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Fisioterapia B rasil - V olum e 1 1 - N úm ero 2 - M arço/ A bril de 2 0 1 0 Fi sio ter ap iaB r a s i l An o 1 1 - n o 2 www.atlanticaeditora.com.br ISSN 1518-9740 Ph ys ic al T he ra py B ra zi l Março / Abril de 2010 Movimento • Goniometria e fleximetria do joelho • Arco longitudinal medial e tipo de pé • Mobilização articular do ombro Queimaduras • Microcorrente e reparo tecidual Cardiorrespiratório • Avaliação da função pulmonar de lactentes Profissão • Fisioterapia e promoção da saúde Saúde da mulher • Tratamento da dor pélvica crônica • Fisioterapia e dismenorréia • Incontinência urinária de esforço Fisioterapia Brasil P h y s i c a l T h e r a p y B r a z i l (vol. 11, nº 2 março/abril 2010 - 81~160) EDITORIAL A respeito do peso e da leveza, Marco Antonio Guimarães da Silva ............................................................................................. 83 ARTIGOS ORIGINAIS Estudo comparativo entre as medidas da goniometria e da fl eximetria passiva na articulação do joelho, Caroline dos Anjos Bezerra Batista, Mírian Aguiar Caires Vasconcelos Meira, Levy Aniceto Santana .................................................................................................................................................................... 84 Análise do arco longitudinal medial em idosos institucionalizados e sua relação com o tipo de pé, Gustavo José Luvizutto, Célia Regina Covolan .............................................................................................................................. 88 Efeitos da massagem do tecido conjuntivo e cinesioterapia no tratamento da dismenorréia primária, Aline Fae, Hedioneia Maria Folleto Pivetta.................................................................................................................... 92 Efeito da imagética motora sobre a onda alfa em imagéticos visuais e cinestésicos, Paulo Alexandre Azevedo, Bianca Kalil de Macedo Jakubovic, João Batista Corrêa, Januário Gomes Mourão, Vernon Furtado da Silva ........................................................................................................................ 99 Efeitos da aplicação de microcorrente no processo de reparo tecidual de queimaduras, Sharin de Assis Costa, Angela Miranda de Freitas, Carina Oliveira dos Santos ............................................................................. 103 Efeitos da mobilização articular sustentada na fl exibilidade das estruturas posteriores do ombro, Priscila Fernanda Figueiredo Borges, Priscila Abbári Rossi, Elaine Cristine Lemes Mateus de Vasconcelos, Adriano Pezolato, Everaldo Encide de Vasconcelos ...................................................................................................................... 109 Aproximação com a saúde pública e a promoção da saúde no exercício da docência em fi sioterapia, Andriele Gasparetto, Maria Cristina Flores Soares ....................................................................................................................... 115 Avaliação da força muscular e ativação pressórica do assoalho pélvico de mulheres climatéricas com incontinência urinária de esforço, Daniela Gómez Martin, Lígia Silveira, Elizabeth Pereira Zerwes, Maria da Graça Martino Roth ............................................................................................................. 122 Alongamento balístico versus sustentar e relaxar: comparação do ganho imediato e após 24 horas, Taylor Ferreira, André Luiz Almeida Pizzolatti, Heiliane de Brito Fontana, Bruno Seara Polidoro, Cristiano Diniz Campelo Silva .................................................................................................................................................... 128 Frequência de distúrbios álgicos da coluna vertebral e tratamento osteopático, Giliane Altomare, Renato Rocha Junior, João S. Pereira ........................................................................................................................................... 133 REVISÕES Novas perspectivas na avaliação da função pulmonar de lactentes, Fernanda de Cordoba Lanza, José Carlos Molero Junior, Gustavo F. Wandalsen, Dirceu Sole .................................................................................................... 138 A fi sioterapia em mulheres com dor pélvica crônica, Gabriela Faller Vitale, Ivaldo Esteves Junior ........................................... 145 RELATOS DE CASO Método Kabat no fortalecimento muscular da espasticidade, Marisete de Lourdes de Vasconcelos Claudino Sobrinha, Moema Texeira Maia, Carina Carvalho Correia Coutinho, Ana Cristina da Nóbrega Marinho Torres Leite, Sheila Carla Agra Farias ............................................................................................................................................................... 151 NORMAS DE PUBLICAÇÃO .........................................................................................................................................159 EVENTOS .........................................................................................................................................................................160 Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 2 - março/abril de 201082 © ATMC - Atlântica Editora Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, ele- trônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyright, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confi abilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante. I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes. Fisioterapia Brasil www.fisioterapiabrasil.com.br Editor Marco Antônio Guimarães da Silva (UFRRJ – Rio de Janeiro) Conselho científico Abrahão Fontes Baptista (Universidade Federal da Bahia – BA) Anamaria Siriani de Oliveira (USP – Ribeirão Preto) Dirceu Costa (UFSCAR, Uninove – São Paulo) Elaine Guirro (Unimep – São Paulo) Espiridião Elias Aquim (Universidade Tuiuti – Paraná) Fátima Aparecida Caromano (USP – São Paulo) Guillermo Scaglione (Universidade de Buenos Aires – UBA – Argentina) Hugo Izarn (Universidade Nacional Gral de San Martin – Argentina) Jamilson Brasileiro (UFRN) João Carlos Ferrari Corrêa (Uninove – São Paulo) Jones Eduardo Agne (Universidade Federal de Santa Maria – Rio Grande do Sul) José Rubens Rebelatto (UFSCAR – São Paulo) Lisiane Tuon (Universidade do Extreme Sul Catarinense – UNESC) Marcus Vinícius de Mello Pinto (Centro Universitário de Caratinga – MG) Margareta Nordin (Universidade de New-York – NYU – Estados Unidos) Mario Antônio Baraúna (Universidade do Triângulo Mineiro – UNIT – Minas Gerais) Mario Bernardo Filho (UERJ – RJ) Neide Gomes Lucena (Universidade Fed. da Paraíba – UFPB – João Pessoa) Nivaldo Antonio Parizotto (UFSCAR – São Paulo) Norberto Peña (Universidade Federal da Bahia – UFBA – Bahia) Roberto Sotto (Universidade de Buenos Aires – UBA – Argentina) Grupo de assessores Antonio Coppi Navarro (Gama Filho – São Paulo) Antonio Neme Khoury (HGI – Rio de Janeiro) Carlos Bruno Reis Pinheiro (Rio de Janeiro) João Santos Pereira (UERJ – Rio de Janeiro) José Roberto Prado Junior (Rio de Janeiro) Lisiane Fabris (UNESC – Santa Catarina) Jorge Tamaki (PUC – Paraná) José Alexandre Bachur (FMRP/USP) Marisa Moraes Regenga (São Paulo) LuciFabiane Scheffer Moraes (Univ. do Sul de Santa Catarina) Philippe E. Souchard (Instituto Philippe Souchard) Solange Canavarro Ferreira (HFAG – Rio de Janeiro) Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail: artigos@atlanticaeditora.com.br Revista Indexada na LILACS - Literatura Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde, CINAHL, LATINDEX Abreviação para citação: Fisioter Bras E-mail: atlantica@atlanticaeditora.com.br www.atlanticaeditora.com.br Diretor Antonio Carlos Mello mello@atlanticaeditora.com.br Atlântica Editora e Shalon Representações Praça Ramos de Azevedo, 206/1910 Centro 01037-010 São Paulo SP Atendimento (11) 3361 5595 / 3361 9932 E-mail: assinaturas@atlanticaeditora.com.br Assinatura 1 ano (6 edições ao ano): R$ 240,00 Editor executivo Dr. Jean-Louis Peytavin jeanlouis@atlanticaeditora.com.br Editor assistente Guillermina Arias guillermina@atlanticaeditora.com.br Direção de arte Cristiana Ribas cristiana@atlanticaeditora.com.br 83Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 1 - março/abril de 2010 Editorial A respeito do peso e da leveza Tenho que reconhecer que os meus editoriais, amparados em críticas do tecido social e da “subclasse política”, tem-se pautado pela pesada caracterização que dou aos antagonistas que crio, verdadeiros Górgonas do século XXI. A metáfora peso, entendida como a subtração da leveza, pode também ser pensada como a inércia que envolve os ho- mens, aniquilando quaisquer reações, ou quem sabe também interpretada como a opacidade que refl ete o lado escuro e sombrio da natureza humana, todas aplicadas aos protago- nistas de meus editoriais. Estava, pois, decidido a iniciar uma nova fase e inaugurar uma escrita com fi guras mais leves, tal e qual fi zera Milan Kundera, quando cria o personagem Tomas em a Insustentável Leveza do Ser. Já havia, em editorial passado, introduzido essa idéia, quando sugeria que nos tornássemos turistas em nossa própria terra, vivendo sem nenhum compromisso com quaisquer problemas, sejam de ordem política ou social. Kundera avança ainda mais, incluindo, dentro dessa total falta de compromis- so, as relações amorosas. Reconheço o perigo da omissão e da linearidade do agir, opções do protagonista da obra tcheca mencionada já tema- tizadas no meu citado editorial. No entanto, para evitar falsas interpretações e equívocos, sugiro uma leitura com refl exões diretamente remetidas a Nietzsche (Eterno Retorno) e indi- retamente a Hegel (tese - antítese). “E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira! Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe res- ponderias: “Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!” Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de fi car de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confi rmação e chancela?” Friedrich Nietzsche, A Gaia Ciência, aforismo 341. Talvez fosse essa a grande questão de nossas vidas. Quere- mos viver essa vida mais uma, mais duas, mais n vezes? De volta à leveza dos meus personagens. Veio a chuva no Rio e com ela a tragédia, vitimando e matando centenas e desamparando milhares de pessoas. Com essa chuva, veio também a inevitável contestação de uma incompetência administrativa ou de descaso com a coisa pública, ampara- das, respectivamente, sob a minha ótica, em visões jurídicas culposas ou dolosas. Não haveria, portanto, como subtrair o “peso” de meus antagonistas, porque a culpabilidade está presente. Mas, e nós, representados pelos sofridos cidadãos, es- taríamos condenados a ser protagonistas cuja leveza do ser nos colocaria como meros e conformados expectadores? Aí estaria o meu grande e paradoxal desafi o: dar leveza aos meus protagonistas e, simultaneamente, levá-los a romper o círculo vicioso e as omissões por eles cometidas. Tenho esperanças; afi nal Perseu sustentou-se nas nuvens e no vento para vencer a Medusa. Marco Antonio Guimarães da Silva marco@atlanticaedu.com.br *Professor Associado da UFRRJ e de Doutorado no exterior. Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 2 - março/abril de 201084 Estudo comparativo entre as medidas da goniometria e da fl eximetria passiva na articulação do joelho Comparative study of passive goniometry and fl eximetry measures on knee joint Caroline dos Anjos Bezerra Batista, Ft.*, Mírian Aguiar Caires Vasconcelos Meira, Ft.*, Levy Aniceto Santana, M.Sc.** *Universidade Católica de Brasília – UCB, **Docente da Universidade Católica de Brasília – UCB Resumo Objetivo: O objetivo deste estudo foi comparar as medidas da goniometria e da fl eximetria passiva na articulação do joelho. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, cuja amostra foi composta por 33 indivíduos saudáveis de ambos os sexos, 17 ho- mens e 16 mulheres com média de idade de 21,76 ± 2,11 anos. Os instrumentos utilizados para o estudo foram o Goniômetro Universal Carci e o Flexímetro Sanny. O registro da medida da goniometria e da fl eximetria foi obtido após a fl exão passiva do joelho dominante em sua amplitude máxima com o indivíduo em decúbito ventral. Os dados foram analisados estatisticamente pelo teste t student e a correlação de Pearson. Resultados e conclusão: Foram encontradas diferenças estatisticamente signifi cativas entre as medidas dos ins- trumentos, porém com correlação positiva entre elas, possibilitando o uso de ambos na avaliação da amplitude de movimento passiva devendo, entretanto, sempre utilizar o mesmo instrumento em um mesmo indivíduo. Palavras-chave: amplitude de movimento articular, goniometria, fl eximetria, joelho. Artigo original Abstract Objective: To compare measures taken with passive goniometry and fl eximetry in knee joint. Methodology: Transversal study with 33 healthy subjects, 17 men and 16 women, 21.76 ± 2.11 years old. A Carci Universal Goniometer and Sanny Fleximeter were used to register passive fl exion of dominant knee in its full range of motion, with the person in ventral decubitus position. T-Student test, and Pearson correlation were used to statistical analyses. Results and conclusion: Statistically signifi cant diff erences between these tools measurements were found, although there was positive correlation between both of them, making it possible to use them when eva- luating passive range of motion. However, it must be used always the same tool to assess the same individual. Key-words: range of motion, goniometry, fl eximetry, knee. Recebido em 20 de março de 2008; aceito em 25 de novembro de 2009. Endereço para correspondência: Levy Aniceto Santana, QS 07 Lote 1, Águas Claras, 72030-170 Taguatinga DF, Tel: (61) 3451-1028, E-mail: levy@ ucb.br 85Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 1 - março/abril de 2010 Introdução A medida da Amplitude de Movimento (ADM) articular é um relevante parâmetro na avaliação física, permitindo aosprofi ssionais acompanhar de modo quantitativo a evolução do tratamento [1,2]. “A avaliação da amplitude do movimento faz parte da defi nição da propedêutica e do prognóstico de um indivíduo submetido à fi sioterapia” [2]. A ADM pode ser medida de forma passiva ou ativa, sendo a primeira com maior confi abilidade, pois a articulação é levada passivamente pelo avaliador até a máxima quantidade possível da articulação, devido ao estiramento (alongamento) elástico dos tecidos. [2-5]. Por outro lado, ADM ativa refere- se à quantidade máxima de movimento articular realizado ativamente pelo sujeito [4,5]. O goniômetro universal tem sido o instrumento mais utilizado para medir a ADM [4], pois apresenta vantagens como baixo custo e fácil manuseio [6]. Entretanto, segundo Venturini et al. [2], sua precisão é comprometida devido a erros referentes ao posicionamento dos braços e também por sua escala de medida variar de 2 em 2 graus. Em contraparti- da, o fl exímetro apresenta maior precisão devido a sua escala variar de 1 em 1 grau, apresenta também, maior praticidade nas leituras das medidas angulares ativa e passivamente, pelo fato da indicação do ângulo ser produzida por efeito da gravi- dade, entretanto, sua viabilidade é comprometida na aferição da amplitude de pequenas articulações [7,8]. Na prática clínica, a ADM tem sido medida em várias articulações entre elas o joelho, uma articulação bastante suscetível a lesões, por ser do tipo dobradiça e porque seus estabilizadores estáticos e dinâmicos podem falhar em razão da sua mecânica [9-11]. Por esse motivo, diferentes procedi- mentos para medir sua amplitude são muito utilizados [1]. Sabe-se da importância da mensuração da ADM articular com dados quantitativos, o que facilita o diagnóstico, conduta e avaliação da recuperação funcional. Estudos comparativos do uso de diferentes instrumentos são importantes para certifi - car os valores com maior confi abilidade na avaliação da ADM. Alguns estudos [2,12-15] compararam os valores de ADM do goniômetro universal com diferentes instrumentos de medida de várias articulações, mas em recente revisão biblio- gráfi ca foram encontrados apenas dois estudos comparando o goniômetro com o fl exímetro [16,17], porém ambos para medidas ativas de fl exão de joelho. Partindo do pressuposto que o fl exímetro também pode ser usado para medidas passivas, o objetivo deste estudo foi comparar as medidas da goniometria e da fl eximetria passiva na articulação do joelho. Material e métodos Foi realizado um estudo transversal com 33 indivíduos, estudantes da Universidade Católica de Brasília – UCB, sendo 17 homens e 16 mulheres com média de idade de 21,76 ± 2,11 anos (20-28), média de peso de 59,45 ± 10,72 quilos (43,80-83), média de altura de 1,68 ± 0,09 metros (1,52-1,91) e média do IMC de 21,14 ± 2,81 (15,96-26,21). Os indivíduos foram selecionados por meio de uma ana- mnese e exame físico, sendo excluídos aqueles com história prévia de patologia ortopédica ou neuromuscular, cirurgias, presença de dor na articulação do joelho e os que apresenta- vam retração do músculo reto femoral confi rmada pelo teste ELY [7]. Todos receberam informações sobre o objetivo e o procedimento do estudo, e assinaram um termo de consenti- mento livre formal no momento da coleta, concordando em participar da pesquisa. O protocolo experimental do presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa – CEP da UCB sob o Nº. 16 CEP/UCB/2007. As medidas angulares foram realizadas utilizando-se o Goniômetro Universal Carci – 1275 (Figura 1) e o Flexímetro Sanny – FL 6010 (Figura 2). Figura 1 - Goniômetro Universal Carci – 1275. Fonte: Pesquisa dos autores. Figura 2 - Flexímetro Sanny – FL 6010. Fonte: Raimundo et al., 2007. Durante a coleta, os indivíduos usaram roupa apropria- da, deixando a área a ser avaliada desnuda, e posicionados em decúbito ventral com os joelhos apoiados na maca e os tornozelos ultrapassando sua borda, sendo aferido sempre o membro dominante. As medidas da goniometria foram realizadas segundo metodologia proposta por Norkin & White [4] (Figura 3). E a fl eximetria, conforme proposto por Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 2 - março/abril de 201086 Raimundo et al. [7] (Figura 4), na qual o fl exímetro deve ser posicionado na face lateral da perna em seu terço médio, 15 cm acima do maléolo lateral. Figura 3 - Posição inicial (a) e fi nal (b) para teste de goniometria de fl exão de joelho. A análise do teste t student para amostras dependentes encontrou diferença estatisticamente signifi cativa [t(32) = 12,17; p = 0,0001] entre as medidas dos instrumentos, sendo os valores obtidos com o fl exímetro maiores (Tabela II). En- tretanto, foi encontrada correlação positiva (Figura 5) entre as medidas dos instrumentos (r = 0,42; p = 0,02). Tabela II - Análise comparativa das medidas dos instrumentos. Instrumen- tos Mínimo (graus) Máximo (graus) Média (graus) DP (graus) Valor de p Goniômetro 141,33 155,00 150,40 3,63 0,0001* Flexímetro 148,33 163,00 158,82 3,75 * p < 0,05 Figura 5 - Gráfi co da correlação de Pearson entre as medidas. a b Fonte: Pesquisa dos autores Figura 4 - Posição inicial (a) e fi nal (b) para teste de fl eximetria de fl exão de joelho. a b Fonte: Pesquisa dos autores Todas as medidas foram realizadas durante a fl exão passiva do joelho até sua amplitude máxima, na qual o calcanhar tocasse a região glútea. As aferições foram realizadas sempre pelo mesmo avaliador e repetidas três vezes com cada instru- mento para obtenção de um valor médio, sendo a escolha da sequência aleatória. Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizada a planilha eletrônica Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 10.0 sendo comparadas as médias aritméticas das três mensurações dos instrumentos pelo teste t student e testada a correlação pelo coefi ciente de Pearson, ambos com nível de signifi cância de 5%. Resultados A comparação das medidas entre homens e mulheres pelo teste t student para amostras independentes (Tabela I) mostrou que as diferenças não foram estatisticamente signifi cativas tanto para as mensurações do goniômetro [t(28) = -0,77; p = 0,45] quanto para as do fl exímetro [t(26) = -1,06; p = 0,30]. Por isso, as comparações estatísticas prosseguiram sem diferenciar os gêneros. Tabela I - Comparação das medidas entre os sexos. Instrumen- tos Masculino Médias ± DP (em graus) Feminino Médias ± DP (em graus) Va- lor t Valor p Goniômetro 149,77 ± 4,17 151,08 ± 2,94 -1,06 0,30 Flexímetro 158,33 ± 4,52 159,33 ± 2,77 -0,77 0,45 p < 0,05 Discussão O presente estudo comparou as medidas da goniometria e da fl eximetria passiva na articulação do joelho em indiví- duos saudáveis de ambos os sexos. Quando se comparou as medidas entre os sexos, apesar das diferenças não terem sido estatisticamente signifi cativas, as mulheres obtiveram valores médios discretamente maiores, talvez devido aos aspectos morfológicos como menor tônus muscular e ligamentos mais lassos [18]. Segundo Palmer & Epler [5], muitos estudos foram realizados para determinar a diferença na ADM entre os sexos e em síntese, constatou-se que as mulheres costumam ter maiores amplitudes, entretanto não há consenso sobre esse fato. Ao se comparar os instrumentos de medida, observou-se que o fl exímetro apresentou valores médios maiores com diferenças estatisticamente signifi cativas. Esses achados não puderam ser comparados com outros estudos, pois não foram encontradas pesquisas similares na literatura comparando a goniometria e a fl eximetria passiva. Entretanto, traçando comparações paralelas com estudos que investigaram medidas ativas, nossos resultados concordam com Oliveiraet al. [17], porém discordam de Polanowski et al. [16], que descreveram diferenças praticamente nulas entre os instrumentos (menor Goniômetro 156154 152 150 148 146 144 142 140 Fl ex ím et ro 164 162 160 158 156 154 152 150 148 87Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 1 - março/abril de 2010 que 1%), mas os autores não utilizaram estatística analítica para descrever seus resultados. Segundo Oliveira et al. [17], uma das hipóteses para expli- car o fato de registrar maiores medidas pela fl eximetria seria porque o fl exímetro é um instrumento mais acurado, pois não necessita de controle de variáveis como o posicionamento do fulcro, braço móvel e fi xo, variáveis essas que podem com- prometer os resultados das medidas feitas pelo goniômetro. Além disso, o fl exímetro é um instrumento mais preciso, pois sua escala varia apenas de 1 em 1 grau. Norkin & White [4] enfatizam que os modos de medida, o posicionamento do indivíduo, a forma e a quantidade de aferições são fatores que podem alterar as medidas de ADM, porém acreditamos que esses fatores não infl uenciaram no resultado deste estudo, pois eles foram controlados. Este trabalho utilizou a medida da ADM de forma passiva, porque, de acordo com diversos autores [3,4,7,12], desse modo atinge-se a máxima ADM articular e, por isso, é a medida mais usada na prática clínica. Além disso, segundo Araújo [18], a medida da ADM passiva é melhor porque sofre menos infl uência de variáveis como força muscular, coordenação motora e motivação individual. Apesar do goniômetro e o fl exímetro registrarem valores estatisticamente diferentes para as medidas de ADM de acordo com as condições experimentais utilizadas neste estudo, as medidas apresentaram correlação positiva, mostrando que ambos os instrumentos podem ser utilizados para registrar a ADM passiva, porém, seguindo sugestão proposta por Norkin & White [4] e Raimundo et al. [7], deve-se sempre utilizar o mesmo instrumento para acompanhar a evolução do quadro clínico do paciente. Sugere-se que novos estudos comparem o desempenho desses instrumentos na aferição da ADM passiva de outras articulações do corpo. Conclusão Os resultados deste estudo mostraram que há diferença estatisticamente signifi cativa entre as medidas do goniômetro e do fl exímetro para aferição da ADM para fl exão passiva de joelho, porém há correlação positiva entre elas, possibilitando o uso de ambos os instrumentos na prática clínica devendo, portanto, sempre utilizar o mesmo instrumento em um mesmo indivíduo. Deste modo, conclui-se que o fl exímetro pode ser utilizado para medir a ADM passiva de joelho, assim como o goniô- metro, mudando o conceito de que o fl exímetro só pode ser usado para aferição de fl exibilidade. Estudos futuros deverão investigar se esses resultados se confi rmam quando aplicado em outras articulações. Referências 1. Batista LH, Camargo PR, Aiello GV, Oishi J, Salvini TF. Ava- liação da amplitude articular do joelho: correlação entre as me- didas realizadas com o goniômetro universal e no dinamômetro isocinético. Rev Bras Fisioter 2006;10:193-8. 2. Venturini C, André A, Aguilar BP, Giacomelli B. Confi abilida- de de dois métodos de avaliação da amplitude de movimento ativa de dorsifl exão do tornozelo em indivíduos saudáveis. Acta Fisiátrica 2006;13:39-43. 3. Clarkson HM. Avaliação musculoesquelética. Amplitude de movimento articular e força muscular manual. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 9-10. 4. Norkin CC, White DJ. Medidas do movimento articular: manual de goniometria. 2a ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 1997. p. 24-39. 5. Palmer ML, Epler ME. Fundamentos das técnicas de avaliação musculoesquelética. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p. 08-14. 6. Tedeschi MA. Goniometria: sua prática e controvérsias. Fisioter Bras 2002;3:42-47. 7. Raimundo AK, Moreira D, Santana LA. Manual fotográfi co de goniometria e fl eximetria incluindo testes de retração muscular. Brasília: Th esaurus; 2007. p. 13-139. 8. Monteiro GA. Avaliação da fl exibilidade manual de utilização do fl exímetro Sanny. 1a ed. São Bernardo do Campo: American Medical do Brasil; 2005. p. 06-16. 9. Hebert S, Xavier R, Pardini-Junior AG, Barros Filho TEP. Ortopedia e traumatologia: Princípios e prática. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2003. p. 444-45. 10. Hoppenfeld S. Exame do joelho. Propedêutica ortopédica: coluna e extremidades. São Paulo: Atheneu; 2002. p. 179-206. 11. Kendall FP, McCreary EK, Provance PG. Músculos: provas e funções. 4a ed. São Paulo: Manole; 1995. p. 21. 12. Watkins MA, Riddie DL, Lamb RL, Personius WJ. Reliability of goniometric measurements and visual estimates of knee range of motion obtained in clinical setting. Phys Th er 1991;7: 90-6. 13. Andrade JA, Leite VM, Salmela LFT, Araújo PMP, Juliano Y. Estudo comparativo entre os métodos de estimativa visual e goniometria para avaliação das amplitudes de movimento da articulação do ombro. Acta Fisiátrica 2003;10:12-16. 14. Brosseau L, Balmer S, Tousignant M, O’Sullivan JP, Goudreault C, Goudreault M, Gringas SPT. Intra and intertester reliability and criterion validity of the parallelogram and universal go- niometers for measuring maximum active knee and extension of patients with knee restrictions. Arch Phys Med Rehabil 2001;82:396-402. 15. Russell TG, Jull GA, Wootton R. Can the internet be used as a medium to evaluate knee angle? Man Th er 2003; 8: 242-6. 16. Polanowski DW, Gamba L, Celimara EH. Validade e repro- dutibilidade do fl exímetro Sanny. Foz do Iguaçu/PR. Anais do Congresso Internacional de Educação Física. Federação Internacional de Educação Física; 2003. 17. Oliveira FS, Bezerra KC, Pinfi ldi CE, Peccin MS, Cohen M. Mensuração da amplitude de movimento ativa do joelho intra e inter-avaliador com goniômetro e fl exímetro: estudo comparativo. São Paulo - SP. Anais do Congresso Brasileiro de Fisioterapia – COBRAF; 2005. 18. Araújo CGS. Flexiteste: Um método completo para avaliar a fl exibilidade. Barueri: Manole; 2005. p.5-6. Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 2 - março/abril de 201088 Análise do arco longitudinal medial em idosos institucionalizados e sua relação com o tipo de pé Analysis of the medial longitudinal arch in institutionalized elderly people and its relationship with foot type Gustavo José Luvizutto, Ft.*, Célia Regina Covolan, Ft., M.Sc.** *Fisioterapeuta da Seção Técnica de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), **Especialista em Fisioterapia Gerontológica pela Unicamp/SP e Docente das disciplinas de Fisioterapia aplicado à Gerontologia, Fisioterapia aplicada à Reumatologia I e II Resumo A análise plantar é utilizada para identifi car os diversos tipos de pés e seus arcos fi siológicos, uma vez que se sabe da relação existente entre o equilíbrio e o alinhamento de várias articulações. O estudo teve por objetivo analisar as alterações no tipo de pé e sua relação com o arco longitudinal medial (ALM) em idosos institucionaliza- dos. Foram analisadas impressões plantares de 13 idosos com idade de 74,5 ± 10,8 anos, utilizando-se o pedígrafo. Os dados foram analisados através de cálculos algébricos para descrever o tipo de pé e o índice do ALM (IA) através do protocolo de Staheli, utilizando o teste t student (p < 0,05) para realizar a comparação entre os pés. Os idosos que apresentaram PPG1 a média do IA foi de 0,66, para PPG2 a média do IA foi de 0,74, PCG1 a média foi de 0,46 e PCG2 de 0,27. Houve correlação positiva com ALM alto e PPG2 e ALM baixo e PPG2, nas outras alterações também houve correlação positiva, mas dentro dos limites normais do IA. Palavras-chave: análise plantar, marcha, envelhecimento. Artigo originalAbstract Th e plantar foot pressure analysis is used to identify the diff erent foot types and its physiological arches, as it is known the existing cor- relation between balance and joint alignment. Th e objective of this study was to analyze the alterations of foot type and its relationship with the medial longitudinal arch (MLA) in institutionalized elderly people. For measuring foot pressure of 13 elderly people with 74.5 ± 10.8 years, it was used a pedobarograph. Data were analyzed through algebraic equations to describe foot type and MLA index (AI) through Staheli protocol, using the t student test (p < 0,05) to compare one foot to another. Th e elderly who showed PPG1 AI average was 0.66, for PPG2 AI average was 1.3, PCG1 AI average was 0.46 and PCG2 of 0.27. It was found a positive correlation with high MLA and PPG2 and low MLA PPG2, also the other alterations had positive correlation, but within the normal limits of AI. Key-words: plantar foot analysis, gait, aging. Recebido em 24 de dezembro de 2008; aceito em 21 de janeiro de 2010. Endereço para correspondência: Gustavo José Luvizutto, Avenida da Saudade, 225, 18650-000 São Manuel SP, Tel: (14) 3841-1284, E-mail: gustavoluvizutto@bol.com.br 89Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 1 - março/abril de 2010 Introdução O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo no qual há alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas que vão alterando o organismo, tornando-o mais susceptível a agressões e deformidades, acometendo diversos órgãos e estruturas do corpo humano, sendo os pés uma das estruturas acometidas [1,2]. Nos idosos há várias alterações morfofuncionais nessa estrutura, como hálux valgo, calosidades e as deformidades nos artelhos (dedos em martelo, em garra, nódulos). Segundo alguns autores há uma diminuição no arco longitudinal me- dial dos pés, consequentemente uma perda de estatura nessa população, caracterizando-os com pé plano [3]. O pé é um elemento chave para o alinhamento das ar- ticulações dos membros inferiores, sua estrutura anatômica compõe-se por 33 articulações e 26 ossos, sendo subdividido em três segmentos funcionais, classifi cados em retropé, me- diopé e antepé, apresentando várias curvaturas, como o arco longitudinal lateral (ALL), os arcos transversos anteriores (ATA) e o arco longitudinal medial (ALM), que são respon- sáveis pela adaptação do pé às irregularidades do solo [4,5]. Apesar de importante, pouco se tem encontrado na lite- ratura a respeito das alterações ocorridas no arco longitudinal medial ao longo do processo de envelhecimento. Há escassez de publicações quando esse tema envolve o idoso, sendo que geralmente é citado que esse arco sofre desabamento, embora não seja explicado o como e o porquê deste fato. O objetivo do presente estudo foi verifi car a relação entre o arco longi- tudinal medial e o tipo de pé em idosos institucionalizados. Métodos População amostral A casuística foi composta por 13 idosos de ambos os sexos (6 homens e 7 mulheres) com mais de 60 anos de idade, faixa etária considerada população idosa de acordo com a Organiza- ção Mundial da Saúde para países em desenvolvimento [6] que frequentam um centro de atenção à pessoa idosa (centro-dia). Procedimento Após aprovação do comitê de bioética da Faculdade Ma- rechal Rondon (COEBE-FMR) o projeto foi iniciado. Foram colhidas as informações pessoais de cada idoso por entrevista direta, onde cada um assinou um termo de consentimento livre e esclarecido como forma de aceitação dos participantes à pesquisa. A avaliação foi individualizada, sendo que cada paciente foi encaminhado para a sala de que realizaram a descarga de peso no pedígrafo para a impressão plantar. Pos- teriormente foi avaliado o índice de Staheli e classifi cado o tipo de pé de acordo com os cálculos algébricos supracitados. Instrumentos para coleta de dados Técnica de impressão plantar [7-10]: método de classifi - cação dos pés que pode ser utilizado para medir o arco lon- gitudinal medial (ALM) e o tipo de pé. O indivíduo realizou descarga de peso em pé descalço sobre o pedígrafo, onde foi impresso o contorno do pé por meio de uma almofada com tinta sob um papel. O examinador fi cou a frente do idoso, dando-lhe as mãos e instruindo para que ele desse um passo descarregando o peso sobre a almofada do pedígrafo e em seguida saísse do mesmo. Fez-se a captação de ambos os pés. O examinador fi cava atento com o deslocamento inadequado do idoso sobre o pedígrafo, pois poderia alterar a impressão plantar. Figura 1 - Descarga de peso para realizar a impressão plantar no pedígrafo. Protocolo de Staheli [11]: após realizada a impressão em pedígrafo analisamos o índice do arco longitudinal medial (IA) através do traçado de duas retas: a primeira (A), na região relativa do mediopé (istmo), e a outra (B), na região posterior da impressão plantar, correspondente a região do calcâneo. Com uma régua, fez-se a medição em milímetros das duas larguras e em seguida fez-se a relação A/B. Com base nesse critério classifi cou-se: arco alto (IA < 0,3), arco normal (0,3 ≥ IA ≤ 1,0), arco baixo (IA > 1,0). Figura 2 - Esquema para cálculo do índice do arco longitudinal medial. A B Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 2 - março/abril de 201090 Cálculos algébricos para classifi cação do tipo de pé [12]: inicialmente encontramos o ponto médio transversal da região do retropé. Em seguida com auxílio de uma régua simples, traçamos uma linha L1 com origem nesse ponto inicial, a qual era projetada até o segundo interdígito. Após, outras duas linhas (L2 e L3), paralelas à primeira, eram traçadas nas duas bordas (medial e lateral) da região do antepé. Com essas duas linhas traçadas, tomava-se a medida entre elas, com graduação em milímetros, a qual corresponde à medida da largura da região do antepé. Logo após encontramos a medi- da da região do mediopé, a qual é delimitada anteriormente pelos metatarsos e posteriormente pelo início da curvatura do calcâneo. Essa medida foi obtida da seguinte maneira: tendo como referência a linha L1, traçamos outras duas linhas perpendiculares a ela (L4 e L5) na região correspondente ao ponto mais extremo do retropé (L4) e na região mais extre- ma do antepé (L5), excluindo a região dos artelhos. Com o ponto médio da distância entre as linhas L4 e L5, traçamos outra linha perpendicular à linha L1, a qual indica a região do mediopé e de onde com o auxílio de uma régua tomamos a medida em milímetros do mediopé (região com descarga de peso impressa). Utilizando a classifi cação do pé segundo Valenti apud Barroco [12], o qual utiliza os seguintes parâ- metros: pé cavo grau 1 (PCG1), quando o indivíduo tem a largura da impressão plantar do mediopé (istmo) menor que 1/3 da medida do antepé, pé cavo grau 2 (PCG2), quando o indivíduo tem a largura do mediopé menor que 1/5 da medida do antepé. Pé cavo grau 3 é quando a largura do istmo é igual a 0. Pé normal (PN), quando o indivíduo tem a largura da impressão plantar do istmo correspondente a 1/3 da largura da impressão plantar do antepé. Pé plano grau 1 (PPG1), corresponde ao pé que, na sua impressão plantar, apresenta a largura do mediopé superior a 1/3 da largura do antepé. Pé plano grau 2 (PPG2) é considerado o pé que possui a medida do mediopé superior a ½ da largura do antepé. Pé plano grau 3 (PPG3) é o pé que apresenta a medida da região de mediopé superior à largura do antepé. Figura 3 - Cálculo algébrico para classifi cação do tipo de pé nos idosos. Resultados A média de idade foi de 74,5 ± 10,8 anos (Min = 61 e Max = 93). A frequência dos tipos de pés (Figura 4) apresentados foi de: 38,46% com PCG1, 15,39% PCG2, 38,46% PPG1 e 7,69% PPG2. Figura 4 - Frequência do tipo de pé apresentado na população estudada.L4 L1 L3 L2 L5 PN PCG1 PCG2 PCG3 PPG1 PPG2 PPG3 Po rc en ta ge m 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Como observado na Figura 5, não houve diferença sig- nifi cativa das alterações do tipo de pé comparando ambos os pés (p > 0,05). Figura 5 - Relação das alterações do tipo de pé comparando ambos os pés. PN PCG1 PCG2 PCG3 PPG1 PPG2 PPG3 Po rc en ta ge m 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Pé direito Pé esquerdo A prevalência de idosos em relação ao ALM foi: 15,38% apresentaram ALM alto, 61,62% apresentou ALM conside- rado normal e 23% ALM baixo (Figura 6). Os idosos que apresentaram PPG1 a média do IA foi de 0,66, para PPG2 a média do IA foi de 1,30 e os que apresentaram PCG1 a média foi de 0,46 e PCG2 de 0,27, sendo a correlação estatisticamente signifi cativa, com p < 0,05 (Figura 7). Não houve diferença signifi cativa comparando as altera- ções do ALM em ambos os pés, sendo o p > 0,05 (Figura 8). Análise dos dados Os dados foram compilados no programa Excel para o cálculo da média e desvio padrão do grupo amostral e o teste t student com signifi cância em 5% (p < 0,05), para levanta- mento de suas frequências e correlações. 91Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 1 - março/abril de 2010 Figura 6 - Arco longitudinal medial apresentado pelos idosos. Este fato demonstra a importância deste tipo de estudo, pois um pé plano inicial nem sempre poderá vir acompanhado de um ALM baixo e um pé cavo inicial de um ALM alto. Conclusão Nossos estudos mostraram relação entre o arco longitu- dinal medial e os tipos de pés, sendo os mais predominantes PCG1 e PPG1, demonstrando na população um ALM em sua maioria normal. Em longo prazo essas alterações podem prejudicar a marcha do idoso, com alterações como supina- ção do antepé ou contratura do tendão calcâneo em fl exão plantar no caso de pé plano acentuado ou pronação e varis- mo do calcâneo em pé cavo acentuado, sendo necessário o conhecimento dos profi ssionais envolvidos para que possam intervir adequadamente nessas situações. Há que se ressaltar a necessidade de novos estudos para complementação dos conhecimentos adquiridos e suplementação necessária aos profi ssionais que atendem essa população. Agradecimentos Agradecemos ao apoio da Faculdade Marechal Rondon e ao Centro de Convivência de Idosos – CCI (Aconchego) pelo carinho e motivação aos idosos e a nós pesquisadores por nos proporcionar suas instalações às devidas pesquisas, visando sempre a melhor qualidade de vida dos participantes. Referências 1. Fedrigo CRAM. Fisioterapia na terceira idade – O futuro de ontem é a realidade de hoje. Reabilitar 1999;5:18-26. 2. Lelièvre J. Patologia del pie. Barcelona: Toray Masson; 1984. 3. Rebelatto JR, Morelli JGS. Fisioterapia geriátrica: A prática de assistência ao idoso. Barueri: Manole; 2004. 4. Kapandji AI. Fisiologia articular – membro inferior. 5a ed. São Paulo: Panamericana; 2000. 5. Cashmere T, Smith R, Hunt A. Medial longitudinal arch of the foot: stationary versus walking measures. Foot Ankle Int 1999;20:112-8. 6. Organização Mundial da Saúde (OMS)/Organização Pan-ame- ricana da Saúde (OPAS). Saúde das pessoas idosas. Resolução CE122.R9; 1998. 7. Rocco JCP. Avaliação do pé geriátrico e sua relação com quedas. [Dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2000. 8. Razeghi M, Batt ME. Foot type classifi cation: a critical review of current methods. Gait and Posture 2002;15:282–91. 9. Canavagh PR, Rodgers MM. Th e arch index: a useful measure from footprints. J Biomech 1987;20:547-51. 10. Hawes MR, Nachbauer W, Sovak D, Nigg B. Footprint para- meters as a measure of arch height. Foot Ankle 1992;13:22-6. 11. Staheli LT, Chew DE, Corbett M. Th e longitudinal arch. J Bone Joint Surg 1987; 69:426-9. 12. Barroco R, Viana S, Salomão O. Pé plano adquirido do adulto por disfunção do tendão tibial posterior. São Paulo: Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do pé; 2003. 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% Alto Normal Baixo Arco longitudinal medial Figura 7 - Relação do arco longitudinal medial com o tipo de pé apresentado. 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 PPG2PPG2 PPG1 PCG1 PCG2 Tipo de pé ALM Figura 8 - Relação do arco longitudinal medial comparado em ambos os pés. 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 PPG2PPG2 PPG1 PCG1 PCG2 Tipo de pé Ín di ce d o AL M ALM direito ALM esquerdo Discussão Os resultados expostos neste trabalho concordam com Ra- zeghi et al., Canavagh et al. e Cashmere et al. [5,8,9], os quais citam que o arco longitudinal medial vem acompanhado com alterações morfofuncionais do pé (plano ou cavo), mostrando correlação positiva neste estudo. Já no que diz respeito ao arco longitudinal sofrer desabamento ao longo do tempo, há certa contradição no presente estudo, uma vez que o ALM perma- neceu normal na maioria da população estudada (Figura 6). Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 2 - março/abril de 201092 Efeitos da massagem do tecido conjuntivo e cinesioterapia no tratamento da dismenorréia primária Effects of massage of the connective tissue and kinesiotherapy in the treatment of primary dysmenorrhea Aline Fae*, Hedioneia Maria Folleto Pivetta, M.Sc.** *Acadêmica do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), **Docente do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Resumo A dismenorréia primária caracteriza-se por dor pélvica que acom- panha a menstruação sem comprometimentos patológicos. Como a dismenorréia primária possui índices elevados entre as mulheres, causando desconfortos e afetando a qualidade de vida, buscou-se analisar os efeitos da massoterapia e da cinesioterapia sobre a sin- tomatologia dolorosa da dismenorréia primária, estabelecendo um estudo comparativo entre os dois recursos. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa caracterizando-se como um estudo experimental. Participaram da pesquisa 11 mulheres com idade entre 19 e 24 anos, sendo que um grupo, com 5 participantes, recebeu a massagem do tecido conjuntivo e o outro grupo, com 6 participantes, realizou um programa de exercícios terapêuticos, ambos uma vez na semana. O período da pesquisa compreendeu os meses de agosto a outubro de 2008 totalizando 8 encontros. Os dois grupos obtiveram resultados satisfatórios com relação à diminuição dos desconfortos apresentados durante o período menstrual, entretanto o grupo que recebeu sessões de massoterapia foi o que obteve melhor resultado. Palavras-chave: dismenorréia, cinesioterapia, massoterapia, saúde da mulher. Artigo original Abstract Th e primary dysmenorrhea is characterized by pain in the lo- wer abdomen occurring just before or during menstruation period without pathological problems. Since the primary dysmenorrhea shows up in high levels in women, causing discomfort and aff ecting quality of life, we aimed to analyze the eff ects of massage therapy and kinesiotherapy on painful symptoms of primary dysmenorrhea, establishing a comparative study of these two resources. Th is is a qualitative and quantitative research characterized as an experimental study. Eleven women 19 to 24 years old participated of this study. One group, with 5 participants, received massage in their connective tissues and the other group, with 6 participants, performed physical therapy exercises, both programs once a week. Th e research was carried out from 2008 August to October, totalizing 8 meetings. Both groups had satisfactory results concerning the reduction of discomforts that occur during menstruation period. However, the group that receivedmassage therapy sessions obtained better results. Key-words: dysmenorrhea, kinesiotherapy, massage therapy, women health. Recebido em 9 de março de 2009; aceito em 23 de novembro de 2009. Endereço para correspondência: Hedioneia Maria Folleto Pivetta, Rua 01, Casa 05, Loteamento Santos Dumont, Camobi, Santa Maria RS, Tel: (55) 3226-1116, E-mail: hedioneia@unifra.br, Aline Fae: alilinef@yahoo.com.br 93Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 1 - março/abril de 2010 Introdução Dismenorréia é o termo que se usa para conceituar a menstruação dolorosa, podendo ser primária ou secundária [1]. A dismenorréia primária é um desconforto frequente entre as mulheres em idade fértil. Caracteriza-se por dor pélvica que acompanha a menstruação sem comprometi- mentos patológicos associados, podendo ser irradiada para a coluna e para a coxa superior e, eventualmente, acompa- nhada de vômito e cefaléia [2]. É um distúrbio ginecológico que tem afetado aproximadamente 50% das mulheres que menstruam, sendo que em 10% torna-as incapacitadas por um ou dois dias [3]. A palavra dismenorréia é derivada do grego e signifi ca fl uxo menstrual difícil ou desconfortável. Os autores afi rmam que os sintomas mais comuns são: cólicas, náuseas, vômitos, tonturas, palidez, sudorese, fadiga, cefaléia, nervosismo, dor lombar e em membros inferiores, assim como aumento do número de evacuações [3,4]. A etiopatogenia da dismenorréia primária é discutida sobre diversas teorias. As principais são: espasmo vascular, espasmo muscular, espasmo vascular e muscular, psicogêni- ca, endócrina e teoria das prostaglandinas [4]. Dentre estas, autores referem que a teoria psicogênica envolve as questões emocionais e o sistema límbico, e que difi cilmente seja este o fator determinante e principal [4,5]. Independente da etiopatogenia da dismenorréia primária, a fi sioterapia vem sendo cada vez mais reconhecida e procura- da entre as mulheres de todas as idades, devido à sua importân- cia e efi ciência, pois possui diversos recursos fi sioterapêuticos que podem ser utilizados para o alívio da sintomatologia. Isso pode ser demonstrado por pesquisas que têm comprovado a efetividade da aplicação dos recursos fi sioterapêuticos sobre a dismenorréia primária. Estas abordam, em sua grande maioria, a cinesioterapia e a eletroterapia. No entanto, poucos estudos têm se dedicado ao resgate da massoterapia e sua associação a outros recursos, no tratamento e prevenção da dor. A massagem no tecido conjuntivo é considerada uma forma terapêutica efi caz, tendo em vista que patologias ou desajustes viscerais acarretam alterações no tecido conjunti- vo em zonas bem defi nidas. Acredita-se que avaliando essas zonas e utilizando-se de técnicas de massagem deste tecido, possa-se, por via refl exa, promover alívio da dor [6]. A terapia através da massagem resgata o valor do toque terapêutico e a massagem como recurso, pois esta representa uma mani- festação de atenção, humanização e cuidado do profi ssional com seus pacientes. Como recurso terapêutico, a cinesioterapia também é amplamente explorada, pois além de promover o condiciona- mento físico, fortalecimento muscular e melhora da circulação sanguínea, pode também ser utilizada no alívio da dor da dismenorréia primária. As mulheres que praticam exercícios físicos possuem menor propensão para o desenvolvimento de sintomas pré-menstruais, pois o exercício, através de infl u- ência neuroendócrina, proporciona liberação de endorfi nas, responsáveis por promover sensação de bem-estar [7]. Nesse sentido, considerando que a dismenorréia primária possui índices epidemiológicos importantes e que proporciona prejuízos na qualidade de vida da mulher e, considerando, ainda, que existem poucos estudos sobre os efeitos dos recursos fi sioterapêuticos sobre a dismenorréia primária, buscou-se avaliar quais os efeitos dos recursos fi sioterapêuticos, mas- soterapia e cinesioterapia na dismenorréia primária. Sendo assim, coloca-se como questão norteadora: quais os efeitos da massoterapia e cinesioterapia sobre a dismenorréia primária? Nesse contexto, esta pesquisa teve por objetivo analisar os efeitos dos recursos fi sioterapêuticos sobre os sintomas da dismenorréia primária, investigar o alívio da sintomatologia dolorosa da dismenorréia primária após o uso de um programa de cinesioterapia ou sessões de massoterapia (massagem do tecido conjuntivo), estabelecendo um estudo comparativo entre os dois recursos. Materiais e métodos Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, caracterizan- do-se esta como um estudo experimental que permite fazer cruzamento dos dados, de forma a ter maior confi abilidade e, ainda, estudar as relações entre causa e efeito [8-10]. Neste caso, foram investigados os efeitos da cinesioterapia e masso- terapia sobre o alívio da dor na dismenorréia primária. Respeitando os aspectos éticos em pesquisa com seres humanos, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pes- quisa, conforme resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, e foi aprovado, conforme parecer nº 094.2008.2. Os sujeitos da pesquisa foram 11 mulheres, com idade entre 19 e 24 anos, que apresentaram sintomas da dismenor- réia primária e que, voluntariamente, aceitaram participar da pesquisa, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Os encontros foram realizados no Servi- ço Integrado de Saúde (SIS) de uma Instituição de Ensino Superior confessional de Santa Maria/RS. As participantes da pesquisa foram separadas aleatoriamente em dois grupos, conforme disponibilidade dos horários. Um dos grupos recebeu massoterapia do tecido conjuntivo e foi composto por 5 mulheres. Por sua vez, o grupo de cinesioterapia foi composto por 6 mulheres e submetido a um programa de exercícios terapêuticos. Os dois grupos realizaram a terapia por 30 minutos. As sessões aconteceram uma vez por sema- na, para ambos os grupos, totalizando oito (8) encontros no período de agosto a outubro de 2008. Para a coleta dos dados, foi utilizado um questionário padronizado adaptado [11], aplicado como pré e pós-teste, composto por 25 perguntas abertas e fechadas. As questões referiam-se ao ciclo menstrual e aos sintomas da dismenorréia primária, contendo, ainda, uma tabela para demonstração da graduação dos sintomas, numa escala de 0 a 3, sendo 0 – au- sência de dor e 3 – dor máxima. Também se investigou o local Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 2 - março/abril de 201094 referido da dor, caracterizando-o como cólica menstrual (dor em baixo ventre), dor lombar, cefaléia, náusea e desconforto nas mamas. Posteriormente, foi realizada a avaliação física das participantes, na posição sentada, compondo-se esta de inspeção e palpação das áreas correspondentes às zonas dolorosas, a fi m de identifi car retrações do tecido conjuntivo. A massoterapia do tecido conjuntivo (grupo I) foi realizada nos pontos refl exos que correspondem às áreas dolorosas, indo do terço superior do sacro, entre as articulações sacro- ilíacas e estendendo-se à 11ª vértebra torácica. A massagem do tecido conjuntivo foi aplicada em decúbito ventral, com melhor acomodação das participantes, não sendo utilizado óleo para massagem, o que possibilitou maior contato e, com isso, melhor apreensão do tecido corporal. Para o grupo II foi proposto um programa de cinesiotera- pia, composto de exercícios de fortalecimento e alongamento dos músculos do assoalho pélvico, glúteos, abdominais, adutores e abdutores de membros inferiores associados a exercícios respiratórios com enfoque no padrão diafragmático e exercícios para melhorar a mobilidade pélvica, consciência corporal e propriocepção perineal. Todos estes exercícios foram realizados ativamente pelas participantes da pesquisa. Os critérios de exclusão foram asparticipantes que apre- sentaram dismenorréia secundária (de acordo com o diagnós- tico médico) e dores pélvicas ou lombares que não estavam ligadas ao período menstrual e que poderiam interferir nos resultados da pesquisa. Os dados foram analisados quali-quatitativamente, através das fi chas de avaliação, e são apresentados descritivamente comparando os resultados obtidos no pré e pós-teste, o que permitiu identifi car a relação dos recursos fi sioterapêuticos no alívio da sintomatologia dolorosa nas mulheres dos diferentes grupos terapêuticos. Resultados A média de idade das 11 participantes da pesquisa foi de 21 anos, variando entre 19 e 24 anos de idade, sendo que a média de idade da primeira menstruação foi de 12 anos, variando de 11 a 14 anos. Todas as participantes apresentaram sintomas de dismenorréia primária desde a primeira menstruação. Quanto ao uso de contraceptivos, 8 participantes relataram fazer uso. Avaliação fisioterapêutica do tecido conjun- tivo A avaliação do tecido conjuntivo das participantes do grupo da massoterapia (Grupo I), no pré-teste, permitiu identifi car que somente 1 das 5 não apresentou retração na inspeção na área refl exa correspondente. Porém, a retração no exame físico foi encontrada em todas as participantes, sendo que todas referiram dor à palpação do tecido conjuntivo. No grupo da cinesioterapia (Grupo II), foi encontrada retração na inspeção em 4 das 6 participantes e a retração no exame físico foi encontrada em todas as participantes. Todas as mulheres avaliadas referiram sensação dolorosa “cortante” na palpação do tecido conjuntivo. A análise do instrumento de pesquisa, no pós-teste, iden- tifi cou que no grupo I 3 mulheres apresentaram retração na inspeção e 2 não apresentaram. Já com relação à retração no exame físico, 2 apresentaram pequena retração e não referiram dor; 1 participante apresentava retração sem a dor referida e 2 apresentaram retração e referiram dor. No grupo II foram encontradas 3 participantes com retração na inspeção, sendo que 3 não a apresentaram. No que diz respeito à retração no exame físico, as 6 participantes apresentaram retração, com a variação de que, em algumas participantes, observou-se retração em apenas um dos lados da região sacro-ilíaca. Cabe ressaltar que todas as participantes deste grupo referiram dor na palpação das zonas refl exas. A tabela que segue elucida os dados encontrados. Tabela I - Avaliação na inspeção e física do tecido conjuntivo. Retra- ção Inspe- ção pré- teste Retra- ção Ins- peção pós- teste Retração Exame Físico Retração c/ dor Retração s/ dor Pré Pós Pré Pós Grupo I 5 participantes 4 3 5 2 - 3 Grupo II 6 participantes 4 3 6 6 - - Análise dos resultados grupo I – massotera- pia A análise do instrumento de avaliação também permitiu identifi car, no pré-teste, que a média de intensidade da cólica menstrual (dor em baixo ventre) do grupo I foi 2,0, sendo que todas apresentaram esse desconforto. Já no pós-teste, a média foi de 0,8, das quais 2 participantes relataram ausência desse desconforto. A dor lombar entre as participantes teve como média 1,2, sendo que 2 participantes não apresentaram dor nessa região no pré-teste. No pós-teste a média foi de 0,2, sendo que 4 das 5 participantes não referiram mais este desconforto. A intensidade da cefaléia teve como média 1,6 no pré-teste, de forma que, no pós-teste, notou-se uma leve redução, tendo como média 1,4. O desconforto nas mamas, referido pelas participantes, atingiu média 1,8 no pré-teste, enquanto que no pós-teste reduziu para 1,0. Os gráfi cos que seguem demonstram a intensidade da dor no pré e pós-teste no grupo I, sendo que a coluna vertical representa a média da intensidade da dor e na horizontal está representado o segmento corporal da dor referida. 95Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 1 - março/abril de 2010 Gráfi co 1 - Intensidade da dor – Grupo I. Gráfi co 2 - Intensidade da dor – Grupo II. Intensidade da dor - Grupo I 2 1,2 1,6 1,8 0,8 0,2 1,4 1 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Baixo Ventre Lombar Cefaléia Mamas Pré-Teste Pós-Teste No pré-teste, das 5 participantes deste grupo, 3 relata- ram que as cólicas menstruais afetavam o sono às vezes e 2 relataram que as cólicas menstruais não afetavam o sono. Já no pós-teste, todas as participantes relataram que as cólicas menstruais não afetavam o sono. Quanto à infl uência da dor nas atividades da vida diária (AVD’s), 4 participantes relataram que as cólicas menstruais não interferiam nas suas AVD’s, sendo que 1 respondeu que interfere, mas não incapacita. No pós-teste, todas as participantes relataram que a dor não interfere nas suas AVD’s. Cabe ressaltar que 4 das 5 participantes do grupo I faziam uso de medicação para alívio da dor, sendo que a duração dos sintomas atingiu média de 84 horas no pré-teste. No pós-teste, nenhuma das participantes referiu utilizar medicamentos para controlar a dor e relataram que os sintomas tiveram redução na sua duração, passando para 54 horas. Análise dos resultados grupo II – cinesiotera- pia A análise do instrumento de avaliação permitiu identifi - car, também, que no grupo da cinesioterapia (Grupo II), a intensidade da cólica menstrual (dor em baixo ventre), no pré-teste alcançou média 2,0, sendo que no pós-teste reduziu para 1,5. A dor lombar entre as participantes teve como média, no pré-teste 1,2, sendo que 2 participantes não apresentaram dor. No pós-teste, a média foi de 0,7 e 3 das participantes relataram não apresentar dor nesta região. Outro dado do instrumento de avaliação foi a sintomatologia nas mamas e a intensidade de cefaléia ligada à menstruação. A análise dos dados permitiu identifi car que a intensidade de cefaléia atingiu 1,3, como média, no pré-teste e 1,7 no pós-teste. O desconforto nas mamas teve como média 1,5 no pré-teste. No pós-teste obteve-se a média de 1,7. O gráfi co que segue explicita estes resultados. Intensidade da dor - Grupo II 2 1,2 1,3 1,51,5 0,7 1,7 1,7 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Baixo Ventre Lombar Cefaléia Mamas Pré-Teste Pós-Teste Quanto à infl uência da dor sobre o sono, das 6 participan- tes, 2 relataram que as cólicas menstruais afetavam o sono às vezes, 3 relataram que as cólicas menstruais não afetavam o sono e 1 relatou que interfere. No pós-teste, 4 responderam que as cólicas menstruais não afetavam o sono, 1 respondeu que afetou às vezes e 1 respondeu que as cólicas menstruais permaneciam interferindo no sono. Com relação à interferência que as cólicas menstruais geram sobre AVD’s, 2 participantes relataram que não havia infl uência nas suas AVD’s e 4 responderam que interferia, mas não incapacitava. Conforme o pós-teste, 3 responderam que as cólicas menstruais interferiram, mas não as incapacitavam, 2 relataram que não interferiram e 1 relatou que foi incapacitada de realizar suas atividades normalmente. Quanto à duração dos sintomas, no pré-teste obteve-se, como média, 125 horas, variando de 2 a 10 dias. Com relação ao uso de medicamentos para alívio dos sintomas, 5 das 6 participantes faziam uso. No pós-teste, obteve-se como mé- dia para a duração dos sintomas 96 horas, variando de 2 a 6 dias. Quanto ao uso de medicação, manteve-se inalterado o resultado neste grupo, em comparação ao pré-teste. Relação dos dados encontrados nos dois grupos Reportando-se ao objetivo da pesquisa, o gráfi co abaixo estabelece a relação entre as médias da intensidade da dor nos segmentos corporais avaliados do Grupo I e II no pós-teste, ou seja, após a aplicação dos recursos massoterapêuticos e cinesioterapêuticos respectivamente. Observa-se, nesse sentido, que a diminuição na média da intensidadeda dor no Grupo I foi mais representativa do que no Grupo II em todos os sintomas apresentados, ou seja, a dor no baixo ventre das participantes do Grupo I, que teve como média no pré-teste 2,0, reduziu para 0,8 no pós-teste, ou seja, 60%. Já o Grupo II, que teve média 2,0 no pré-teste reduziu para 1,5 no pós-teste representando 25% na redução da dor. A dor lombar referida no pré-teste alcançou média de 1,2 no Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 2 - março/abril de 201096 Grupo I reduzindo para 0,2 no pó-teste (83,34%), sendo que no Grupo II, de 1,2 reduziu para 0,7 (41,67%). Com relação à cefaléia, no Grupo I a média de dor referida alcançou 1,6 no pré-teste reduzindo para 1,4 no pós-teste, ou seja, 12,5%. Entretanto, no Grupo II, a média de 1,3 aumentou para 1,7 no pós-teste (incremento sobre a dor de 23,5%). A sintoma- tologia referida nas mamas do Grupo I atingiu média de 1,8, no pré-teste, reduzindo para 1,0 no pós-teste (44,45%), sendo que no Grupo II, de 1,5 a dor referida nas mamas aumentou sua média para 1,7 (incremento de 13,33%). Gráfi co 3 - Intensidade da dor nos dois grupos no pós-teste. Quanto à média de duração dos sintomas, houve signi- fi cativa redução no número de horas nos dois grupos, sendo verifi cado que, no grupo I, a média da sintomatologia dolorosa no pré-teste foi de 84 horas e no pós-teste foi de 54 horas. No Grupo II, a média foi de 125 horas no pré-teste sendo que, no pós-teste, foi de 96 horas. Discussão A média de idade da primeira menstruação das 11 partici- pantes vem ao encontro de achados na literatura, afi rmando que a menarca se dá entre os 12 e 16 anos [1]. Da mesma maneira, os achados da pesquisa são condizentes com refe- renciais, quando referem que a dismenorréia primária tem seu início logo após a menarca [3,12]. No entanto, outros autores afi rmam que os sintomas começam por volta de 6 a 12 meses após a menarca [4]. Com base nos dados coletados através da inspeção visual e no exame físico observou-se que a maioria das participantes apresentou retração do tecido conjuntivo, tanto visual, quanto na palpação. Estes dados vêm ao encontro dos estudiosos da área ao referirem que a dismenorréia primária, por ser uma patologia visceral, acarreta alterações no tecido conjuntivo em zonas bem defi nidas, causando sensação dolorosa “cortante” na palpação do tecido conjuntivo, o que corresponde aos achados deste estudo [6,13]. A massagem do tecido conjuntivo mostrou-se efi caz, tanto para a redução da retração dos tecidos quanto para a sintoma- tologia dolorosa da dismenorréia primária, cólicas em baixo ventre, dor lombar, cefaléia e desconforto nas mamas. Em pesquisa realizada, 90% das mulheres relataram redução ou desaparecimento da dor, após uma média de 24 sessões, sendo realizados dois atendimentos semanais de massagem do tecido conjuntivo durante três ciclos menstruais consecutivos [14]. Os sintomas como dor lombar, cefaléia e desconforto nas mamas, no grupo I, tiveram alívio, o que pode ser explicado por referenciais teóricos que afi rmam que a massagem tera- pêutica produz efeitos fi siológicos gerais sobre o organismo e sobre o sistema nervoso autônomo, gerando sensação de bem-estar e relaxamento. Isso pode ser explicado pelos meca- nismos de liberação de opióides endógenos (pela estimulação dos mecanorreceptores), pela teoria das comportas e pelo aumento da captação de oxigênio e liberação de catabólitos celulares [6,15,16]. Pesquisa constatou que 88,09% das mulheres entrevistadas apresentaram cólicas menstruais interferindo signifi cativa- mente nas atividades da vida diária, no convívio social e na sexualidade. Entretanto, este dado está em desacordo com os resultados desta investigação, pois apenas 45,5% da amostra referiu que há interferência da dor sobre as AVDs [17]. Quanto à duração dos sintomas, os desconfortos gerados pela dismenorréia primária geralmente são sentidos antes ou logo após a menstruação, podendo ter duração de 48 a 72 horas [2,5]. Esse achado contraria os dados dessa pesquisa, Intensidade da dor nos dois grupos no pós-teste 0,8 0,2 1,4 1 1,5 0,7 1,7 1,7 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Baixo Ventre Lombar Cefaléia Mamas Grupo I Grupo II Quanto à infl uência da dor nas AVD’s e no sono das participantes, a pesquisa demonstrou que houve melhora dos sintomas. Entretanto, a massoterapia demonstrou ser mais efi ciente, pois teve um resultado mais signifi cativo. No gráfi co que segue está representada a infl uência da dor nas AVD’s e no sono das participantes no pós-teste, sendo que a coluna vertical representa o número de participantes e a linha horizontal, os resultados do pré e pós-teste. Gráfi co 4 - Intensidade da dor nas AVD’s e no sono das partici- pantes. Interferência da dor nas AVD's e no sono das participantes 1 4 0 4 3 3 0 2 0 1 2 3 4 Grupo I Grupo II Grupo I Grupo II Pré-teste Pós-teste AVD SONO 97Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 1 - março/abril de 2010 pois para ambos os grupos, a média de duração dos sintomas foi de 104,5 horas. O grupo II apresentou redução da dor em baixo ventre e na dor lombar, o que pode ser explicado pela literatura, que relaciona a diminuição da dor à sensação de bem-estar após a realização de exercícios físicos. Isso se deve à liberação de endorfi nas endógenas pela hipófi se anterior, que são similares à morfi na. Estas interagem com os receptores de opióides cerebrais, inibindo a dor por bloquear sua transmissão pelo mecanismo de inibição pré-sináptica [18,19]. Esta redução da dor foi observada também em duas pesquisas. A primeira envolve dança do ventre e cinesiotera- pia no tratamento da dismenorréia primária. Esta pesquisa mostrou que 78,43% das participantes obtiveram redução da intensidade da dor gerada pelos sintomas da dismenorréia primária, e dessas, 15% consideraram não ter dor alguma após a realização da dança do ventre [20]. A segunda pesquisa comparou a estimulação elétrica transcutânea (TENS) e a cinesioterapia. Os resultados indicaram que as participantes que receberam tratamento com TENS obtiveram analgesia, mas não tão signifi cativa quanto as participantes que rea- lizaram cinesioterapia [21]. Nas duas pesquisas realizadas com cinesioterapia, nas quais foram realizados exercícios de fortalecimento muscular, alongamentos, mobilidade pélvica, observou-se, de forma signifi cativa, seu efeito analgésico, sugerindo que as endorfi nas endógenas, liberadas durante o exercício físico, são as grandes responsáveis pela diminuição ou bloqueio da dor [22]. Outros estudos sobre dismenorréia primária observa- ram boa aceitação das técnicas fi sioterapêuticas para alívio dos sintomas. Entre estes cita-se pesquisa que investigou a aceitação da termoterapia e da crioterapia no alívio dos sin- tomas da dismenorréia primária. Como resultado destaca-se a termoterapia como mais utilizada para alívio da dor em baixo ventre, mas também houve o reconhecimento de que a crioterapia, quando aplicada na região lombar, possui bom efeito analgésico [23]. Tanto a massagem quanto o exercício físico possuem a propriedade de melhorar a oxigenação dos tecidos pelo au- mento da circulação sanguínea, melhorando, por essa razão, a liberação das prostaglandinas em excesso no organismo, reduzindo os desconfortos que a dismenorréia apresenta [24]. A estimulação mecânica dos tecidos é produzida por meio da pressão e do estiramento; essas duas forças geram vasodilatação nos vasos sanguíneos desencadeando uma série de efeitos fi sio- lógicos e psicológicos importantes para alcançar os benefícios terapêuticos da massagem [25]. Além da estimulação sobre a circulação sanguínea a massagem também tem a propriedade de alongamento e mobilizaçãode fáscias tornando-a mais maleável e fl exível [26]. Este dado foi confi rmado com esta pesquisa, pois as cólicas em baixo ventre e a dor lombar tive- ram signifi cativa redução, mais signifi cativa no grupo I do que no grupo II. Estes achados corroboram com outra pesquisa que comparou os efeitos da massagem do tecido conjuntivo e cinesioterapia, pois houve melhora dos sintomas no grupo que recebeu a massagem de forma mais signifi cativa que o grupo que recebeu cinesioterapia [27]. Conclusão Baseando-se nos dados obtidos nesta pesquisa, conclui-se que os efeitos da massagem do tecido conjuntivo, assim como da cinesioterapia, se mostraram benéfi cos sobre a sintomatolo- gia da dismenorréia primária, especialmente a dor referida no baixo ventre e na lombar. Os resultados encontrados permitem afi rmar que, para essa amostra de pesquisa, a massoterapia do tecido conjuntivo demonstrou ser um método mais efi caz do que a cinesioterapia, pois a redução dos sintomas dolorosos foi mais signifi cativa nesse grupo de participantes. Dessa maneira, a fi sioterapia surge como uma modalidade de tratamento efi caz para os desconfortos gerados pela disme- norréia primária, através da massoterapia e da cinesioterapia. Considera-se relevante outras pesquisas sobre a fi sioterapia e a dismenorréia primária, sobretudo utilizando-se da mas- soterapia, a fi m de obter amostras maiores e com aplicação dos recursos fi sioterapêuticos durante maior número de ciclos menstruais. Urge a necessidade de divulgar a atuação da Fisio- terapia na saúde da mulher e o resgate da massoterapia como recurso fi sioterapêutico e acredita-se que isso se dá, em grande medida, através da comprovação científi ca da resolutividade de seus métodos e suas técnicas. Referências 1. Henscher U. Fisioterapia em ginecologia. São Paulo: Santos; 2007. 2. Rapkin AJ. Dor pélvica e dismenorréia. In: Berek JS, Adashi EY, Hillard PA. Tratado de ginecologia. 12ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998. p.289-308. 3. Valente CA, Lima GR. Dismenorréia. In: Lima GR, Baracat EC. Ginecologia endócrina. São Paulo: Atheneu; 1995. p.97-103. 4. Fonseca AM, Bagnoli VR. Dismenorréia. In: Halbe WH. Tra- tado de ginecologia. 2ª ed. 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Reabilitar 2006;8(31):24-32. 99Fisioterapia Brasil - Volume 11 - Número 1 - março/abril de 2010 Efeito da imagética motora sobre a onda alfa em imagéticos visuais e cinestésicos Effects of motor imagery on alpha wave in visual and kinesthetic imageries Paulo Alexandre Azevedo, Ft.*, Bianca Kalil de Macedo Jakubovic, Ft.*, João Batista Corrêa**, Januário Gomes Mourão, D.Sc***, André Luís dos Santos Silva D.Sc****, Vernon Furtado da Silva D.Sc***** *Mestrado em Ciência da Motricidade Humana UCB/RJ, Laboratório de Aprendizagem Neural e Performance Motora (LANPEM)- UCB/RJ, **Mestrado em Ciência da Motricidade Humana-UCB/RJ,***Laboratório de Morfologia- UNISUAM/ RJ, ****Laboratório de Análise do Movimento (UNISUAM/RJ), *****Laboratório de Aprendizagem Neural e Performance Motora (LANPEM) - UCB/RJ Resumo A imagética motora (IM) é a representação do resultado cons- ciente para a intenção e preparação do movimento. A IM é classi- fi cada em imagética motora visual e imagética motora cinestésica. Poucos estudos relacionam as características visuais e cinestésicas às respostas da onda cortical alfa, durante o treinamento de imagética motora. O objetivo deste estudo foi observar as respostas da onda alfa durante a imagética motora em sujeitos imagéticos visuais (IMV) e cinestésicos (IMC). A resposta da onda alfa durante a IM realizada apresentou menor variabilidade para os sujeitos imagéti- cos visuais. Foi observado que as respostas da onda alfa, tanto para IMV e IMC, são diretamente dependentes do tipo de treinamento mental efetuado e não pela classifi cação dos sujeitos em imagéticos visuais ou cinestésicos. Palavras-chave: imagética motora, onda alfa, treinamento mental. Artigo original Abstract Th e motor imagery (IM) is the representation of the conscious result to the intention and preparation of movement. Th e IM is clas- sifi ed into visual motor imagery and kinesthetic motor imagery. Few studies relate the characteristics of visual and kinesthetic responses of cortical alpha wave, during the motor imagery training. Th e aim of this study was to observe the responses of alpha wave during motor imagery in Visual Imaging Subjects (VIS) and Kinesthesia Imaging Subjects (KIS). Th e response of alpha wave during IM performed showed lower variability for the subjects Imaging Subjects. It was observed that the response of the alpha wave for both IMC and IMV are directly dependent on the type of mental training and not the classifi cation of subjects in visual or kinesthetic imaging. Key-words: motor imagery, alpha wave, mental training. Recebido em 19 de
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