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Meu filho faz muita birra

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Meu filho faz muita birra!
Em um dia de trabalho normal, na hora da saída das crianças uma mãezinha veio até mim e disse: ‘’Maria, minha filha faz muita birra e eu não sei mais o que fazer, está muito complicado lidar com ela em casa.’’ Surpreendida com a colocação dela, tentei entender melhor pedindo para ela definir o que seria a tal ‘’birra’’. Ela começou a citar um monte de atitudes que sua filha de apenas 3 anos tinha em determinadas situações, que acabavam deixando-a estressada e sem saber como agir. Acho esse um assunto muito interessante então, como futura professora, gostaria de falar sobre como eu vejo as chamadas ‘’birras’’ (as quais eu prefiro chamar de frustrações da criança). Para os pais interessados, vamos lá: NUNCA leve as coisas para lado pessoal. Eu vejo muitos pais e educadores dizendo que as crianças ‘’testam’’ a gente o tempo todo, que elas choram, gritam ou se jogam no chão de propósito para irritar a gente, mas é importante ter em mente que a criança nessa idade ainda não entende bem as suas emoções. Os choros e gritos são naturais em situações de frustração da criança (isso ocorre muito quando ela é contrariada e recebe um ‘’não’’ para algo que ela quer fazer). Vale lembrar que ela passa por um desenvolvimento muito rápido e grande dos 0 aos 3 anos de idade. Ela está tentando descobrir o mundo de forma independente, ela precisa testar limites para tentar criar o seu próprio espaço e entender quem ela é e até pode ir. Essas atitudes não são propositais! Então, o que fazer a respeito? Eu sei que criança não vem com manual e que na prática é muito mais difícil, mas é questão de tempo e treino. É importante prestar atenção na situação como um todo e tentar entender o porquê da frustração. A criança está suja? Está com fome ou sono? Ela recebeu um não para algo que ela queria fazer no momento, mas tu como pai/mãe achou que não seria uma boa hora? CALMA, PACIÊNCIA, RESPIRA FUNDO e antes de mais nada é interessante abaixar no nível da criança para falar com ela. Sempre com voz baixa, tu podes perguntar o que ela quer, o que ela precisa e dizer que tu estás ali para tentar ajudá-la. É muito bacana quando a gente se coloca no lugar do pequeno. Usar a empatia, dizendo a ela que tu entendes o motivo dela estar frustrada e mostrar que juntos vocês podem resolver tal problema é uma forma de passar confiança para a criança. Se o pedido dela não puder ser atendido no momento, vale a pena explicar para ela o porquê. Quando as frustrações ocorrem em ambientes onde há mais pessoas além de ti e ela, é legal retirar a criança do local e levá-la para um lugarzinho isolado, se possível. A calma vem muito mais rápido quando não há plateia. O mais importante de tudo isso: respeitar o tempo da criança. Algumas se acalmam com mais facilidade, outras demoram minutos ou até horas. Deixar ela sentada em um canto (não como forma de castigo, apenas como forma de fazer ela se acalmar para conversar direito contigo) é interessante também. O que eu uso muito quando as crianças que eu cuido entram em estado de frustração é a seguinte frase: ‘’Eu vou dar o tempo que tu precisar para te acalmar. Quando tu estiveres pronta tu chama a profe que a gente conversa para resolvermos juntos.’’ E é impressionante como dá certo! Lembrando que a criança sempre vai te responder a altura. Eu sei que as vezes é muito difícil ser paciente, mas temos que lembrar que eles acabaram de chegar no mundo e precisam muito do nosso amor e compreensão para se desenvolverem bem!

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