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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS 
 
 
 
 
 
 
PRISCILA OHANA DA ROCHA 
 
 
 
 
 
 
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 
Análise do empreendedorismo brasileiro através do relatório GEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Limeira 
2016
 
1 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS 
 
 
 
 
 
 
PRISCILA OHANA DA ROCHA 
 
 
 
 
 
 
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 
Análise do empreendedorismo brasileiro através do relatório GEM 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
como requisito parcial para a obtenção do título de 
Bacharel em Gestão do Comércio Internacional à 
Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade 
Estadual de Campinas. 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Edmundo Inácio Júnior 
 
 
 
 
 
Limeira 
2016 
 
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Ciências Aplicadas
Sueli Ferreira Júlio de Oliveira - CRB 8/2380
 
 Rocha, Priscila Ohana da, 1991- 
 R582e RocEmpreendedorismo no Brasil : análise do empreendedorismo brasileiro
através do relatório GEM / Priscila Ohana da Rocha. – Limeira, SP : [s.n.], 2016.
 
 
 RocOrientador: Edmundo Inácio Junior.
 RocTrabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Ciências Aplicadas.
 
 
 Roc1. Empreendedorismo - Brasil. I. Inácio Junior, Edmundo,1972-. II.
Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Aplicadas. III. Título.
 
Informações adicionais, complementares
Palavras-chave em inglês:
Entrepreneurship - Brazil
Titulação: Gestão do Comércio Internacional
Banca examinadora:
Edmundo Inácio Junior [Orientador]
Eduardo Avancci Dionisio
Data de entrega do trabalho definitivo: 11-07-2016
Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
2 
 
ROCHA, Priscila Ohana. Empreendedorismo no Brasil: análise do 
empreendedorismo brasileiro através do relatório GEM. 2016. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Gestão do Comércio Internacional) – 
Faculdade de Ciências Aplicadas. Universidade Estadual de Campinas. Limeira, 
ano. 
 
 
RESUMO 
 
 
O empreendedorismo é um dos principais fatores de mudanças 
econômicas, sociais e tecnológicas no mundo, e vem crescendo esporadicamente 
nos últimos anos. A importância de compreender a atividade empreendedora, bem 
como o perfil do empreendedor, é de suma importância para o desenvolvimento da 
sociedade. Neste sentido, o presente artigo apresenta o perfil do empreendedor 
brasileiro, utilizando como base o relatório do Global Entrepreneurship Monitor 
(GEM) de 2015 e do IBPQ, cujos dados foram analisados desde o ano de 2007 até 
2015. Os resultados apresentam uma análise descritiva dos indicadores de 
empreendedorismo do GEM quanto à taxa de empreendedores novos e taxa de 
empreendedores nascentes, taxa de empreendedorismo segundo os estágios do 
empreendedor (inicial e estabelecido), empreendedores iniciais segundo sua 
motivação (por oportunidade e por necessidade), empreendedores segundo gênero, 
faixa etária, área de atuação entre outros. O estudo permite concluir que o Brasil 
tende a apresentar um crescimento significativo em relação ao empreendedorismo, 
avanço da contribuição do sexo feminino na economia e aumento de 
empreendedores por oportunidade. 
 
 
 
Palavras-chave: Empreendedorismo. GEM. Perfil do empreendedor. 
 
3 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
GEM Global Entrepreneurship Monitor 
GEDI Global Entrepreneurship and Development Index 
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
TEA Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial 
TTE Taxa Total de Empreendedorismo 
TEE Taxa de Empreendedor Estabelecido 
IBQP Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade 
APS Pesquisa com a População Adulta 
NES Pesquisa com Especialistas 
IDO Oportunidade de melhoria 
4 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5 
1.1 Tema ....................................................................................................................................... 5 
1.2 Objetivos Gerais ................................................................................................................... 5 
1.3 Objetivos Específicos ........................................................................................................... 6 
1.4 Justificativa ............................................................................................................................ 6 
1.5 Escolha do GEM ................................................................................................................... 7 
2 EMPREENDEDORISMO ............................................................................................................ 9 
3 GEM .............................................................................................................................................. 11 
3.1 Perspectiva Global ............................................................................................................. 11 
3.2 Empreendedorismo por nível economico ....................................................................... 13 
4 METODOLOGIA ......................................................................................................................... 16 
4.1 Para construção do GEM .................................................................................................. 16 
5 ANALISE DO ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR BRASILEIRO ..................................... 19 
5.1 Iniciando uma atividade empresarial ............................................................................... 21 
5.2 Características dos empreendedores ............................................................................. 21 
5.3 Inovação nos negócios iniciais ......................................................................................... 25 
6 BRASIL X EFFICIENCY-DRIVEN ............................................................................................ 28 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 31 
8 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 33 
 
5 
1 INTRODUÇÃO 
 O termo "empreendedor" (derivado da palavra francesa entrepreneur) foi 
usado pela primeira vez em 1725 pelo economista Richard Cantillon, que o definia 
como um indivíduo que assume riscos (Chiavenato, 2012). A partir daí, surgiram 
outros autores com outras definições sobre empreendedorismo, tornando seu 
conceito muito subjetivo. 
 Assim como são inúmeros os conceitos de empreendedorismo, muitos são os 
estudos e pesquisas para identificar características, comportamentos, e atitudes do 
empreendedor. A dificuldade tem sido a ausência de uma definição de consenso, 
levando a discordâncias na conceituação do empreendedor (Souza et al. 2008). 
 Todos estes fatores levaram um grupo de pesquisadores a organizar, em 
1999, o projeto GEM, uma iniciativa conjunta do Babson College, nos Estados 
Unidos, e da London Business School, na Inglaterra, com o objetivo de medir a 
atividade empreendedora dos países e observar seu relacionamento com o 
crescimento econômico (Kelley et al. 2016). 
 O Brasil participa deste esforço desde 2000. A pesquisa é conduzida pelo 
Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) e conta com o apoiotécnico 
e financeiro do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
(SEBRAE) (IBQP, 2015). 
 
1.1 Tema 
 Alguns trechos deste documento, por tratarem de conteúdos sobre 
empreendedorismo e aspectos metodológicos da pesquisa ou análises gerais do 
empreendedorismo global, são adaptações diretas do texto Global Entrepreneurship 
Monitor 2015/2016 – Executive Report, o relatório internacional do GEM. 
 
1.2 Objetivos Gerais 
 Ajudar a compreender um pouco mais sobre a atividade empreendedora, 
principalmente no Brasil, através dos relatórios do GEM e do IBQP. O melhor 
caminho é sempre o do conhecimento, quanto mais informação o empresário tiver, 
mais competitiva será sua empresa. 
 
6 
1.3 Objetivos Específicos 
 Identificar o perfil do empreendedor brasileiro; 
 Estruturar informações que possam servir de base para compreender a 
definição de empreendedorismo. 
 
1.4 Justificativa 
 A prática empreendedora tem sido cada vez mais vista como uma fonte de 
geração de empregos, riqueza e desenvolvimento, fazendo com que uma sociedade 
atrasada, avance progressivamente. 
 E os países, principalmente os em desenvolvimento, como o Brasil, estão 
aprendendo a ver no empreendedorismo uma fonte de desenvolvimento e uma 
melhor oportunidade de mercado, pois essa ascensão do empreendedorismo vem 
paralelamente ao processo de privatização das grandes estatais e abertura do 
mercado interno para concorrência externa. Daí a grande importância de 
desenvolver empreendedores que ajudem o país no seu crescimento e gere 
possibilidade de trabalho, renda e maiores investimentos (SILVEIRA et. al. 2007). 
 O empreendedorismo desempenha um papel importante, tanto para os países 
que venceram a recessão e voltaram a ter uma saúde econômica, quanto os que 
ainda tentam sair da enorme dívida e o baixo crescimento, pois ele traz 
oportunidades estratégicas para o crescimento, mesmo que em diferentes escalas. 
Iniciativas econômicas de empreendedores tendem a ser a chave para enfrentar os 
desafios de produtividade a longo prazo nos países ricos, enquanto os países de 
baixa renda lutam para encontrar a maneira mais produtiva para integrar suas 
populações que crescem rapidamente em suas economias. 
 De acordo com Dornelas (2005), as chances de sucesso diminuem à medida 
que o candidato a empreendedor tem uma ideia brilhante dirigida a um mercado 
que ele conhece muito pouco e em um ramo de atividade no qual nunca atuou 
profissionalmente (BERNARDO et al. 2013). 
 A partir daí, surge a necessidade de se fazer um benchmarking, visando 
atingir metas quantitativas ou mensuráveis a partir de dados coletados dos outros 
países que apresentam as melhores práticas de uma determinada atividade. E sua 
capacidade de quantificar pode ser usada para apoiar as atividades e as decisões 
gerenciais (VASCONCELOS et al. 2006). 
 
7 
1.5 Escolha do GEM 
 O presente trabalho utilizou como base o relatório do GEM, pois ele pode ser 
considerado o maior estudo contínuo sobre empreendedorismo do mundo, com 17 
anos de dados, mais de 100 países associados, 200.000 entrevistas por ano e mais 
de 500 especialistas em pesquisa sobre empreendedorismo (Kelley et al. 2016). 
 A pesquisa do GEM pode ser considerada única, pois enquanto a maioria dos 
dados sobre empreendedorismo mede novas e pequenas empresas, o GEM estuda, 
em nível detalhado, o comportamento dos indivíduos com respeito à criação e 
gerenciamento de novos negócios. Os dados e informações gerados pela pesquisa 
enriquecem sobremaneira o conhecimento sobre a atividade empreendedora, além 
do que é encontrado nos dados oficiais dos países (IBQP, 2016). 
 Outro grande relatório de empreendedorismo é do Global Entrepreneurship 
and Development Index (GEDI), que oferece uma visão detalhada sobre o caráter 
empreendedor das nações, fornecendo ferramentas para compreender os pontos 
fracos e fortes das economias dos países, tanto em nível individual, quanto em nível 
institucional. Sua base de dados é de cerca de três décadas de pesquisa, com mais 
de 130 países associados (Ács, Szerb & Autio, 2014). 
 Apesar disso, seu primeiro relatório de empreendedorismo foi publicado 
somente em 2011, fazendo com que os dados comparativos do GEM fossem mais 
fáceis de trabalhar. Desde que foi criado, o GEM seguiu um certo padrão na 
publicação de suas pesquisas, enquanto o GEDI não, ele dividiu suas pesquisas em 
diversas publicações, como "Global Entrepreneurship Index", ou "2015 Female 
Entrepreneurship Index", ou "Santander Entrerprise Index", ou "Sample country 
snapshot...", entre outros. 
 Outro fator que fez com que o GEM fosse escolhido foi a acessibilidade. Os 
antigos relatórios do GEDI são pagos, enquanto os do GEM estão todos disponíveis 
no site para download. 
 Outro ponto favorável à escolha do GEM é a divisão por nível econômico dos 
países, divididos em três categorias, para facilitar a apresentação dos resultados: (i) 
economias baseadas na extração e comercialização de recursos naturais, doravante 
tratadas aqui como países factor-driven, acompanhando a nomenclatura 
reconhecida internacionalmente; (ii) economias orientadas para a eficiência e a 
produção industrial em escala, que se configuram como os principais motores de 
desenvolvimento, doravante denominados países efficiency-driven; (iii) economias 
8 
baseadas na inovação ou simplesmente innovation-driven (Schwab, 2009, apud 
MACHADO et al, 2010). 
 Porém, o principal motivo para a escolha do GEM foi um maior foco no 
indivíduo empreendedor, mais do que o empreendimento em sim, além de captar os 
diferentes tipos de empreendedores (formais e informais), diferenciado dos outros 
estudos sobre empreendedorismo. 
 
 
9 
2 EMPREENDEDORISMO 
 O empreendedorismo é um tema recente, no qual seus primeiros 
movimentos, diz Souza (2001), surgiram nos anos 1940, com a criação de 
disciplinas e pesquisas na Harvard Business School e, nos anos 1950, com a 
instituição da International Council for Small Business. Desde 1946, a Universidade 
de Harvard possui linha de pesquisa e estudos específicos sobre 
empreendedorismo, associando o termo muito mais a uma maneira de gerenciar do 
que a uma função econômica específica ou características de um indivíduo (Souza 
et. al. 2008). 
 Porém, seu conceito ainda é muito subjuntivo, devido as diferentes 
concepções ainda não consolidadas sobre o assunto. Só no início do século XX, a 
palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter em 
1950 como sendo, de forma resumida, uma pessoa com criatividade e capaz de 
fazer sucesso com inovações (SILVEIRA et. al. 2007). 
 A partir daí, novos estudiosos deste tema começaram a introduzir conceitos 
sobre o empreendedorismo, como é o caso: de K. Knight (1967) e Peter Drucker 
(1970) e o conceito de risco; de Weick (1979) e da percepção de oportunidades; de 
McClelland (1972) e a "necessidade de realização"; de Carland et al. (1997) com a 
propensão a assumir riscos, a preferência pela inovação e pela criatividade, e a 
necessidade de realização (SOUZA et. al. 2008); e de muitos outros autores. 
 Um pouco mais tarde, Schumpeter (1982) faz uma abordagem econômica 
vinculando empreendedorismo à inovação e ao desenvolvimento econômico e 
define, de um modo geral, como sendo a introdução de uma nova técnica, um novo 
produto, novas fontes de recursos ou, ainda, uma nova forma de organização 
industrial. Estando, assim, a essência do empreendedorismo na percepção e no 
aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios, em uma nova 
maneira de combinar e utilizar os recursos. Para Schumpeter (1982), o sistema 
capitalista pode ser explicadopelas condições criadas pelo empreendedorismo, que 
proporcionam novas formas de organização industrial. O empreendedorismo, diz 
esse autor, pode ser a caricatura de uma sociedade, mas, é, também, o cenário 
institucional para o capitalismo, que, por sua vez proporciona o desenvolvimento de 
sua cultura (SOUZA et al. 2008). 
10 
 No entanto, uma das maiores dificuldades encontradas para entender o papel 
do empreendedor no desenvolvimento de novos empreendimentos é a ausência de 
informações seguras sobre diferentes avaliações de seu comportamento. 
 Além disso, cada definição de empreendedorismo está sob uma perspectiva 
ligeiramente distinta. Por exemplo, para o economista, um empreendedor é aquele 
que amplia valores; para um psicólogo, empreendedor é quem é impulsionada por 
inovação; para um homem de negócio, o empreendedor é interpretado ou como uma 
ameaça ou como um aliado. Ou seja, cada definição é um pouco restritiva, pois 
existe empreendedor em todas as áreas (Hisrich et al.,2009). 
 Hoje está disseminado no país que o empreendedorismo é fundamental para 
a geração de riquezas, promovendo o crescimento econômico e aprimorando as 
condições de vida da população. É também um fator importantíssimo na geração de 
empregos e renda. (Greco et al. 2010) 
 
11 
3 GEM 
 Para compreender um pouco mais sobre o GEM, esta parte do trabalho é 
dedicada a explicar brevemente alguns conceitos presentes no relatório, como a 
divisão da Perspectiva Global e a divisão dos países por nível econômico. 
3.1 Perspectiva Global 
1. Valores sociais sobre o empreendedorismo: 
 Mostra como o empreendedorismo é visto em uma sociedade. 
 
2. Auto-percepção sobre empreendedorismo: 
 É medida de duas formas, através da percepção de oportunidade e da 
capacidade de percepção. A percepção de oportunidade avalia se o indivíduo 
enxerga as oportunidades em sua volta e se ele tem medo de fracassar. Já a 
capacidade de percepção avalia se o indivíduo acredita que é capaz de começar um 
negócio e se ele pretende fazê-lo dentro dos próximos três anos. 
 
3. Fases/Tipos de atividade empresarial 
• TEA - Total de atividade empreendedora: é a proporção de pessoas com idade 
entre 18 e 64 anos envolvidas em atividades empreendedoras na condição de 
empreendedores de negócios nascentes ou empreendedores à frente de negócios 
novos, com menos de 42 meses de existência. 
• Negócios estabelecidos: analisa o nível da atividade de negócio em relação à 
criação de empresas. 
• Aumento da atividade empresarial e negócios estabelecidos 
• Descontinuidade 
• Atividade do funcionário empreendedor 
 
4. Motivação para o início da atividade empresarial: 
 São os motivos os quais os empresários de oportunidade de melhoria (IDO) 
buscam para melhorar sua situação financeira. Para avaliar a prevalência relativa 
dos empreendedores de oportunidade de melhoria em comparação com os que são 
motivados pela necessidade, GEM criou o Índice Motivacional. 
 
5. Distribuição de gênero no início da atividade empresarial: 
12 
 Diferença entre o homem e a mulher como empreendedores. É analisado, por 
exemplo, em quais ocasiões o homem e a mulher se tornam empreendedores; o 
motivo e a finalidade os quais eles se envolvem com o empreendedorismo; etc. 
 
6. Distribuição de idade no início da atividade empresarial: 
 O padrão geral de idade para o empreendedorismo mostra as maiores taxas 
de participação entre os 25 e 44 anos. Os chamados jovens empresários (25-34 
anos), são aqueles que estão no início da sua carreira; os empresários adultos (35-
44 anos) são aqueles que já possuem uma certa experiência laboral. 
 Há também jovens empreendedores entre 18 e 24 anos e empresários mais 
velhos com idade entre 45 e 54 anos, porém com taxas bem baixas. 
 
7. Participação do setor industrial: 
 Compara a participação industrial dos diversos países, ou seja, quais países 
operam mais nos setores agrícola, de mineração, de transportes, etc. Através da 
visão do desenvolvimento econômico, a participação industrial é dividida em dois 
grupos: o mercado varejista e atacadista, e as áreas de , informação e comunicação, 
financeiro, profissional, saúde, educação e outros serviços. 
 
8. Criação de emprego: 
 Existem dois tipos de empresários, os não-empregadores e os empregadores. 
São considerados não-empregadores aqueles empresários que não pretendem 
contratar ninguém nos próximos cinco anos. 
 No entanto, as projeções representadas podem, em alguns caso, não 
condizer com a realidade. Alguns empresários podem ser mais otimista do que os 
outros, e suas previsões entusiastas podem estar longe da realidade eventual. Ao 
mesmo tempo, a fim de ter alguma chance de crescimento, os empresários devem 
ter a ambição de chegar para as suas aspirações. 
 
9. Inovação: 
 A inovação representa novidade para um mercado e dentro de uma indústria. 
GEM avalia, assim, os empresários que estão introduzindo produtos ou serviços que 
são novos para alguns ou todos os clientes, e que são oferecidos por poucos ou 
nenhum concorrente. 
13 
 
10. Internacionalização: 
 A internacionalização mede a porcentagem de empresários que relatam que 
25% ou mais de suas vendas vêm de fora de sua economia. 
 
3.2 Empreendedorismo por nível economico 
 Conforme citado anteriormente, o GEM divide os países analisados em 3 
categorias através do nível econômico, pontuando os países da seguinte maneira: 1) 
factor-driven, 2) em transição para efficiency-driven, 3) efficiency-driven, 4) em 
transição para innovation-driven, e 5) innovation-driven. 
 
Empreendedorismo em países factor-driven. 
 Os países com baixos níveis de desenvolvimento econômico (factor-driven 
countries) têm tipicamente um grande setor agrícola, que fornece subsistência para 
grande parte da população, que na sua maioria ainda vive no campo. Essa situação 
altera-se assim que a atividade industrial começa a se desenvolver, muitas vezes 
em torno da extração de recursos naturais. Com a indústria extrativista se 
desenvolvendo, ocorre crescimento econômico, levando a população excedente da 
agricultura a migrar em direção a setores industriais intensivos em mão de obra, que 
são muitas vezes localizados em regiões específicas. O resultado do excesso de 
oferta de mão de obra alimenta o empreendedorismo de subsistência (por 
necessidade) em aglomerações regionais, com os trabalhadores procurando criar 
oportunidades de autoemprego a fim de ganhar a vida. (Machado et al. 2010) 
 Em 2015/16, os países participantes da pesquisa GEM enquadrados nessa 
categoria são: Botsuana, Burquina Faso, Camarões, Cazaquistão, Egito, Filipinas, 
Índia, Irã, Senegal e Vietnã. 
 
Empreendedorismo em países efficiency-driven 
 Com o setor industrial se desenvolvendo mais, instituições começam a surgir 
para apoiar a industrialização e a busca de maior produtividade por meio de 
economias de escala. Normalmente, as políticas econômicas nacionais nessas 
economias emergentes moldam suas instituições econômicas e financeiras para 
favorecerem grandes empresas nacionais. Como o aumento da produtividade 
14 
econômica contribui para a formação do capital financeiro, nichos podem ser abertos 
nas cadeias de fornecimento de serviços industriais. Combinado com o fornecimento 
de capital financeiro do setor bancário, isso estimula oportunidades para o 
desenvolvimento de pequenas e micro empresas da indústria de transformação que 
atuam em pequena escala. (Machado et al. 2010) 
 Em 2015/16, os países participantes da pesquisa GEM enquadrados nessa 
categoria são: África do Sul, Argentina, Barbados, Brasil, Bulgária, Chile, China, 
Colômbia, Croácia,Equador, Guatemala, Hungria, Indonésia, Líbano, Lituânia, 
Macedônia, Malásia, Marrocos, México, Panamá, Peru, Polônia, Romênia, Tailândia, 
Tunísia, Turquia e Uruguai. 
 
Empreendedorismo em economias baseadas na inovação – innovation-driven 
 Quando uma economia amadurece e aumenta sua riqueza, pode-se esperar 
que a ênfase na atividade industrial mude gradualmente em direção a uma 
expansão em setores voltados às necessidades de uma população cada vez mais 
rica, provendo serviços normalmente esperados em uma sociedade de alta renda. O 
setor industrial evolui, gerando melhorias em termos de variedade e sofisticação da 
produção. Tal desenvolvimento está tipicamente associado ao aumento nas 
atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e à intensidade de conhecimento 
empregado nas atividades produtivas. Concomitantemente, ganham destaque 
instituições geradoras de conhecimento, tais como institutos de pesquisa, 
universidades, incubadoras de empresas, entre outros arranjos institucionais. Esse 
desenvolvimento abre o caminho para o desenvolvimento do empreendedorismo 
inovador baseado na oportunidade. Muitas vezes, as pequenas empresas 
inovadoras e empreendedoras desfrutam de uma vantagem em relação às grandes 
empresas: a capacidade de inovar permite-lhes funcionar como “agentes de 
destruição criativa”. À medida que as instituições econômicas e financeiras criadas 
durante a fase expansão da escala de produção da economia são capazes de 
acolher e apoiar a atividade empreendedora inovadora, baseada na oportunidade, 
podem emergir como importantes motores do crescimento econômico e da criação 
de riqueza. (Machado et al. 2010) 
 Em 2015/16, os países participantes da pesquisa GEM enquadrados nessa 
categoria são: Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Eslováquia, Eslovênia, 
Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, Grécia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, 
15 
Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Porto Rico, Portugal, Reino Unido, República 
da Coreia, Suécia, Suíça e Taiwan. 
 
 
 
16 
4 METODOLOGIA 
 Trata-se de um pesquisa descritiva, qualitativa com bases em análises 
quantitativas. Para a construção deste trabalho, analisou-se o relatório GEM de 
2015/16 e como o foco era o Brasil, foram analisados os relatórios do IBQP e 
SEBRAE dos anos de 2007 para frente, obtendo assim um trabalho mais 
estruturado, visto que cada ano o relatório possui um tema e abordagem diferente, 
além da leitura de bibliografias acadêmicas e livros de empreendedorismo. 
 A abordagem inicia com uma descrição sobre o empreendedorismo e uma 
breve introdução sobre o GEM. 
 A partir daí, é contado brevemente como é construído o relatório GEM e no 
final, é abordado, de acordo com a estrutura do GEM um pouco sobre os resultados 
do Brasil. 
 Gostaria de resaltar que para a construção do tópico 3.1, foi utilizado como 
fonte principalmente o relatório GEM de 2015/2016. 
 
4.1 Para construção do GEM 
 O relatório do GEM é divido em três partes: na primeira parte, chamada de 
perspectiva global, é discutido os resultados da pesquisa de 2015/16. Cada 
indicador é analisado pelo nível de desenvolvimento econômico, a região geográfica 
e pela economia individual (ver tópico 3.1). 
 A segunda parte mostra os perfis dos países estudados, com informações 
sobre cada país, como bandeira, localização geográfica, população, PIB etc; os 
dados e valores obtidos com a pesquisa GEM; e sua posição em cada indicador no 
ranking em relação aos 62 países. 
 Os dados são divididos em seis temas: 1) Auto percepção sobre o 
empreendedorismo, 2) Atividade, 3) Índice de motivação, 4) Igualdade de gênero, 
Impacto do empreendedorismo e 6) Valores sociais sobre o empreendedorismo. 
Esses temas são baseados na Perspectiva Global. 
 E a parte três refere-se a tabela de dados, com todos os resultados dos 
países analisados em 2015/16 pelo GEM. Possui também um comparativo com 
todos os países de acordo com cada indicador, mostrando as posições no ranking, o 
nível econômico (avaliado de 1 a 5), os valores obtidos e uma média geral. 
 Aqui, diferentemente da parte dois, que mostra somente os dados individuais 
de cada país, é possível ter uma maior visualidade de como cada país está em 
17 
relação ao mundo, já que é disponibilizado uma tabela com todos os países e 
valores. 
 Além disso, as principais informações produzidas pelo GEM são organizadas 
em dois grupos. O primeiro refere-se ao comportamento, atitudes, atividades e 
aspirações da população com relação ao empreendedorismo, sendo os dados 
obtidos a partir da “Pesquisa com a População Adulta” (APS), que engloba 60 
países. O segundo refere-se a avaliações sobre o ambiente para iniciar novos 
negócios no país, realizadas junto a profissionais dos vários setores da sociedade 
por meio da chamada “Pesquisa com Especialistas” (NES), que engloba 62 países 
(Kelley et al. 2016). 
 A Pesquisa com a população adulta consiste em um levantamento domiciliar 
conduzido junto a uma amostra representativa de indivíduos da população de 18 a 
64 anos do país. Os dados são coletados anualmente e os resultados obtidos 
fornecem, principalmente, as informações quantitativas sobre a parcela da 
população envolvida com o empreendedorismo no ano da coleta (IBQP, 2014). 
 Os empreendedores são classificados de duas formas: iniciais (nascentes e 
novos) e estabelecidos. Os empreendedores nascentes são aqueles que possuem 
um negócio próprio, mas que ainda não tiveram gastos com salário por mais de três 
meses. Diferentemente dos empreendedores novos, que tiveram gastos por mais de 
três e menos de 42 meses. Já os empreendedores estabelecidos administram e são 
proprietários de um negócio tido como consolidado, tiveram gastos com salário por 
mais de 42 meses (3,5 anos). 
 Os resultados da pesquisa com a população adulta são representados na 
forma de taxas gerais e específicas, indicando o percentual da população que é 
considerada empreendedora. 
 As taxas gerais são calculadas em relação ao total da amostra pesquisada 
formada por indivíduos adultos com idade entre 18 e 64 anos. As taxas específicas 
são calculadas em relação a subdivisões (estratos) da amostra total, definidos para 
avaliar principalmente variáveis sociodemográficas, como gênero, idade, 
escolaridade e outras. 
 A Pesquisa com especialistas tem como objetivo identificar os fatores que 
auxiliam ou dificultam a atividade empreendedora no país, através de uma escala 
Likert, e é realizada por meio de entrevistas com pessoas escolhidas por seu perfil 
profissional. O especialista é alguém diretamente envolvido com algum aspecto 
18 
importante relacionado às condições que interferem na atividade empreendedora, 
com conhecimento ou experiência expressiva para opinar sobre condições que 
interferem na atividade empreendedora como finanças, políticas e programas 
governamentais, educação e treinamento, transferência de tecnologia, infraestrutura 
de suporte e sociedade e cultura em geral. 
 Em 2015 foram entrevistados 74 especialistas no Brasil (IBQP, 2015). 
 
 
19 
5 ANALISE DO ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR BRASILEIRO 
 No Brasil, o empreendedorismo ganhou forças e se popularizou a partir da 
década de 90 com a abertura da economia, que propiciou a criação de diversas 
entidades voltadas para o tema, o processo de privatização das grandes estatais e a 
abertura do mercado interno para concorrência externa. Antes disso, o termo 
empreendedor era praticamente desconhecido e a criação de pequenas empresas 
era limitada em função do ambiente político e econômico, nada favorável ao país 
(Greco et al. 2010). 
 De acordo com os dados da pesquisa do IBQP de 2015, ataxa total de 
empreendedorismo (TTE) foi de 39,3%, ou seja, cerca de 52 milhões de brasileiros 
com idade entre 18 e 64 anos estavam envolvidos com atividades empreendedoras. 
Ou seja, a crise econômica mundial não abalou o empreendedorismo no Brasil; a 
Taxa de empreendedores em estágio inicial (TEA) foi a mais alta desde o início da 
realização da pesquisa no país, conforme o Gráfico 1. 
 
Gráfico 1 - Evolução das taxas de empreendedorismo segundo estágio do 
empreendimento TEA, TEE, TTE - Brasil 2002-2015 
 
Fonte: GEM Brasil 2015 
 
 A TEA brasileira foi de 21%, o que significa que a cada 100 brasileiros, 21 
realizavam alguma atividade empreendedora até o momento da pesquisa, o que 
coloca o país entre os dez mais empreendedores. Em relação ao TEA de 2014, 
houve um aumento de 4 pontos. 
 A taxa de empreendedores estabelecidos (TEE) foi de 18,9%, aumentando 
bem pouco se compararmos com o ano de 2014 (17,5%), exercendo pouca 
influência no aumento do TTE, diferentemente do TEA. 
20 
 Em geral, os brasileiros são favoráveis à atividade empreendedora e têm uma 
visão positiva a respeito dos indivíduos envolvidos com negócios próprios. Isso pode 
ser constatado pelo fato de que, em 2015, 77,7% dos brasileiros concordam que 
abrir um negócio é uma opção desejável de carreira, valorizam o sucesso dos 
empreendedores e acompanham na mídia histórias sobre empreendedores bem 
sucedidos. Ter o próprio negócio continua figurando entre os principais sonhos dos 
brasileiros, sendo que a proporção observada em 2015 (34%) foi superior à de 2014 
(31%) (IBQP, 2015). 
 Apesar disso, apenas 24,4% dos brasileiros têm realmente intenções 
empresariais, pois muitos ainda têm um certo receio em abrir um negócio, e muitas 
vezes o medo de empreender e de fracassar é capaz de impedir que os indivíduos 
queiram transformar as oportunidades percebidas em negócios. O Brasil ficou em 
nono lugar no ranking de "Medo de fracasso", com 44,7%, e a percepção de 
oportunidade caiu de 61% em 2014, para 42,4% em 2015. 
 No entanto, podemos destacar aqueles que começam um negócio e 
transformam o risco de fracasso em oportunidade, levando o Brasil ao quarto lugar 
em relação á taxa de propriedade estabelecida, com 18,9%. 
 Há, também, aqueles que começaram seu negócio e acabaram desistindo, 
porém somam apenas 6,7% do total. De acordo com o gráfico 2, nota-se que uma 
grande parte da interrupção do negócio é por falta de retorno lucrativo, o que faz 
sentido, já que a maior parte dos indivíduos que começam uma atividade 
empreendedora normalmente buscam manter ou aumentar sua renda pessoal. Em 
seguida, vem os motivos pessoais, que podem ser falta de tempo para se dedicar ao 
negócio, por não ter se adaptado com o negócio ou o segmento escolhido, por não 
ser aquilo que esperava, discordância com o(s) sócio(s), etc. E o terceiro motivo 
mais citado como desistência são os problemas com as finanças. 
 A burocracia, que antigamente era um dos principais motivos para a saída 
dos negócios, hoje é apenas 1,2%. Isso se deve, principalmente ao desenvolvimento 
da economia, e ações do governo para diminuir as empresas não registradas e as 
atividades informais. 
 
 
 
 
21 
Gráfico 2 - Motivos para saída dos negócios. 
 
Fonte: GEM 2015/16 
 
5.1 Iniciando uma atividade empresarial 
 Há dois principais motivos para se iniciar uma atividade empresarial, por 
necessidade ou por oportunidade. Segundo conceitos que vem sendo adotados na 
pesquisa, os empreendedores por necessidade são aqueles que iniciam um 
empreendimento autônomo por não possuírem melhores opções de ocupação, 
abrindo um negócio a fim de gerar renda para si e suas famílias. Já os 
empreendedores por oportunidade são os que identificaram uma chance de negócio 
e decidiram empreender, mesmo possuindo alternativas de emprego e renda (Matos 
et al. 2013). 
 O Brasil possui uma maioria de empreendedores que encontra oportunidades 
de negócio antes de iniciar um empreendimento, chegando a quase 57% do TEA. 
Os outros 43% são aqueles que entram em algum negócio por necessidade. 
 
5.2 Características dos empreendedores 
 Entre os empreendedores iniciais a proporção de homens e mulheres é 
praticamente a mesma, 51% e 49% respectivamente. Essa proximidade se deve 
fatores que vão desde o maior nível de escolaridade em relação aos homens até as 
mudanças na estrutura familiar. Hoje, as famílias possuem menor número de filhos e 
novos valores relativos á inserção da mulher na sociedade brasileira (Greco et al. 
22 
2010). Já entre os empreendedores estabelecidos, os homens são em maior número 
do que as mulheres. São 56% e 44% respectivamente. 
 Os homens que iniciam um negócio, o fazem por oportunidade em quase 70% 
das vezes, enquanto a mulher inicia um negócio por necessidade (54%), pois ela 
tem uma maior necessidade em econtrar maneiras de ganhar dinheiro extra para 
complementar a renda familiar e pagar as necessidades como escola, roupas e 
comida para alimentar a família. 
 
Gráfico 3 - Motivos para iniciar um negócio - Homem e Mulher 
 
Fonte: GEM 2015/16 
 
 Com relação a idade, a maioria dos empreendedores iniciais possui entre 18 
a 34 anos, representando 52%, diferentemente dos estabelecidos, que possui 
maioria entre 45 a 64 anos, representando 50%. Podemos observar de acordo com 
a Tabela 2, que um é praticamente o inverso do outro; enquanto os empreendedores 
iniciais são compostos por indivíduos mais jovens, os empreendedores 
estabelecidos são compostos por pessoas mais maduras. 
 Se traçarmos um perfil básico que mais se adéqua ao empreendedor inicial, 
poderíamos dizer que possui entre 25 a 34 anos, segundo grau completo e com 
renda familiar entre 6 a 9 salários mínimos. O que é bem diferente do perfil básico 
do empreendedor estabelecido, que seria homem, de 45 a 54 anos, com primeiro 
grau incompleto, com renda familiar entre 3 a 6 salários mínimos. 
 
23 
Tabela 1 - Distribuição percentual dos empreendedores segundo características 
sociodemográficas - Brasil - 2015. 
 
Fonte: GEM Brasil 2015 
 
 O perfil da maioria dos empreendedores iniciais ainda se concentra nas 
atividades relacionadas aos serviços prestados aos consumidores. A maioria dos 
serviços prestados nessa categoria está relacionada à comercialização de alimentos 
e roupas. Esse tipo de atividade em 2015 chegou a quase 40% dos negócios. 
24 
Atividades relacionadas a saúde, educação, governo e serviços sociais englobam 
22,5%, conforme gráfico 4. 
 
Gráfico 4 - Distribuição Industrial do TEA 
 
Fonte: GEM 2015/16. 
 
 Apesar de não estarem relacionadas às atividades mais produtivas desse 
setor (que seriam aquelas relacionadas à informática e às telecomunicações), essas 
atividades utilizam, na sua maioria, ferramentas computacionais, como site próprio, 
vendas através de páginas em redes sociais etc., que agilizam sobremaneira o 
processo e geram maior produtividade. 
 De acordo com a pesquisa de 2015, mais da metade dos empreendedores 
(57%) não espera criar empregos dentre os próximos cinco anos, e no caso 
daqueles que esperam gerar novas oportunidades de trabalho a maioria se 
concentra na faixa de um a cinco empregos, conforme gráfico 5. 
 
 
 
 
 
25 
Gráfico 5 - Expectativa de criação de emprego do TEA. 
 
Fonte: GEM 2015/16. 
 
5.3 Inovação nos negócios iniciais 
 O Brasil, em 2015, ficou em 40º entre os 60 países analisados em relação a 
inovação, onde apenas 19,7% consideram que o produto é novo para todos ou para 
alguns consumidores. Uma das hipóteses para explicar uma baixa posição do Brasil 
no ranking internacional, emtermos de conhecimento do produto por parte do 
consumidor, é o elevado índice de empreendedores por necessidade. Esse tipo de 
empreendedor normalmente desenvolve suas atividades produzindo bens já 
existentes no mercado, com baixos índices de inovação. 
 Durante décadas, o setor produtivo brasileiro foi altamente protegido, criando 
uma cultura pouco inovadora no empreendedor brasileiro. Outros fatores que criam 
obstáculos à geração de inovação são a fragilidade do sistema brasileiro de apoio à 
inovação, a falta de educação empresarial no período escolar, as políticas 
governamentais, como taxas e burocracias, entre outros, conforme gráfico 5, onde 1 
é muito insuficiente e 9 é muito suficiente. Além disso, ao iniciar suas atividades sem 
conhecer as condições de mercado e as possibilidades de sucesso do seu negócio, 
o empreendedor é mais um imitador do que um inovador, e dessa forma mina suas 
economias e sonhos em atividades pouco inovadoras e com raras possibilidades de 
sustentabilidade no mercado. 
26 
Gráfico 6 - Condições estruturais do empreendedorismo brasileiro 
 
Fonte: GEM 2015/16 
 
 O surgimento das incubadoras no Brasil ainda é muito recente. Embora as 
incubadoras tenham apresentado uma rápida expansão nos últimos anos, ainda 
dispõem de capacidade de apoio a empresas de base tecnológica muito aquém das 
necessidades de um país com as dimensões geográficas e com as sérias 
fragilidades sociais e econômicas do Brasil. 
 Outro parâmetro utilizado pelo GEM para medir a inovação dos 
empreendimentos é o grau de concorrência a que os negócios enfrentam, ou seja, o 
número de empresas operando no mesmo ambiente do empreendimento, 
oferecendo produtos ou serviços similares. A maior parte dos empreendedores 
afirmaram enfrentar muita concorrência em seus negócios (entre 60 a 80%). Menos 
de 10% afirmaram não haver concorrentes. 
 Os empreendedores brasileiros enfrentam maior concorrência que muitos dos 
países analisados na pesquisa, como podemos ver se acordo com a posição no 
ranking global; o Brasil ficou em 75º de 140. 
 Em relação a internacionalidade, a maioria dos empreendedores iniciais não 
espera exportar (entre 80 a 95%), e, para aqueles com expectativas de 
comercializarem seus produtos ou serviços no mercado internacional, menos de 
27 
18% esperam ter até 25% de seus consumidores estrangeiros e menos de 1% 
espera ter entre 25 a 75% de seus consumidores vivendo fora do país (nenhum 
empreendedor brasileiro em 2015 possuía mais de 75% de consumidores no 
exterior). 
 
 
28 
6 BRASIL X EFFICIENCY-DRIVEN 
 De acordo com o GEM, o Brasil encontra-se no grupo chamado de efficiency-
driven, porém em transição para o grupo de inovação. E quando comparado ao 
grupo, o Brasil ocupa a 6ª posição, juntamente com Barbados e México, ficando 
abaixo do Peru, com 22,2%, da Colômbia, com 22,7%, do Chile, com 25,9%, do 
Líbano, com 30,1% e do Equador , com 33,6%. O que demonstra que os países da 
América Latina e Caribe tendem a ocupar altas posições em relação a taxa de 
empreendedorismo. 
 A média da TEA nos países movidos à eficiência ficou em torno de 15%, ou 
seja, o Brasil possui seis empreendedores, a cada cem, a mais que os países do 
grupo. 
 Em média, dois terços da população adulta dos país do efficiency-driven 
acreditam que o empreendedorismo é uma boa opção de carreira, o que mostra que 
o empreendedorismo aqui no Brasil é mais bem visto que em relação ao grupo 
(78%). Além disso, a média de propriedades brasileiras estabelecidas é maior que 
os outros países do grupo, que possui média de 8%. 
 Em relação à desistência, os números são parecidos, 6,7% contra 5% no 
grupo, e o principal motivo também é a falta de lucros ou finanças, porém chegando 
a metade ou mais das saídas. 
 Assim como o Brasil, o grupo possui maioria de empreendedores por 
oportunidades, porém os números são relativamente maiores. Enquanto um pouco 
mais que a metade dos brasileiros começam um negócio por oportunidade em vez 
de necessidade, o grupo atingiu quase 70% do TEA. Os outros 30% são aqueles 
que começam seu negócio por necessidade. E dentre os iniciantes, cerca de metade 
ou mais dos empreendedores escolhem o atacado e o varejo também. 
 A expectativa de criação de emprego do grupo é bem diferente da brasileira. 
Enquanto mais da metade dos empreendedores brasileiros não pretendem criar 
empregos dentro de um período de cinco anos, apenas 39% do efficiency-driven não 
tem a intenção de empregar pessoas. E a maior diferença é em relação à 
contratação de seis ou mais empregados, onde no Brasil, apenas 6,8% desejam 
atingir esse numero de funcionários, contra 21% do grupo. As maiores taxas de 
empreendedores de crescimento de médio a alto podem ser encontradas em economias da 
América Latina e do Caribe (Colômbia e Chile). 
29 
 De acordo com o GEM, o nível médio de inovação do grupo foi de 24%. Os níveis 
médios de inovação aumentam com o nível de desenvolvimento, e dentro das economias 
individuais, os níveis mais altos pode ser visto no Chile, onde mais da metade dos 
empresários têm produtos ou serviços inovadores. 
 O nível de internacionalização ficou em 13% no grupo, um nível menor que o 
brasileiro, que chega a atingir cerca de 19%. Ou seja, os países desse grupo não anseiam 
ter muitos consumidores que não sejam nacionais. 
 O Chile, que também pertence ao grupo, possui o maior índice de inovação em 
comparação com todos os países analisados, com 14,1% e sua TEA é cerca de 26%, 
ficando em 6º lugar no ranking total. E se compararmos ele com o Brasil e até mesmo com a 
média do grupo de eficiência, podemos notar uma relativa diferença nos índices de 
empreendedorismo, conforme o gráfico abaixo. 
 
Gráfico 7 - Condições estruturais do empreendedorismo comparando o grupo 
efficiency-driven com o Brasil e o Chile. 
 
Fonte: GEM 2015/16. 
 
 O Brasil possui valores bem próximos à média do grupo, porém o Chile 
ultrapassa quase todos os pilares do grupo, com exceção das finanças empresariais, 
dinâmicas de mercado interno, educação empresarial no período escolar e finanças 
30 
empresarias. O Chile vem reformando o ambiente regulamentar para facilitar o 
registro de novas empresas e para que elas operem com redução de custos e 
diminuindo a quantidade de regulamentações (Kelley et al. 2016). 
 
 
 
31 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A finalidade deste trabalho foi apresentar dados e informações básicas sobre 
o GEM e sobre o empreendedorismo no Brasil. Como o tema empreendedorismo é 
um tanto quanto vago ainda, conforme dito anteriormente, a visão que foi seguida foi 
do próprio relatório GEM de 2015/2016. Ou seja, o empreendedorismo consiste em 
qualquer tentativa de criação de um novo empreendimento, como, por exemplo, uma 
atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento 
existente. 
 No Brasil, o envolvimento com o empreendedorismo se dá por oportunidade, 
apesar das taxas de desemprego só aumentarem nesses últimos anos, e somente 
as mulheres que iniciam um novo negócio, começam por necessidade. 
Independente dos motivos de entrada nos negócios, os homens são levemente mais 
empreendedores que as mulheres; diferença de 6%. 
 Há uma tendência indicando que as mulheres buscam alternativa de 
empreendimentos para complementar a renda familiar, além do que nos últimos 
anos elas vêm assumindo cada vez mais o sustento do lar como chefe da família, 
ampliando a participação na economia do país (Greco et al. 2010). 
 A maioria dos empreendedores possuem entre 25 a 54 anos, ganham até 3 
salários mínimos, não chegaram a cursar ou terminar o ensino superiro, possuindo 
somente osegundo grau completo, são casados. Esse conjunto de características 
define o perfil do empreendedor brasileiro, que busca uma maneira de ganhar 
dinheiro, para sustentar sua família, ou complementar com a renda familiar. 
 Segundo a pesquisa feita pelo IBQP de 2015, a criatividade e a resiliência são 
citadas como características dos brasileiros que favorecem o empreendedorismo, 
mesmo em uma conjuntura marcada pela incerteza. Na opinião dos especialistas, há 
no Brasil amplo acesso a informação sobre negócios e empreendedorismo. Há 
conteúdo de qualidade gratuito disponível na internet, além de variados eventos e 
organizações de fomento e apoio ao empreendedorismo, o que tem contribuído para 
a disseminação do conhecimento, favorecendo a minimização de riscos do negócio. 
 Por outro lado, políticas governamentais (54%), educação e capacitação 
(49%) e apoio financeiro (28%) são as condições proporcionalmente mais citadas 
como limitantes à atividade empreendedora. Sem contar com o medo de fracasso 
(45%), o que impede que aquele individuo que gostaria de começar um negócio, não 
o faz. Como vimos anteriormente, onde 78% dos brasileiros acreditam que o 
32 
empreendedorismo é um bom negócio, porém somente 24% têm a intenção de 
seguir em frente. 
 Outro ponto que podemos destacar são os empresários que estão iniciando 
agora, além de serem mais jovens, possuem maior conhecimento, e maiores 
aspirações financeiras. Isso é bom, pois os empreendedores estão mais preparados 
para desenvolverem negócios, principalmente por oportunidade, e não por 
necessidade, gerando empresas mais eficientes e produtivas, com mais tecnologia. 
 E em relação ao grupo que o Brasil pertence, o efficiency-driven, pode-se 
notar que o país está bem próximo aos resultados do grupo, porém com diversas 
oportunidades de melhoria, principalmente em relação à infraestrutura física. Porém, 
os brasileiros estão evoluindo cada vez mais no universo do empreendedorismo, à 
caminho de entrar para o grupo movido à inovação. 
33 
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