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Aula - União Estável - Apontamentos Prof. Fábio Viana Oliveira União Estável Histórico No passado não era admitido, tampouco conhecido o casamento civil, o qual só foi instituído em 1890, pelo Decreto n.º 181. A partir de 1890, formalizou-se a constituição da família. Deixou-se de reconhecer efeitos jurídicos às relações familiares de fato, bem como ao casamento exclusivamente religioso e ao contrato particular de casamento. Mais tarde foi admitida a modalidade informal de casamento, bem como o casamento religioso e ao contrato particular, assinado por 2 testemunhas. O casamento civil era indissolúvel, sendo afastada a indissolubilidade com a EC 9/77, que possibilitou o divórcio no Brasil, levado a cabo com a Lei 6515/77. A exclusividade do casamento civil com forma válida de constituir família veio a ser afastada coma CF de 1988, que introduziu a União Estável como entidade familiar (art. 226, § 3º). O Código Civil/1916, não reconhecia as uniões de fato, as quais só começaram a receber atenção nas leis extravagantes, em especial a referente à filiação. Denominação: Concubinato - Próprio; Puro e - Impróprio; Impuro ou Adulterino. O concubinato adulterino sempre foi repudiado nas legislações em geral, inclusive no Brasil. Antes do Código Civil /1916, já havia a previsão da possibilidade de a esposa legítima ou de os herdeiros anularem as doações feitas à concubina do adúltero. No entanto, o concubinato puro era considerado um casamento de fato entre um homem e uma mulher por um período de tempo, o que ensejava a meação dos bens adquiridos na constância da relação. A jurisprudência, em um momento inicial, não admitia qualquer direito às uniões de fato. Mais tarde, a tutela baseou-se nos fundamentos de indenização e sociedade de fato, ou seja, pela vedação do enriquecimento ilícito. Hoje a sociedade de fato não é mais tratada como concubinato (Súmula 380, STF). Esta sociedade de fato diferencia-se pelo fato de não possuir um objeto social definido, que só vem a surgir no curso do tempo. União Estável O momento da constatação da affectio societatis é ao final do relacionamento. A ação cabível para o reconhecimento da União Estável é a declaratória, com efeitos constitutivos de alterar a titularidade do direito de propriedade de determinados bens. Os alimentos eram, a priori, negados por falta de fundamento legal, salvo quando previstos contratualmente. Havia partilha dos bens adquiridos pelo esforço em comum, ou indenização pelos serviços prestados. Após a CF/88, as Leis 8971/94 e 9278/96 passaram a regular a matéria. Com o NCC, restou estabelecido o reconhecimento da União Estável entre homem e mulher como entidade familiar, configurada na: convivência pública, contínua, duradoura e estabelecida com objetivo de constituição de família. Começa a surgir distinção entre concubina e companheira. O concubinato difere da união estável por aquele constituir relação não eventual entre homem e mulher impedidos de casar. Hoje, só há o concubinato impróprio ou adulterino. Neste, não há o direito a alimentos, salvo se no âmbito da sociedade de fato restar configurada a prova do esforço em comum para a aquisição dos bens. Já a sociedade de fato é prevista no direito das obrigações e não no direito de família. Na união Estável, em sendo reconhecida a comunhão parcial, cessa a discussão sobre se a contribuição é ou não absoluta. O TJRGS possui posição majoritária no 4º Grupo Civil de que é necessária a vida em comum sob o mesmo teto, restando caracterizado o namoro qualificado quando não configurada a coabitação. As causas suspensivas do casamento não impedem a caracterização da União Estável, nem se aplica analogia quanto ao regime de bens. Entretanto, não pode ser dito o mesmo com relação aos impedimentos, salvo se a pessoa casada estiver separada de fato ou judicialmente. União Estável. Perante terceiros que acreditam na existência da relação, aplica-se a Teoria da Aparência, respondendo pelas conseqüências os que se passar por companheiros. O terceiro de boa fé tem legitimidade para demandar visando o reconhecimento da união estável. A companheira pode exercer a inventariança, sendo necessário o reconhecimento de sua situação em ação própria, salvo se todos os herdeiros concordarem com a habilitação desta. O direito sucessório dos companheiros é regulado pelo artigo 1.790, do NCC. Há posição de inferioridade do companheiro, que herda somente os bens adquiridos em comum, não é herdeiro necessário e concorre com os colaterais. A conversão da união estável em casamento é prevista no NCC, mas há silêncio quanto aos seus efeitos. O Des. Luiz Felipe Brasil Santos afirma a irradiação dos efeitos ex nunc da data da conversão. A união estável entre pessoas do mesmo sexo não foi regulada pelo NCC, nem é reconhecida pela maioria. O Des. José Carlos Teixeira Giorgis reconheceu a união homossexual como união estável (AC 70001388992, 7ª Câmara do TJRGS), mas prevalece a vedação por imposição constitucional. Em 05/05/2011 – Os Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgarem a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, reconheceram a União Estável Homoafetiva. Em 26/04/2013 – O TJ/RO – Provimento n° 02/2013 – PR/CG – autorizou o Casamento Homoafetivo. Em 16/05/2013 – O CNJ na Resolução n° 175 autorizou o Casamento Homoafetivo. União Estável Putativa.
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