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ANISIO ONORIO DISSERT

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
COORDENAÇÃO DE PROGRAMAS DE PÓS
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação da citotoxicidade e 
óxido nítrico na ação anti
hidroetanólico de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE MEDICINA 
COORDENAÇÃO DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE 
Avaliação da citotoxicidade e participação de citocinas e 
óxido nítrico na ação anti-inflamatória do extrato 
hidroetanólico de Macrosiphonia longiflora (Desf.) Mull. 
Arg. 
ANÍSIO ONÓRIO DA SILVA 
Cuiabá – MT 
2012 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
GRADUAÇÃO EM MEDICINA 
de citocinas e 
inflamatória do extrato 
(Desf.) Mull. 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
COORDENAÇÃO DE PROGRAMAS DE PÓS
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação da citotoxicidade e 
óxido nítrico na ação anti
hidroetanólico de 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE MEDICINA 
COORDENAÇÃO DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE 
Avaliação da citotoxicidade e participação de citocinas e 
óxido nítrico na ação anti-inflamatória do extrato 
hidroetanólico de Macrosiphonia longiflora (Desf.) Mull. 
Arg. 
ANÍSIO ONÓRIO DA SILVA 
Orientador: Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins
Dissertação apresentada ao Programa 
de Pós-Graduação em Ciências da 
Saúde, para obtenção do Título de 
Mestre em Ciências da Saúde, Área 
de Farmacologia.
Cuiabá – MT 
2012 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
GRADUAÇÃO EM MEDICINA 
de citocinas e 
inflamatória do extrato 
Desf.) Mull. 
 
Orientador: Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins 
Dissertação apresentada ao Programa 
Graduação em Ciências da 
Saúde, para obtenção do Título de 
Mestre em Ciências da Saúde, Área 
Farmacologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa dissertação foi submetida como parte integrante dos requisitos à obtenção do 
Grau de Mestre em Ciências da Saúde, Área de Farmacologia, outorgado pela Universidade 
Federal de Mato Grosso e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca Central da 
UFMT. 
 A citação de qualquer trecho desta Dissertação é permitida, desde que seja feita de 
conformidade com as normas éticas. 
 
 
 
_________________________________ 
Anísio Onório da Silva 
 
 
 
Dissertação aprovada em: 18 / 10/2012 
 
 
 
 
 
______________________________________ 
Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira 
Martins 
(Orientador) 
 
 
 
 
______________________________________ 
Prof. Dr. José Carlos Tavares Carvalho 
(Membro) 
 
 
______________________________________ 
Prof. Dr. Fabrício Rios Santos 
(Membro) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Dedicado a meu pai, JOSÉ DOMINGOS DA CRUZ”(in memorian). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
À meu pai José Domingos da Cruz (in memorian), a minha mãe Ledovina Rozina da 
Silva. 
E a minha esposa Juciney da Costa Fernandes Silva e aos nossos filhos: Lucas 
Fernandes da Silva, Maísa Fernandes da Silva, João Fernandes da Silva, Mateus Fernandes 
da Silva e Amanda Fernandes da Silva. 
Aos meus irmãos Quirino da Silva, Martinho Jacinto da Silva (in memorian), Atanázio 
Zóe da Silva (in memorian), Celso Vitor da Silva e Rosangela Aparecida da Silva Santos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Este trabalho só se tornou possível pelo empenho, participação e colaboração de um 
grande número de pessoas. Meu muito obrigado seria pouco pela imensa gratidão que tenho a 
todos. 
 
Meus mais sinceros agradecimentos: 
 
Ao Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins, pela orientação a minha 
formação científica, dedicação incondicional, paciência, disponibilidade, profissionalismo e 
ensinamentos, que foram essenciais à elaboração desse trabalho, meus sinceros 
agradecimentos. 
À Universidade Federal de Mato Grosso e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da 
Saúde e seus professores, pela oportunidade e pela formação acadêmica; 
Ao Prof. Dr. Amilcar Sabino Damazo e a Profª. Drª. Bianca Borsatto Galera, Coordenadores 
do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da FM/UFMT durante o período de 
realização deste mestrado, pelo apoio na realização do mesmo; 
Ao Prof. Dr. Lousã Lopes, pelo apoio, pela valiosa ajuda, pela alegria, amizade,que foram 
essenciais à elaboração desse trabalho; 
Ao Prof. Dr. Fabrício Rios Santos, pelo apoio, pela valiosa ajuda, pela alegria, amizade; 
Ao Profª. Drª. Márcia Goettert, pela presteza, dedicação, carinho e paciência que sempre me 
atendeu durante os procedimentos experimentais; 
A todos os professores do programa de Mestrado em Ciências da Saúde, do Programa de Pós-
Graudação em Ciências da Saúde, Faculdade de Medicina, UFMT, que de uma maneira ou outra 
contribuíram para este trabalho com seus ensinamentos: 
À doutoranda e amiga Danielle Ayr, meu muito obrigado pela disponibilidade, 
profissionalismo, ensinamentos, incentivos e colaboração nas discussões e execuções das 
técnicas, que foram essenciais à elaboração desse trabalho e reforço “Amizade sincera é como 
as flores do campo, cresce sem necessidade de cultivo”; 
Aos amigos doutorandos Sikiru Oaitan Balogun,Reginaldo Ribeiro, e o mestrando Luciano 
Mafioletti pela amizade e colaboração nos experimentos: 
Ao Prof. Dr. Rogério Alexandre Nunes dos Santos e ao Prof. MSc. Carlos Alberto Balbino 
pela orientação nos caminhos profissionais; 
À doutoranda Suellen Iara Guirra Rosa, obrigado por estar sempre pronta à ajudar nas 
técnicas, independente do horáriocolaborando tanto com seu trabalho como com dicas 
valiosas; 
VII 
 
 
À doutoranda Isanete Costa Bieski pela disponibilidade sempre que fora requisitada e a 
doutoranda Vanessa Gazoni, pelo apoio nos experimentos; 
Aos colegas de mestrado Clara Mendes, Clarisse Mahon, Darley Oliveira e Lucas Olivo pela 
alegre e enriquecedora convivência ao longo do curso e pela valiosa colaboração durante os 
experimentos; 
Aos mestrandos Heron Torquato pelo auxílio no Laboratório de Cultura de Células e 
Ruberlei Godinho pela simpatia e auxílio no ensaio de citotoxicidade; 
AMscAlessandra Paiva Puerta Alves pela valiosa colaboração, muito grato; 
Aos alunos de iniciação científica, Guilherme Henrique Tanajura, Mariana Canevari de 
Oliveira, Thaís Bezerra Martins e João Filipe Costa Alves Pereira, pelo carinho e pelo auxílio 
imprescindível nos experimentos; 
À Tatiane Carolina (IFMT), pela sua presença e pelo trabalho árduo durante o ensaio 
antiedematogênico e pelo auxílio imprescindível em todos os experimentos; 
Às amigas mestres Elisangela Saturnino Souza Almeida, Aurea Damasceno, Solange e 
Clarisse Scalon, pela sua amizade e por permitir meu aprendizado junto aos seus 
experimentos; 
A Maria Cristina Fuzari, técnica do Laboratório de Farmacologia da Faculdade de Medicina 
da UFMT, pelo carinho e pelo apoio imprescindível nos experimentos; 
Ao MSc Joaquim Corsino da Silva Lima, Técnico Laboratório de Farmacologia da Faculdade 
de Medicina da UFMT, pelagrande ajuda apesar do pouco tempo de convivência; 
Às secretáriasKeylla Okada e Hélida Leseuxdo Programa de Pós-Graduação em Ciências da 
Saúde da Faculdade de Medicina da UFMT pelas orientações administrativas; 
Às agências de fomento CAPES, CNPq e FAPEMAT pelo auxílio financeiro, essenciais ao 
desenvolvimento do projeto de pesquisa; 
Ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Áreas Úmidas (INCT INAU) e Centro de 
Pesquisa do Pantanal (CPP) pelo apoio financeiro; 
Ao Comitê de Ética em Pesquisa Animal (CEPA/UFMT), pela análise e aprovação de meu 
projeto; 
Ao Prof. MSc Benedito Luis Figueredo, Coordenador do Biotério Central da Universidade 
Federal de Mato Grosso, pelo fornecimento dos animais utilizados nos experimento. 
VIII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Viva e deixa viver.” 
(Popular) 
 
XIX 
 
 
 
SUMÁRIO 
I. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................21 
1.1 A importancia das plantas medicinais..............................................................................................21 
1.2 Mato Grosso......................................................................................................................................24 
1.3 Macrosiphonia longiflora (Desf) Mull. Arg.....................................................................................27 
1.4 Processo inflamatório......................................................................................................................29 
1.4.1 Aspectos gerais da resposta inflamatória.......................................................................................29 
1.4.2 Resposta imunológica inata...........................................................................................................30 
1.4.3 Mediadores do processo inflamatório............................................................................................33 
1.4.4 Aminas vasoativas.........................................................................................................................34 
1.4.5 Substâncias plasmáticas.................................................................................................................35 
1.4.6 Citocinas e quimiocinas.................................................................................................................36 
1.4.7. Metabólitos do ácido araquidônico...............................................................................................38 
1.4.8 Óxido nítrico (NO).........................................................................................................................39 
1.5 Anti-inflamatórios de uso corrente...................................................................................................41 
II. JUSTIFICATIVA............................................................................................................................44 
III. OBJETIVOS...................................................................................................................................45 
3.1 Geral..................................................................................................................................................46 
3.2 Especícificos.....................................................................................................................................45 
IV. MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................................................46 
4.1 Material.............................................................................................................................................46 
4.1.1 Material botânico...........................................................................................................................46 
4.1.2 Animais experimentais..................................................................................................................47 
4.1.3 Linhagem Celular..........................................................................................................................47 
4.1.4 Drogas, reagentes, materiais e corantes.........................................................................................47 
4.1.5 Equipamentos.................................................................................................................................50 
4.2 Métodos............................................................................................................................................51 
4.2.1 Obtenção do extrato.......................................................................................................................51 
X 
 
 
4.2.2 Ensaio de citotoxicidade................................................................................................................51 
4.2.3 Avaliação da atividade anti-inflamatória em modelos de inflamação aguda in vivo....................52 
4.2.3.1 Edema de pata por carragenina 1 %............................................................................................52 
4.2.3.2 Edema de pata por dextrana 1,5 %.............................................................................................52 
4.2.3.3 Pleurisia induzida por carragenina 2 %......................................................................................53 
4.2.3.4 Indução da migração de neutrófilos p/ a cavidade peritoneal induzida por LPS em 
camundongos..........................................................................................................................................53 
4.2.4 Participação de citocinas e NO no efeito anti-inflamatório in vivo...............................................54 
4.2.4.1 Dosagem de citocinas nos lavados coletados.............................................................................54 
4.2.4.2 Dosagem de NO nos lavados coletados......................................................................................54 
4.2.5 Participação do NO nítrico no efeito anti-inflamatório in vitro.....................................................54 
4.2.5.1 Indução da resposta inflamatória em macrófagos murinos........................................................54 
4.2.5.2 Dosagem de nitrito em macrófagos murinos estimulados por LPS............................................55 
4.3 Análises estatísticas..........................................................................................................................55 
V. RESULTADOS................................................................................................................................56 
5.1 Ensaio de citotoxicidade...................................................................................................................56 
5.2 Avaliações da atividade anti-inflamatória aguda..............................................................................57 
5.2.1 Edema de pata induzida por carragenina.......................................................................................57 
5.2.2 Edema de pata induzida por dextrana............................................................................................58 
5.2.3 Pleurisia induzia por carragenina 2 %...........................................................................................59 
5.2.4 Peritonite induzida por LPS...........................................................................................................61 
5.2.4.1 Número total de células..............................................................................................................615.2.4.2 Contagem diferencial de neutrófilos...........................................................................................62 
5.3 Avaliação da participação de citocinas no efeito anti-inflamatório do EHMl..................................64 
5.3.1 Determinação da concentração de TNF-α no lavado pleural de ratos com pleurisiainduzida por 
carragenina.........................................................................................................................64 
5.3.2 Determinação da concentração de IL-17 no lavado pleural de ratos com pleurisia induzida por 
carragenina..............................................................................................................................................65 
5.3.3 Determinação da concentração de TNF-α no lavado peritoneal de camundongos com peritonite 
induzida por LPS....................................................................................................................................66 
XI 
 
 
5.3.4 Determinação da concentração de IL-1β no lavado peritoneal de camundongos com peritonite 
induzida por LPS....................................................................................................................................67 
5.3.5 Determinação da concentração de IL-10 no lavado peritoneal de camundongos com peritonite 
induzida por LPS....................................................................................................................................68 
5.3.6 Determinação da concentração de IL-17 no lavado peritoneal de camundongos com peritonite 
induzida por LPS...................................................................................................................................69 
5.4 Avaliação da participação do óxido nítrico no efeito anti-inflamatório in vivo...............................70 
5.4.1 Dosagem de óxido nítrico no lavado pleural.................................................................................70 
5.4.2 Dosagem de óxido nítrico no lavado peritoneal............................................................................71 
5.5 Avaliação da participação do óxido nítrico no efeito anti-inflamatório in vitro.............................72 
5.5.1 Dosagem de nitrito em macrófagos murinos estimulados por LPS...............................................72 
VI. DISCUSSÃO...................................................................................................................................74 
VII. CONCLUSÃO...............................................................................................................................84 
VIII. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................85 
IX. ANEXOS.........................................................................................................................................94 
 
 
 
 
XII 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
AA Ácido araquidônico 
Ab Azul de Alamar 
AIEs Anti-inflamatório esteroidal 
AINEs Anti-inflamatório não esteroidal 
AMPc Monofosfato de adenosina cíclico 
ANOVA Análise de variância uma via 
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
ATP Adenosina trifosfato 
CHO-K1 Células de ovário de hamster chinês 
CI50 Concentração inibitória 50% 
cNOS Óxido Nítrico Sintase constitutiva 
COX Cicloxigenase 
COX 1 Ciclo-oxigenase 1 
COX 2 Ciclo-oxigenase 2 
COX 3 Ciclo-oxigenase 3 
DMEM Dulbecco Modified Eagle’s Medium Hepes Modification 
DOXO Doxorrubicina 
EP Erro padrão 
EDTA Ácido etilenodiaminotetracético 
eNOS Óxido nítrico sintase endotelial 
ERRO Espécie reativa de oxigênio 
HAM Nutrient Mixture F-10 HAM 
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis 
IFN-γ Interferon gama 
IL-10 Interleucina 10 
IL-17 Interleucina 17 
IL-1β Interleucina 1β 
IL-23 Interleucina 23 
IL-4 Interleucina 4 
IL-6 Interleucina 6 
IL-8 Interleucina 8 
iNOS Óxido Nítrico Sintase induzida 
L-arg L-arginina 
L-NAME Éster metílico de NG-nitro-L-arginina 
LPS Lipopolissacarídeo 
LT Leucotrieno 
LTB4 Leucotrieno B4 
MIP-1α Proteína Inflamatória de macrófago 1-alfa 
NAC N-acetilcisteína 
NADPH Nicotinamida adenine dinucleotídeo 
NF-κB Fator nuclear-Kappa B 
XIII 
 
 
nNOS Óxido Nítrico Sintase neuronal 
NO Óxido nítrico 
NOS Óxido Nítrico Sintase 
OMS Organização Mundial de Saúde 
PAF Fator de agregação plaquetária 
PDGF Fator de crescimento derivado de plaqueta 
PGE2 Prostaglandina E2 
PGI2 Prostaglandina I 
PGs Prostaglandinas 
PK Proteinaquinase 
PKA Proteína quinase A 
PKC Proteína quinase C 
PLC Fosfolipase C 
RDC Resolução de Diretoria Colegiada 
RENISUS Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS 
TGF-α Fator de crescimento transformante alfa 
TNF-α Fator de necrose tumoral alfa 
TX Tromboxana 
VEGF Fator de crescimento endotelial vascular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XIV 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1. Biomas brasileiros, com destaque para o Cerrado (em verde).................................25 
Figura 2.Macrosiphonia longiflora (partes usadas)................................................................28 
Figura 3.Macrosiphonia longiflora, habiitat natural (Cerrado de Acorizal-MT)..................28 
Figura 4. Vários alvos envolvidos no processo da cascata inflamatória..................................33 
Figura 5. Representação esquemática mostrando a via sintética de produção de óxido 
nitrico (NO)...............................................................................................................................39 
Figura 6. Foto da exsicata de Macrosiphonia longiflora (Desf.) Müll. Arg..........................45 
Figura 7. Avaliação EHMl para a viabilidade de células (CHO-K1) pela capacidade de oxi-
redução do Azul de Alamar......................................................................................................55 
Figura 8. Efeito do EHMl sobre o edema de pata induzido pela injeção intraplantar de 
carragenina 1% em ratos...........................................................................................................56 
Figura 9. Efeito do EHMl sobre o edema de pata induzido por dextrana 1,5 % em ratos.......57 
Figura 10. Efeito do EHMl sobre o volume de exsudato (mL) obtido no lavado pleural de 
ratos com pleurisia induzida por carragenina 2%.....................................................................69 
Figura 11. Efeito do EHMl sobre o número total de leucócitos (x 106) quantificados no 
lavado pleural de ratos com pleurisia induzida por carragenina 2%.........................................60 
Figura 12. Efeito do EHMl sobre o número total de leucócitos presentes no lavado peritoneal 
de camundongos com peritonite induzida por LPS..................................................................61 
Figura 13. Efeito do EHMl sobre o número de neutrófilos presentes no lavado peritoneal de 
camundongos com peritonite induzida por LPS.......................................................................62 
Figura 14. Efeito do EHMl 20 sobre a concentração do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) 
presentes no lavado pleural de ratos com pleurisia induzida por carragenina 2%...................63 
Figura 15. Efeito do EHMl sobre a concentração da interleucina 17 (IL-17) presente no 
lavado pleural de ratos com pleurisia induzida por carragenina 2 %.......................................64 
Figura 16. Efeito do EHMl 20 sobre a concentração do TNF-α presentes no lavado peritoneal 
de camundongos com peritonite induzida................................................................................65 
Figura 17. Efeito do EHMl sobre aconcentração de IL-1β presente no lavado peritoneal de 
camundongos com peritonite induzida por LPS.......................................................................66 
Figura 18. Efeito do EHMl sobre a concentração de IL-10 presente no lavado peritoneal de 
camundongos com peritonite induzida por LPS.......................................................................67 
 
XV 
 
 
Figura 19. Efeito do EHMl sobre a concentração de IL-17 presente no lavado peritoneal de 
camundongos com peritonite induzida por LPS.......................................................................68 
Figura 20. Efeito do EHMl sobre a concentração de nitrito (NO2-) quantificada no lavado 
pleural de ratos com pleurisia induzida por carragenina 2 % ..................................................69 
Figura 21. Efeito do EHMl sobre a concentração de nitrito (NO2-) quantificada no lavado 
peritoneal de camundongos com peritonite induzida por LPS.................................................70 
Figura 22. Efeito do EHMl sobre a produção de nitrito (NO2�) quantificada no sobrenadante 
de macrófagos estimulados com lipopolissacarídeo + interferon gama (LPS + IFN-γ) em 24 
horas..........................................................................................................................................72 
 
XVI 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro1. Drogas, reagentes e corantes utilizados nos ensaios biológicos/farmacológicos..47 
 
Quadro 2. Materiais permanentes e equipamentos utilizados nos ensaios biológicos............49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XVII 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
 
ANEXO 1. Solicitação do SISBIO/IBAMA...........................................................................94 
 
ANEXO 2.Oficio do Herbário Central com o número da exsicata.........................................95 
 
ANEXO 3.Oficio à CEPA.......................................................................................................96 
 
ANEXO 4. Tabelas com dados referentes aos resultados experimentais.................................97 
 
XVIII 
 
 
RESUMO 
 
AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE E PARTICIPAÇÃO DE CITOCINAS E 
ÓXIDO NÍTRICO NA AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA DO EXTRATO 
HIDROETANÓLICO DE Macrosiphonia longiflora (DESF.) MULL. ARG. Silva, Anísio 
Onório da. Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em 
Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso, para a 
obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde, Área de Farmacologia. Orientador: Prof. 
Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins. 
 
Palavras-chaves: Macrosiphonia longiflora, citotoxicidade, inflamação, citocinas, óxido 
nítrico. 
 
Macrosiphonia longiflora (A. St.-Hil.) Müll. Arg. (Apocynaceae) conhecida popularmente 
como "velame" ou "velame branco", é um subarbusto nativo que cresce no Cerrado brasileiro. 
A planta é amplamente utilizada na medicina tradicional nas formas de decocção e infusão, 
principalmente como anti-inflamatória, depurativa, antisifilítica, antireumática e antiúlcera. 
Há carência na literatura de informação sobre avaliação da atividade farmacológica de 
Macrosiphonia longiflora em animais experimentais. Este estudo teve como objetivo avaliar o 
perfil farmacológico anti-inflamatório do extrato hidroetanólico de Macrosiphonia longiflora 
(Desf.), em modelos experimentais de inflamação aguda in vivo e in vitro. Assim, como a 
participação de citocinas e do óxido nítrico no seu mecanismo de ação. O extrato 
hidroetanólico de Macrosiphonia longiflora70% (EHMl) foi preparado por maceração. O 
potencial citotóxico de EHMl em células do ovário de hamster chinês (CHO-K1) linhas de 
células epiteliais, foi avaliada usando o método de Alamar Blue. A atividade anti-inflamatória 
foi avaliada por edema de pata induzidos com carragenina e dextrana e pleurisia induzida pela 
carragenina em ratos e peritonite induzidos por lipopolissacarídeos (LPS) em camundongos. 
Efeitos do EHMl sobre as concentrações de citocinas inflamatórias (IL-1β, IL-10, IL-17, INF-
γ e TNF-α) nos fluidos pleural e peritoneal e de óxido nítrico na ação anti-inflamatória foram 
avaliados utilizando o método de Griess e kits de ELISA respectivamente. No estudo de 
citotoxicidade o EHMl mostrou CI50 de 174,36 ± 8,35 µg/mL. Eficazmente inibiu (p<0,05) 
o edema de pata por carragenina (3h) e por dextrana (2h) após a indução com os agentes 
flogísticos. Além disso, o EHMl também diminuiu significativamente o volume deexsudato e 
migração de leucócitos na pleurisia induzida por carragenina, e de neutrófilos induzida por 
LPS em peritonite. A avaliação do envolvimento de citocinas inflamatórias demonstrou 
diminuição significativa nos níveis de IL-1β e IL-10 no lavado peritoneal, e o nível de IL-17 
não foi afetado no modelo de peritonite, mas sim no modelo de pleurisia, diminuindo IL-17. 
EHMl não teve nenhum efeito sobre os níveis de fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) 
presentes nos lavados. A concentração de óxido nítrico (NO), avaliado através da mensuração 
de nitrito (NO2--), mostrou que o pré-tratamento com EHMl reduziu significativamente NO na 
lavagem da cavidade peritoneal e pleural e em células RAW 264.7 estimuladas com LPS e 
interferon gama (INF-γ). Portanto, os resultados obtidos neste estudo indicam a ausência de 
efeitos citotóxicos de EHMl juntamente com os seus evidentes efeitos anti-inflamatórios, 
tanto in vivo e in vitro, em modelos de inflamação aguda. O efeito anti-inflamatório está 
relacionado em parte com a inibição de liberação de IL-1β, IL-10, IL-17 e óxido nítrico e que, 
não depende da diminuição dos níveis de TNF-α. O presente estudo forneceu evidência de 
suporte para a utilização popular de EHMl no tratamento de condições inflamatórias, e ainda 
avança sobre as possíveis funções de citocinas inflamatórias em seus mecanismos de ação 
como agentes anti-inflamatórios. 
 
XIX 
 
 
ABSTRACT 
EVALUATION OF CYTOTOXICITY AND PARTICIPATION OF CYTOKINES AND 
NITRIC OXIDE IN THE ANTI-INFLAMMATORY ACTION OF THE 
HYDROETHANOLIC EXTRACT OF Macrosiphonia longiflora (Desf.) Müll. Arg. 
Silva, Anísio Onório da. Dissertation presented to the Coordination of the Post-
Graduation Programs in Medicine of Faculty of Medical Science of Federal University 
of Mato Grosso, as requirement for the Master Degree in Health Science, Pharmacology 
field. Advisor: Domingos Tabajara de Oliveira Martins. 
 
Keywords: Macrosiphonia longiflora, cytotoxicity, inflammation, cytokines, nitric oxide. 
 
Macrosiphonia longiflora (A. St.-Hil.) Müll. Arg (Apocynaceae) popularly known as 
‘velame’ and ‘velame branco’, is a native subshrub that grows in the Brazilian Cerrado. The 
plant is widely used in traditional medicine in the form of decoction and infusion, particularly 
as anti-inflammatory, depurative, anti-rheumatic, antisyphilitic and antiulcer agent. There is 
available information in the literature that has addressed the pharmacological activity of 
Macrosiphonia longiflora in experimental animals. This study aimed to evaluate the anti-
inflammatory pharmacological profile of the hydroethanolic extract of Macrosiphonia 
longiflora (Desf.), using in vivo and in vitro acute inflammation experimental models. As 
well, as investigate the cytokines and nitric oxide participation in its mechanism of action. 
Hydroethanolic (70%) extract of Macrosiphonia longiflora (HEMl) was prepared by 
maceration. The cytotoxic potential of HEMl in Chinese hamster ovary (CHO-K1) epithelial 
cell lines was evaluated using Alamar Blue method. Anti-inflammatory activity was evaluated 
with carrageenan and dextran –induced paw edemas and carrageenan-induced pleurisy in rats 
and lipopolysaccharide (LPS)-induced peritonitis in mice. Effects of HEMl on the 
inflammatory cytokines (IL-1β, IL-10,IL-17, INF-γ and TNF-α) concentrations in the pleural 
and peritoneal fluid and nitric oxide in the anti-inflammatory effects were assessed using 
ELISA kits and Griess method respectively. In the cytotoxicity study, IC50 of HEMl was 
174.36 ± 8.35 mg / mL. It effectively inhibited (p<0.05) paw edema by carrageenan (3rd h), 
and by dextran (2nd h) after induction with the phlogistic agents. Furthermore, HEMl also 
significantly reduced exudates volume and leukocyte migration in the carrageenan-induced 
pleurisy and LPS-induced peritonitis, neutrophils counts in LPS-induced peritonitis. 
Evaluations of involvement of the inflammatory cytokines demonstrated significant decrease 
in the levels of IL-1β and IL-10 levels in the peritoneal lavage, IL-17 level was not affected in 
the peritonitis model, but rather in the pleurisy model. HEMl had no effect on the levels of 
tumor necrosis factor alpha (TNF-α) present in the lavages. The concentration of nitric oxide 
(NO) as assessed by measurement of nitrite (NO2-), showed that pretreatment with HEMl 
reduced significantly NO in the peritoneal and pleural lavage and in RAW 264.7 cells 
stimulated with LPS and interferon gamma (INF-γ). The results obtained in this study 
indicate lack of cytotoxic effects of HEMl coupled with its evident anti-inflammatory effects 
in both the in vivo and in vitro models of acute inflammation. The anti-inflammatory effect is 
partly related to inhibition of IL-1β, IL-10, IL-17 and nitric oxide releases and does not 
depend on the inhibition of TNF-α. The current study provided supportive evidence for the 
popular use of HEMl in the treatment of inflammatory conditions, and further shed more light 
on the possible roles of the inflammatory cytokines in its mechanisms of action as anti-
inflammatory agents. 
 
 
 
XX 
21 
 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
1.1 A importância das plantas medicinais 
 
O reino vegetalabrangeuma grande variedade deplantas que possuemmoléculas 
biologicamenteativas devalor medicinal.Muitasdessasmoléculasderivadas de plantastêm sido 
isoladas, identificadas e introduzidas com sucessonos mercados internacionaispor 
indústriasfarmacêuticasque estãona sua maior partelocalizadanos países desenvolvido. As 
pesquisas com plantas medicinais devem ser incentivadas, afinal, elas podem levar à 
reorganização das estruturas de uso dos recursos naturais, em vista da necessidade de sua 
extração estar associada aos planos de manejo e à elevação do Produto Interno Bruto – PIB, 
visto que há grande tendencia mundial de aumento na utilização de fitoterápicos. 
Os remédios tradicionais, incluindo os fitoterápicos, têm sido, e continuam sendo, 
utilizados em todos os países. Nos países em desenvolvimento, 70-95% da população 
dependem desses medicamentos tradicionais para os cuidados primários. Os produtos naturais 
têm sido reconhecidos desde há muito como importantes fontes de medicamentos 
terapeuticamente eficazes. 
As plantas oferecem uma vasta fonte de compostos que apresentam diferentes efeitos 
no ser humano (BARBOSA FILHO, 2006). Das 520 novas drogas aprovadas entre 1983 e 
1994, 39% são produtos naturais ou derivados de produtos naturais, e 60-80% das drogas 
antibacterianas e anticancerígenas também foram derivadas de produtos naturais. 
As plantas medicinais foram incorporadas pela medicina moderna, pois, além da 
utilização direta como agentes terapêuticos, servem como matéria-prima para a elaboração de 
compostos semissintéticos mais complexos. As estruturas químicas de origem vegetal podem 
ser utilizadas como protótipos para modelagem de novos produtos sintéticos ou utilizadas 
como marcadores taxonômicos na busca por novos compostos (YUNES et al., 2001). 
O consumidorimpulsionado, especialmente os idosos de classe média, num 
movimento denominado "retorno à natureza", motivado pela combinação de folclore, 
pesquisas científicas e mídia, procurando a medicina naturalpara a manutenção de sua saúde. 
Levou à expansão, impressionante, nos últimos tempos, do mercado de drogas vegetais e 
derivados. 
As vendas anuais de medicamentos derivados das plantas estão entre 7,5bilhões nos 
EUAe 108$bilhões em todo o mundo, o último númerorepresenta vendas 
demedicamentosprocessados.Com uma taxade crescimento anual de5-15%,como 
22 
 
 
projetadopelo Banco Mundial, o tamanho do mercadoatual é decerca de 60bilhões de dólares 
porano.Uma expansão, ainda maior, em escala global,está prevista para aprimeira metade 
desseséculo. 
Diversos laboratórios do mundo têm se preocupado com pesquisas de novos fármacos 
de origem natural e já se tem o resultado encorajador de que cerca de 120 drogas 
comercializadas são obtidas de plantas e um grande número de atividades terapêuticas é 
mediado por estas drogas. 
A utilização de plantas medicinais como recurso terapêutico é uma tendência 
generalizada na medicina popular brasileira. Esta tendência tem contribuído 
significativamente para o consumo não só de plantas medicinais, como também de 
medicamentos fitoterápicos. (MCKENZIE, 2000). 
A Organização Mundial de Saúde criou o Programa de Medicina Tradicional (OMS, 
2002) que recomenda aos estados membros, o desenvolvimento de políticas públicas para 
facilitar a integração da medicina tradicional e da medicina complementar alternativa nos 
sistemas nacionais de atenção à saúde, assim como promover o uso racional dessa integração. 
Com isso, crescem em importância os estudos para desenvolvimento de novas alternativas 
terapêuticas eficazes e acessíveis as populações de baixa renda, sendo as plantas medicinais, 
aliadas extremamente úteis, pois fornecem extratos e compostos químicos isolados, cujas 
propriedades farmacológicas vêm sendo demonstradas em inúmeros trabalhos científicos de 
várias partes do mundo. 
Como estratégia global para a medicina tradicional e a medicina complementar e 
alternativa para os anos de 2002 a 2005, a OMS reforçou o compromisso de estimular o 
desenvolvimento de políticas públicas a fim de inseri-las no sistema oficial de saúde dos seus 
191 Estados-membros. Em maio de 2005, a entidade publicou o documento Política Nacional 
de Medicina Tradicional e Regulamentação de Medicamentos Fitoterápicos, em se que 
discute a situação mundial a respeito das políticas de MT e fitoterápicos, inclusive o Brasil. 
A inclusão brasileira decorre do fato do país ter a maior diversidade genética vegetal 
do mundo, com cerca de 55.000 espécies catalogadas de um total estimado entre 350.000 e 
550.000 espécies e, também, por possuir ampla tradição do uso das plantas medicinais, 
vinculada ao conhecimento popular, transmitido oralmente por gerações (BRASIL, 2006b). 
No Brasil, 84% dos fármacos são importados e 60% dos que são produzidos aqui são 
consumidos por apenas 23% da população, o que faz com que os remédios a base de plantas 
23 
 
 
medicinais, sejam a principal fonte de medicamentos para a maioria do povo brasileiro 
(ELISABETSKY, 1991). 
No Brasil, a política de plantas medicinais e fitoterápicas remonta de 1981, por meio 
da Portaria nº 212, de 11 de setembro, do Ministério da Saúde que, em seu item 2.4.3, define 
o estudo das plantas medicinais como uma das prioridades de investigação clínica e, em 1982, 
o Ministério da Saúde lançou o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de 
Medicamentos (PPPM/CEME) visando a pesquisa e o desenvolvimento de fitoterápicos, com 
base no real valor farmacológico de preparações de uso popular, à base de plantas medicinais 
(BRASIL-ANVISA, 2011). 
Ao longo dessa trajetória várias políticas envolvendo plantas medicinais e fitoterápicos 
foram implantadas destacando, mais recentemente, o decreto 5.813, de 22 de junho de 2006, 
com instituição da Política Nacional de Plantas Medicinais, e o seu programa instituído pela 
portaria interministerial 2960, de 09 de dezembro de 2008, e a portaria971 de 03 de maio de 
2006, que insere as práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) 
(BRASIL, 2011). 
Com vistas a atingir o objetivo da Politica Nacional de Plantas e Fitoterápicos que visa 
“garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e 
fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia 
produtiva e da indústria nacional”, foi aprovado o Programa Nacional de Planta Medicinal e 
Fitoterápico (PNPMF) pela portaria Interministerial nº 2.960/2008 (BRASIL, 2006b). 
O programa foi construído com a participação do governo e da sociedade e os gestores 
definiram prazos e recursos para as ações estabelecidas, com a finalidade de desenvolver as 
diretrizes e subdiretrizes da Política. Para abranger toda a cadeia produtiva de plantas 
medicinal e fitoterápica, as ações foram distribuídas nos eixos: regulamentação, recursos 
humanos, pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), informação/comunicação, SUS, 
conhecimento tradicional e popular, cultivo e manejo de plantas medicinais, produção de 
fitoterápicos, cadeia produtiva e recursos/financiamento (NASCIMENTO JUNIOR et al., 
2010). 
Considerando que a cadeia produtiva de plantas medicinal e fitoterápica tem interface 
com diversas áreas do conhecimento e demandam ações multidisciplinares, em seu papel 
institucional, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo diversas ações com outros órgãos 
governamentais e não governamentais no sentido de elaborar políticas públicas voltadas à 
24 
 
 
inserção de plantas medicinais e da fitoterapia no SUS e ao desenvolvimento do setor 
(BRASIL, 2006b). 
A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus) é composta 
por 71 espécies vegetais, de origem nativa ou exótica adaptada, já utilizada por vários 
serviços de saúde estaduais e municipais, a partir do conhecimento tradicional e popular e de 
estudos químicos e farmacológicos disponíveis (BRASIL, 2009b). 
No entanto, a grande deficiência dos laboratórios de pesquisa em universidades e 
centros de pesquisa nacionais na área de farmacologia pré-clínica, o reduzido número de 
pesquisadores na área nessas instituições, a ausência de biotérios de padrão internacional, 
dificuldades na aquisição de reagentes e equipamentos do exterior e a ausência, até 
recentemente, de uma política governamental sobre os fitoterápicos são apontados como 
fatores dificultando no desenvolvimento da pesquisa no Brasil (CALIXTO & SIQUEIRA JR, 
2008). 
 
1.2 Mato Grosso 
 
O Estado de Mato Grosso é detentor de megabiodiversidade, tanto em nível macro de 
biomas, quanto micro de espécies. Esta diversidade de biomas propicia então uma grande 
quantidade de habitats diferenciados que abrigam uma abrangência de espécies com 
características próprias e específicas ao seu ambiente. Esta diversidade de condições bióticas e 
abióticas faz com que o elemento humano presente na região também possa caracterizar-se e 
expressar-se de forma distinta dependendo das condições de cada município e sub-região. Por 
isso, pode-se constatar que Mato Grosso possui uma gama de manifestações culturais bastante 
diversificadas, cada qual com um ambiente bastante peculiar de ocupação. 
Mesmo sendo um estado com biomas (Pantanal, Cerrado e Floresta Amazônica) tão 
importantes, os avanços desenfreados e desmedidos do processo de mecanização da 
agricultura, do crescimento de áreas de monocultura, das queimadas não controladas e da 
extração madeireira sem manejo, estão levando à erosão e destruição dos recursos genéticos. 
Esses acontecimentos põem em risco o próprio processo natural de reconstituição da 
vegetação e de manutenção das populações que nela vivem (MORAIS et al., 2002). 
 Com isso, Mato Grosso apresenta-se como uma área de extrema importância para o 
desenvolvimento de estudos etnobotânicos, pois possui cerca de 422.125 km2 de Cerrado 
 
 
brasileiro (PEREIRA et al., 1991), sendo, portanto, o Estado que detém a maior parte deste 
bioma no Brasil. 
O Cerrado é o mais brasileiro dos biomas sul
algumas pequenas áreas na Bolívia e no Paraguai, ele está totalmente inserido no território 
nacional. Está localizado basicamente no planalto central (Figura 1) e é considerado um 
complexo de vegetação de grande heterogeneidade 
savânica com maior diversidade vegetal do mundo, especialmente quando se consideram as 
espécies lenhosas (PROENÇA 
A flora do Cerrado é uma das mais diversas do mundo, possuindo alto grau de 
endemismo (40%) e riqueza de espécies. Es
aves e 161 de mamíferos habitem o Cerrado (SANO & ALMEIDA, 1998).
Figura 1. Biomas brasileiros, com destaque para o Cerrado (em verde). Fonte: 
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG0123911200
585232.html, em 10/09/2012.
 
O clima deste grande ecossistema caracteriza
seca (de maio a setembro) e outra chuvosa. 
O Cerrado típico é constitu
disseminadas em meio a arbustos, subarbustos e uma vegetação baixa constituída, em geral, 
por gramíneas. Sendo assim, o Cerrado contém basicamente dois estratos: um superior 
formado por árvores e arbustos dotados de raízes profundas que lhes permitem atingir o lençol 
freático, situado entre 15 a 20 m; e um inferior composto por um tapete de gramíneas de 
., 1991), sendo, portanto, o Estado que detém a maior parte deste 
O Cerrado é o mais brasileiro dos biomas sul-americanos, pois, excetuando
algumas pequenas áreas na Bolívia e no Paraguai, ele está totalmente inserido no território 
nacional. Está localizado basicamente no planalto central (Figura 1) e é considerado um 
de grande heterogeneidade fito fisionômica
savânica com maior diversidade vegetal do mundo, especialmente quando se consideram as 
espécies lenhosas (PROENÇA et al., 2000). 
A flora do Cerrado é uma das mais diversas do mundo, possuindo alto grau de 
endemismo (40%) e riqueza de espécies. Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de 
aves e 161 de mamíferos habitem o Cerrado (SANO & ALMEIDA, 1998).
Biomas brasileiros, com destaque para o Cerrado (em verde). Fonte: 
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG0123911200
585232.html, em 10/09/2012. 
O clima deste grande ecossistema caracteriza-se por duas estações bem definidas, uma 
seca (de maio a setembro) e outra chuvosa. 
O Cerrado típico é constituído por árvores relativamente baixas (até 20 m), esparsas, 
disseminadas em meio a arbustos, subarbustos e uma vegetação baixa constituída, em geral, 
por gramíneas. Sendo assim, o Cerrado contém basicamente dois estratos: um superior 
rbustos dotados de raízes profundas que lhes permitem atingir o lençol 
freático, situado entre 15 a 20 m; e um inferior composto por um tapete de gramíneas de 
25 
., 1991), sendo, portanto, o Estado que detém a maior parte deste 
americanos, pois, excetuando-se 
algumas pequenas áreas na Bolívia e no Paraguai, ele está totalmente inserido no território 
nacional. Está localizado basicamente no planalto central (Figura 1) e é considerado um 
fito fisionômica, sendo a formação 
savânica com maior diversidade vegetal do mundo, especialmente quando se consideram as 
A flora do Cerrado é uma das mais diversas do mundo, possuindo alto grau de 
se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de 
aves e 161 de mamíferos habitem o Cerrado (SANO & ALMEIDA, 1998). 
 
Biomas brasileiros, com destaque para o Cerrado (em verde). Fonte: 
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG0123911200
se por duas estações bem definidas, uma 
ído por árvores relativamente baixas (até 20 m), esparsas, 
disseminadas em meio a arbustos, subarbustos e uma vegetação baixa constituída, em geral, 
por gramíneas. Sendo assim, o Cerrado contém basicamente dois estratos: um superior 
rbustos dotados de raízes profundas que lhes permitem atingir o lençol 
freático, situadoentre 15 a 20 m; e um inferior composto por um tapete de gramíneas de 
26 
 
 
aspecto rasteiro, com raízes pouco profundas, no qual a intensidade luminosa que as atinge é 
alta, em relação ao espaçamento. 
A típica vegetação que ocorre no Cerrado possui seus troncos tortuosos, de baixo 
porte, ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas. Os estudos efetuados consideram 
que a vegetação nativa do Cerrado não apresenta essa característica pela falta de água, pois, 
ali se encontra uma grande e densa rede hídrica – mas sim, devido a fatores de solo, como o 
desequilíbrio no teor de micronutrientes, a exemplo do alumínio (MENDONÇA et al., 1998). 
Em uma extensa compilação referente à diversidade do Cerrado brasileiro foram 
apontados 6.671 táxons nativos, distribuídos em 170 famílias e 1.140 gêneros (MENDONÇA 
et al., 1998). Nesse trabalho ainda são relatados 11 táxons novos, conseqüentes às excursões 
realizadas para tal pesquisa. Porém, os autores acrescentam que a flora do bioma Cerrado 
ainda é pouco conhecida. 
Ainda há carência de estudos voltados para a identificação de plantas úteis do Cerrado, 
principalmente quando comparada à diversidade e à área ocupada. O desconhecimento de sua 
riqueza e possibilidades se agrava quando estimativas indicam que cerca de 40% do bioma já 
tenha sido devastado (RATTER et al., 1997) e considerando que o Cerrado possui somente 
1,5% de sua extensão protegida por lei, sendo atualmente a vegetação em maior risco no país 
(KAPLAN et al.,1994). É preciso considerar que os recursos naturais oferecidos por ele, uma 
vez extintos, estarão indisponíveis às futuras gerações. 
Entre esses, pode-se considerar o recurso terapêutico oferecido pelas plantas 
medicinais. Nos últimos vinte anos no Brasil, país com a maior diversidade vegetal do 
mundo, o número de informações sobre plantas medicinais tem crescido apenas 8% 
anualmente (BRITO & BRITO, 1993). Isso mostra que em um país biologicamente tão rico, 
mas com ecossistemas tão ameaçados, pesquisas com plantas medicinais devem ser 
incentivadas (PLOTKIN, 1991). Afinal, elas poderiam levar à reorganização das estruturas de 
uso dos recursos naturais (em vista da necessidade de sua extração estar associada aos planos 
de manejo) e à elevação do PIB, visto que há grande tendência mundial de aumento na 
utilização de fitoterápicos. Os atores Gottlieb & Borin (1994) relatam que há possivelmente 
mais espécies vegetais (diversidade específica) em áreas amostrais de Floresta Amazônica que 
nas de Cerrado de mesmo tamanho, salientando, porém que a diversidade taxonômica é 
certamente muito maior no último. Esta diversidade é relativa aos táxons mais elevados 
(gênero, família e ordem), mostrando a importância do Cerrado para pesquisas com plantas 
medicinais. Isto porque, quanto maior for a diversidade taxonômica em níveis superiores, 
27 
 
 
maior é o distanciamento filogenético entre as espécies e maior é a diferença e diversidade 
química entre elas (GOTTLIEB & BORIN, 1994). 
Por isso, a gama e o potencial de compostos bioativos produzidos pelas espécies do 
advinda do Cerrado seriam maiores que as da Floresta Amazônica. Isto se evidencia quando 
os autores Kaplan et al., (1994) afirmam que, utilizando se o mesmo método de extração 
fitoquímica, há diferenças muito contrastantes, visto que as espécies de Mata Atlântica 
apresentam pequeno número de compostos em grandes quantidades e as do Cerrado, grande 
número de compostos estreitamente relacionado, mas em quantidades tão pequenas que só 
poderiam ser identificados por análise espectral. 
 Foram realizados estudo da atividadeanti-inflamatóriadas várias plantasdo 
Cerrado.Asplantas incluemStryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (barbatimão) 
Cariniana rubra Miers (jequitibá-vermelho), Byrsonima intermedia A. Juss. (murici-do-
campo), Casearia sylvestris Swartz(erva-de- bugre),Cupania vernalis Cambess 
(camboatã),Serjania lethalis A. St.-Hil. (cipó-timbó),Macrosiphonia velame (A. St.-Hil.) M. 
Arg. (velame-branco), Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli(chapéu-de-couro), 
Bowdichia virgilioides Kunth. (sucupira-preta), entre outras (Lima et al., 1998; Rangel et al., 
2010; Ribeiro et al., 2010; Barros et al., 2010). 
 Fitoterápicos são medicamentos a partir de plantas medicinais obtidos empregando-se 
exclusivamente derivados de droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco, e 
outros) (BRASIL, 2004). Ao contrário de medicamentos alopáticos modernos, em que o 
princípio ativo é único e atua, em geral, em uma via específica (monoalvo), os medicamentos 
fitoterápicos funcionam de forma que dependem de uma abordagem orquestral. A planta 
contém grande número de moléculas diferentes que atuam sinergicamente em diferentes vias 
celulares, tornando a resposta mais complexa e integral (multialvo). 
 
1.3 Macrosiphonia longiflora (Desf) Mull. Arg. 
 
O gênero Macrosiphonia foi estabelecido por Muller em 1860, e é derivado do grego 
(macro = grande; siphon = tubo) referindo-se ao comprimento do tubo da corola. Este gênero 
apresenta 10 espécies na América, sendo que 5 espécies são encontradas no México e Estados 
Unidos e, outras 5 espécies Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina (MÜLLER, 1860; 
BARBAN, 1985). 
28 
 
 
M. longiflorapertence à família Apocynaceae, está inserida à ordem Gentianales, a 
qual inclui 4.555 espécies em 415 gêneros (BARBAN, 1985). É um subarbusto ereto, simples 
ou ramificado com altura média de 20 – 40 cm, muito raramente até 1m de altura, seus ramos 
são densamente albolanatos. Apresenta folhas com pecíolo de 0,2-1,0 cm de comprimento, 
lanoso, opostas cruzadas, oblongo-lanceoloadas, base obtusa e ápice acuminado, lâmina com 
3,9 – 6,5 cm e comprimento de 1 – 4,2 cm de largura, membranácea, inteira, face superior 
inteiramente coberta por pelos albolanosos, face inferior com nervuras proeminentes e densa 
lanugem branco-amarelada (FALLEN, 1986), conforme vistos nas Figuras 2 e 3. Possui 
inflorescência terminal, quando florida, produz látex branco. Pendúculo com 2-8 cm de 
comprimento, brácteas filiformes e pilosas. Cálice com sépalas linear-lanceoladas, base 
alargada e ápice acuminado, extremamente, lanoso, internamente glabro com 7-8 escamas. 
Corola densamente lanosa, parte inferior do tubo com cerca de 2 cm de comprimento e 1 cm 
de largura, lacínios de bordos crispados, obovados. Possui raiz tuberosa e caule normalmente 
pouco ramificado. Floresce de outubro a abril (RODRIGUES, 2001). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 02. Macrosiphonia longiflora ( partes 
 usadas ). Foto: Alves AD (05/2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03. Macrosiphonia longiflora, habitat 
 natural.(Cerrado.de.Acorizal-MT). 
 
 
 Foto: Alves AD (05/2009). 
 Grande parte da literatura etnobotânica que cita M. longiflora refere o nome popular 
desta planta como velame, sendo que esta é bastante citada como recurso medicinal nativo do 
cerrado, (GUARIM-NETO & MORAIS 2003). E a população de um modo geral utiliza M. 
longiflora para o tratamento de inflamações, febres, dores e hemorragia, depurativa e 
antissifilítica. No estado de Mato Grosso seu uso é bem difundido na terapia de processos 
inflamatórios e como depurativo (RODRIGUES, 2001). 
 Entre as 10 espécies pertencentes ao gênero Macrosiphonia que são encontradas na 
America do Sul, apenas M. velame (A.St.-Hil.) Müll. Arg. e M. longiflora(Desf.) Mull. Arg. 
29 
 
 
foram submetidas a estudos farmacológicos, sendo que em ensaios pré-clínicos realizados por 
Ribeiro et al. (2010) e Alves (2010), respectivamente comprovaram que o extrato 
hidroetanólico dessas plantas apresentam efeito anti-inflamatório, antinociceptivo e 
antipirético. Alves (2010) em parceria com o grupo coordenado pelo Prof. Dr. Rivaldo Niero, 
da Universidadedo Vale do Itajaí-SC, demonstraram que o xilopódio de M. longiflora 
apresenta importantes metabólitos secundários que podem estar relacionados com o potencial 
anti-inflamatório dessa planta. Entre esses compostos, dois fitoesteróides (β-sitosterol e 
estigmasterol) formam isolados da fração hexano-éter e o éster miristato de miristila. Do 
extrato acetônico foram isolados saponinas triterpênicas pentaciclicas α e β-amirina acetato e 
o acetato de lupeol. 
 
1.4 Processo inflamatório 
1.4.1 Aspectos gerais da resposta inflamatória 
 
Papiros egípcios de 2.000 a.C. já se referem à inflamação ao relatarem a formação de 
pus. Esse fenômeno é caracterizado pelos clássicos sinais de rubor, calor, dor e tumor, 
descritos por Cornelius Celsus no primeiro século depois de Cristo e pela functio laesa (perda 
de função) adicionado por Virchow no final do século XIX (SILVA et al., 2007). 
Há manifestação do processo inflamatório sempre que agentes químicos, físicos ou 
biológicos alteram a homeostase do tecido conjuntivo. Alguns mecanismos que regem o 
processo inflamatório continuaram desconhecidos e o fenômeno foi mal interpretado por 
séculos após as observações de Celsus. Ainda no século XVIII, boa parte dos naturalistas 
acreditava que a inflamação fosse uma doença ou uma conseqüência desta. Foi somente em 
1739 que o cirurgião escocês John Hunter postulou que a inflamação era uma resposta não 
específica e com objetivos salutares ao hospedeiro (SHERWOOD & TOLIVER-KINSKY, 
2004). 
No conceito moderno da inflamação superficial não difere significativamente da 
definição formulada por Cornelius Celsius. Hoje, graças a estudos com potentes microscópios 
e com a contribuição da biologia molecular é possível constatar que os sinais clínicos da 
inflamação são os resultados da vasodilatação, acúmulo de leucócitos, aumento do fluido 
intersticial, e estimulação dos terminais nervosos por mediadores pró-inflamatórios (ALLER 
et al., 2006). 
 Portanto, a reação inflamatória consiste num evento complexo que envolve o 
reconhecimento do agente ou estimulo lesivo, para sua posterior destruição e tentativa de 
30 
 
 
reconstruir o tecido danificado. O reconhecimento desencadeia a ativação e a amplificação do 
sistema imune resultando na ativação de células e na liberação de diversos mediadores 
responsáveis pela resposta inflamatória. No entanto, se a destruição do agente agressor e o 
processo de reparo não ocorrerem de maneira eficiente e sincronizada a resposta inflamatória 
pode levar a uma lesão tecidual persistente induzida pelo acumulo de leucócitos, colágeno 
entre outras substâncias que podem ser prejudiciais ao organismo (NATHAN,2002). 
Didaticamente a inflamação pode ser dividida em duas fases: aguda e crônica. A 
inflamação aguda perdura por tempo relativamente curto, podendo durar minutos, horas, ou 
até mesmo alguns dias, sendo que sua principal característica é a presença de exsudato rico 
em proteínas plasmáticas (edema) e a migração de leucócitos, principalmente os neutrófilos. 
Já a inflamação crônica apresenta longa duração e com algumas alterações histológicas, 
presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e necrose do 
tecido (DE DOOY et al., 2001). 
Além disso, a resposta inflamatória aguda apresenta dois componentes: uma resposta 
inata não adaptativa, que engloba os eventos que ocorrem localmente no interior dos tecidos e 
uma resposta imunológica adaptativa, a qual é adquirida e específica, tornando a resposta de 
defesa a um microrganismo invasor mais eficaz (SHERWOOD & TOLIVER-KINSKY, 
2004). 
1.4.2 Resposta imunológica inata 
 
A reação inata, ou seja, não adaptativa, envolve os eventos que ocorrem no interior 
dos tecidos e podem ser divididos em vasculares e celulares. Os eventos vasculares 
compreendem a vasodilatação, com consequente aumento do fluxo sanguíneo local, o 
aumento da permeabilidade vascular e a exsudação plasmática. Tais eventos são importantes 
na medida em que promovem um aumento local da concentração de mediadores de origem 
plasmática, entre eles os componentes de pelo menos quatro cascatas enzimáticas 
proteolíticas: os sistemas de complemento, o da coagulação, o fibrinolítico e das cininas 
(ABBAS et al., 2003; ALLER et al., 2006). 
Simultaneamente são desencadeados os eventos celulares, onde as células 
imunológicas são ativadas para alcançar o foco da lesão e fagocitar, degradar e eliminar os 
antígenos. Diversas são as células envolvidas neste processo, algumas delas já estão 
presentes no tecido afetado, tais como as células endoteliais vasculares, células mesoteliais, 
mastócitos e macrófagos, enquanto que outras como os neutrófilos, basófilos, eosinófilos, 
31 
 
 
célula natural killer (NK) e alguns linfócitos, além de plaquetas migram para o local da lesão 
através da corrente sanguínea (BROCHE & TELLADO, 2001). 
A migração leucocitária para os sítios de inflamação é crucial para as funções 
celulares dos leucócitos tanto na imunidade inata quanto na adaptativa, também é implicada 
como uma característica chave em inúmeras doenças inflamatórias como lesão de isquemia-
reperfusão, doença inflamatória intestinal, e a síndrome de disfunção múltipla dos órgãos, 
associada à sepse e ao trauma. Os leucócitos são atraídos para a região afetada por um 
processo conhecido como quimiotaxia, através da geração local de mediadores inflamatórios, 
como quimiocinas e citocinas específicas, seguindo uma lesão inflamatória (ASJPAM, 2002). 
A passagem dos leucócitos do compartimento vascular para o tecido extra vascular é 
guiada por uma rápida regulação de interações adesivas entre as células sanguíneas e as 
células endoteliais. A sequência de eventos envolvidos neste processo é conhecida como 
teoria do recrutamento leucocitário. Este processo é iniciado logo após a liberação de sinais 
químicos por macrófagos teciduais, que em seguida ativam as células do endotélio a expressar 
moléculas de adesão e a secretar mediadores inflamatórios, levando à captura de leucócitos 
circulantes do lúmen vascular, sua rolagem, ativação, firme adesão e extensão na superfície 
do endotélio, diapedese transendotelial e migração quimiotática (NOURSHARGH & 
MARELLI-BERG, 2005). 
Esse extravasamento de leucócitos para os tecidos é dependente da existência de 
diferentes famílias de moléculas de adesão e seus respectivos receptores, tanto em leucócitos 
como em células endoteliais. Os principais grupos de moléculas de adesão são as selectinas, 
importantes no rolamento; as integrinas, na forte adesão; e a superfamília das moléculas de 
imunoglobulinas (Ig), como o PECAM-1 ou CD31 (molécula de adesão plaqueta-endotélio 
celular) imprescindível na transmigração. Os principais receptores de adesão endotelial 
incluem as moléculas de adesão intercelular (ICAM) e as moléculas de adesão da célula 
vascular (VCAM) (SHERWOOD & TOLIVER-KINSKY, 2004). 
Após o extravasamento, os leucócitos migram em direção à região de agressão através 
do gradiente químico. Esse processo é controlado por agentes quimiotáticos, tanto de origem 
endógena, que são aqueles liberados pelas próprias células do hospedeiro (componentes do 
sistema complemento, produtos da lipoxigenase, citocinas etc.), quanto de origem exógena, 
que são aqueles advindos do próprio agente agressor, tais como produtos bacterianos de 
origem lipídica (NOURSHARGH & MARELLI-BERG, 2005). 
Ainda na fase inata da resposta inflamatória, os macrófagos ao alcançarem o sitio da 
inflamação desempenham papel muito importante no direcionamento à resposta imune 
32 
 
 
adquirida. Estas células além de auxiliarem os neutrófilos na eliminação de microrganismos, 
após fagocitá-los e processá-los, apresenta seus peptídeos pelo complexo maior de 
histocompatibilidade (MHC) às células T auxiliares. Dentro deste contexto a fagocitose 
destas células atua comoelo entre o sistema imune inato e o adaptativo (ALLER et al., 2006). 
A resposta imune adquirida específica trata-se de uma resposta mais complexa, que 
melhora acentuadamente a eficácia da resposta imunológica inata. Esta resposta envolve 
principalmente linfócitos, entre os quais há três grupos principais: as células B, responsáveis 
pela produção de anticorpos (resposta humoral); as células T, importantes na fase de indução 
da resposta imunológica e as células NK, que são células linfóides especializadas, as quais são 
ativadas durante a resposta inata (SHERWOOD & TOLIVER-KINSKY, 2004). 
Os linfócitos T e B possuem receptores antígenos-específicos que são capazes de 
reconhecer e reagir com praticamente todas as proteínas e polissacarídeos estranhos com os 
quais o organismo possivelmente irá se deparar durante toda a vida. 
 A resposta imunológica adaptativa especifica acontece em duas fases distintas, a fase 
de indução e a fase efetora (ABBAS et al., 2003). 
Na fase efetora, os linfócitos B se dividem e diferenciam-se em plasmócitos que 
produzem e secretam uma enorme quantidade de anticorpos; já as células T estão envolvidos 
em respostas imunológicas mediadas por células, podendo ativar macrófagos ou eliminar 
células do hospedeiro infectadas por vírus. Outras células formam uma grande população de 
células de memória sensíveis a antígenos, para no caso de exposição subsequente ao mesmo 
antígeno, isto desencadeia uma resposta muito mais ampliada e eficiente (KUMAR et al., 
2005; HANSEL & DINTZIS, 2007). 
Esses mecanismos de resposta imunológica, baseados em funções sofisticadas dos 
leucócitos, também são responsáveis pela eliminação de células não funcionantes ou lesadas, 
e assim contribuem para a manutenção da homeostase tecidual. Dessa forma, os mecanismos 
de defesa não apenas protegem o organismo da infecção, mas também permitem a remoção de 
 
 
restos celulares e de componentes teciduais destruídos, originados, por exemplo, de trauma 
(WALZOG & GAEHTGENS, 2000). 
Por fim, a inflamação dá passagem aos processos de reparo e cicatrização que permite 
a recuperação integral da função tecidual. Entretanto, uma reação inflamatória exacerbada 
pode levar à lesão tecidual e, se severa, causar alteração fisiológica, disfunção orgânica e 
morte (SHERWOOD & TOLIVER-KINSKY, 2004; FLOWER & PERRETTI, 2005). 
33 
 
 
1.4.3 Mediadores do processo inflamatório 
 
Uma variedade de mediadores químicos endógenos, incluindo fatores imunológicos e 
quimiotáxicos de diferentes fontes (leucócitos e plaquetas ativados, do metabolismo do ácido 
araquidônico como prostaglandinas (PGs) e leucotrienos, das cascatas da coagulação e do 
complemento, etc.), tem sido reconhecida por exercer papéis importantes no processo 
inflamatório. Esses mediadores podem ser considerados de ação rápida, como as aminas 
vasoativas (histamina e serotonina), ou de ação prolongada, como as substâncias plasmáticas, 
citocinas e lipídeos ácidos (ALLER et al., 2006). 
 Segundo Gautam et al. (2009) os maiores alvos anti-inflamatórios (Figura 4) ncluem 
enzimas COX-1, COX-2, adenina monofosfato desidrogenase; citocinas e receptores de 
citocinas, TNF-α e TNF-RII, IL-1β e IL-1RA, IL-2 e IL-2R, interferon (IFN)-α2, IFN-β1, e 
IFN-γ, receptores de proteína G, histamina 1 e leucotireno cisteina 1; receptor nuclear de 
hormônio, etc. 
 
 
 
Figura 4. Vários alvos envolvidos no processo da cascata inflamatória. 
Fonte: GAUTAMet al., (2009). 
 
 
34 
 
 
1.4.4 Aminas vasoativas 
 
A histamina é um mensageiro químico responsável por inúmeras respostas celulares, 
incluindo reações alérgicas e inflamatórias (fase inicial), secreção do ácido gástrico, 
neurotransmissor, vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, além de desempenhar 
um papel central na hipersensibilidade (ALLER et al., 2006). 
Este mediador químico é encontrado na maioria dos tecidos do organismo, porém está 
presente em elevadas concentrações no pulmão, na pele e no trato gastrointestinal. Em nível 
celular é armazenada pré-formada em grânulos em mastócitos teciduais e basófilos 
sanguíneos, associada à heparina. É liberada dos mastócitos por exocitose durante as reações 
inflamatórias ou alérgicas, quando os componentes do complemento C3a e C5a interagem 
com receptores de membrana específicos ou quando o antígeno interage com IgE fixada a 
células; ou ainda, por meio de outros estímulos, como substância P, poliaminas, citocinas, 
entre outros. A histamina promove substância P, poliaminas, citocinas, entre outros (WHITE, 
2004). 
A serotonina, denominada 5-hidroxitriptamina (5-HT), é um dos principais 
neurotransmissores no cérebro e também está envolvida em uma gama de ações periféricas. 
Pode ser encontrada no sangue em altas concentrações nas plaquetas, que a acumulam a partir 
do plasma através de um sistema de transporte ativo, liberando-a quando sofrem agregação 
em locais de lesão tecidual. Funciona como mediador inflamatório e está envolvida na 
sensibilização de nociceptores, regulação do sono, temperatura e pressão arterial 
(HERSCHMAM, 1996; GONZALEZ-REY & CHORNY, 2007). 
 
1.4.5 Substâncias plasmáticas 
 
O plasma contém diversas cascatas de enzimas envolvidas na mediação da inflamação, 
compostas de uma série de proteases ativadas sequencialmente. São caracterizadas por um 
pequeno número inicial de proteínas que é amplificado a cada reação enzimática sucessiva. O 
sistema de cascata rapidamente produz uma grande resposta. As substâncias plasmáticas 
podem ser divididas basicamente em: sistema do complemento, sistema das cininas, sistema 
de coagulação e sistema fibrinolítico (HANSEL & DINTZIS, 2007). 
O sistema do complemento é um componente do sistema de defesa do hospedeiro que 
auxilia na eliminação de vários microrganismos e antígenos do sangue e outros tecidos, e seu 
papel na inflamação é de considerável interesse. Consiste em um grupo de cerca de 30 
proteínas plasmáticas, normalmente presentes nos líquidos e nos tecidos corporais em sua 
35 
 
 
forma inativa, que atuam em conjunto para atacar patógenos e induzir respostas inflamatórias, 
ajudando a combater a infecção. Os fatores derivados do complemento participam dos 
fenômenos vasculares, adesão, quimiotaxia e ativação dos leucócitos e fagocitose 
(GONZALEZ-REY & CHORNY, 2007). 
O sistema das cininas constitui uma cascata de enzimas que resulta na produção de 
diversos peptídeos vasoativos, através de proteases específicas chamadas calicreínas sobre 
substratos proteicos, denominados cininogênios. A ativação desse sistema resulta na liberação 
da bradicinina. Esta provoca vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e 
estimulação direta das terminações nervosas para a dor, ou de forma indireta, por ativar a 
produção de outros mediadores como prostanóides e aminas simpáticas, que sensibilizam os 
neurônios nociceptivos simpáticos (PETHO, 2001). 
O sistema de coagulação e a inflamação são processos que estão intimamente 
relacionados. Uma cascata de enzimas proteolíticas e cofatorasé ativada, sendo que o 
principal evento consiste na conversão do fibrinogênio solúvel em filamentos insolúveis de 
fibrina pela trombina (que participa da ativação dos sistemas do complemento e das caninas). 
Além disso, uma cascata fibrinolítica é iniciada concomitantemente com a de coagulação 
através de vários ativadores do plasminogênio (liberados do endotélio, leucócitos e outros 
tecidos), resultando na formação, dentro do coágulo, da plasmina, que digere a fibrina. Desta 
forma, o sistema fibrinolítico também contribui para os eventos vasculares durante a 
inflamação (WAHL et al.,1996; LEY, 2002). 
 
1.4.6 Citocinas e quimiocinas 
 
A resposta inflamatória é um processo dinâmico e complexo que envolve um balanço 
entre citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias (CAVAILLON, 2001).As citocinas são mediadores protéicos sintetizados pelas várias células do sistema 
imunológico que influenciam o comportamento de outras células, coordenando a reposta 
imune. A maioria das células pode produzir citocinas, embora apresentem diferenças no 
repertório delas. Muitas citocinas são produzidas em sítios de inflamação (SHERWOOD & 
TOLIVER-KINSKY, 2004). 
As citocinas podem ser classificadas em subgrupos, como: interferons, interleucinas, 
fator de necrose tumoral, quimiocinas, fatores de estimulação de colônias ou ainda podem ser 
classificadas de acordo com sua atividade biológica como: pró-inflamatórias (IL-1, IL-6, 
TNFα) e anti-inflamatórias (IL-4, IL-10 e IL-13) (CAVAILLON, 2001). O TNFα e a IL-1 são 
as duas principais citocinas que participam do processo inflamatório, responsáveis pelas 
36 
 
 
respostas sistêmicas da fase aguda (febre, perda de apetite, etc.) associadas a infecções ou 
traumas (KRAYCHETE et al., 2006). 
As citocinas pró-inflamatórias estão envolvidas na resposta imune inicial, ajudando a 
guiar a eliminação dos patógenos e a resolução do processo inflamatório. As primárias 
incluem TNF-α e a IL-1. São liberadas por macrófagos e por muitas outras células, podendo 
desencadear uma cascata de citocinas secundárias, como as quimiocinas. Vários fatores de 
crescimento (por exemplo, fator de crescimento derivado de plaquetas, fator de crescimento 
dos fibroblastos, fator de crescimento endotelial vascular) são importantes nos processos de 
reparo e estão implicados na inflamação crônica (KRAYCHETE et al., 2006). 
As citocinas anti-inflamatórias diminuem as funções celulares e a síntese de citocinas 
pró-inflamatórias. Incluem fator de crescimento transformador β (TGF-β), IL-4, IL-l0 e IL-13. 
Essas citocinas podem inibir a produção de quimiocinas, e as três últimas têm a capacidade de 
inibir respostas mediadas por células Thl, isto é, as células cuja ativação inapropriada está 
envolvida em doenças autoimunes (SHERWOOD & TOLIVER-KINSKY, 2004). 
Os interferons (IFN) são citocinas que induzem células a resistirem à replicação viral 
(IFN-α e IFN-β) ou exercem um papel significante na regulação da resposta imune específica, 
como o IFNγ, produzido quase que exclusivamente por células NK e em certos subgrupos de 
células T ativadas (ALLER et al., 2006). 
As interleucinas são polipeptídeos produzidos por leucócitos e que atuam 
intensamente em todas as fases da inflamação, participando do controle das células envolvidas 
com as respostas imunes específicas e inespecíficas (KRAYCHETE et al., 2006). 
Além de ações diretas sobre as células, algumas citocinas induzem a formação de 
outras citocinas (formando uma cascata de amplificação), enquanto algumas induzem a 
expressão dos receptores de outras citocinas e também podendo apresentar interações 
sinérgicas ou antagônicas com outras citocinas. A IL-6, por exemplo, é uma citocina 
multifatorial secretadas por todas as células quando lesadas ou ativada por IL-1 e/ou TNF-α 
(KUMAR et al., 2005). 
Outra citocina muito importante na resposta inflamatória inicial é a IL-1, que participa 
como mediador da resposta inflamatória frente aos diversos estímulos inflamatórios. A IL-1 
possui duas formas, chamadas de IL-1α e IL-1β, entretanto, elas compartilham os mesmos 
receptores e apresentam funções biológicas semelhantes. Em baixas concentrações a IL-1 age 
como um mediador local da inflamação, aumentando a expressão de moléculas de adesão na 
superfície das células endoteliais. Em altas concentrações, esta citocina chega ao sistema 
circulatório e passa a exercer efeitos endócrinos como febre e indução da atividade da 
37 
 
 
fosfolipase e consequentemente a biossíntese de PGs. O TNF é produzido por macrófagos e 
células T. O TNF é uma citocina pró-inflamatória que apresenta papel chave em diversos 
processos, como a inflamação, imuno-modulação, crescimento, angiogênese, citotoxicidade e 
dor. Esta citocina tem importante papel no recrutamento de neutrófilos para o sítio 
inflamatório, pois promove a síntese e a liberação de fatores quimiotáticos, como as 
quimiocinas, tanto pelas células endoteliais quanto pelas células residentes, além de participar 
da expressão de moléculas de adesão, endoteliais e da interação entre estas moléculas 
(KRAYCHETE, 2006). 
As quimiocinas por sua vez, compreendem uma família de fatores secretados por 
leucócitos e células endoteliais em resposta ao dano tecidual e a outros mediadores 
inflamatórios. São pequenas proteínas quimioatraentes que interagem fisicamente com os 
componentes da matriz extracelular, controlando a migração de leucócitos (ALLER et al., 
2006). 
As duas maiores famílias de quimiocinas são do grupo CXC e CC, cuja atividade 
difere quanto à capacidade de estimular diferentes tipos de células efetoras. As quimiocinas 
CXC como a IL-8, o peptídeo ativador de neutrófilos (NAP)-2, o fator plaquetário (PF)-4, o 
peptídeo ativador de neutrófilos derivado de células epiteliais (ENA)-78, atraem 
preferêncialmente neutrófilos para o sítio inflamatório. Enquanto que as quimiocinas CC (α-
quimiocinas) como a eotaxina, a citocina regulada sob ativação que é expressa e secretada por 
células T normais e a proteína quimiotática para monócitos (MCP)-4 ativam 
predominantemente eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos (FIGARELLA-BRANGER 
et al., 2003). 
Os fatores estimuladores de colônias (CSF) não apenas estimulam a proliferação de 
determinadas células progenitoras comprometidas, como também induzem diferenciação 
irreversível. O GM-CSF (fator de estimulação de colônias de granulócitos-macrófagos), que é 
produzido por muitos tipos de células, influencia pelo menos cinco das oito linhagens de 
desenvolvimento de células sanguíneas. O G-CSF (fator de estimulação de colônias de 
granulócitos) é produzido principalmente por monócitos, fibroblastos e células endoteliais e 
controla primariamente o desenvolvimento dos neutrófilos (GONZALEZ-REY & CHORNY, 
2007). 
1.4.7. Metabólitos do ácido araquidônico 
 
A partir do ácido araquidônico são formados os eicosanóides pelas vias ciclooxigenase 
(COX) e lipoxigenase. Estas enzimas são responsáveis pela síntese de importantes mediadores 
38 
 
 
da inflamação (PGs, tromboxanos e leucotrienos). Os tromboxanos e PGs são chamados 
prostanóides e obtidos pela via COX. Atualmente são conhecidas três ciclooxigenases: COX-
1, COX-2 e COX-3. A COX-1 é constitutiva, ocorrendo na maioria das células, provável 
responsável pela homeostasia normal. A COX-2 é induzida em células inflamatórias, sendo 
alvo de estudos para anti-inflamatórios. Estudos mostram a importância da COX-2 na 
hemodinâmica real e provável envolvimento em processos neoplásicos. A COX-3 é expressa 
em maior quantidade no córtex cerebral e no coração. O acetaminofeno (Paracetamol) e 
alguns analgésicos-antipiréticos têm ação seletiva sobre essa isoforma (KHAN, 2006). 
As PGs atuam sobre nociceptores polimodais (NPM), principais neurônios sensoriais 
periféricos que respondem aos estímulos nóxicos. A maioria dos NPM é formada por fibras C 
não mielinizadas que respondem a estímulos térmicos, mecânicos e químicos. As PGE2, PGI2 
e PGD2 são potentes vasodilatadores intrínsecos. Fazem sinergia com histamina e bradicinina, 
contribuindo para aparecimento de eritema nas áreas inflamadas. Esses prostanóides não 
causam dor, mas potencializam a ação da bradicinina, que sensibiliza as fibras C aferentes. A 
PGE2 está envolvida na produção de febre. Tem concentração aumentada no líquor em 
processos inflamatórios. São liberadas por células lesadas e intensificam efeitos da histamina 
e cininas. Sua síntese é inibida no hipotálamo, causando ação antipirética. As PG podem 
apresentar ação moduladora em processos inflamatórios, agindo sobre células inflamatórias, 
diminuindo a atividade. A PGE2 diminui a liberação de enzimas lisossomais e

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