas as faces do músculo trapézio. (DANGELO e FATTINI, 2002). 30 Figura 5: Fáscias cervicais superficial, pré-traqueal e pré-vertebral. Fonte: http://es.slideshare.net/afg77alex/anatomia-de-cabeza-y-cuello 1.6 Tensegridade Segundo Myers (2009), a geometria que aplicamos ao corpo tem sido geralmente limitada a alavancas, ângulos e planos inclinados, com base na teoria do "músculo isolado". Quanto à linha de investigação sobre a mecânica newtoniana de força que sustenta nossa compreensão atual da cinesiologia, ainda não produziu modelos convincentes de movimentos tão fundamentais como os da caminhada humana. Uma nova compreensão da mecânica da biologia celular está prestes a expandir o pensamento da cinesiologia e proporção ideal do corpo humano. A Tensegridade ou integridade tensional foi criada e utilizada pelo designer R. Buckminster Fuller, arquiteto, onde se refere às estruturas que mantêm a sua integridade devido a um equilíbrio de forças de tensão entrelaçadas contínuas através da estrutura em oposição a forças compressivas contínuas. Ela descreve uma relação estrutural em que a forma é de acordo com os desempenhos tensionais finitamente fechados, com um 31 amplo e sistema contínuo, e não comportamentos do membro descontínuo e exclusivamente local (MYERS, 2009). A integridade depende da força tensional aplicada aos feixes de contenções, componentes miofasciais, e não da força compressiva ou do equilíbrio estático dos ossos. “A tensegridade tem em sua constituição uma relação entre fáscias, músculos e estruturas ósseas (DAVIS, 2006)”. Toda estrutura animal em movimento, incluindo a nossa, deve ser “finitamente fechada”, ou seja, autônoma e capaz de ficar coesa, independentemente de estarmos de pé apoiados nos pés, de pé apoiado sobre a cabeça ou voando pelos ares em um mergulho de cisne (MYERS, 2009, p.45). Há duas formas de suportar objetos no nosso universo são tensão ou compressão e suspensão ou escoramentos. As paredes seguram e dão sustentação a um tijolo em cima do outro criando uma estrutura de compressão contínua. Um guindaste suspende objetos através da tensão no cabo (MYERS, 2009, p.47). Para Myers (2009), a tensegridade fascial implica paridade do tônus, com concessões para diferentes tipos de fibras musculares e alterações na densidade desde a superfície até locais profundos. Conforme as informações clínicas elas sugerem que a indução desta paridade do tônus produz um aumento do comprimento, facilitação do movimento e adaptabilidade para o cliente tanto nos aspectos somáticos quanto psicossomáticos. Figura 6A: Tensegridade Fonte: http://universoef.com.br 32 Figura 6B: Modelo da constituição de tensegridade da pelve. Fonte: http://universoef.com.br Figura 6C: Tensegridade do ser humano. Fonte: http://universoef.com.br 1.6.1 Memória fascial Conforme Davis (2006), as memórias dos eventos outraumas passados pelo nosso corpo, estão enraizadas na estrutura, principalmente no sistema fascial. Essas emoções armazenadas podem bloquear ou dificultar seu processo de cura. Todas as células do corpo, não somente a estrutura fascial, 33 tem uma consciência, que armazena memórias e emoções. Muitas pesquisam sugerem que a mente e o corpo atuam um sobre o outro de forma notável. Os pesquisadores estão conseguindo demonstrar com a ajuda de sofisticados equipamentos laboratorial, que as emoções podem ser a causa das respostas alteradas do sistema imune, do conjunto das glândulas e células que formam o mecanismo de defesa do organismo. Tem sido demonstrado repetidamente que, quando um bloqueio fascial é desfeito pela liberação miofascial, ou quando uma pessoa assume uma postura significativa durante o alongamento miofascial, os tecidos são liberados e uma memória ou emoção vem à tona. Esse evento eletrofísico produz uma alteração positiva e melhora o estado do paciente. A liberação e o alongamento miofasciais não são lineares, mas resultam em um efeito corporal total capaz de produzir grande variedade de efeitos físicos, emocionais e mentais (DAVIS, 2006). 34 2 O EXPERIMENTO 2.1 Casuística e Métodos 2.1.1 Condições Ambientais O ensaio clínico randomizado controlado com um assessor cego, foi realizado nas dependências do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins residente na Rua 9 de julho, n°1010 Centro, Lins SP. Os testes e as intervenções foram realizados no período de 16 de setembro a 20 de outubro de 2015, após aprovação do comitê de ética e pesquisa do Unisalesiano. 2.1.2 Sujeitos No estudo participaram 30 jovens do gênero feminino, estudantes do curso de fisioterapia Unisalesiano Lins-SP, na faixa etária de 18 a 30 anos de idade, sedentária. As voluntárias foram divididas em três grupos, dez dessas voluntárias formaram um grupo sem a aplicação da bandagem, dez com a bandagem sem tensão e as outras dez com a bandagem tensionada a 25%. Sendo que a primeira pesquisadora realizou o teste para flexibilidade sem o conhecimento dos grupos com tensão e sem tensão, que foram escolhidas aleatoriamente e sem conhecimento pelas voluntárias das tensões nas aplicações pela segunda pesquisadora, e revelados somente após o término da avaliação final. 2.1.3 Materiais Os materiais utilizados foram: bandagem elástica; câmera digital; flexímetro; tesoura; álcool 70%; cadeira com encosto e fixador de cabelos em spray para aumentar a adesão da bandagem na pele. 35 Figura 7: Materiais utilizados. Fonte: elaborado pelos autores, 2015. 2.1.4 Testes Foi realizado teste para flexibilidade utilizando o flexímetro: Teste de flexão-lateral da cabeça ativo. A pessoa a ser avaliada permaneceu sentada em uma cadeira, a coluna ficando apoiada e com a postura ereta. O flexímetro foi colocado com a tira ao redor da cabeça, com o mostrador posicionado na face anterior da cabeça (testa), voltado para o avaliador. Estabilizou-se a cintura escapular, evitando a flexão lateral do tronco. Os ombros mantiveram a mesma linha, quando realizado o movimento da cervical. O queixo posicionado para frente, o qual evitou a rotação da cervical. As voluntárias receberam a aplicação da bandagem quando os testes do flexímetro e mobilização de fáscia foram positivos. O teste do flexímetro foi positivo quando a voluntária apresentou assimetria na flexibilidade do movimento de flexão-lateral cervical. O teste de mobilização de fáscia aplicado bilateralmente do movimento de flexão-lateral cervical. Neste teste a face palmar da mão do examinador permaneceu em contato com a superfície da região das fibras superiores do 36 músculo trapézio. A partir daí o examinador mobilizou a fáscia em duas direções (medial e lateral), e observou se em alguma das duas mobilizações de fáscia havia aumento da flexibilidade do lado onde o movimento de flexão- lateral cervical foi menor. Nos grupos com bandagem elástica, sem tensão e tensionada a 25%, a reação elástica da bandagem seguiu a mesma direção da mobilização de fáscia que proporcionou o aumento da flexibilidade. O teste flexibilidade foi realizado nos três grupos antes e depois de quatro semanas, tempo utilizado para as aplicações de bandagem elástica nos grupos experimentais. Figura 8: Posicionamento do Flexímetro para realização do teste. Fonte: elaborado pelos autores, 2015. 37 Figura 9: Teste de flexibilidade cervical com o flexímetro. Fonte: elaborado pelos autores, 2015. 2.1.5 Procedimentos Antes da aplicação da bandagem elástica foi realizada a assepsia da região com álcool 70% e aplicação do spray de cabelos para aumentar a adesão à pele. A participante foi posicionada sentada com a cervical em flexão- lateral. Durante o procedimento foi importante que a área estivesse desnuda, devendo avaliar a integridade da pele antes da aplicação da bandagem elástica e aplicada o spray de cabelo sobre a pele para aumentar adesão da bandagem. 38 Figura 10: Bandagem elástica e o tipo de corte. Fonte: Kase, Lemos e Dias, 2013 p.38.·. Figura 11: Aplicação da bandagem elástica sobre o músculo trapézio. Fonte: elaborados pelos autores, 2015. 39 Figura 12: Bandagem elástica aplicada. Fonte: elaborado pelos autores, 2015. 2.1.6 Mensuração da bandagem e tensões O cálculo de tensão da bandagem elástica para mensuração da aplicação na zona terapêutica foi realizada utilizando uma amostra de 25 cm de bandagem elástica, onde é fixada em um plano para aferição, sendo 5 cm de comprimento de âncoras para cada lado com tensão zero e 15 cm de comprimento de zona terapêutica ou zona móvel. Utilizando-se uma tensão máxima de 100% nos 15 cm de zona terapêutica a bandagem passa a ter um comprimento total de 40 cm, ou seja, a zona terapêutica foi aumentada em 15 cm. Utilizando regra de três simples foi encontrado o valor para 25% de tensão. Sendo assim para que a bandagem tenha 25% de tensão seu comprimento total contando zona terapêutica e as âncoras passam a ser de 28,75cm de comprimento. 40 2.1.7 Técnica da bandagem elástica A técnica para aplicação da bandagem foi de acordo com a facilidade do movimento da fáscia cervical. A aplicação consiste em um corte de 25 cm de bandagem em forma de I, aplicada durante três semanas consecutivas, sendo que a cada aplicação a permanência da bandagem sobre a pele foi de 5 dias e depois um intervalo de descanso de 2 dias entre cada aplicação. Após a última aplicação foi realizado o teste com o flexímetro 07 dias após a retirada da bandagem. 2.2 Resultados Tabela 1: 1ª e a 2ª avaliação, do Grupo Controle. VOLUNTÁRIAS GC 1ª AVALIAÇÃO (º) D E 2ª AVALIAÇÃO (º) D E 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 50 42 55 50 60 52 60 50 35 45 45 30 45 35 45 40 45 35 55 52 47 54 51 51 53 54 52 50 45 50 40 4537 35 37 37 40 44 43 46 Fonte: elaborado pelos autores, 2015. Nota: D= Direito, E= Esquerdo; GC= Grupo Controle. Foi considerada a média de ambos os lados Tabela 2: Percentual da evolução do Grupo Controle VOLUNTÁRIAS LADO DIREITO (%) LADO ESQUERDO (%) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 -06 -07 -12 -13 29 -11 -18 -18 -11 -22 29 02 04 - 11 50 - -08 26 12 Fonte: elaborado pelos autores, 2015. 41 Na Tabela 1, estão descritas os graus de flexibilidade cervical do lado direito e esquerdo do grupo controle e na Tabela 2, o percentual realizado entre a primeira avaliação e a segunda avaliação da flexibilidade deste mesmo grupo. Tabela 3: 1ª e a 2ª avaliação e o percentual, do Grupo Bandagem sem tensão. VOLUNTÁRIAS (GBST) 1ª AVALIAÇÃO (º) 2ª AVALIAÇÃO (º) Δ% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E 57 E 32 E 53 D 38 D 30 E 28 D 35 D 40 E 45 D 40 E 55 E 40 E 54 D 36 D 35 E 36 D 42 D 35 E 49 D 45 -04 25 02 -05 17 29 20 -13 09 13 Fonte: elaborado pelos autores, 2015. Nota: GBST= Grupo Bandagem sem tensão Tabela 4: 1ª e a 2ª avaliação e o percentual, do Grupo Bandagem com tensão. VOLUNTÁRIAS (GBCT) 1ª AVALIAÇÃO (º) 2ª AVALIAÇÃO (º) Δ% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E 50 D 45 E 35 D 35 D 45 E 40 E 45 E 38 D 45 E 38 E 32 D 45 E 43 D 32 D 54 E 49 E 54 E 42 D 53 E 48 -36 - 23 -09 20 23 20 11 18 26 Fonte: elaborado pelos autores, 2015. Nota: GBCT= Grupo Bandagem com tensão Na tabela 3, demonstra os graus de flexibilidade na primeira e segunda avaliação do lado de menor flexibilidade e o seu percentual no referido Grupo Bandagem sem tensão. Na tabela 4, demonstra os graus de flexibilidade na primeira e segunda avaliação do lado de menor flexibilidade e o seu percentual no referido Grupo Bandagem com tensão. 42 Tabela 5: Percentual da evolução, voluntárias do Grupo Bandagem sem tensão e Grupo Bandagem com tensão. VOLUNTÁRIAS GBST (%) GBCT (%) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 -4 25 2 -5 17 29 20 -13 9 13 -36 - 23 -9 20 23 20 11 18 26 Fonte: elaborado pelos autores, 2015. Na Tabela 5, faz uma comparação do percentual de flexibilidade entre os grupos bandagem sem tensão e o grupo bandagem com tensão. 2.3 Discussão A mensuração da amplitude de movimento cervical é importante na avaliação funcional e na intervenção fisioterapêutica. Portanto, neste trabalho foi utilizado o Flexímetro, que é um equipamento simples que dispensa calibrações, apresenta baixo custo operacional e facilidade no seu manuseio, informando uma medida direta em graus de amplitude de movimento (ADM) na flexão-lateral da cervical. De acordo com as pesquisas de Florêncio et al. (2010), que compararam o Flexímetro com o Cervical Range of Motion (CROM), para analisar ADM cervical, chegaram aos mesmos valores obtidos na avaliação e concluíram que ambas as ferramentas apresentam confiabilidades aceitáveis para a prática clínica. Baseando-se nos princípios de que o movimento e a atividade muscular são indispensáveis para a manutenção de um estado saudável, a utilização da bandagem elástica segue esse princípio não restringindo ou limitando seus movimentos (VIEGAS apud VILLAR et al., 2011). Na área desportiva, a sua utilização é muito bem vista pelos atletas pelo fato de não restringir o movimento e pela sua aderência à pele. Apesar da popularidade e da crescente utilização na prática clínica, principalmente na 43 área do desporto, a evidência que tem por base a sua utilização é escassa e de qualidade metodológica questionável (VIEGAS apud NAKAJIMA e BALDRIDGE, 2013). De acordo com Lemos et al. (2014), no caso de retração fascial, tensões fasciais ocorrem juntamente com variações anormais de mobilidade do tecido e flexibilidade, o que consequentemente leva à degradação do movimento. Sendo que a terapia feita com Kinesio Taping, utilizando a correção fascial descrita por Kenzo Kase visa criar e direcionar o movimento fascial, a fim de conduzi-lo a uma direção desejada ou em um alinhamento, com isso libertar a fáscia de quaisquer limitações de movimento através do movimento da pele em relação ao músculo alvo por meio de uma tensão mecânica gerada pela bandagem elástica. Conforme Souza (2009), o estudo clínico randomizado (ECR) é uma das ferramentas mais poderosas para a obtenção de evidências para o cuidado à saúde. Baseiam-se na comparação entre duas ou mais intervenções controladas pelos pesquisadores e aplicadas de forma aleatória em um grupo de participante. Em uma pesquisa de Iglesias et al. (2009), para verificar efeitos a curto prazo de Kinesio taping na dor e na melhora da ADM de movimento cervical, em pacientes com lesões cervicais aguda, em um ensaio clínico randomizado, observou-se logo após as primeiras vinte e quatro horas da aplicação que o uso da bandagem diminuiu o quadro álgico e aumentou a ADM. O teste foi realizado em 41 pessoas (sendo 21 mulheres), foram divididos aleatoriamente em 02 grupos, sendo que o grupo experimental recebeu aplicação de Kinesio taping na coluna cervical, aplicado com tensão e o do grupo placebo recebeu a aplicação sem tensão. O resultado foi estatisticamente significativo para a dor e aumento de ADM, para todas as direções da amplitude de movimento cervical. Karatas et al. (2011), estudou 32 cirurgiões (entre 27 a 44 anos) que trabalham no Hospital Universitário, com queixas de dor cervical e lombar e após o quarto dia de permanência com a bandagem observou-se que os indivíduos tiveram melhoras no quadro álgico, da performance funcional e tiveram aumento da ADM. Artioli e Bertolini (2014), pesquisaram a sua aplicação e os resultados sobre a dor em 10 ensaios clínicos referentes à dor com Kinesio taping, 44 avaliados por meio da escala PEDro. Sendo que seus resultados foram semelhantes ou inferiores a outros grupos e que esse não seria o principal tratamento de escolha, sendo ela considerada técnica adjunta ou complementar. O que justificaria o efeito hipoalgésico seria a teoria das comportas. O presente estudo reforça o de Lemos et al. (2014). Eles pesquisaram o efeito da bandagem elástica sobre as fáscias da região da coluna vertebral lombar para o aumento da flexibilidade. Participaram 39 indivíduos do gênero feminino com idade entre 18 a 27 anos, foram divididos em três grupos (controle, tratados sem tensão e tratados com tensão). Nos dois grupos tratados observaram mudanças na mobilidade da fáscia lombar. No entanto, estes dois grupos não apresentaram diferenças significativas entre eles. Já no presente estudo, os dois grupos que receberam aplicação de bandagem obtiveram diferenças significativas quando comparados com o grupo controle, e diferenças significativas também quando comparados entre os grupos que receberam a aplicação da bandagem. Sendo o grupo tratado com tensão com maior ganho de flexibilidade. Luz Junior et al. (2015), relata em seu estudo que o Kinesio Taping não é melhor que o Micropore, mas que ambos os grupos apresentaram diferenças significantes quando comparadas ao grupo controle (não houve aplicação denenhuma bandagem). Tanto os resultados do estudo de Lemos et al. (2014) como os resultados de Luz Junior et al (2015) demonstram assim como o deste estudo, resultados que a aplicação de uma bandagem é eficaz para o aumento de flexibilidade. No entanto, a presença de tensão na bandagem não interfere neste ganho de flexibilidade. Por isso, estamos de acordo com Yazici et al. (2015), sobre o efeito de melhora sensorial local que a presença da bandagem provoca. A melhora da informação sensorial pode ser suficiente para aumentar a flexibilidade do segmento estimulado. 2.4 Conclusão 45 Conforme visto na discussão, várias pesquisas com a utilização da bandagem elástica nos mostraram bons resultados, e nesta pesquisa o seu uso trouxe benefícios com a melhora da flexibilidade no músculo trapézio. Sendo evidente, no presente experimento, que as aplicações das bandagens elásticas obtiveram melhores resultados comparados com o grupo controle, mesmo sendo avaliados 07 dias após a sua retirada. No entanto, a realização de outros estudos será necessária para observar se o aumento da flexibilidade é mantido após um longo período. 46 REFERÊNCIAS ALTER, M. J. Ciência da Flexibili dade. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. Anatomia de cabeza e cuello, 01 ago. 2011. Disponível em: http://es.slideshare.net/afg77alex/anatomia-de-cabeza-y-cuello. Acesso em: 02 out. 2015. ARTIOLI, D. P.; BERTOLINI, R. F. Kinesio taping: aplicação e seus resultados sobre a dor: revisão sistemática. Artigo de Revisão – Núcleo de Fisioterapia Ortopédica, Desportiva e Terapias Alternativas Centro Universitário Lusíada (UNILUS) – Santo (SP) e Laboratório de Estudo das Lesões e Recursos Fisioterapêuticos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) – Cascavel (PR), Brasil fev 2014. BASSET, K. T; LINGMAN, S. A; ELLIS, R. F; The use and treatment efficacy of kinaesthetic taping for musculoskeletal conditions: a systematic review. NZ Journal of Physiotherapy, 38(2): 56-62; 2010. BIENFAIT, M. 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Fonte: elaborado pelos autores, 2015. -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 -4 25 2 -5 17 29 20 -13 9 13 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 -36 0 23 -9 20 23 20 11 18 2652 ANEXOS 53 ANEXO A – Termo de consentimento livre e esclarecido COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UNISALESIANO (Resolução nº 466 de 12/12/12 – CNS) TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL 1. Nome do Paciente: Documento de Identidade nº Sexo: Data de Nascimento: Endereço: Cidade: U.F. Telefone: CEP: II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA 1. Título do protocolo de pesquisa: Eficácia da Bandagem Elástica para o Ganho de Flexibilidade Cervical. 2. Pesquisador responsável: PAULO UMENO KOEKE Cargo/função: Docente Inscr.Cons.Regional: Unidade ou Departamento do Solicitante: Pedagógico 3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como consequência imediata ou tardia do estudo). SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR Algumas pessoas poderão apresentar algum tipo de alergia à bandagem elástica e com isso deverá ser eliminado do grupo em estudo. 4. Justificativa e os objetivos da pesquisa: Segundo Milazzotto et al (2009) a flexibilidade é um componente fundamental para o funcionamento das atividades normais do ser humano, quando comprometida ou limitada predispõe os indivíduos a várias lesões musculoesqueléticas. Estudos evidenciam que a bandagem funcional contribui para um aumento da amplitude de movimento e na evolução dos componentes (SILVA; TONÚS, 2014, P. 543). OBJETIVO GERAL Avaliar a eficácia da bandagem elástica, aplicada na área das fibras superiores do músculo trapézio, para ganho de flexibilidade no movimento cervical. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Proporcionar ganho de flexibilidade no movimento de flexão-lateral cervical. 5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: Aplicação da bandagem elástica de acordo com a avaliação realizada previamente para verificar a flexibilidade cervical. 6. Desconfortos e riscos esperados: Algumas pessoas podem apresentar algum tipo de alergia à bandagem elástica. 7. Benefícios que poderão ser obtidos: Ganho da flexibilidade no movimento de flexão-lateral cervical. 8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: Não se aplica. 9. Duração da pesquisa: 4 semanas. 10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em 18/06/2015. 54 III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL 1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo. 2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento. 3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade. 4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa. 5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos decorrentes da pesquisa. IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 5 do inciso IV da Resolução 466, de 12/12/12, consinto em participar, na qualidade de participante da pesquisa, do Projeto de Pesquisa (colocar o nome do projeto de pesquisa). ________________________________ Lins, / / . Assinatura _________________________________ Testemunha Nome: Endereço: Telefone: R.G.: _________________________________ Testemunha Nome: Endereço: Telefone: R.G.: 55 ANEXO B – Parecer Consubstanciado do CEP 56
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