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1) "Quando assoar o nariz, ao tossir, vire-se de modo que nada caia em cima da mesa. É indelicado assoar o nariz na toalha da mesa. Não assoe o nariz com a mesma mão que usa para segurar a carne Assoar o nariz no chapéu ou na manga da roupa é grosseiro, e fazê-lo com o braço ou cotovelo é coisa de mercador. [A mesa] assoar abertamente o nariz no lenço, sem se ocultar atrás do guardanapo e enxugar o suor com ele são hábitos sujos que dão a todos desejo de vomitar". (ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994, p. 147/8) Os excertos acima fazem parte de "manuais de cortesias" dos séculos XIII ao XVI reunidos por Norbert Elias em seu livro O Processo Civilizador. A partir da ideia de etiqueta social podemos afirmar: I - A civilidade seria um conjunto de regras em que o comportamento humano deveria ser alterado em variadas situações, como os modos à mesa, como se sentar, como comer, quem deve se servir primeiro, e também em relação a algumas funções corporais, como espirrar, tossir e expelir gases. II – As regras de etiqueta social passaram a modelar o comportamento social e alguns comportamentos deixaram de ser socialmente aceitos. III – Durante a Idade Média as regras sociais já eram praticadas e os cavaleiros tinham certas regras definidas a mesa de seus suseranos. Está correto o afirmado em: Alternativas: a) Apenas na alternativa I b) Nas alternativas I e II Alternativa assinalada c) Nas alternativas II e III d) Nas alternativas I e III e) Apenas na alternativa III 2) Leia o texto abaixo: "No uso cotidiano da linguagem, o conceito de civilização é, muitas vezes, despido de seu caráter originalmente processual (como derivação do equivalente francês "civilizer"). Contudo, para realmente pesquisar o processo civilizador é necessário saber a que elementos comuns não-variáveis dos seres humanos, assim como a que elementos diversos variáveis, o conceito de civilização se refere. A coação social à auto coação e a apreensão de um auto regulação individual, no sentido de modelos sociais e variáveis de civilização, são universais sociais". (ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994, p.21/2) A partir das discussões propostas por Norbert Elias a respeito do processo civilizador analise as afirmativas: I - Pode- se destacar o aspecto não-planejado do processo civilizador. Apesar das várias normas sociais terem surgido do interesse de grupos específicos, o autor afirma que nenhum grupo ou pessoa tem controle sobre os rumos e consequências dos eventos sociais. II - Ao lado do longo processo de constituição dos Estados-Nação europeus – que Elias considera como processos de integração social – surgiram inúmeras formas de controle do comportamento: normas voltadas para a consolidação de estruturas de distinção social como as normas de etiqueta social III - A institucionalização de uma série de regras e impedimentos ao comportamento, originadas no plano individual dos nobres foram sendo incorporadas pelas camadas populares como inculcações advindas da educação formal IV - A transformação de guerreiros em cortesãos, na Europa, em que Elias percebe esse importante aspecto do processo civilizador. Para ele, essa transformação tem início nos séculos XI ou XII e prossegue, através da Baixa Idade Média, até atingir a Modernidade. É correto o que se afirma em: Alternativas: a) I, III e IV b) I, II e IV Alternativa assinalada c) I, II e III d) II e IV e) II e III 3) Leia o excerto: "A palavra civilização surgiu na França iluminista do século XVIII com um significado moral: ser civilizado era ser bom, urbano, culto e educado".(SILVA; SILVA, Dicionário de conceitos históricos, São Paulo: Contexto, 2009, p. 59). A partir do significado de civilizado e das discussões da web aula a respeito do processo civilizador assinale a alternativa correta: Alternativas: a) Atualmente ao qualificamos um indivíduo de civilizado, ainda estamos utilizando o conceito renascentista, considerando-o uma pessoa educada, pacífica e culta, que se contrapõe aos violentos, àqueles que consideramos rudes e incultos. b) Para os iluministas, a civilização era uma característica cultural que se contrapunha à ideia de barbárie, de violência e de selvageria Alternativa assinalada c) As mudanças para a transformação da barbaridade em civilidade partiram de alguns indivíduos que eram mais cultos e possuíam melhores modos. d) O conjunto de transformações que ocorreram na passagem da Antiguidade para a Idade Média foram responsáveis pela formação das regras de civilidade. e) A civilidade seria então um conjunto de regras em que o comportamento humano não deve ser alterado nas diversas situações diárias. 4) Observe a imagem abaixo: Disponível em: https://andrefidusi.com/tag/gula/ Acesso em 11/07/2017. "A gourmandise é o vício de quem come com avidez e em excesso. A gourmandise é um dos sete pecados capitais". O que provavelmente explica esta reação, além do consenso de todos os dicionários ao longo de quase dois séculos, é a existência de outra palavra em francês para designar o amor refinado à boa mesa: friandise. ( ARIÈS, P.; Duby, G. História da Vida Privada 3: da Renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p.288). Considerando o excerto acima e os conteúdos trabalhados na web aula, analise se as afirmativas a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) A Igreja considerava toda a prática alimentar como gula, sendo as mulheres as mais fracas aos desejos da carne pelo maior consumo de açúcar. ( ) Durante a Idade Média a Igreja difundiu a ideia da gula, ou seja, a alimentação além do necessário, os excessos, constituíam um dos sete pecados capitais. ( ) Durante o processo de transição da Idade Média para a Idade Moderna não correu uma mudança na concepção do termo gula e suas derivações, sendo ainda nos dias atuais a gula vista como um pecado e que gera sentimento de culpa ( ) Quando se tratavam de maneiras à mesa, os manuais de civilidade medievais — ou talvez devamos dizer "manuais de cortesia", tendo em vista a época — condenavam as manifestações de gula, a agitação, a sujeira, a falta de consideração pelos outros convivas. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: Alternativas: a) V, F, V, F b) F, V, V, F c) F, V, F, V Alternativa assinalada d) V, V, F, F e) F, V, F, F 5) Leia o texto abaixo: "Ora, o gosto pelo açúcar não cessava de se difundir pela Europa ocidental. Para satisfazer esse mercado nascente, as refinarias multiplicaram-se no século XV nas planícies da Sicília, reconquistada pelos normandos no século XI; foi igualmente na primeira metade do século XV que novas plantações foram criadas na Espanha, no Levante de Valência, o que permitiu ativas exportações para os país do Norte". (LEMPS, Alain Huetz de. As bebidas coloniais e a rápida expansão do açúcar. In: FLANDRIN, Jean-Louis; MONTANARI, Massimo. História da Alimentação. Tradução de Luciano Vieira Machado e Guilherme J. F. Teixeira. 4a ed. São Paulo, Estação Liberdade, 1998. p. 612). A partir do trecho do texto de Lemps podemos observar a expansão da produção e consumo do açúcar que muitas vezes foi atribuído a mulher por: Alternativas: a) Associar culturalmente a mulher ao consumo de guloseimas e ao gosto pelo açúcar que não exigia paladares refinados e demonstrava como a mulher era vista na sociedade em fins da Idade Média e início Idade Moderna. Alternativa assinalada b) Durante a Idade Média, o açúcar foi visto como um produto refinado e o seu consumo exigia os paladares mais refinados não sendo então, acessível as mulheres. c) Entenderem muito de culinária e por essa razão o consumiam em grandes quantidades para demonstrar a sua distinção social. d) O gosto das mulheres pelo açúcar não tinha conotação amorosa ou sexual e sim uma necessidade corporal das mulheres que passavam por diversos períodos gestacionais.e) O consumo e apreciação do açúcar pelas mulheres só foi possível com a Revolução Industrial que passou a utilizar o açúcar em produtos industrializados alimentícios para agradar o paladar feminino.
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