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Calcificações pulpares características clínicas, imagenológicas e morfológicas revisão sistemática

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA 
CURSO DE ODONTOLOGIA 
 
 
 
 FELIPE BRUNO GOMES MEDEIROS 
 
 
 
CALCIFICAÇÕES PULPARES - CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, 
IMAGENOLÓGICAS E MORFOLÓGICAS 
 REVISÃO SISTEMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2017 
 
 
 FELIPE BRUNO GOMES MEDEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CALCIFICAÇÕES PULPARES - CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, 
IMAGENOLÓGICAS E MORFOLÓGICAS 
REVISÃO SISTEMÁTICA 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso 
de Odontologia da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, 
como requisito para conclusão da 
Disciplina Trabalho de Conclusão de 
Curso II. 
 Orientadora: Profa. Dra. Rejane 
Andrade de Carvalho. 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na Fonte. UFRN / Departamento de Odontologia 
Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medeiros, Felipe Bruno Gomes. 
 Calcificações pulpares - características clínicas, imagenológicas e 
morfológicas / Felipe Bruno Gomes Medeiros. – Natal, RN, 2017. 
 
39 f. 
 
Orientador: Prof. Dr. Rejane Andrade de Carvalho. 
 
Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde, Natal, 2017. 
 
1. Calcificações da Polpa Dentária - Monografia. 2. Polpa dentária - 
Monografia. 3. Endodontia - Monografia. I. Carvalho, Rejane Andrade de. II. 
Título. 
 
 
 
RN/UF/BSO BLACK D24 
 
 
 
FELIPE BRUNO GOMES MEDEIROS 
 
 
CALCIFICAÇÕES PULPARES - CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, 
IMAGENOLÓGICAS E MORFOLÓGICAS 
REVISÃO SISTEMÁTICA 
 
 Trabalho apresentado ao Curso de 
Odontologia da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, como requisito para 
conclusão da Disciplina Trabalho de 
Conclusão de Curso II. 
 
 Aprovado em:__/__/__. 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
_______________________________________________________________ 
Profa. Dra. Rejane Andrade de Carvalho 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
Orientador 
 
____________________________________________________________ 
 
Prof. Dr. Fábio Roberto Dametto 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Membro 
 
_______________________________________________________________ 
 
Profa. Dra. Edna Maria da Silva 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
Membro 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus, 
Agradeço em primeiro lugar à minha fonte de inspiração e força nos 
momentos mais difíceis e que precisei ter persistência e coragem para trilhar os 
caminhos árduos que surgiram durante o meu curso de graduação e que teve 
participação em cada conquista alcançada até o presente momento. 
Agradeço a vocês Pai e Mãe, que procuraram, dentro dos seus limites e 
possibilidades, me ajudar a obter meios de contornar obstáculos e evoluir, de 
maneira honesta e idônea, se mostrando sempre solícitos a conversar, me 
provendo não só materialmente, mas com muito amor e motivação, princípios 
éticos, formando o alicerce sólido para que eu atingisse meus objetivos e 
alcançasse meus sonhos. 
Aos meus irmãos e amigos, que procuraram entender que mesmo nas 
dificuldades e na falta de tempo e renúncia de alguns encontros semanais, eu 
sempre estive presente na alma e no apreço enorme que guardo por eles. 
Ao meu primo Rodrigo Mafra, que com sua experiência no meio 
acadêmico, paciência e capricho em tudo que faz, contribuiu para desatar 
muitos nós encontrados no planejamento e execução deste trabalho. 
À minha namorada, Mariana Vieira, por ter sido compreensiva, 
amorosa, sincera, madura e que desde muito cedo me forneceu dicas valiosas 
de como construir esse trabalho da melhor forma, mas sempre aproveitando o 
que havia de melhor nele. 
À minha orientadora, Dra. Rejane Andrade de Carvalho, que trouxe 
além de sua experiência vasta na área de ensino, a ajuda na escolha do tema 
relevante a ser abordado neste trabalho. Além dos conhecimentos científicos, 
pré-requisitos para a execução do trabalho, trouxe também ensinamentos 
valorosos também para a vida e profissão. 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………… 10 
2 OBJETIVOS………………………………………………………………………… 14 
3 METODOLOGIA……………………………………………………………………. 14 
4 RESULTADOS……………………………………………………………………… 17 
5 DISCUSSÃO…………………………………………………………………………. 27 
6 CONCLUSÃO………………………………………………………………………… 32 
 REFERÊNCIA………………………………………………………………………… 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÃO 
 
Quadro 01 – Estratégias de busca e operadores booleanos utilizados......... 16 
Quadro 02 – Critérios de inclusão e exclusão adotados pelos autores......... 16 
Quadro 03 - Características dos artigos selecionados nesta revisão 
sistemática (Artigos utilizados) .......................................................................18 
Figura 01 - Fluxograma das principais etapas da revisão sistemática...........18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CALCIFICAÇÕES PULPARES - CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, 
IMAGENOLÓGICAS E MORFOLÓGICAS 
REVISÃO SISTEMÁTICA 
 
RESUMO 
INTRODUÇÃO: Calcificações pulpares são deposições de tecido mineralizado 
na câmara pulpar ou nos canais radiculares dos dentes humanos, podendo 
trazer dificuldades para a prática clínica odontológica, em virtude da obliteração 
e alteração na anatomia pulpar. Elas ocorrem normalmente como resposta a 
estímulos fisiológicos no processo de envelhecimento pulpar e ambientais como 
verificado em traumatismos, cáries e hábitos parafuncionais. OBJETIVO: O 
presente trabalho procurou identificar padrões de calcificações na polpa dentária 
mais frequentemente relatados na literatura científica, destacando-se seus 
aspectos clínicos, imagenológicos e morfológicos presentes na literatura 
científica. MÉTODOS: Foram utilizados como fonte de pesquisa, artigos obtidos 
nas bases de dados: PUBMED, MEDLINE, LILACS, SCOPUS e BVS. 
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO: Foram incluídos na amostra final estudos com 
desenhometodológico bem descrito e relevância científica significativa, 
publicados nos últimos 40 anos, indexados as bases de dados consultadas e 
trabalhos que descreveram ou apresentaram aspectos clínicos, imagenológicos 
e radiológicos das calcificações pulpares, características gerais e causas mais 
prevalentes. Foram excluídos da seleção, estudos com relatos de casos clínicos, 
estudos in vitro e do tipo revisão sistemática. RESULTADOS: Um total de 402 
estudos foram obtidos e após a aplicação dos critérios de inclusão foram 
selecionados um total de 12 artigos relevantes incluídos na amostra final, sendo 
que 07 eram estudos observacionais transversais, e destes, 04 eram estudos de 
prevalência; 05 eram estudos experimentais, os quais avaliaram aspectos 
clínicos, imagenológicos e morfológicos das calcificações pulpares. Os artigos 
que compuseram a amostra final foram lidos na íntegra e avaliados criticamente 
para que pudessem ser extraídos subsídios necessários à construção deste 
trabalho. CONCLUSÕES: Após análise dos artigos selecionados pode-se 
concluir que as calcificações pulpares são ocorrências relativamente comuns em 
polpas dentárias humanas associadas ao processo fisiológico de 
 
envelhecimento natural do órgão pulpar, fatores irritantes ou agressores da 
polpa como as cáries, restaurações extensas e traumatismos dentais. 
Normalmente não costumam trazer comprometimento pulpar ou sintomatologia 
aos pacientes que apresentam tal condição. Apesar disto é importante a 
compreensão deste tipo de ocorrência, de forma a facilitar o seu correto 
diagnóstico clínico e radiográfico e na tomada de decisões de tratamento, 
especialmente diante das dificuldades impostas à realização de tratamentos 
endodônticos radicais. 
Palavras-chave: Calcificações da polpa dentária, Displasias pulpares, 
Dentículos, Diagnóstico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
INTRODUCTION: Pulp Calcification are deposits of hard tissue on the pulp 
chamber or on root canal in the human teeth and results difficulties to the 
dentistry clinical practice due to obliteration and changes in the pulp anatomy. 
They occur normally as an answer to physiological stimuli of dental pulp aging 
process and environment factors as seen at traumatized teeth, caries or 
parafunctional habits. OBJECTIVES: The aim of present study was to identify 
more reported characteristics of dental pulp calcification in scientific literature, 
highlighting clinical, radiographic and morphological aspects seen at scientific 
literature. For that purpose, studies were searched on the following databases: 
PUBMED, MEDLINE, LILACS, SCOPUS e BVS. After applying including and 
excluding criteria articles compounded final sample. A total of 402 studies were 
obtained as search results in reported databases and 12 studies were used in 
the final sample and selected for inclusion in the literature review. SELECTION 
CRITERIA: Well described methodological design studies and significant 
scientific relevance studies published at last 40 years, indexed at search 
databases and relevant papers describing or showing relevant clinical, 
radiographic and morphological aspects of pulp calcifications, general 
characteristics e most its prevalent causes. Clinic case report studies, in vitro 
studies and systematic review were excluded of final sample. RESULTS: A total 
of 402 studies were obtained and after applying the inclusion criteria a total of 12 
relevant articles included in the final sample were selected, of which 07 were 
cross-sectional observational studies, and of these, 04 were prevalence studies; 
05 were experimental studies, which evaluated clinical, imaging and 
morphological aspects of pulp calcifications. The articles that composed the final 
sample were read in full and evaluated critically so that the needed subsidies 
could be extracted for the construction of this work. CONCLUSIONS: After 
analyzing the selected articles, it can be concluded that pulp calcifications has a 
relatively common in human dental pulps associated with the physiological 
process of natural aging of the pulp organ, irritating factors or pulp aggressors 
such as caries, extensive restorations and dental traumatisms. Usually do not 
usually bring about pulp impairment or symptomatology to patients who present 
such condition. In spite of this, it is important to understand this type of 
 
occurrence, in order to help correct clinical and radiographic diagnosis and the 
treatment decision, especially in face of difficulties imposed to the 
accomplishment of radical endodontic treatments. 
 
Keywords: Dental pulp calcification, Pulpal Dysplasia, Denticles, Diagnostic. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
As calcificações dos tecidos pulpares normalmente encontradas na câmara 
pulpar ou nos canais radiculares de um dente podem ser definidas como 
obliteração de espaços pulpares devido a uma resposta a agentes físicos, 
químicos ou biológicos, sendo a maior ocorrência relacionada as agressões ao 
tecido pulpar. Segundo Leonardi et al. (2011), a polpa, diante de um fator 
agressor, apresenta reações inflamatórias ou degenerativas. Estas dependem 
do tipo, da frequência e da intensidade do agente irritante, assim como da 
resposta imune do paciente. Se o agente agressor não for removido, a polpa 
alterada ficará calcificada ou necrosada. 
Os traumatismos alvéolo-dentários também são possíveis responsáveis pela 
deposição de tecidos mineralizados pulpares, pois uma ruptura mesmo parcial 
no suprimento vascular e nervoso apical da polpa poderá ser comprometido ou 
não provocando a formação de um coágulo e estimulando o depósito de tecido 
calcificado, provavelmente por estimulação da atividade dos odontoblastos 
(CHOI et al., 2010). Nestas situações é inerente a muitas respostas pulpares 
serem seguidas de injúrias de luxação ou avulsão e uma redução do 
suprimento sanguíneo que geralmente levam à calcificação do canal radicular. 
Com o tempo, a imagem radiográfica pode dar a impressão de obliteração 
pulpar, representando um efeito muito comum deste tipo de agressão 
(HEITHERSAY, 2016). 
Calcificações dentárias também podem se desenvolver de forma 
patológica em resposta a uma agressão ao complexo dentino-pulpar como, por 
exemplo, cáries, doença periodontal ou trauma (PIATTELLI, 1993). Dentes que 
se apresentam com lesões de cárie extensas, traumatizados, com trauma 
oclusal e que foram submetidos a capeamentos pulpares, pulpotomias e 
preparos protéticos próximos da câmara pulpar apresentam maior tendência de 
desenvolverem calcificações na polpa dentária (DE DEUS, 1992). 
A ocorrência destes processos não é rara, mas sua frequência é difícil de 
ser determinada (JESUS et al., 2014). Após a anamnese e exame clínico do 
 
 
 
11 
paciente, analisa-se os exames complementares a ele solicitados e uma vez 
que são formuladas hipóteses de diagnóstico, nota-se que a coroa dental 
apresenta coloração alterada e do ponto de vista clínico, é possível verificar 
que o escurecimento na coloração da coroa dentária (normalmente adquire um 
tom mais amarelado) é resultante da diminuição da translucidez do dente 
frequentemente associada a ocorrência de traumatismos dentários (ABOTT et 
al., 2009). 
Dentre os exames complementares destacam-se as radiografias extra 
bucais e, especialmente, as radiografias periapicais dos dentes. Entre os 
principais sinais imaginológicosestão a forma da raiz, a morfologia do ápice 
radicular, a proporção coroa-raiz e a morfologia da crista óssea alveolar. Estes 
sinais são importantes na elaboração do planejamento do tratamento e 
prognóstico dessas situações clinicas. Estes sinais estão inevitavelmente 
presentes nas radiografias periapicais, mas alguns aparecem apenas 
eventualmente, como um apagamento dos limites pulpares com obliteração 
parcial ou completa da câmara pulpar e dos canais radiculares devido à 
deposição de dentina ou minerais nos espaços pulpares. Também referida de 
forma mais apropriada como Metamorfose Cálcica da Polpa (CONSOLARO; 
BERNARDINI, 2007). 
As calcificações podem ser localizadas mais frequentemente na porção 
coronária do que na porção radicular do órgão pulpar (RAVANSHAD et al., 
2015). As incidências relatadas variam de 8% a 90%, mas diversos 
pesquisadores documentaram a prevalência em quase 20% de dentes 
pesquisados individualmente por meio de radiografias. A prevalência de 
calcificações pulpares parece aumentar com a idade dos indivíduos em função 
da inúmera quantidade de impactos físicos e químicos aos quais os dentes são 
continuamente expostos ao longo da vida dos indivíduos até chegar à 
senilidade (CARVALHO & LUSSI, 2016) 
Estas calcificações iniciam-se como corpos livres no interior do tecido 
pulpar, podendo tornar-se aderidas ou embutidas nas paredes dentinárias da 
polpa e classificam-se em três tipos: dentículos, cálculos pulpares e calcificações 
lineares difusas. Esta última não é detectada radiograficamente (NEVILLE et al, 
2015). 
 
 
12 
No decorrer do tempo, os produtos do tecido pulpar necrosado tendem a 
se incorporar na estrutura dentinária e, geralmente, a decomposição protéica 
gera componentes escurecidos e o dente geralmente assume uma coloração 
amarelada escurecida, com várias tonalidades. Radiograficamente, os limites 
pulpares na câmara e no canal radicular estão mantidos e os espaços pulpares 
com dimensões normais conforme relataram em seus estudos (CONSOLARO e 
BERNARDINI, 2007; OGINNI et al., 2009). 
Entre as formas mais comuns de deposição de tecido mineralizado, 
podese destacar a produção localizada da dentina reacional, em resposta à 
agressão bacteriana provocada por cárie (MOLERI et al, 2010). As 
calcificações também estão associadas a causas fisiológicas oriundas da 
senilidade do tecido pulpar onde estudos mostram que o aparecimento de 
áreas mineralizadas em polpa madura, está relacionado ao processo de 
envelhecimento deste órgão (LUUKKO et al., 2011). 
Outros estudos sugerem que o envelhecimento pulpar também não 
revela relação direta ou indireta com a idade do paciente, mas está diretamente 
relacionado com fatores ambientais como hábitos de parafunção como atrição e 
abrasão e também com erosão, abfração, traumatismos, cáries e 
procedimentos restauradores e a doença periodontal, por sua vez, não tem se 
apresentado como uma eficiente envelhecedora pulpar (AL-NAZHAN & AL-
SHAMMRANI, 1991; CONSOLARO & BERNARDINI, 2007). 
Embora os fatores etiológicos ainda não estejam bem compreendidos, 
tem sido citados como causas prováveis das calcificações: a degeneração 
pulpar, a interação indutiva entre epitélio e tecido pulpar, a idade, os distúrbios 
circulatórios da polpa, a movimentações no tratamento ortodôntico, causas 
idiopáticas e predisposição genética (RAVANSHAD et al., 2015). Existem, 
ainda, anomalias congênitas relacionadas com a formação de calcificações 
pulpares, como a displasia dentinária tipo II (GOGA et al., 2008), quando todos 
os dentes do paciente tiverem a câmara pulpar aumentada e contendo 
calcificação, e se os cálculos estiverem localizados na porção coronária dos 
canais radiculares, os quais exibem aumento e abaulamento, então a displasia 
dentinária tipo I poderá ser considerada, além dessas tem as Calcinose 
tumoral, Calcinose universal e as síndromes de Marfan e de Ehlers-Danlos. 
(BAUSS et al., 2008). Essas condições raras estão associadas a câmaras 
 
 
13 
pulpares ou canais com formatos anormais; portanto, tais diagnósticos não 
devem ser considerados quando cálculos pulpares são observados na ausência 
de alterações pulpares. Além disso, em relação a importância clínica, a 
localização de canais calcificados está condicionada ao amplo conhecimento 
da anatomia interna e externa dental. Na tentativa de localização de canais, 
erros de procedimento podem ocorrer como a perfuração ou desvios do trajeto 
original do canal. Atualmente vários recursos clínicos podem ser utilizados 
neste procedimento: radiografias, microscópio e ultrassom (WU et al., 2011). 
Dessa forma, estudos que tenham como objetivo analisar a relação entre 
a ocorrência de calcificações pulpares em dentes vitalizados com seus fatores 
de estímulo são relevantes para a prática clínica odontológica, sobretudo para a 
realização de tratamentos endodônticos bem-sucedidos, nos quais a condição 
de mineralização e obliteração da luz dos canais radiculares poderá trazer 
dificuldades. A fase de instrumentação dos condutos, antecedida pela 
localização e exploração dos sistemas de canais radiculares, normalmente 
torna mais difícil a realização de procedimentos endodônticos operatórios. 
Com isso, o conhecimento sobre os tipos de calcificação, sua 
prevalência, etiologias e fatores diretamente relacionados poderá contribuir de 
forma estratégica para a escolha do melhor tratamento. Esta revisão de 
sistemática da literatura se propõe a reunir aspectos clínicos, de imagens e 
morfológicos do tecidos pulpares mineralizados, contribuindo com dados 
adicionais para a literatura específica. 
 Portanto, o objetivo principal dessa revisão sistemática foi selecionar 
estudos primários semelhantes de relevância que forneçam subsídios para a 
construção de evidências científicas sobre as calcificações pulpares. A 
elaboração deste trabalho foi norteada pela seguinte questão de pesquisa: 
“Existem evidências na literatura científica acerca dos aspectos característicos 
das calcificações pulpares?” 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
2 OBJETIVOS 
 
 Identificar os aspectos clínicos, imagenológicas e morfológicos das 
calcificações pulpares mais relatados pela literatura; 
 
 Relatar os padrões de deposição de tecido mineralizado mais 
frequentemente encontrados na polpa dentária (sistemas de canais 
radiculares e polpa coronária); 
 
 Destacar as etiologias prováveis e fatores associados à ocorrência das 
calcificações pulpares em dentes humanos. 
 
3 METODOLOGIA 
 
Foi realizada uma busca sistemática na literatura científica publicada em 
artigos, periódicos, jornais e teses presentes em bases eletrônicas de pesquisa 
para a elaboração desta revisão sistemática. Foram realizadas buscas iniciais 
durante os meses de junho a agosto de 2016 no Google Acadêmico 
(https://scholar.google.com.br/) e também na base de pesquisa Pubmed 
(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/) para se ter uma ideia de quantos 
estudos seriam encontrados, entrando com os seguintes descritores nos 
campos de busca: “Dental Pulp Stones” AND Clinical AND Radiographic AND 
Morphological. 
Após realizada a busca piloto, foi feita também uma pesquisa para saber 
se já existiam revisões sistemáticas sobre o referido tema publicada no site da 
Cochrane (http://www.cochranelibrary.com/). Então, somente depois procedeu- 
se a metodologia de busca em outras bases de dados: PUBMED 
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov.ez18.periodicos.capes.gov.br/pubmed/advanced),, 
MEDLINE (http://www.nlm.nih.gov/bsd/pmresources.html), LILACS 
(http://lilacs.bvsalud.org), SCOPUS (http://www.scopus.com) e BVS(http://brasil.bvs.br). 
 
 
15 
A pergunta central pela qual esta revisão se norteia é: “Existem 
evidências na literatura científica acerca dos aspectos característicos das 
calcificações pulpares?”. Além disso, também buscará associar fatores de 
influência para as calcificações na polpa dentária. 
Nas buscas, os descritores utilizados foram: “Dental pulp stones”, “Dental 
pulp calcification”, “Denticles, “Pulp obliteration”, “Calcificações da polpa 
dentária”, “Cálculos pulpares” e “Nódulos pulpares” combinando-se os termos e 
fazendo-se uso dos operadores booleanos (Quadro 01), delimitando a 
estratégia de busca nas referidas bases e utilizando-se tanto termos em idioma 
inglês quanto em Português (com suas traduções imediatas). 
 
Quadro 01 – Estratégias de busca e operadores booleanos utilizados 
Estratégias de busca 
#1: Dental pulp Stones / Cálculos na polpa dentária 
#2: Dental pulp calcification / Calcificações da polpa 
dentária 
#3: Pulp Canal Obliteration / Obliteração pulpar 
#4: Denticles / Nódulos Pulpares 
#5: Clinical / Radiographical / Morphological 
#6: (#1 or #2) and #5 
#7: (#3 or #4) and #5 
#8: (#1 or #2) and (#3 or #4) and 5 
 
Os trabalhos obtidos a partir das buscas nas bases eletrônicas dados 
foram selecionados independentemente por dois avaliadores, de forma cega, 
estando eles previamente calibrados e usando-se dos seguintes critérios de 
inclusão: estudos clínicos (in vivo) que abordem aspectos clínicos, 
imagenológicos e morfológicos das calcificações pulpares, pesquisas com 
delineamento metodológico bem descrito e modelo consolidado na literatura e 
artigos científicos publicados em revistas, periódicos, banco de teses publicada 
ou não. Estudos realizados somente com relatos de casos clínicos, revisões 
sistemáticas já publicadas sobre o tema e estudos in vitro foram excluídos 
(Quadro 02). 
 
 
16 
 
 
Quadro 02 – Critérios de inclusão e exclusão adotados pelos autores. 
Critérios de inclusão Critérios de exclusão 
Estudos que relatem aspectos 
clínicos, imagenológicos ou 
morfológicos das calcificações 
pulpares, relacionando-as a suas 
causas prováveis. 
Estudos com relatos de casos 
clínicos. 
Pesquisas com delineamento 
metodológico bem descrito e de 
modelo consolidado na literatura 
Estudos in vitro. 
Trabalhos publicados em revistas, 
periódicos, teses, artigos científicos. 
Estudos do tipo Revisão Sistemática. 
 
O primeiro fator a se considerar para a exclusão de uma parte dos 
trabalhos foi a análise do título. Em seguida foi realizada uma leitura breve dos 
resumos e foram identificados se haviam elementos que encaixavam aqueles 
estudos como partes da amostra intermediária. Quando não haviam, optou-se 
pela exclusão destes da amostra. Quando estes não eram esclarecedores foi 
realizada a leitura do artigo na íntegra para não correr o risco de deixar estudos 
importantes fora da revisão sistemática. Foram lidos integralmente 44 estudos 
para que deles pudessem ser coletados evidências científicas para melhor 
compreensão dos processos de calcificação pulpar e seus aspectos clínicos, 
radiográficos e morfológicos. Destes estudos, para decidir quais artigos seriam 
mantidos, realizou-se a leitura dos artigos na íntegra e foram selecionados para 
a amostra final 12 estudos. As etapas de seleção dos estudos da revisão 
sistemática estão ilustradas no Fluxograma representado pela Figura 1. 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Figura 01. Fluxograma das principais etapas da revisão sistemática 
 
 
 
 
A Cochrane Collaboration estabeleceu que, para se analisar o nível de 
qualidade metodológica dos ensaios clínicos, vários critérios devem ser 
considerados, tais como: tipo de estudo, cálculo do tamanho da amostra, 
geração de uma sequência aleatória, alocação cega, relato de desistências, 
análise de intenção de tratar, mensuração cega e risco de erro (HIGGINS 
GREEN, 2011). 
 
4 RESULTADOS 
 
Os quadros 3 apresenta os resultados da estratégia de busca nas bases 
de dados pesquisadas. Os critérios de inclusão e exclusão foram aplicados aos 
115 títulos produzidos. Após a leitura dos resumos, foram selecionados 44 
artigos. A partir da leitura na íntegra, chegou-se ao número amostral final de 12 
(doze) artigos, os quais foram divididos em tabelas para conveniência de leitura 
dos resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reunião de 
consenso Buscas nas ba ses 
eletrônicas 
 artigos 402 
 
Exclusão com base 
na leitura do texto 
na íntegra - 31 
Artigos 
Remanescentes: 
1 2 
Análises dos 
títulos - 115 e 
resumos - 64 e 
aplicação dos 
critérios de 
inclusão e 
exclusão 
 
Artigos 
Remanescentes: 
44 
 
 
 
18 
Quadro 3 – Características dos artigos selecionados nesta revisão sistemática. 
 
Autores Objetivo Tipo de 
estudo 
Metodologia População e 
amostra 
Principais resultados 
 
Conclusões 
1.BAGHDADY
, Virgin S.; 
GHOSE, 
Leonora J.; 
NAHOOM, 
Huda Y. 
Journal of 
Endodontics, 
v. 14, n. 
6, p. 309-311, 
1988. 
Avaliação 
radiográfica da 
prevalência de 
cálculos pulpares 
e correlacionar à 
condição da 
coroa dentária 
(Cariada ou 
intacta) e a 
presença de 
cálculos pulpares 
em pré-molares e 
molares em 
ambos os 
maxilares. 
 
Observacion
al 
transversal 
(Radiográfic
o) 
Avaliação 
radiográfica da 
prevalência de 
cálculos 
pulpares. 
6.228 pré-molares 
e molares 
maxilares e 
mandibulares. 
19,2% dos dentes examinados possuíam cálculos 
pulpares. Encontrou-se maior prevalência de 
cálculos no grupo masculino em relação ao 
feminino. Obteve-se maior prevalência em dentes 
maxilares e o no primeiro molar, em relação aos 
segundos molares e pré-molares que 
apresentaram menos. Também foi encontrada 
uma porcentagem ligeiramente maior de cálculos 
em dentes cariados. 
Não foi definida de forma 
clara pelo estudo. 
 
 
2.BAUSS, 
Oskar; 
NETER, 
Daniel; 
RAHMAN, 
Alexander. 
Oral Surgery, 
Oral 
Medicine, 
Oral 
Pathology, 
Oral 
Radiology, 
and 
Endodontolo
gy, v. 106, 
n. 6, p. e56-
O propósito deste 
estudo foi o de 
examinar a 
prevalência de 
calcificações 
pulpares em 
pacientes 
portadores da 
síndrome de 
Marfan. 
Experimental 
(Radiográfic
o) 
Avaliação 
radiográfica 
em 21 
pacientes 
portadores da 
síndrome de 
Marfan (Grupo 
experimental) 
e 100 
pacientes no 
grupo 
controle. 
21 indivíduos 
portadores da 
Síndrome de 
Marfan e 100 
pacientes em 
grupo controle. 
 
Indivíduos com síndrome de Marfan com mais de 
30 anos de idade mostraram uma prevalência 
significativamente maior de cálculos pulpares (p = 
0.27) ou obliteração pulpar (p < 0,01). Cálculos 
pulpares estiveram presentes em 20,7% e 
obliteração pulpar foi encontrada em 7,9% dos 
dentes examinados neste grupo. Indivíduos com 
Síndrome de Marfan também revelaram uma 
correlação significativa entre idade e número de 
dentes com cálculos pulpares e obliteração 
pulpar. 
 
Os resultados obtidos pelo 
estudo devem ser 
levados em consideração 
nos tratamentos 
endodônticos ou 
ortodônticos. 
 
 
19 
e61, 2008. 
3.MOSS-
SALENTIJN, 
Letty; 
KLYVERT, 
Marlene 
Hendricks 
Journal of 
endodontics, 
v. 9, n. 12, p. 
554-560, 
1983. 
 
O presente 
estudo tem 
como objetivo 
prover dados 
radiográficos e 
histológicos sobre 
a incidência, 
localização e 
morfologia de 
corpos 
calcificados em 
polpasde pré- 
molares humanos 
recém- 
erupcionados. 
Observacion
al 
transversal. 
Avaliação 
radiográfic
a de todos 
os dentes 
da amostra 
em 
projeções 
mesio-
distal e 
vestibular-
lingual 
para 
estabelece
r a 
presença 
de corpos 
calcificado
s nas 
polpas 
dentárias. 
85 pré-molares 
maxilares e 90 
mandibulares 
recém 
erupcionados, 
não cariados de 
pacientes com 
idade de 11 a 15 
anos. 
Dos pré-molares, 25.8% dos maxilares e 25.5% 
dos mandibulares continham calcificações 
pulpares. A maioria foi encontrada próxima da 
polpa radicular próximo do ápice. Uma 
porcentagem ligeiramente maior de corpos 
calcificado coronários e uma porcentagem 
significativamente menor de corpos calcificados 
na raiz foi encontrada. 
 
 
 
As respostas dos tecidos 
que cercam o tecido pulpar 
a estímulos indutivos 
parece ser dependentes 
da idade. É um achado 
comum que calcificações 
pulpares se desenvolvam 
em dentes mais velhos. 
Elas consistem 
inteiramente em dentina 
atubular. Corpos 
calcificados (dentículos e 
cálculos pulpares), os 
quais são inicialmente 
compostos por dentina 
tubular, tendem a se tornar 
cercados por dentina 
atubular com a idade. 
 
 
 
4.GULSAHI, 
A.; 
CEBECI, A. I.; 
ÖZDEN, S. 
. International 
endodontic 
journal, 
v. 42, n. 8, p. 
735739, 2009. 
 
Determinar a 
prevalência de 
cálculos pulpares 
em um grupo de 
pacientes usando 
radiografias para 
avaliar qualquer 
associação com 
idade, gênero, 
doenças 
sistêmicas, 
tipo de dente, 
cáries, 
restaurações, 
terceiros molares 
impactados e 
anomalias 
dentais, incluindo 
dens 
Observacion
al 
transversal. 
 
Um total de 
519 indivíduos 
escolhidos 
aleatoriamente 
entre 
pacientes 
referenciados 
para o 
departamento 
de 
diagnóstico 
oral e 
radiologia, 
faculdade de 
Odontologia 
da 
Universidade 
de 
519 indivíduos 
escolhidos de 
forma aleatória, 
onde destes, 313 
(60%) eram 
mulheres e 206 
(40%) eram 
homens. 
Dentre os 13.474 dentes examinados 
radiograficamente, 627 (5%) possuíam cálculos 
pulpares. À medida que a idade dos pacientes 
aumentava, a prevalência de cálculos pulpares 
também aumentava (p <0,01). Neste estudo, não 
houve associação estatística entre cálculos 
pulpares e terceiros molares impactados, cáries, 
restaurações ou anormalidades dentais. 
Concluiu-se com o estudo 
que a 
prevalência dos 
cálculos pulpares 
aumentou com a idade dos 
participantes da pesquisa 
e foi significativamente 
maior em dentes 
molares do que em pré-
molares e incisivos. 
 
 
20 
invaginatus, 
taurodontismo, 
dens evaginatus e 
microdontia. 
Ankara 
(Turquia). 
5.SELAYARA
N, Maicon et 
al. RFO UPF, 
v. 18, n. 1, 
p. 07-11, 
2013. 
 
Avaliar a 
prevalência de 
nódulos pulpares 
em acadêmicos 
de 
Odontologia da 
Universidade 
Federal de 
Pelotas, 
procurando 
estabelecer 
associações 
entre nódulos 
pulpares e 
fatores como 
cárie 
dentária, 
restaurações, 
tratamento 
ortodôntico prévio 
e bruxismo. 
 
Observacion
al analítico e 
transversal 
(Clínico) 
Avaliar a 
prevalência de 
nódulos 
pulpares em 
acadêmicos 
de 
Odontologia 
da 
Universidade 
Federal de 
Pelotas, 
procurando 
estabelecer 
associações 
entre nódulos 
pulpares e 
fatores como 
cárie 
dentária, 
restaurações, 
tratamento 
ortodôntico 
prévio e 
bruxismo.Os 
participantes 
foram 
Submetidos a 
exame clínico 
e radiográfico, 
sendo 
realizadas 
duas 
radiografias 
interproximais 
na região dos 
molares, onde 
foi calculada a 
101 indivíduos. Do total, 69,3% apresentaram nódulos pulpares. 
Dentre os 762 dentes avaliados, 29,5% 
apresentaram nódulos pulpares. As calcificações 
foram mais frequentes nos primeiros molares. Um 
total de 45,5% dos alunos recebeu diagnóstico 
compatível com bruxismo. Fatores como 
bruxismo, tratamento ortodôntico prévio e cárie 
dentária não tiveram associação com a 
ocorrência de nódulos pulpares (p > 0,05). Os 
resultados demonstraram haver associação dos 
nódulos pulpares apenas com a presença de 
restaurações (p = 0,009). Os resultados 
demonstraram haver associação entre a presença 
de restaurações e o aparecimento de nódulos 
pulpares (p = 0,009), porém, não foi observada 
associação entre a presença de lesões de cárie (p 
= 0,757) e a ocorrência de nódulos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os resultados 
demonstraram haver 
associação entre a 
presença de restaurações 
e o aparecimento de 
nódulos pulpares (p = 
0,009), porém, não foi 
observada associação 
entre a presença de 
lesões de cárie (p = 
0,757) e a ocorrência de 
nódulos. 
 
 
 
21 
frequência de 
cálculos 
pulpares nos 
indivíduos. 
6.OGINNI, 
Adeleke O.; 
ADEKOYASO
FOWORA, 
Comfort A.; 
KOLAWOLE, 
Kikelomo A. 
Dental 
Traumatology, 
v. 
25, n. 6, p. 
620-625, 
2009 
 
O objetivo deste 
estudo foi avaliar 
sinais clínicos e 
sintomas 
associados a 
dentes com 
obliteração da 
câmara pulpar e 
relatar o status 
dos 
tecidos periapicais 
usando o índice 
periapical como 
uma 
maneira de 
realizar a decisão 
de 
tratamento. 
 
Observacion
altransversal 
(Clínico) 
Avaliou sinais 
clínicos e 
sintomas 
associados a 
dentes com 
obliteração da 
câmara 
pulpar e 
relatar o 
status dos 
tecidos 
periapicais. 
276 dentes 
diagnosticados 
com obliteração 
da 
câmara pulpar 
associados a 
traumatismos 
dentários. 
276 dentes foram diagnosticados com 
PCO (Obliteração da câmara pulpar) em 
pacientes com histórico de trauma nos dentes 
envolvidos. 157 dentes (56,9%) 
demonstraram obliteração parcial da câmara 
pulpar (TPCO) e 119 (43,1%) exibiram 
obliteração total da câmara pulpar. Colorações 
normais foram observadas em 56 dentes; 
Coloração amarelada em 186 dentes e 
acinzentada em 34 dentes. 
 
A obliteração da câmara 
pulpar 
(PCO), também chamada 
calcificação metamórfica é 
uma 
sequela do trauma 
dentário. Ela foi relatada se 
desenvolvendo mais 
em dentes com injúrias por 
concussão de 
subluxação. Esta 
resposta pulpar ao trauma 
é 
caracterizada pela 
deposição de tecidos duros 
no espaço do canal 
radicular. 
Embora a obliteração 
pulpar possa ser 
reconhecida 
clinicamente pelo 
menos 3 meses após a 
injúria, na maioria dos 
casos, ela 
permanece 
indetectável por volta de 1 
ano. A coroa do 
dente afetado tem 
coloração mais 
escurecida quando 
comparada com dentes 
normais adjacentes, em 
função do 
decréscimo na 
translucidez devido à uma 
maior 
espessura de 
 
 
22 
dentina. A coroa pode 
apresentar 
coloração amarelada ou 
cinza. Estes dentes são 
frequentemente 
assintomáticos e 
radiograficamente normais. 
Como 
conclusão, enquanto a 
incidência de 
necrose pulpar no 
estudo é mais alta do que 
anteriormente 
relatada, a maioria 
dos dentes com 
obliteração da 
câmara pulpar foi 
considerada 
saudável e funcional 
baseado na 
avaliação 
radiográfica, exame clínico 
e sinais e sintomas. 
 
7.KUMAR, 
Suresh; 
CHANDRA, 
Satish; 
JAISWAL, 
Jagdish 
Narain, 
Journal of 
endodontics, 
v. 16, 
n. 5, p. 218-
220, 1990. 
 
 
 
Este estudo foi 
realizado com o 
objetivo de 
determinar a 
ocorrência 
radiográfica de 
calcificações 
pulpares. 
Experimental 
(Clínico e 
radiográfico)
. 
A ocorrência 
de 
calcificações 
pulpares em 
120 
dentes 
decíduos 
maxilares e 
mandibulares 
extraídos foi 
avaliada 
radiograficam
ente. 
120 dentes 
decíduos 
extraídos e 
avaliados 
radiograficament
e. 
25% dos 2o molares apresentaram evidências de 
calcificações pulpares; Aproximadamente 3% dos 
incisivos mostraram calcificações;Nenhuma outra 
categoria de dente demonstrou envolvimento 
pulpar; Dos 120 dentes estudados, somente 7 
mostraram a presença de corpos radiopacos 
considerados cálculos pulpares no interior das 
câmaras pulpares. Um cálculo pulpar estava 
presente no incisivo central e seis cálculos 
estavam presentes nos segundos molares; O 
segundo molar decíduo exibiu um número 
significativamente maior de cálculos do que nos 
outros dentes. 
A baixa ocorrência de 
calcificações 
pulpares na dentição 
primária suporta a 
evidência de que a 
ocorrência de que as 
calcificações 
pulpares aumentam com a 
idade. 
 
 
 
23 
8.JAEGER, 
Márcia 
Martins 
Marques, 
1989. Tese 
de 
Doutorado. 
Universidade 
de São Paulo. 
Faculdade de 
Odontologia. 
Teve como 
objetivo a análise 
clínica, 
morfológica, 
microanatô 
mica e 
subcelular das 
calcificações 
pulpares em 216 
polpas dentárias. 
 
Experimental
, (clínico e 
morfológico). 
Foram 
estudadas 216 
polpas 
dentárias 
humanas, 
removidas por 
pulpectomia; 
203 foram 
analisados 
sob seus 
aspectos 
clínicos e 
histopatológic
os à 
nível de 
microscopia 
de luz; 8 
foram 
observados 
em 
microscopia 
eletrônica de 
varredura e 
as outras 5 
polpas 
estudadas 
em 
microscopia 
eletrônica de 
transmissão. 
216 Polpas 
dentárias 
removidas por 
pulpectomia. 
Os resultados mostraram que 78,32 
por cento das polpas apresentaram calcificações 
pulpares, no vasto grupo etário, sem preferência 
por sexo. Sintomatologia dolorosa foi observada 
em 52 por cento das polpas que apresentavam 
como alteração patológica apenas calcificação 
pulpar. Em 45,28 por cento dos casos, as 
calcificações pulpares apareceram associadas à 
pulpite crônica. As calcificações pulpares 
apresentaram-se na forma difusa ou nodular e, 
dentículos verdadeiros não foram observados. 
Nas 8 polpas estudadas em MEV encontramos 
material cristalóide depositado sobre fibras 
colágenas, que coalesciam formando massas 
maiores e nódulos. O estudo subcelular mostrou 
a presença de material eletrondenso no 
citoplasma de células em degeneração, em geral 
próximos de mitocôndrias e sobre fibrilas 
colágenas. As calcificações pulpares seriam 
mineralizações distróficas que ocorreriam em 
resposta aos estímulos físicos, químicos e 
biológicos aos quais o dente está exposto. 
As calcificações pulpares 
seriam mineralizações 
distróficas que ocorreriam 
em resposta aos 
estímulos físicos, 
químicos e biológicos aos 
quais o dente está 
exposto. As células do 
tecido pulpar, desta forma, 
sofreriam 
alterações regressivas 
facilitando a deposição de 
sais de cálcio na 
membrana de 
mitocôndrias, alterando a 
homeostase do cálcio, 
que precipitaria sobre as 
fibrilas colágenas (AU). 
 
9.DA SILVA, 
Emmanuel 
João 
Nogueira 
Leal et al. 
Clinical Oral 
Investigations, 
p. 17, 2016. 
 
O objetivo deste 
estudo foi o de 
avaliar a 
ocorrência 
de cálculos 
pulpares pela 
tomografia 
computadorizada 
cone-beam 
(CBCT) e 
correlacionar sua 
Observacion
al e 
transversal 
Imagens por 
Tomografia 
Computadori
zada 
Cone Beam de 
382 pacientes 
escolhidos ao 
acaso da base 
de dados do 
departamen
to de 
382 pacientes 
escolhidos de 
forma 
aleatória.2833 
imagens de 
dentes obtidas 
foram avaliadas. 
A prevalência de cálculos pulpares foi similar 
entre os gêneros dos pacientes e localizações 
dentárias. Cálculos pulpares foram detectados em 
31,9% dos pacientes e em 9,5% dos dentes. 
Molares maxilares e mandibulares foram os 
grupos com maior frequência de cálculos 
pulpares. A presença de restaurações aumentou 
a chance de ocorrência destes cálculos em 2,1 
vezes mais em todos os dentes examinados 
(p<0.0001) e em 4,7 vezes em dentes maxilares 
(p<0.0001). 
Cálculos pulpares 
apresentaram uma 
alta prevalência com 
dentes molares 
exibindo a maior 
prevalência. A presença de 
restaurações 
aumentou a chance 
de ocorrência das 
calcificações pulpares, 
especialmente em 
 
 
24 
prevalência com 
gênero do 
paciente, 
localização do 
dente 
(Arco maxilar ou 
mandibular direito 
ou 
esquerdo, grupo 
dos dentes e 
restaurações. 
radiologia 
oral da 
Universidade 
foram 
retrospectivam
ente 
examinadas. 
 dentes maxilares. 
 
 
10.ŞENER, 
Sevgi; 
COBANKAR
A, 
Funda Kont; 
AKGÜNLÜ, 
Faruk. 
Clinical oral 
investigations, 
v. 13, n. 2, p. 
209, 2009. 
 
O objetivo deste 
estudo foi de 
descrever a 
prevalência de 
calcificações 
da 
câmara pulpar 
em 
uma amostra de 
pacientes 
odontológicos 
turcos e relatar a 
associação entre 
a presença de 
calcificações 
na 
câmara pulpar e 
status dental, 
gênero, idade e 
doenças 
cardiovasculares 
(CVDs). 
 
Observacion
al e 
transversal 
(Prevalência
) 
Dados foram 
coletados 
através de 
exames de 
radiografias 
periapicais e 
interproximais. 
Focos 
radiopacos no 
interior da 
câmara pulpar 
radiolúcida 
foram 
definidos 
como 
calcificações 
na câmara 
pulpar. O 
status do 
dente foi 
definido como 
intacto, 
cariado, 
restaurado ou 
restaurado e 
cariado. 
 
15,326 dentes de 
536 pacientes de 
serviço 
odontológico, 
compreendidos 
em 
270 homens e 
266 com idade 
variando entre 13 
e 65 anos. 
 
Calcificações na câmara pulpar foram 
identificadas em 204 (38%) dos pacientes 
examinados. Dos 15.326 dentes, 747 (4,8%) 
apresentaram calcificações na câmara pulpar. 
Encontrou-se que gênero e status dental estão 
correlacionados à presença de calcificações na 
câmara pulpar. 
A alta prevalência de 
calcificações 
na câmara pulpar em 
dentes 
cariados, restaurados e 
restaurados 
e dá suporte a aceitar que 
a ocorrência 
de calcificações na câmara 
pulpar 
podem ser uma resposta a 
fatores 
irritantes de longa 
duração. 
No entanto, para relatar 
quaisquer 
associações entre a 
ocorrência de 
calcificações pulpares e 
diferentes 
status para os dentes, 
mais estudos 
ainda são necessários. 
11.Gomes et 
al (1998) 
Dissertação 
O presente 
estudo teve 
como objetivo 
Experimental 
(Clínico e 
morfológico) 
Foram 
selecionados 
pacientes, 
Após triagem e 
exame dos 
pacientes, 
No que diz respeito às calcificações pulpares, 
notou-se ao longo de toda extensão do canal 
radicular, áreas de depósitos mineralizados sob a 
. 
 
 
 
25 
de Mestrado. analisar os 
aspectos 
clínicos, 
radiográficos 
e morfológicos, 
dos tecidos pulpar 
e 
periodontal de 
dentes humanos 
hígidos, 
isentos de cárie e 
restaurações, 
portadores de 
doença periodon 
tal avançada. 
das clínicas 
de 
Periodontia e 
Cirurgia do 
Departamento 
de 
Odontologia 
da 
Universidade 
Federal do Rio 
Grande do 
Norte, onde os 
mesmos já 
haviam 
sido indicados 
para exodontia 
por 
apresentarem 
doença 
periodontal 
avançada. 
selecionou-se 32 
dentes dos quais 
foram 
descartados 4 
dentes, ficando 28 
dentes com 
indicação para 
exodontia, que 
compuseram a 
amostra final. 
forma de estruturas irregulares e alongadas ou 
em configuração lamelar concêntrica dispostas ao 
longo de espessa trama de fibras colágenas, 
próximas as paredes vasculares do tecido 
conjuntivo pulpar, exibindo reação tintorial 
homogênea ou com áreas mais basofílicas. Em 
42% dos casos, estava presente tanto fibrose 
quanto calcificação no terços médio e apical 
pulpar. A lesão periodontal avançada não causa 
uma resposta 
inflamatória pulpar, mas sim, acelera as 
alterações pulpares degenerativas tais como, 
fibrose e calcificação distrófica. 
 
12.WU, 
Daming et al. 
International 
dental journal, 
v. 61, n. 5, p. 
261-266, 
2011. 
 
Avaliar a 
aplicação clínicado microscópio 
operatório dental 
(DOM) no manejo 
em terapias 
complicadas em 
canais 
radiculares. 
Experimental 345 dentes 
com 546 
canais que 
não poderiam 
ser 
resolvidos 
pelos métodos 
convencionais 
receberam 
terapia 
através do 
DOM com 
instrumentos 
ultrassônicos 
pelos 
mesmos 
endodontistas
. A 
etiologia dos 
canais 
345 dentes com 
546 canais 
radiculares. 
406 canais foram resolvidos com uma taxa de 
sucesso de 
74.4%; 246 dentes foram resolvidos com uma 
taxa de sucesso de 71,3%. A taxa em cada 
categoria de 
canais radiculares 
complicados foi: 74% para canais 
calcificados, 72,3% para canais 
bloqueados por instrumentos 
fraturados, 82,5% 
para canais perdidos e 72,7% para canais 
perfurados. 
 
A aplicação clínica do 
microscópio operatório 
(DOM) é uma forma 
eficiente de lidar com 
terapias complicadas em 
canais radiculares. 
 
 
 
26 
 
 
 
incluiu 
calcificações, 
instrumentos 
fraturados, 
canais 
perdidos e 
perfurações 
radiculares. 
Os dentes e 
os canais 
resolvidos com 
sucesso foram 
então 
calculados. 
 
 
 
27 
 
 
5 DISCUSSÃO 
 
A calcificação pulpar pode mostrar muitas evidências clínicas que 
contribuem para o seu correto diagnóstico, favorecendo a tomada de decisões 
de tratamento e resolução dos efeitos adversos desta patologia relativamente 
comum nos dentes humanos. Informações obtidas em estudos acerca da 
prevalência de calcificações pulpares na dentição primária ainda são poucas, o 
que demonstra que ela tende a aumentar com o a idade dos indivíduos 
(KUMAR et al., 1990). Uma ideia semelhante também foi reiterada pelos 
estudos de CARVALHO & LUSSI (2016) que afirmam que a histogênese das 
calcificações pulpares ainda é desconhecida, embora o número presente e o 
tamanho seja diretamente proporcional à idade dos indivíduos. 
Os resultados obtidos no estudo de KUMAR et al., 1990) apontam que a 
alta prevalência de calcificações na câmara pulpar em dentes cariados, 
restaurados e restaurados e cariados também fornece evidências de que a 
ocorrência de calcificações na câmara pulpar podem ser uma resposta a 
fatores irritantes de longa duração. 
Radiograficamente os sinais desta patologia envolvem a diminuição da 
luz da cavidade pulpar, trazendo estreitamento visível do espaço 
correspondente à polpa dentária e chegando a um estágio onde não será mais 
possível (nos exames de imagem) distinguir esta estrutura dentária das demais 
circunvizinhas (ANDREANSEN et al., 1998). 
GULSASHI et al. (2009) conduziram um estudo radiográfico com 515 
pacientes, onde destes, 313 (60%) eram mulheres e 206 (40%) eram homens. 
60 (12%) possuía um ou mais dentes contendo cálculos pulpares. Dentre os 
13.474 dentes examinados radiograficamente, 627 (5%) possuíam cálculos 
pulpares. À medida que a idade dos pacientes aumentava, a prevalência de 
cálculos pulpares também aumentava (P<0,01). Neste estudo, não houve 
associação estatística entre cálculos pulpares e terceiros molares impactados, 
cáries restaurações ou anormalidades dentais. Estes autores também 
 
 
28 
concluíram que a prevalência dos cálculos pulpares aumentou com a idade dos 
participantes da pesquisa e foi significativamente maior em dentes molares do 
que em pré-molares e incisivos. DA SILVA et al., (2011) também realizou um 
estudo radiográfico para avaliar a ocorrência de cálculos pulpares pela 
tomografia computadorizada cone-beam (CBCT) e correlacionar sua 
prevalência com gênero do paciente, localização do dente (Arco maxilar ou 
mandibular direito ou esquerdo, grupo dos dentes e restaurações), e ao obter 
os seus resultados concluiu que os cálculos apresentavam maior prevalência 
em dentes molares. A presença de restaurações, ao contrário do estudo 
anteriormente mencionado, aumentou a chance de ocorrência destas 
calcificações, especialmente em dentes maxilares. A pesquisa concluiu que não 
houve associação significativa entre o gênero ou localização do dente nos 
arcos. 
MOSS-SALENTIJN et al. (1983) realizaram um estudo radiográfico e 
morfológico em 85 dentes pré-molares maxilares e 90 mandibulares 
recentemente erupcionados e isentos de cárie de pacientes com idade de 11 a 
15 anos e verificaram que a prevalência de cálculos pulpares foi similar entre 
os gêneros dos pacientes e localizações dentárias. Cálculos pulpares foram 
detectados em 31,9% dos pacientes e em 9,5% dos dentes. Molares maxilares 
e mandibulares foram os grupos com maior frequência de cálculos pulpares. A 
presença de restaurações aumentou a chance de ocorrência destes cálculos 
em 2,1 vezes mais em todos os dentes examinados (p<0.0001) e em 4,7 vezes 
em dentes maxilares (p<0.0001), resultado que está em concordância ao que 
foi encontrado por DA SILVA et al.(2011). Os resultados obtidos por 
SELAYARAN et al. (2013) demonstraram haver associação entre a presença 
de restaurações e o aparecimento de nódulos pulpares (p = 0,009), porém, não 
foi observada associação entre a presença de lesões de cárie (p = 0,757) e a 
ocorrência de nódulos. 
De acordo com JAEGER et al. (1989), as calcificações pulpares seriam 
mineralizações distróficas que ocorreriam em resposta aos estímulos físicos, 
químicos e biológicos aos quais o dente está exposto ao longo do seu ciclo de 
vida. As células do tecido pulpar, desta forma, sofreriam alterações regressivas, 
facilitando a deposição de sais de cálcio em estruturas celulares, afetando a 
 
 
29 
homeostase do cálcio. Este estudo foi de alta relevância clínica, onde foram 
feitas análises clínica, morfológica, microanatômica e subcelular das 
calcificações pulpares em 216 polpas dentárias. Os resultados mostraram que 
78,32 por cento das polpas apresentaram calcificações pulpares, no vasto 
grupo etário, sem preferência por gênero, ao contrário do que foi observado no 
estudo de BAGHDADY et al. (1988) onde cálculos pulpares foram encontrados 
em 19,2% dos dentes examinados e foram observados mais no grupo 
masculino que no feminino. 
A sintomatologia dolorosa, ainda, segundo JAEGER et al. (1989) foi 
observada em 52 por cento das polpas que apresentavam como alteração 
patológica apenas calcificação pulpar. Em 45,28 por cento dos casos as 
calcificações pulpares apareceram associadas à pulpite crônica. As 
calcificações pulpares apresentaram-se na forma difusa ou nodular e, 
dentículos verdadeiros não foram observados. Estes resultados são 
importantes, porém mais estudos realizando-se análises deste tipo são 
necessários para que entenda-se melhor a relação dos sinais clínicos com a 
natureza microscópica das calcificações pulpares. 
BAGHDADY et al (1988) analisou um total de 6.228 dentes, divididos em 
pré-molares e molares maxilares e mandibulares (2.880 em estudantes homens 
e 3.348 em estudantes mulheres) de participantes que foram selecionados para 
uma avaliação radiográfica por meio de radiografias Bite Wing. De forma geral, 
o estudo relatou como resultados que cálculos pulpares foram 
significativamente mais encontrados em dentes mandibulares do que em 
maxilares, enquanto que o primeiro molar mostrou estatisticamente mais 
cálculos pulpares do que os segundos molares e pré-molares em ambos os 
maxilares e em ambos os sexos, o que reforça a associação dos cálculos 
pulpares com dentes molares e distancia a relação com o gênero e localização 
do dente no arco como foi relatado pelo estudo de MOSSSALENTIJN et al. 
(1983). 
 ŞENER et al. (2009) verificou que calcificações na câmara pulpar foram 
identificadas em 204 (38%) dos pacientes examinados. De 15.326 dentes, 747 
(4,8%) apresentaram calcificações na câmara pulpar. Encontrou-se que gênero30 
e status dental estão correlacionados à presença de calcificações na câmara 
pulpar. 
BAUSS et al. (2008) encontrou resultados muito interessantes em seu 
estudo onde verifica a prevalência de cálculos pulpares em pacientes 
portadores da síndrome de Marfan. Após examinar 21 indivíduos com síndrome 
de Marfan e em 100 pacientes no grupo controle, os pesquisadores deduziram 
que Indivíduos portadores da síndrome com mais de 30 anos de idade 
mostraram uma prevalência significativamente maior de cálculos pulpares (P = 
0.27) ou obliteração pulpar (P< 0,01). Cálculos pulpares estiveram presentes 
em 20,7% e obliteração pulpar foi encontrada em 7,9% dos dentes examinados 
neste grupo. Indivíduos com Síndrome de Marfan também revelaram uma 
correlação significativa entre idade e número de dentes com cálculos pulpares 
e obliteração pulpar. Estes resultados apresentam especial relevância para a 
determinação de condutas adequadas quando é necessário realizar 
tratamentos endodônticos ou tratamentos ortodônticos em pacientes portadores 
desta condição, que traz normalmente dificuldades e requer o emprego de 
tecnologias apropriadas para a localização e exploração dos canais radiculares 
calcificados, além dos métodos tradicionais empregados. 
WU et al (2011) afirmam em seus estudos que a calcificação dos canais 
é a causa mais comum para a necessidade de terapias complicadas nos canais 
radiculares. Neste estudo, 231 dentes com 419 canais radiculares estavam 
calcificados. A maioria, 344 (82,1%) dos canais calcificados apresentavam 
calcificação nos terços coronal e médio. Destes, 79,4% (273/344) foi resolvida 
com sucesso. No entanto, em comparação, somente 49,3% (37/75) de tais 
canais com calcificação no terço apical foram resolvidos, indicando que quanto 
mais próximas do ápice estas calcificações se encontram, mais complicada 
será sua resolução. Este estudo ressalta a necessidade de uso do microscópio 
operatório para a resolução de casos onde ocorrem calcificações dificultem a 
realização dos tratamentos endodônticos. 
Segundo OGINNI et al. (2009), a obliteração da câmara pulpar (PCO), 
também chamada metamorfose cálcica é uma sequela do trauma dentário. Ela 
foi relatada em seus resultados com maior frequência em tentes com injúrias 
por concussão de subluxação. Esta resposta pulpar ao trauma é caracterizada 
 
 
31 
pela deposição de tecidos duros no espaço do canal radicular, o que rápida 
diminuição da luz da cavidade pulpar onde são depositados os tecidos 
mineralizados, resultando em uma diminuição no volume da câmara pulpar e 
dos canais radiculares. CONSOLARO & BERNARDINI (2007) também fazem 
menção ao fenômeno da obliteração da polpa, onde normalmente ocorre o 
fechamento ou obliteração dos espaços pulpares que pode se completar com o 
apagamento dos espaços pulpares entre 6 meses e 1 ano após um 
traumatismo. Este fenômeno, muito conhecido e frequente é mais 
apropriadamente identificado como Metamorfose Cálcica da Polpa. 
GOMES et al. (1998) realizaram um estudo que teve como objetivo 
analisar os aspectos clínicos, radiográficos e morfológicos, dos tecidos pulpar e 
periodontal de dentes humanos hígidos, isentos de cárie e restaurações, 
portadores de doença periodontal avançada. Observou-se que em 42% dos 
casos analisados, estava presente tanto fibrose quanto calcificação no terços 
médio e apical pulpar. A lesão periodontal avançada não causa uma resposta 
inflamatória pulpar, mas sim, acelera as alterações pulpares degenerativas tais 
como, fibrose e calcificação distrófica, mostrando que alterações periodontais 
por fatores de agressão a estes tecidos guardam inter-relação com a 
integridade do tecido pulpar, que tende a apresentar alterações na sua 
anatomia normal. 
Em relação as limitações desse estudo, existem limitações 
principalmente em função do pequeno número de artigos que envolvam 
pesquisas clínicas que se encaixem dentro dos critérios de seleção e qualidade 
exigidos para compor amostras mais representativas das populações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
6 CONCLUSÃO 
 
As calcificações pulpares são ocorrências relativamente comuns em polpas 
dentárias humanas, apesar de sua prevalência variar amplamente entre os 
estudos pesquisados. 
Do ponto de vista clínico normalmente há ausência de comprometimento 
pulpar e de sintomatologia. Devido à deposição aumentada de tecido 
mineralizado no interior da câmara pulpar e ou nos canais radiculares, pode ser 
considerada um desafio para a realização de tratamentos endodônticos 
radicais. Sua associação com o processo de envelhecimento pulpar tem sido 
bastante estudado e trazido por estudos que se propõem a avaliar alterações 
regressivas da polpa e sua relação com a idade dos indivíduos. Esta 
associação tem sido cada vez mais sustentada por evidências que podem ser 
construídas por estudos de prevalência, que ressaltam com muita frequência 
esta ocorrência aumentada nas amostras de idosos nas populações estudadas. 
Fatores adicionais em resposta a agressões como lesões de cárie, 
traumatismos dentários e restaurações profundas também ajudam na 
construção de evidências clínicas de que eles possam influenciar fortemente na 
ocorrência das calcificações pulpares, uma vez que têm sido cada vez mais 
abordados literatura existente na atualidade, sugerindo que mesmo com os 
fatores de natureza fisiológica atuando sobre os dentes humanos, as 
calcificações possuem forte tendência a surgir de forma reacional, podendo 
assim produzir alterações importantes na anatomia do órgão pulpar. 
Observou-se nos estudos apresentados que os dentes mais afetados por 
calcificações pulpares são os dentes molares, com sua prevalência estando 
consideravelmente aumentada em relação aos pré-molares e incisivos. Esta 
associação recorrente dos dentes molares com calcificações pulpares pode 
estar sugerindo a maior predisposição destes dentes a fatores de agressão. 
Em relação aos traumatismos dentários, nota-se que seus efeitos sobre o 
tecido pulpar apresentam grande relevância clínica, uma vez que os resultados 
dos estudos têm mostrado que um efeito muito comum no pós-trauma é o da 
rápida obliteração pulpar, levando a necessidade dos cirurgiões-dentistas 
buscar formas mais completas de diagnóstico precoce e alternativas modernas 
 
 
33 
de tratamento que visem solucionar situações de difícil acesso as regiões 
calcificadas da polpa dentária, melhorando, em grande parte dos casos, o 
prognóstico para os dentes em que tenha ocorrido tal situação. 
Mais estudos clínicos serão necessários para se obter resultados mais 
conclusivos sobre os aspectos das calcificações pulpares, bem como na 
construção de evidências científicas mais completas sobre o tema em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
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