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www.cers.com.br ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS Língua Portuguesa Edvaldo Ferreira 1 AULA 01 Concordância Verbal 01 (FCC - TRF - 3ª REGIÃO / 2014 ) As regras de concordância estão plenamente respeitadas em: a) O crescimento indiscriminado que se observa na cidade de São Paulo fazem com que alguns de seus bairros sejam modificados em poucos anos. b) Devem-se às múltiplas ofertas de lazer e cultura a atração que São Paulo exerce sobre alguns turistas. c) Apesar de a cidade de São Paulo exibir belas alamedas arborizadas, deveriam haver mais áreas verdes na cidade. d) O ruído dos carros, que entram pelas janelas dos apartamentos, perturbam boa parte dos paulistanos. e) Na maioria dos bairros de São Paulo, encontram-se referências culinárias provenientes de diversas partes do planeta. REGRA GERAL O verbo concorda com o sujeito, observando 1. SUJEITO SIMPLES: núcleo do sujeito no singular, verbo no singular; núcleo do sujeito no plural, verbo no plural (o verbo varia em número e pessoa, con-cordando com o sujeito). Exemplos: a) Os livros, sobre a mesa, garantem oportunos esclarecimentos. b) Tu não és sincero, Pedro. 2. SUJEITO COMPOSTO ANTEPOSTO AO VERBO: o verbo concorda com todos os núcleos (concordância lógica), sendo geralmente empregado na 3ª pessoa do plural. Todavia, se os núcleos forem sinônimos, também pode ser feita a concordância atrativa (verbo concordando com o núcleo mais próximo). Exemplos: a) O professor e o coordenador, para maior cobrança do conteúdo, aplicaram uma prova subjetiva. b) Inquietude e desassossego levam qualquer um a enfermidades. 3. SUJEITO COMPOSTO APÓS O VERBO: o verbo concorda com todos os núcleos (concordância lógica). Também podemos empregar a concordância com o núcleo mais próximo (não é preciso que os núcleos sejam sinônimos). Exemplos: a) Corriam pelas escadas do prédio, em meio ao horário para início das provas, Estácio e Helena. b) Assusta‑nos, de fato, seu tom de voz, cujo timbre lembra um senhor feudal, e seu olhar, cuja firmeza parece uma lança sobre nosso peito. ALERTA: Se os núcleos do sujeito forem constituídos por termos antô-nimos (ideias contrárias), a concordância só pode ser com todos os núcleos (concordância lógica), exigindo o emprego da 3ª pessoa do plural. Existem, Renata, amor e ódio em suas ações. CASOS ESPECÍFICOS 1. SUJEITO SEGUIDO DE ADVERBIAL DE COMPANHIA: verbo concorda com o núcleo do sujeito. A concordância com o núcleo do sujeito e com o núcleo do adjunto adverbial de companhia, ao mesmo tempo, também é correta. Porém, se o adjunto adverbial de companhia estiver entre vírgulas, a concordância só pode ser com o núcleo do sujeito. Exemplos: a) O fiscal com o diretor foi ao setor de produção. b) O fiscal com o diretor foram ao setor de produção. www.cers.com.br ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS Língua Portuguesa Edvaldo Ferreira 2 c) O fiscal, com o diretor, foi ao setor de produção. 2. O CONECTIVO “OU” INTEGRANDO O SUJEITO: esse conectivo con-textualiza inclusão e exclusão (ou retificação). Havendo exclusão ou retificação, a concordância será com o núcleo mais próximo (Flávia ou Márcia será a presidenta neste próximo período de gestão do clube / O ladrão ou os ladrões não deixaram as impressões digitais / Não foi visto o autor ou os autores do delito). Havendo inclusão, o verbo irá para o plural, mantendo relação com todos os referentes (Apenas Deus ou Jesus podiam ajudar aquela gente). 3. NÚCLEOS DO SUJEITO LIGADOS POR “NEM”: sujeito formado por núcleos no singular unidos pela conjunção “NEM”, o verbo é empregado no plural, comumente. Exemplos: a) Nem o dinheiro nem o vigor distanciam Murilo de seus amigos. b) Nem o tio nem o pai tinham notado a ausência da criança. ALERTA: Prefira a concordância no singular quando o verbo vier antes do sujeito. c) Na sala, durante a aula de informática, não se rejeita exercício, nem exposição teórica. d) Não o chamei eu nem minha filha. Ele veio sem avisar. 4. SUJEITO CONTEXTUALIZADO POR PARALELISMOS COMO “NÃO SÓ… MAS TAMBÉM”, “NÃO SÓ … COMO TAMBÉM, “TANTO… COMO” ETC.: a concordância será no plural. Exemplos: a) Não só Marcelo mas também o assistente da direção colaboraram bastante. b) Tanto o clube como o sindicato fortaleceram as iniciativas da comunidade. c) Tanto o professor quanto o representante daqueles alunos insistem no recurso. 5. SUJEITO COMPOSTO SEGUIDO DE TERMOS COMO “TUDO”, “NADA”, “NINGUÉM”: a concordância será com o pronome resumidor. Exemplos: a) Provas, testes, exercícios, simulados, tudo proporcionou sua aprovação. b) A disciplina, a perseverança, o esforço, tudo contribuiu para o êxito alcançado. c) Feriados, dias prensados, festas, finais de semana, nada o afastou da preparação. 6. SUJEITO ORACIONAL: a concordância, no geral, exige a 3ª pessoa do singular. Porém, se o sujeito oracional for composto e seus núcleos trouxerem verbos antônimos (ideias contrárias), temos de usar a concordância na 3ª pes-soa do plural. Exemplos: a) Chorar e rir, durante nossas vidas, documentam nossas sensações e aprendizagens. b) É indispensável que todos participem dos torneios. 7. COLETIVO INTEGRANDO O SUJEITO: a concordância exige a 3ª pessoa do singular. Mas se o coletivo vier seguido de um determinante, podemos tam-bém apresentar a concordância com o determinante (concordância atrativa). Exemplos: a) A maioria dos candidatos resolveu aquela questão. b) Um bando de selvagens invadiram todo o sítio e se apropriou dos pertences dos trabalhadores rurais. ALERTA: Se o coletivo não vier seguido de determinante, empregue o verbo na 3ª pessoa do singular. Somente quando o verbo estiver distante do coletivo é possível a concordância www.cers.com.br ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS Língua Portuguesa Edvaldo Ferreira 3 ideológica (verbo no plural concordando com a ideia de plural que o coletivo expressa em sua espontaneidade). Exemplos: a) A multidão pretendia reação iminente. (Apenas é possível o uso da 3ª pessoa/singular) b) A multidão pretendia reação iminente. Mas, conforme orientação de líderes comunitários, esperou instruções. (Podemos substituir “esperou” por “esperaram”) 8. “UM E OUTRO”, “NEM UM NEM OUTRO” INTEGRANDO O SUJEITO: verbo no plural. Exemplos: a) Um e outro leram a carta. b) Após as provas, nem um nem outro conferiram o gabarito. 9. “UM OU OUTRO” INTEGRANDO O SUJEITO: verbo no singular. Exemplos: a) Disse‑lhe que um ou outro livro é oportuno. b) Uma ou outra pode garantir o resultado desejado. 10. “MAIS DE UM” INTEGRANDO O SUJEITO: a concordância é com o núcleo do sujeito. Exemplos: a) Mais de um candidato faltou. (O núcleo do sujeito é “candidato”) b) Mais de um coordenador, mais de um professor foram ao evento Obs.: Havendo reciprocidade, verbo no plural. Confira o exemplo abaixo: c) Mais um candidato se abraçaram diante da lista de aprovados no certame. 11. SUJEITO SENDO OS PRONOMES RELATIVOS “QUEM” e “QUE”: Exemplos: a) Fui eu que fiz o texto. b) Fui eu quem fez o texto. c) Fui eu quem fiz o texto. 12. “UM DOS QUE”, “UMA DAS QUE”: empregue o verbo no singular ou no plural. Exemplos: a) Quanto aos convidados, Pedro foi um dos que dançou com Paula na festa. b) Quanto aos convidados, Pedro foi um dos que dançaram com Paula na festa. 13. SUJEITO CONSTITUÍDO POR PRONOME INDEFINIDO SEGUIDODE UM DETERMINANTE: a concordância pode ocorrer com o pronome indefinido ou com o determinante, se o pronome indefinido estiver no plural. Mas se o pronome indefinido estiver no singular, a concordância verbal não pode ocorrer com o determinante. São comuns pronomes indefinidos: ALGUNS, POUCOS, OUTROS, QUAIS. Exemplos: a) Alguns de nós iremos ao evento (ou “… irão ao evento”) c) Algum de nós irá ao evento. d) Nenhum de vós a encontrou animada. e) Qual dos alunos fará a apresentação do trabalho? 14. TERMOS PLURALÍCIOS FAZENDO PARTE DO SUJEITO: o verbo fica na 3ª pessoa do plural, quando os termos empregados apenas no plural (como ESTADOS UNIDOS, ANDES, CAMPINAS, Minas Gerais) vierem precedidos de artigo no plural. Neste caso, os próprios termos pluralícios constituirão o núcleo do sujeito. Exemplos: a) Os Estados Unidos procuram terroristas no Iraque. www.cers.com.br ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS Língua Portuguesa Edvaldo Ferreira 4 b) Os Andes espelham expressiva beleza natural da Venezuela à Terra do Fogo. * Sendo nome de obra artístico-literária, a flexão do verbo será no singular ou no plural. c) Os Lusíadas contextualizam (ou contextualiza) as navegações portuguesas. 02 (FCC - TRT - 16ª REGIÃO (MA)/ 2014 ) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher corretamente a lacuna da seguinte frase: a) ...... (ganhar) proeminência, entre as convicções de Montesquieu, a de que Deus nunca se afasta em definitivo de suas criaturas, ainda quando estas o esqueçam. b) Às leis imutáveis do mundo físico não se ...... (ater) a legislação dos homens, caracterizada muitas vezes pela inconstância e pela dificuldade de cumprimento. c) Dado que não ...... (competir) aos homens governar o mundo natural, deveriam eles buscar governar a si mesmos do modo mais justo e mais eficiente possível. d) Montesquieu lembra que ...... (dever) caber aos filósofos alertar os homens para não se esquecerem das leis morais que devem ser cumpridas. e) ...... (atuar) claramente nesse texto, onde tão bem se representa o pensamento de Montesquieu, os conceitos fundamentais de mundo físico e mundo inteligente. 15. CONCORDÂNCIA NA VOZ PASSIVA SINTÉTICA: ocorre a voz passiva sintética com verbos transitivos diretos + SE ou com verbos transitivos diretos e indiretos + SE. Nesse caso, o objeto direto passa a ser sujeito. E, obviamente, aplica‑se a regra geral, ou seja, verbo concorda com seu sujeito. Exemplos: a) Aluga‑se sala. (“sala” é o sujeito, exigindo o verbo na 3ª pessoa/singular) b) Alugam‑se salas. (“salas” é o sujeito, exigindo o verbo na 3ª pessoa / plural) c) Estão‑se, conforme orientação da direção, senhores, para garantir maior produção no semestre, obtendo mais informações sobre as sementes. 16. A CONCORDÂNCIA COM VERBOS ASSEGURANDO O “SE” COMO ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO: isso se dá com verbos transitivos indiretos, intransitivos e verbos de ligação. Empregue o verbo na 3ª pessoa do singular. Exemplos: a) Trabalha‑se bastante naquela região. b) Necessita‑se de orientações para a prova. c) É‑se amável. ALERTA: Com verbos transitivos diretos, acompanhados do pronome “SE”, se o objeto direto for preposicionado, teremos índice de indeterminação do sujeito. Nesse caso, o verbo estará na voz ativa e o verbo terá de ficar na 3ª pessoa do singular. d) Ama‑se a Deus. e) Pegou‑se das informações privilegiadas. Como consequência, a ascen-são da empresa no mercado internacional. 17. SUJEITO FORMADO POR PESSOAS DISTINTAS: trata‑se de sujeito composto. Como o verbo não pode se relacionar com todos os núcleos ao mesmo tempo, deve‑se buscar o pronome precedente para a concordância. A 1ª pessoa precede as demais pessoas. E, claro, a 2ª pessoa precede a 3ª pessoa. Logo, o pronome “EU” precede as demais pessoas. Já o pronome “TU” precede o pronome “ELE”. Exemplos: a) Tu, eu e ela iremos ao clube amanhã. b) Murilo e eu somos as únicas pessoas sinceras neste grupo. c) Ele e tu ireis cedo. d) Ele e tu irão cedo. 18. PRONOME DE TRATAMENTO CONSTITUINDO O SUJEITO: exige a concordância na 3ª pessoa. Estando o www.cers.com.br ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS Língua Portuguesa Edvaldo Ferreira 5 pronome de tratamento no singular, empregue o verbo na 3ª pessoa do singular; estando o pronome de tratamento no plural, use o verbo na 3ª pessoa do plural. Exemplos: a) Vossas Excelências pediram mais detalhes sobre o caso. b) Vossa Santidade quer a paz entre os povos. Mas está difícil entre alguns. 19. VERBOS IMPESSOAIS: são verbos com sujeito inexistente. Ei‑los: verbo HAVER, no sentido de EXISTIR; verbos que expressam fenômenos naturais (cho-ver, anoitecer, nevar etc.); verbo FAZER indicando tempo decorrido. Empregue esses verbos na 3ª pessoa do singular. Exemplos: a) Houve alguns itens incorretos no projeto. b) Deve haver algumas questões pendentes ainda. c) Há de haver soluções plausíveis. d) Faz seis dias, apenas. 20. HAJA VISTA: há quatro construções corretas. Confira: a) Hajam vista os anúncios ... b) Haja vista os anúncios ... c) Haja vista aos anúncios ... 21. OS VERBOS BATER, SOAR e DAR: contextualizando HORAS, a concor-dância desses três verbos é com o sujeito. Confira: Exemplos: a) Deram quatro horas no relógio. b) Soou uma hora. c) Bateu uma e meia. Vamos! ALERTA: não confundir com “Deu quatro horas o relógio”, pois passamos a ter “relógio” como núcleo do sujeito. 22. CONCORDÂNCIA DO VERBO SER: 22.1. Os pronomes TUDO, O, ISTO, ISSO, AQUILO sendo o sujeito, o verbo SER concorda com o predicativo ou com o próprio sujeito. Tudo são (é) apenas sugestões. Aquilo eram (era) desassossegos da alma. Tudo isto foram (foi) ilusões do passado. O que dificultava eram (era) as risadas inconvenientes de Dr. Artur. 22.2. Sendo o sujeito um nome de coisa, no singular, e o predicativo um substantivo no plural, o verbo SER concorda com o predicativo. A casa são umas tábuas velhas. Vida de escritor não são céus estrelados. Sua sorte foram aquelas almas boas. 22.3. Ao indicar HORAS, o verbo SER é impessoal, mas terá sua concordância com o número de horas. É uma hora. São oito horas. Deve ser uma é dez. 22.4. Ao indicar DATA, o verbo SER é impessoal. Concorda com o núcleo do adjunto adverbial de tempo (geralmente esse núcleo fica implícito). Hoje é 10 de junho de 2014. Hoje são 10 de junho de 2014. * Sendo o primeiro dia de um mês, empregue número ordinal (Hoje é 1º de maio de 2014) 22.5. Ao contextualizar DISTÂNCIA, o verbo SER é impessoal. Confira a concordância: Da minha casa à estação são dois quilômetros. Do escritório à loja é uma légua apenas. www.cers.com.br ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS Língua Portuguesa Edvaldo Ferreira 6 22.6. Nas locuções “é muito”, “é pouco”, “é mais que”, “é suficiente”, “é menos do que”, “é mais do que”, cujo sujeito contextualize quantidade, medida, preço, temos: Três mil reais é pouco. Os três mil reais são suficientes. www.cers.com.br ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS Língua Portuguesa Edvaldo Ferreira7 GABARITO 01. E 02. E
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