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404 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 9, p. 404-407, 2013 ANÁLISE DE DADOS DA AVALIAÇÃO FÍSICA DE ATLETAS UNIVERSITÁRIOS EM DOIS PERÍODOS DISTINTOS: período competitivo x volta das férias letivas Rafael de Paiva Pereira Thiers Vieira / UNIFEI Ricardo de Melo Dias / UNIMEP Vinícius Rodrigues Costa de Oliveira / UNIFEI rafavieira@unifei.edu.br ո Palavras-chave: Avaliação Física, Esporte Universitário, Atletas. INTRODUÇÃO Avaliações periódicas são de suma importância e deveriam ser utiliza- das para determinar o estado de prontidão física do atleta e para inferir na prescrição de treinamento das capacidades físicas (LOPES, 2005). Zatsiorsky (1999), Verkhoshanski (2001), Barbanti (2001) e Bompa (2002) afirmam que as capacidades físicas força, resistência e velocidade são adaptáveis ao treinamento. Estas, juntamente com a técnica e a tática, estão diretamente ligadas ao desempenho final do atleta em determinado esporte (WEINECK, 2003). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 9, p. 404-407, 2013 405 A periodização de um treinamento prevê ganho considerável nos perío- dos pré-competitivo e competitivo, com perda gradual no período de recupe- ração (MATVEEV, 1997). Em relação a equipes universitárias, nas quais o comprometimento dos atletas é variável e relativo à vida diária individual, caracterizada, nesse caso, por consumo excessivo de álcool e sedentarismo fora dos treinos, essa per- da (redução dos níveis de determinada capacidade física) é quantitativamente desconhecida (SANTOS; TINUCCI, 2004). Este estudo teve por objetivo analisar dados de avaliações físicas que permitem mensurar os níveis de algumas capacidades físicas e compará-los para diagnosticar se: há redução significativa em alguma delas? Quais? Quan- to? Proporcionando, assim, um indicativo sobre quais capacidades devem ser priorizadas no retorno aos treinamentos, o que possibilitaria aumentar a efi- ciência do trabalho de preparação física para a população estudada. MÉTODOS Análise estatística quantitativa de avaliações físicas de atletas universitários. A amostra foi constituída por 46 alunos que compõem as equipes es- portivas representativas da Universidade Federal de Itajubá, nas modalidades handebol e basquete masculinos. Ambas as equipes treinam em duas seções por semana de 90 minutos cada. Como as avaliações físicas são prática de rotina das equipes analisadas, os dados foram disponibilizados pelo técnico das modalidades (profissional de Edu- cação Física), que aplicou avaliações com protocolos específicos para cada capaci- dade. Os dados fornecidos pelo técnico foram: força, resistência e velocidade. Os procedimentos éticos para pesquisas com seres humanos foram res- peitados de acordo com a legislação vigente. Foram analisados e comparados dados de avaliações físicas colhidas em dois momentos: durante o período competitivo, onde as capacidades físicas deveriam estar em níveis ótimos em relação à periodização da preparação fí- sica; e no final do período de recuperação, coincidente ao retorno das férias letivas do mês de julho (30 dias). 406 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 9, p. 404-407, 2013 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados analisados foram tratados estatisticamente (Tabela 1). Tabela 1 - Média, desvio padrão e p valor das capacidades no período competitivo x fim do período de recuperação. Capacidade Período Competitivo Fim do Período de Recuperação (volta às aulas) P Valor Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Força 50 ± 9,37 49,80 ± 9,25 0,91 Velocidade 20,28 ± 2,80 19,21 ± 1,79 0,03 Resistência 40,59 ± 8,88 34,54 ± 7,53 0,0006 Dados relativos à força não demonstraram relevância (p=0,91). Velo- cidade apresentou relevância (p=0,03), pois teve redução significativa após o retorno das férias letivas (- 5,27%). Resistência foi a capacidade que obteve maior relevância neste estudo (p<0,001), pois apresentou maior redução entre os períodos confrontados (- 14.90%). CONCLUSÃO A análise dos dados evidenciou que após 30 dias sem treinamento a maior perda de capacidade física ocorreu em relação à resistência física. Velocidade também apresentou queda estatisticamente significativa. Já a força não demonstrou redução considerável e alguns sujeitos, isoladamente, chega- ram até a apresentar certo aumento em relação ao período competitivo. Conclui-se, que no retorno aos treinamentos após as férias letivas, a pre- paração física deve priorizar a recuperação da resistência perdida, intercalan- do com treinamento para ganho de velocidade. Deve-se buscar um nível ótimo dessas capacidades, principalmente resistência anaeróbia, que é determinante nas modalidades estudadas. Aconselhamos estudos futuros com populações diferentes, que permi- tam confrontar estes dados com dados de amostras formadas por indivíduos praticantes de outras modalidades esportivas, a fim de verificar se em esportes onde outras capacidades são predominantes as perdas são semelhantes. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 9, p. 404-407, 2013 407 REFERÊNCIAS BARBANTI, V. J. Treinamento físico: bases científicas. 3. ed. São Paulo: CLR Balieiro, 2001. BOMPA, T. O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. São Paulo: Phorte, 2002. LOPES, C. R. Análise das capacidades de resistência, força e velocidade na periodi- zação de modalidades intermitentes. Campinas: 2005. MATVEEV, L. P. Metodologia e Treinamento. Treino Desportivo. Guarulhos: Phorte, 1997. SANTOS, M. B. P.; TINUCCI, T. O Consumo de álcool e o esporte: uma visão geral em atletas universitários. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 3, n. 3, p. 27-43, 2004. WEINECK, J. H. Treinamento ideal. 3. ed. São Paulo: Manole, 2003. VERKHOSHANSKI, I. V. Treinamento desportivo, teoria e metodologia. Porto Ale- gre: Artmed, 2001. ZATSIORSKY, V. M. Ciência e prática do treinamento força. São Paulo: Phorte, 1999.
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