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(4) Material Cirúrgico Técnica Operatória

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Prévia do material em texto

4 
 
 
EDUARDO ANTUNES MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL CIRÚRGICO 
 
 
Pontos Chave 
1. Definições de diérese, hemostasia e síntese; 
2. Objetivos principais de cada etapa; 
3. Apresentação de material cirúrgico geral; 
4. Subsidiar a utilização e manuseio de material cirúrgico; 
5. Exemplificação da dinâmica e estruturação em um centro cirúrgico (CC). 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
Neste capítulo discutiremos um pouco sobre os materiais cirúrgicos principais que são utilizados em 
operações gerais, com sua principal função e estrutura. Além disso, serão colocadas figuras ilustrativas dos sinais 
que podem ser utilizados no pedido de cada um deles para o instrumentador (esses gestos podem parecer confusos 
inicialmente, mas depois, com o tempo e experiência, tornam-se automáticos e agilizam a operação; a explicação de 
suas origens provavelmente se baseia no conceito de infecção de séculos passados, pensando no contágio pela fala 
do cirurgião). 
Existem três palavras que praticamente definem qualquer procedimento cirúrgico: diérese, hemostasia e 
síntese, nessa ordem na maior parte das vezes. Eles serão definidos a medida que forem expostos, mas são eles 
que definem a subdivisão dos equipamentos cirúrgicos e sua disposição na mesa específica do instrumentador (de 
Mayo, vista posteriormente). Também é importante definir que esses passos nem sempre ocorrem os três, como por 
exemplo em uma drenagem de abscesso em que ocorre apenas a diérese, enquanto outros apresentam novas 
etapas, comumente a exérese (retirada de algum material do paciente, como em uma gastrectomia subtotal). 
DIÉ RÉSÉ 
 Proveniente do latim diarese e do grgo diaíresis, significa incisão, divisão, secção e separação, punção e 
divulsão. Também pode ser definido como o ato operatório de criação de uma solução de continuidade entre os 
tecidos (ou uma via de acesso). Em geral é a primeira etapa da operação, sendo comumente representada pelo 
bisturi e pelo corte de estruturas. 
 O objetivo principal da diérese é proporcionar a abertura e exposição de determinada região que se deseja 
atingir, com preservação de planos anatômicos, da viabilidade tecidual e da homeostasia. Suas características 
básicas são: incisão proporcional ao procedimento; técnica adequada ao plano antômico; dissecção apropriada com 
hemostasia rigorosa; manipulação cuidadosa. Os equipamentos que são usados para isso são: busturis, tesouras, 
serras, ruginas e cisalhas. 
 O procedimento de diérese não é somente cortar a região específica no momento em que o cirurgião observa 
a região. Assim como todo ato cirúrgico, ela apresenta etapas e um planejamento rigoroso, demandando técnica, 
habilidade, conhecimento e material necessário. 
Estratégia Cirúrgica 
 Esse ponto ocorre antes do procedimento em si. Primeiramente deve haver a delimitação da diérese cutânea, 
que deve ser previamente traçada. Esse traço pode ser feito com: fios cirúrgicos, canetas apropriadas, escarificação 
da pele com a lâmina (desaconselhado, ou seja, não usar, pelo maior risco de contaminação) e no imaginário 
(também é desaconselhável). 
 
Figura 1 – Delimitação da diérese cutânea, por fio (A), caneta adequada (B), com azul de metileno (C) e escarificação (D). 
 3 
 Material Cirúrgico 4 
 Antes de se iniciar a diérese, deve-se isolar o local desejado. 
Isso é feito com a colocação de compressas nas laterais, com o intuito 
de evitar o contato direto com a pele e da absorção de sangue que 
possa advir das bordas da ferida. 
 A pele deve estar seca e íntegra (ou o máximo possível, quando 
isso não for possível), sendo que necessita de uma boa fixação para um 
bom corte cirúrgico. Isso é obtido mediante uma lâmina correta e afiada 
(íntegra), uma fixação da pele com a outra mão (semelhante a uma 
garra) e o corte preciso e único da pele, descrito a seguir. 
 
Tática Cirúrgica 
 O cirurgião sempre deve estar a direita do paciente (como regra geral), com as incisões sendo feitas em um 
ou mais tempos. Elas são feitas da esquerda para direita, de distal para proximal e, quando o paciente está em 
declive, de baixo para cima (impedir que o sangue atrapalhe a visualização da incisão). 
 O bisturi deve ser colocado praticamente de modo perpendicular à pele do paciente, com uma leve inclinação 
após a entrada para que a superfície de corte fique com maior contato no local desejado para diérese. O corte deve 
ser limpo, preciso, fixo e em um único tempo, com retirada também ~ perpendicular. Isso cria uma abertura reta e 
lisa, facilitando a operação e, principalmente, o pós-operatório. 
 
 
Figura 3 – Técnica para diérese e cortes, em perfil, provocados pelo bisturi (apenas o A está correto). 
Materiais 
Bisturis 
 É o principal material dessa fase do ato operatório. Suas qualidades essenciais já forma descritas no texto. 
Existem três tipos de bisturis: bisturi de Chassaignac (com lâmina incorporada ao corpo), bisturi com ponta romba e 
bisturi atual (o único utilizado realmente nos dias atuais). Esse novo bisturi permite que as lâminas sejam renovadas 
quando estão danificadas, além de permitir maior maleabilidade durante o ato cirúrgico. 
Figura 2 – Isolamento da área desejada para exérese. 
 4 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
 Existem muitos modelos de bisturis, com diferenciação enorme em lâminas e cabos. Geralmente os cabos 
longos são utilizados em operações abdominais e torácicas, além daqueles com certa angulação são mais práticos 
ainda. 
 Os cabos mais utilizados são os de número 3, 4 e 7, podendo ser mais longos (3L e 4L) ou angulados (3LA). 
As lâminas compatíveis com os números 3 e 7 vão de 10 a 15, enquanto as compatíveis com o cabo 4 vão de 20 a 
25. 
 
Figura 4 – Principais cabos (3, 4 e 7) e lâminas (10 a 15 e 20 a 25). 
 
 A colocação da lâmina no bisturi deve ser feita com os maiores cuidados para prevenir um acidente pessoal 
ou mesmo com pessoas próximas. Por essa razão essa alocação NUNCA deve ser feita com as mãos, utilizando-se 
sempre uma pinça para apoio. A maneira de realizar isso é demonstrada na Figura 5. 
 
Figura 5 – Maneira de colocar e retirar a lâmina do bisturi. 
 A manipulação do bisturi é 
bastante diversificada, mas prima-se 
sua utilização como um lápis. Outra 
maneira que está correta é a forma de 
“extrema precisão”, em que o polegar e 
o indicador seguram a lâmina, 
semelhante ao jeito anterior. Maneiras 
desaconselhadas (alguns autores ainda 
dizem erradas) são: arco de violino, 
faca ou flutuante (pelo meio do cabo). 
 
 
Figura 6 – Maneiras de manipulação do bisturi. Como lápis (A), de extrema precisão (B), como arco 
de violino (C), faca (D) e flutuante (E), sendo apenas a A e B estritamente corretas. 
 5 
 Material Cirúrgico 4 
 
Figura 7 – Sinal de indica bisturi (A), maneira de entrega-lo ao cirurgião (B) e maneira de segurá-lo após a entrega (C). 
Tesouras 
 Suas funções primárias são: cortar, dissecar, desbridar e divulsionar os tecidos orgânicos, com alguns tipos 
específicos desenhados para cortar fios cirúrgicos, gaze, borracha, plástico, etc.A tesoura apresenta diversas 
estruturas em sua formação, mas uma das principais é sua ponta ou vértice. Com relação à essa estrutura, podemos 
ter uma tesoura romba, semi-aguda e aguda, e segundo sua forma, curvas ou retas. 
 
Figura 8 – Subdivisão de tesouras. Temos divisão segundo sua ponta em romba (A), semi-aguda (B) e aguda (C), e segundo suas hastes (retas 
e curvas). 
 
Essa subdivisão é importante principalmente para a função das tesouras. As curvas apresentam a 
peculiaridade de poderem cortar de maneira reta (no terço mais proximal e mais distal) ou de forma curva (quando 
toda a tesoura é utilizada para o corte). De qualquer maneira, em hipótese alguma as tesouras de dissecção podem 
ser usadas para cortar gaze, materiais de prótese, etc, pois seu fio é muito delicado para isso (deve-se usar uma 
tesoura específica). Em caso de necessidade, dá-se a preferência da secção pela parte mais proximal, pois as 
pontas são delicadas e específicas para tecidos muito delicados. Em geral, diz-se que as tesouras retas são usadas 
pelos cirurgiões para secção de estruturas em geral, enquanto as retas são manejadas pelo auxiliar, no intuito de 
secção de fios cirúrgicos. 
 6 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
 Além de sua utilização para diérese por secção, as 
tesouras são usadas para dissecção e divulsão de estruturas 
(em especial as curvas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Processos de dissecção (A e B), divulsão (D e E) e corte correto de aponeurose © 
 A utilização correta da tesoura cirúrgica é igualmente importante quanto um correto corte feito pelo bisturi. Os 
dedos que DEVEM ser inseridos nas argolas são o polegar (apenas falange distal) e o indicador (até o início da 
falange média), com o anular apoiando e o indicador dando fixação e direção na lateral. Uma variação da pegada é a 
reversa, em geral utilizada por auxiliares. 
 
Figura 12 – Usos possíveis da tesoura, como habitual (A), para mão esquerda (B) e inverso (C, voltado ao cirurgião). 
 As tesouras podem ser divididas de acordo com sua função, em: dissecção, específicas para determinados 
órgãos, fortes, para secção de bandagens e outros materiais e retirada de pontos. 
Figura 9 – Maneiras distintas de secção em uma tesoura curva. 
Figura 10 – Maneira correta de manuseio da tesoura. 
 7 
 Material Cirúrgico 4 
Tesouras para Dissecção 
 As principais são a de Metzenbaum (reta ou curva, mais delgada e com tamanhos variando de 14 a 26 cm, 
servindo para cortes de tecidos mais delicados) e a de Mayo (reta ou curva, com pontas rombas ou semi-agudas, 
variando de 14 a 22 cm, mais 
“encorpada” e mais específica para 
corte de tecidos resistentes, como 
aponeuroses). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dentre os outros tipos de tesouras, podemos citar: 
I. Mayo-Stille e Mayo-Harrington; 
 
Figura 14 – Mayo-Stille reta. 
Figura 13 – Diferenciação das tesouras 
de dissecção de Mayo (superior) e de 
Metzenbaum. 
 8 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
 
Figura 15 – Mayo-Harrington reta. 
II. Format padrão ou standart; 
III. Boyd; 
IV. Deaver; 
V. Lahey; 
VI. Joseph; 
VII. Kelly; 
VIII. Sistrunk; 
IX. Stevens. 
 
Figura 16 – A- padrão curva; B- Boyd curva; C- Joseph reta; D- Joseph curva. 
Tesouras Específicas 
 Desenhadas para operações e ações bem específicas, geralmente não usadas fora desse contexto. São as 
principais: 
 Baliu – uso ginecológico; 
 Potts e Dietrich (cirurgia vascular); 
 Com cateterização mono ou bipolar. 
 9 
 Material Cirúrgico 4 
 
Figura 17 – Tesouras específicas de Baliu (A), Dietrich e Potts (B) e Metzenbaum com cauterização (C). 
Tesouras Fortes 
 As tesouras fortes são usadas para incisão de tecidos rígidos, resistentes e espessos, bem como para cortar 
bandagens. São eles: 
 Doyen; 
 Ferguson; 
 Lister; 
 Mayo-Noble; 
 Reynolds; 
 Para fios de aço. 
 
Figura 18 – Tesouras fortes, de Lister (A) e para fios de aço (B). 
Tesoura para Retirada de Pontos Cirúrgicos 
 Utilizam-se as: 
 Spencer; 
 Littauer; 
 O’Brien. 
 10 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
 
Figura 19 – Tesoura para retirada de pontos (de Spencer). 
 
Figura 20 – Solicitação de tesoura reta (A e B) e curva (C e D), assim como a maneira de entrega-la. 
INSTRUMÉNTOS AUXILIARÉS 
 Durante diversos períodos de uma operação são necessários uma grande gama de instrumentos que não 
servem para diérese, hemostasia ou síntese, sendo usados para auxiliar algum desses processos (em geral a 
diérese). Esses “produtos” são chamados de instrumentos auxiliares, servindo principalmente para uma correta 
exposição do campo cirúrgico. Alguns são aplicados nos próprios campos (como a pinça de Backau) e outros nas 
estruturas do indivíduo (como as pinças de dissecção). 
Pinças de Dissecção 
 São pinças tipo mola (chamadas também de pinças elástico), semelhantes a hashis da cultura oriental, com a 
parte interior preensora apresentando marcações estriadas ou serrilhadas (com ou sem dentes em sua região mais 
distal). Aquelas pinças que não apresentam o dente são chamadas de pinças anatômicas ou pinças de dissecção, 
servindo para estruturas muito delicadas (vasos, nervos, paredes viscerais). Já se a pinça apresentar o dente ela é 
 11 
 Material Cirúrgico 4 
chamada de pinça dente de rato, sendo indicada para manipular tecidos mais resistente, como pele (não usar 
anatômica pelo risco grande de isquemia), aponeuroses. 
 
Figura 21 – Dois principais tipos de pinças, a anatômica (A) e dente de rato (B). 
 Outros tipos secundários de pinças são: 
 Adson (trauma tecidual mínimo); 
 Adson-Brown; 
 Cushing (áreas profundas sem muita exposição); 
 De Backey (aplicação de preensão em tecidos delicados, cirurgia vascular); 
 Graef, Lucae, Nelson, Potts0Smith; 
 Mayo-Russa (pressão tecidual o mais atraumaticamente possível). 
 
Figura 22 – Pinças secundárias: Adson (A), Adson com dentes (B), Adson-Brown (C), Cushing (D), De Backey (E), Lucae (F), Mayo-Russa (G) e 
Nelson (H). 
 12 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
 Todas essas pinças (em especial as anatômicas) podem apresentar um recobrimento distal de vídio, para 
deixar a preensão ainda mais atraumática. Em geral a pinça de preensão é manuseada como um lápis, na mão 
esquerda (pois é um instrumento auxiliar). Outras formas de manuseio não são recomendadas (somente em 
situações muito especiais). 
 
Figura 23 – Formas de manuseio da pinça, habitual (A), sem apoio (B) e espalmada (C). 
 
 
Figura 24 – Forma correta de pedir uma pinça de dissecção. Em A temos o sinal de pinça anatômica e em B o de dente de rato. 
Tentacânula 
 É um instrumento de 15 cm de comprimento, com múltiplas aplicações. Uma de suas extremidades 
apresenta fenestrações que são boas para um cote de “freios”da língua e do lábio (essa estrutura é inserida no meio 
da peça). Na outra extremidade temos uma ponta com dois lados, um côncavo e outro convexo. O primeiro é 
utilizado para realização de incisões retilíneas, enquanto o convexo é muito utilizado em operações sobre unhas. 
 13 
 Material Cirúrgico 4 
 
Figura 25 – Tentacânula, face côncava (A) e convexa (B). 
Estiletes 
 Em geral utilizados para operações específicas, sendo os 
principais o biolivar, ginecológico, otológico e o histológico. 
Afastadores 
 São essenciais para uma correta exposição do campo. São 
divididos em afastadores da parede ou do centeúdo intracavitário; em 
manuais (ou dinâmicos) e auto-estáticos (autofixantes). 
Afastadores Mecânicos de Parede 
 O mais frequente de todos são os de Farabeuf, que são 
afastadores de mão com hastes de comprimento e largura variáveis. 
 Outros afastadores desse tipo que são usados: Gillies, Guthrie, Langenbeck, Volkman, Rollet ou de Blair-
Rollet. 
 
Figura 27 – Afastadores de superfície secundários: Gillies (A), Senn-Muller (B), Langenback (C), Volkman com garra aguda (D), Volkman com 
quatro garras (E). 
Figura 26 – Afastador de Farabeuf. 
 14 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
 
Figura 28 – Maneira correta de pedir o afastadore de Farabeuf, assim como entrega-lo (C). 
Afastadores Mecânicos de 
Cavidade 
 Os principais são o 
Deaver, Doyen, Harrington, Sick 
(afastador de fígado) e lâminas 
flexíveis ou maleáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 30 – Sinal correto para o afastador de Doyen (A) e como entrega-lo (B). 
Afastadores de Superfície Auto-Estáticos 
 Os principais são: Gelpi, Mayo-Adams, Weitlaner, sendo que não são muito utilizados. 
Afastadores Auto-Estáticos de Cavidade 
 Os mais utilizados são: Balfour (operações abdominais, podendo separar conjuntamente a parede inferior da 
superior com a inserção de uma lâmina de Doyen), Gosset (afastamento de laterais do abdome), Finochetto 
(cirurgias torácicas). 
Figura 29 – Principais afastadores de cavidade, Deaver (A), Doyen (B), lâmina de Doyen e lâmina flexível 
(D) 
 15 
 Material Cirúrgico 4 
 
Figura 31 - Afastadores de Balfour (A), Gosset pequeno (B), Gosset grande (C) e Finocheto (D). 
 
Figura 32 – Gestos para afastador de cavidade (A, B e C) e maneira correta de entrega-lo (D). 
Afastadores Especiais 
 Geralmente utilizados para grandes operações abdominais, sendo os principais: Kirschner, Smith e 
Bookwalter. 
 16 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
HÉMOSTASIA 
 Hemostasia, proveniente do grego 
haimóstasis, representa o conjunto de ações 
destinadas a prevenir ou parar uma hemorragia. 
Todos os pontos aqui citados são de extrema 
importância para operação, mas talvez essa parte 
seja a mais relevante, já que uma falha pode cursar 
com o óbito do paciente. Para uma melhor 
compreensão da dinâmica hemostática é 
interessante classificarmos os tipos de hemostasia. 
Tipos de Hemostasia 
 A hemostasia pode se dividir em temporária 
(redução do fluxo temporariamente) ou definitiva (de 
modo definitivo, pelo menos em teoria) assim como 
em preventiva (a fim de não ocorrer) ou corretiva (já ocorreu e deseja-se parar). Serão descritos agora as técnicas 
específicas para cada uma delas. 
Hemostasia Temporária 
Compressão 
 É definida como a manobra em que se performa certo grau de pressão sobre o local da hemorragia (feita 
normalmente pelo primeiro auxiliar). Isso pode ser feito com seu próprio dedo (como na manobra de Pringle, em que 
se comprime o pedículo hepático) ou com uma gaze. De qualquer maneira, a fundamentação teórica baseia-se na 
criação de um coágulo temporário que fecha a hemorragia (além de certo colabamento do vaso). 
 Os gazes e compressas também podem ser usados para enxugar o campo cirúrgico, com a finalidade de 
melhorar a exposição do campo. Devem ser usados materiais secos, sendo dispensados após estarem com 2/3 de 
seu corpo encharcado. Deve haver um controle bem rigoroso com a quantidade de gazes utilizados, tanto por uma 
questão econômica como pelo perigo de deixar algum corpo estranho no paciente. 
 Existem ainda certos tipos de gazes, chamadas de gazes dissectoras, utilizadas para dissecção romba 
(enroladas e pequenas). 
Pinçamento de Vaso Sangrante 
 Utiliza-se uma pinça hemostática para pinçamento do vaso. A técnica e o material usado serão 
exemplificados mais tarde. 
Clampeamento de Tronco Vascular 
 Em geral utiliza-se para vasos de calibre grosso, sendo aplicadas pinças hemostáticas atraumáticas ou 
clampes tipo bulldog que visam manter um determinado local do vaso sem sangue (pelo menos fluxo). Também 
podem ser utilizados finas alças de tecido elástico atraumático, denominados vessel-loop. 
Garrote ou Torniquete 
 Em geral não é utilizado no procedimento, apenas antes dele (em uma emergência, por exemplo). Deve-se 
prender um material elástico ou uma faixa na raiz do membro que se deseja garrotear, com função de pressionar os 
vasos contra uma estrutura óssea, limitando seu fluxo. 
 Outros matérias (agora mais usados no CC) são o manguito (insuflar em 50 a 70 mmHg acima da pressão 
sistólica no MMSS, e de 90 a 100 no MMII) faixas de Esmarch. De qualquer maneira, essa repressão ao fluxo 
sanguíneo deve ser de no máximo 60 minutos, com liberação de 10 a 30 minutos (intervalo). 
 
Tabela 1 – Subdivisão dos tipos de hemostasia. 
 17 
 Material Cirúrgico 4 
Posicionamentos 
 Algumas posições específicas em que o paciente fica auxiliam a diminuição ou até a parada na hemorragia ( 
como a de Trendelanberg, que diminui a hemorragia em MMII). Essas posições são extensamente discutidas no 
próximo capítulo. 
Hemostasia Medicamentosa 
 Pode ser obtida pelo uso local de vasoconstritores, como adrenalina, ou pela administração endovenosa de 
hipotensores, tipo nitroprussiato de Na. 
Hemostasia Definitiva 
 Os métodos mais utilizados atualmente são: ligadura de vasos, clampeamento, cauterização, obstrução ou 
coagulação tópicas e tamponamento compressivo. 
Ligadura 
 Geralmente esse tipo de procedimento é feito de forma preventiva, com utilização de fio cirúrgico. Processa-
se da seguinte forma: disseca-se adequadamente o vaso desejado; passa-se um fio cirúrgico sob o vaso com o 
auxílio de uma ppinça hemostática curva; dá-se o nó nas duas extremidades (com dois fios distintos) e de forma que 
cada nó fique distante um do outro (para possibilidade de juntar após o procedimento) e corta-se o vaso entre esses 
dois fios. Caso o vaso seja muito grande, pode-se colocar outro fio de modo preventivo. 
 
Figura 33 – Passos para ligadura de vaso com fio cirúrgico. 
 18 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
 
Figura 34 – Gestos (A e C) para pedir fio cirúrgico e maneira de entrega-lo (B). 
Clipe 
 É uma maneira alternativa a ligadura (que tambémpode ser feita com pinças, ao invés de fios cirúrgicos). 
Esse material dá mais agilidade à operação, sendo muito importantes para campos operatórios exíguos. 
Tamponamento por Compressas 
 Utilizadas quando o sangramento é muito intenso, sendo umedecidas em soro fisiológico estéril e frio. Em 
alguns casos deve-se aplicar compressas e continuar a cirurgia após 24 a 48 horas, tempo suficiente para 
diminuição/parada da hemorragia. 
 
Figura 35 – Maneira de solicitação de gaze individual (A e C) e gaze montada (D, E e F). 
 19 
 Material Cirúrgico 4 
Pinças Hemostáticas 
 Essas pinças são de preensão contínua, sendo manuseadas da mesma forma que tesouras. Suas garras 
devem conter obrigatoriamente ranhuras que propiciam a preensão de vasos sanguíneos sangrantes (além de 
classifica-las e diferenciá-las). 
 Os principais tipos de pinças são: 
 Kelly: serrilhado transversal em 2/3 da garra, com 13 a 15 cm de comprimento; 
 Crile: serrilhado transversal em toda garra, com 14 a 16 cm de comprimento; 
 Mixter: pontas anguladas (semelhante a um “J”), serrilhado transversal na metade superior da garra, 
de 18 a 35 cm (a menor também é chamada de baby mixter); 
 Kocher: inicialmente idealizadas para hemostasia, mas por serem muito traumáticas são utilizadas 
como clampe grosseiro de tecidos fibrosos. Elas apresentam serrilhado por toda ponta, com dentes 
associados; 
 Outras: Adson, Halsted, Hartmann-Halsted, Schnidt. 
 
 
Figura 36 – Principais pinças hemostáticas usadas: Kelly curva (A), Crile reta (B), Halsted (C), Hartmann-Halsted (D), Schidnt (E) e Mixter (F). 
 As pinças hemostáticas por excelência são na realidade as curvas, sendo que as retas são utilizadas 
somente para função de reparo. Em alguns casos, até mesmo as pinças hemostáticas menores e mais delicadas 
 20 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
podem lesionar o vaso (especialmente aqueles muito pequenos). Nesses casos utiliza-se um ecapamento das 
garras, com material semelhante ao usado no vessel-loop. 
 
Figura 37 – Maneira principal de solicitação de pinça curva (A), reta (B) e sua entrega (C). Geralmente as pinças curvas podem ser pedidas de 
outras maneiras (D e E). 
Clampes Vasculares 
 Utilizados para uma oclusão temporária da luz do vaso. Os principais (diferenciados pela conformidade do 
serrilhado) são os: De Backey, Cooley, Potts e o serrilhado duplo cruzado. 
 
 
 
 
 
 
Figura 38 – Diferenciação de clampes vasculares ao lado (Cooley, A, 
Castañeda, B, serrilhado duplo cruzado, C, e De Backey, D), assim como pinça 
Kocher curva (acima, B). 
 21 
 Material Cirúrgico 4 
Bulldogs 
 São pequenos clampes muito úteis para o manuseio de vasos de pequeno calibre. Os principais são os De 
Backey, Dietrich, Glover e Wood. 
 
Figura 39 – Clampes Bulldogs De Backey (A) e Dietrich (B). 
 
Figura 40 – Clampes vasculares De Backey (A, B e C) e de Satinsky (D). 
Clampes Gastrointestinais 
 São utilizados nas técnicas de 
ressecção de segmentos do TGI para 
evitar o manuseio de secreções. Podem 
ser divididos em traumáticos e 
atraumáticos. 
 Os clampes atraumáticos são: 
Allen, Brunner, Doyen, Kocher, Péan e 
Schudder. Já os clampes traumáticos 
utilizados é o de Payr, utilizado nas 
ressecções gástricas subtotais. 
 
 
Figura 41 – Camples de Doyen (A e B) 
e de Kocher (D e C). 
 22 
I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
Outras Pinças de Preensão 
 Utilizados na manipulação de tecidos e vísceras assim como na instrumentação do campo. Os principais na 
manutenção de estruturas relacionadas ao campo são: Foerster (pinça coração) e Collin, ambos para passagem da 
gaze com material antimicrobiano (alguns as chamam de pinças de pintura); e a pinça Backau (para fixação das 
pontas do campo). 
 
Figura 42 – Pinça Foerster coração (acima) e Backau (dir). 
 Outras pinças que merecem menção são: Allis, Babcock, Duval. 
 
Figura 43 – Pinças: Allis (A), Babcock (B), Duval-Collin (D), Collin (C), Duval-Collin com vídia (E) e Foerster (F). 
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 Material Cirúrgico 4 
 
Figura 44 – Solicitação (A) e entrega (B) de pinça Allis. 
SI NTÉSÉ 
 É o conjunto de manobras destinadas à reconstituição anatômica e/ou funcional de um tecido ou órgão, 
consistindo etapa obrigatória na maioria dos procedimentos cirúrgicos. As bordas das feridas devem sempre estar 
justapostas e a melhor forma de síntese (vista posteriormente) deve ser considerada de acordo com a estratégia 
cirúrgica escolhida. 
 Existem alguns tipos de síntese: 
 Síntese imediata (realizada sempre que possível, com síntese total da ferida); 
 Síntese tardia: síntese parcial, dividida em: 
o Cicatrização por segunda intenção ou secundária: quando se dá naturalmente; 
o Cicatrização por terceira intenção ou primária retardada: por aproximação de bordas após 
melhora inicial. 
Esse procedimento quase sempre é realizado com fios cirúrgicos, com ou sem utilização de prótese, ou ainda 
com a utilização de fitas adesivas ou colantes, sem o emprego de suturas (ver em capítulos posteriores). 
 Existem condições que são imprescindíveis para realização de uma boa síntese, dentre elas: assepsia e anti-
sepsia; bordas regulares; hemostasia; uso de material apropriado; e técnica adequada. 
Instrumentos 
 O equipamento para realização dessa etapa cirúrgica é o porta agulha. Ele é semelhante a uma tesoura (sua 
utilização se faz da mesma maneira), retos e apropriados para rotação em seu próprio eixo. Podem ser delicados, 
semi-delicados ou fortes (robustos), sendo a escolha baseada no tipo de sutura e agulha. Seu tamanho varia com o 
local em que se quer realizar a síntese, com grande número de variações disponíveis. O principal deles é o porta 
agulha Mayo-Hegar, com ou sem ponta de vídia. 
 
Figura 45 – Porta agulha Mayo-Hegar, sem (A) e com ponta de vídia (B). 
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I Introdução e Conceitos Básicos - TO 
 
Figura 46 – Sinais de solicitação de porta agulha reparado (A e B) e sua entrega (C). 
 Existem muitos outros subtipos de porta agulhas, mas que fogem do escopo desse capítulo, em que 
apresenta apenas os PRINCIPAIS instrumentos cirúrgicos. 
MÉSA CIRU RGICA 
 É rotina a montagem da mesa cirúrgica, observando-se regras para a distribuição dos instrumentais 
cirúrgicos: o material de diérese permanece no canto inferior esquerdo; o de síntese no canto superior esquerdo; o 
material de hemostasia e preensão no meio da mesa, inferiormente, sendo os afastadores no canto superior, 
conforme ilustra a figura abaixo. 
O instrumental cirúrgico é previamente esterilizado por técnicas pré-estabelecidas. A montagem da mesa é 
feita pelo auxiliar e pelo instrumentador que deverão fazê-la de uma forma a amenizar o trabalho do cirurgião 
tornando-o mais agradável e prático, para que este possa se concentrar totalmente no ato a ser executado. A mesa 
poderá ser montada tanto dadireita para a esquerda quanto vice-versa dependendo da posição do cirurgião. 
 
Figura 47 – Disposição comumente usada para mesa de Mayo. 1 – diérese; 2 – hemostasia; 3 – síntese e exérese; - 4 – auxiliar. O 2 pode ser 
trocado pelo 3 em certos casos. 
QUÉSTO ÉS 
1) Defina diérese, hemostasia e síntese e diga qual sua relação com procedimento cirúrgicos em geral. 
2) Discuta sobre os objetivos da diérese/hemostasia/síntese e como ocorre (desde seu planejamento até sua 
execução). 
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 Material Cirúrgico 4 
3) Quais são os principais equipamentos utilizados na diérese/hemostasia/síntese, quais suas variações 
principais e suas funções. 
4) Discuta e defina os sinais para os equipamentos na diérese/hemostasia/síntese e como eles devem ser 
manuseados. 
5) Quais são os subtipos, e como ocorrem, da hemostasia; 
6) Defina, discuta, intercolerrelacione e exemplifique os materiais usados como instrumentais auxiliares, 
conquanto sua utilização, função, definição e subtipo. 
7) Discuta sobre a estruturação de mesa de Mayo e suas finalidades. 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. Goffi FS. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas da cirurgia. 4ª ed. Rio de 
Janeiro: Atheneu; 2001. 
2. Marques, Ruy Garcia. Técnica operatória e cirurgia experimental. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2005.

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