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Segurança do Trabalho Revisão p/ AV2 História da Segurança do Trabalho 1 – A ANTIGUIDADE: O trabalho era considerado uma atividade vil, destinado às camadas mais baixas da sociedade, portanto carentes de proteção. Em seus escritos, Hipócrates (460-375 a.C.), o Pai da Medicina, relatou a existência de moléstias entre mineiros e metalúrgicos, mas não havia qualquer referência ao ambiente de trabalho e à atividade em si mesma. No entanto, os historiadores apontam que foi Lucrécio, um século antes do início da Era Cristã, quem inicialmente marcou a preocupação pela patologia do trabalho, com observações relativas aos trabalhadores do interior das minas. 2 – A IDADE MODERNA: Durante a Idade Moderna surgiram novas investigações relacionadas aos sinistros e doenças do trabalho. Em 1556, Georgius Agrícola publicava o livro "De Re Metallica", onde foram estudados diversos problemas relacionados à extração de minerais argentíferos e auríferos e à fundição da prata e do ouro. Esta obra discute os acidentes do trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros. Em 1697 surge a primeira monografia sobre as relações entre trabalho e doença, de autoria de Paracelso: "Von Der Birgsucht Und Anderen Heiten". São numerosas as citações nesta obra relacionando os métodos de trabalho e substâncias manuseadas com as doenças. Em 1700 foi publicado, na Itália, um livro que iria ter notável repercussão em todo o mundo. Tratava-se da obra "De Morbis Artificum Diatriba" de autoria do médico Bernardino Ramazzini que, devido à mesma, é considerado o "Pai da Medicina do Trabalho". Nessa importante obra, verdadeiro monumento da saúde ocupacional, são descritas cerca de 100 profissões diversas e os riscos específicos de cada uma. Um fato importante é que muitas dessas descrições são baseadas nas próprias observações clínicas do autor, que nunca se esquecia de perguntar ao seu paciente: "Qual a sua ocupação? ” 3 – A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: Nessa época, a causa prevencionista ganhou um grande adepto, o romancista inglês Charles Dickens que, através de críticas violentas, procurava a todo custo condenar o tratamento impróprio que as crianças recebiam nas indústrias britânicas. Pouco a pouco, a legislação foi se modificando até chegar à teoria do risco social: a doença e o acidente do trabalho são riscos inerentes à atividade profissional exercida em benefício de toda a comunidade, devendo esta, por conseguinte, amparar as vítimas. No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a nossa Revolução Industrial e, embora já tivéssemos a experiência de outros países, atravessamos os mesmos percalços, ainda que em menor escala, o que fez com que em 1970 se falasse que o Brasil era o campeão mundial de acidentes do trabalho. Embora o assunto fosse pintado com cores muito sombrias, a situação que enfrentávamos era, de fato, lamentável. Ao mesmo tempo, pudemos vislumbrar um futuro mais promissor, que só foi possível pelo esforço conjunto de todos: trabalhadores, empresários, técnicos e governo. A principal fase da Revolução Industrial foi o surgimento de novas Leis que passaram determinar regras para a garantia da segurança e saúde dos trabalhadores. 4 – A GLOBALIZAÇÃO: Atualmente, em plena época da globalização, embora algumas empresas tenham implantado e desenvolvido com sucesso as normas de segurança e medicina do trabalho, o índice de doenças e de acidentes ainda é altíssimo e aviltante. A invenção e utilização das máquinas no mundo do trabalho, ao invés de visar à redução dos esforços físicos, tiveram o escopo de potencializar o modo de produção capitalista. O avanço tecnológico e econômico desumanizou a economia. O maquinário, as exigências de aumento de produção, o vertiginoso crescimento tecnológico, a automação, a informatização e, especialmente, o advento do processo de globalização da economia implicam em desemprego para milhares de trabalhadores e, via de consequência, ao contrário do que se aspirava, em crescimento do índice de pobreza mundial e também em aumento do número de desempregados que se veem obrigados a trabalhar no mercado informal, sem qualquer amparo das normas protetivas trabalhistas, inclusive das normas de segurança e medicina do trabalho, tornando-se vítimas de doenças e acidentes profissionais sem amparo do seguro social. O desemprego e a insegurança na área social inviabilizam o pleno exercício do trabalho, segundo os ditames sócio jurídicos. Riscos Ocupacionais Os riscos profissionais/ocupacionais são aqueles que decorrem das condições precárias inerentes ao ambiente ou ao próprio processo operacional das diversas atividades profissionais. São, portanto, as condições ambientais de insegurança do trabalho, capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador. Os Riscos Profissionais/Ocupacionais podem ser classificados em Riscos Ambientais, Riscos Ergonômicos e Riscos De Acidente. Riscos Ambientais: São aqueles inerentes ao ambiente de trabalho que poderão, em condições especiais, ocasionar as doenças ocupacionais. São condições do ambiente relativas ao próprio ambiente de trabalho. Esses riscos podem ser divididos em: Riscos Físicos: ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressão anormal, umidade etc; Riscos Químicos: poeiras, névoas, neblinas, gases, vapores e substâncias, compostos ou produtos químicos em geral; Riscos Biológicos: vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas etc. Riscos Ergonômicos: condições do ambiente relativas ao conforto e postura (esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, jornadas prolongadas de trabalho, monotonia e repetitividade, outras situações de “stress” físico e psíquico.) Riscos de Acidente: condições do ambiente relativas ao processo operacional (máquinas e equipamentos sem proteção, iluminação inadequada, ferramentas inadequadas ou defeituosas, armazenamento inadequado, possibilidade de incêndios e explosões, arranjo físico inapropriado etc.) Medidas Preventivas O trabalho preventivo é absolutamente essencial para a garantia da saúde e segurança no trabalho e deve incluir, necessariamente, a indicação e adoção de medidas de controle para prevenir os danos à saúde do trabalhador. As medidas preventivas, de acordo com o tipo de risco, incluem a limitação do tempo de exposição, o uso de ferramentas, equipamentos e maquinário de trabalho apropriados e com manutenção constante, a mecanização da operação para diminuir o esforço físico do trabalhador, a ventilação local apropriada, a limpeza e conservação de equipamentos e locais de trabalho, a manutenção de ambientes de trabalho agradáveis, o treinamento e educação dos trabalhadores e a utilização de equipamentos de proteção coletiva (EPC’s) e de equipamentos de proteção individual (EPI’s). Medidas de Controle As medidas de controle devem, em conjunto ou individualmente, ser utilizadas na redução dos riscos aos quais estão expostos os trabalhadores. São medidas necessárias para a minimização dos riscos ocupacionais. Os riscos devem sempre ser medidos através de técnicas específicas e de instrumentos apropriados. As medidas de controle incluem ações específicas, tais como o controle da temperatura ambiente, dos ruídos locais, a limitação do tempo de exposição, adoção de pausas durante a jornada de trabalho, a adoção de técnicas de reeducação postural e o exame médico preventivo periódico, entre outras. Doenças profissionais: são aquelas decorrentes do próprio exercício do trabalho. Doença do trabalho: são aquelas que advém das condições do ambiente de trabalho.
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