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A mudança dos paradigmas liberais na atividade econômica, com a inclusão da obrigatória observância de princípios como o da dignidade da pessoa humana, deveu-se à atuação do próprio Estado, que passou a intervir no mercado em busca do bem coletivo.
O objetivo do liberalismo foi o de livrar o indivíduo da usurpação e dos abusos do poder estatal na condução da atividade econômica.
O modelo do Estado intervencionista econômico é fortemente influenciado pelas doutrinas de John Maynard Keynes, que sustentou que os níveis de emprego e de desenvolvimento socioeconômico devem-se muito mais às políticas públicas implementadas pelo governo e a certos fatores gerais macroeconômicos, e não meramente ao somatório dos comportamentos microeconômicos individuais dos empresários.
A Constituição da República prevê, como regra, a intervenção indireta do Estado na Ordem Econômica, e, excepcionalmente, a intervenção direta, tão somente, nas hipóteses taxativamente previstas no texto constitucional.
A Constituição não admite outras hipóteses de exploração direta de atividade econômica pelo Estado, senão quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição. 
Segundo Eros Grau, a Ordem Econômica, consoante o tratamento que lhe foi dado pela CRFB, assume duas vertentes conceituais:
a) Ampla: parcela da ordem de fato, inerente ao mundo do ser. Isto é, o tratamento jurídico dispensado para disciplinar as relações jurídicas decorrentes do exercício de atividades econômicas. É a regulação jurídica da intervenção do Estado na economia. 
b) Estrita: parcela da ordem de direito, inerente ao mundo do dever-ser. Isto é, o tratamento jurídico dispensado para disciplinar o comportamento dos agentes econômicos no mercado. É a regulação jurídica do ciclo econômico (produção, circulação e consumo). 
C: O direito econômico surgiu com o objetivo de orientar e coordenar, por meio de normas, as relações econômicas de forma que, a partir de então, não mais se admite que a ordem natural da economia dirija os fenômenos econômicos.
A Ordem econômica compreende:
Ordenamento jurídico das atividades econômicas;
Atividade econômica em sentido amplo.
“(...) fundada na valorização do trabalho humano e [fundada] na livre iniciativa”
Segundo o STF, houve uma escolha por um capitalismo de cunho social.
Livre iniciativa
Está limitada à tutela da existência digna e aos ditames da justiça social. A CF estabelece que todas as normas que dizem respeito às atividades econômicas devem ser interpretadas no sentido de construir uma sociedade livre, justa e solidária.
Depreende-se que livre-iniciativa diz respeito ao valor mais indicado para representar predominantemente o espírito da ação do Estado com base na Lei Antitruste Brasileira, consubstanciando-se em verdadeira vertente sobre a qual repousa a ordem econômica brasileira.
Condicionantes (art. 170, parágrafo único)
A regra é a liberdade de iniciativa. A lei pode estabelecer determinados requisitos. Ex.: Exame da OAB.
Monopólio
Art. 177, Constituição Federal. A doutrina, em regra, somente considera o rol desse dispositivo com atividades de monopólio do Estado.
Serviço local de gás canalizado (Marçal Justen Filho).
Não é possível que uma norma infraconstitucional estabeleça uma hipótese de monopólio além das previstas na CF.
E o Poder Constituinte Derivado Reformador poderia incluir outras hipóteses de monopólio?
R: Não (Paolo Muzzucato), pois a livre iniciativa é uma cláusula pétrea implícita, segundo Raul Machado Horta.
Serviço Postal (ADPF nº 46)
O serviço postal – conjunto de atividades que torna possível o envio de correspondência, ou objeto postal, de um remetente para endereço final e determinado – é uma modalidade de serviço público (não é atividade econômica em sentido estrito);
O termo “monopólio” deve ser reservado para as atividades econômicas em sentido estrito exploradas por um único agente econômico;
A atividade econômica em sentido amplo é gênero que compreende duas espécies, 
O serviço público e 
A atividade econômica em sentido estrito. Monopólio é de atividade econômica em sentido estrito, empreendida por agentes econômicos privados. 
A exclusividade da prestação dos serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio. Monopólio e privilégio são distintos entre si. 
A CF confere à União, em caráter exclusivo, a exploração do serviço postal e o correio aéreo nacional [artigo 21, inciso X]. 
STF: o conceito de monopólio pressupõe apenas um agente apto a desenvolver as atividades econômicas a ele correspondentes e não se presta a explicitar características da propriedade, que é sempre exclusiva, sendo redundantes e desprovidas de significado as expressões "monopólio da propriedade" ou "monopólio do bem".
Quanto aos monopólios legais, estes se dividem em DUAS ESPÉCIES: os que visam a impelir o agente econômico ao investimento - a propriedade industrial, monopólio privado; e os que instrumentam a atuação do Estado na economia.
O STF decidiu que não incide ICMS sobre o serviço de transporte de bens e mercadorias realizado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Consignou-se que seria impossível separar topicamente a atividade concorrencial de transporte de mercadorias da de monopólio postal para que se verificasse a tributação.
Conforme entendimento do STF, não se aplica imunidade tributária à Empresa de Correios e Telégrafos nos casos em que esta exercer atividades econômicas em concorrência com a iniciativa privada.
ADI nº 2.649: reputou constitucional o sistema do “passe-livre” às pessoas portadoras de deficiência.
ADI nº 1.950 e ADI nº 3.512: reputou constitucionais leis estaduais que instituíram a meia-entrada. 
STF: a proibição de importação de pneus usados é constitucional.
STF: não viola a Constituição a obrigação de afixar etiquetas indicativas do preço diretamente nas mercadorias. Ademais, não prospera o argumento de invasão de competência dos Estados. Trata-se de matéria objeto de competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal. 
Segundo a jurisprudência sumulada (nº 70, 323 e 547) do STF, as chamadas sanções políticas não são permitidas, pois implicam violação ao princípio de liberdade de iniciativa.
Súmula Vinculante 49: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
Súmula nº 645, STF: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.
A Súmula nº 19 do STJ, no entanto, estabelece que é competência da União legislar sobre horário de funcionamento bancário. 
STF: compete aos municípios legislar sobre o período máximo ao qual os clientes de instituições bancárias podem ser submetidos, no aguardo de atendimento.
STF: É constitucional lei estadual que trata da comercialização de produtos em recipientes ou embalagens reutilizáveis, permitindo que sejam preenchidos por produtos de marcas concorrentes. Competência concorrente dos estados-membros e do Distrito Federal para legislar sobre normas de defesa do consumidor.
STF: É constitucional lei estadual que permite a comercialização de artigos de conveniência em farmácias e drogarias.
STF: lei estadual que trata de energia elétrica é INCONSTITUCIONAL. Este Supremo Tribunal Federal possui firme entendimento no sentido da impossibilidade de interferência do Estado-membro nas relações jurídico-contratuais entre Poder concedente federal e as empresas concessionárias, especificamente no que tange a alterações das condições estipuladas em contrato de concessão de serviços públicos, sob regime federal, mediante a edição de leis estaduais.
Empresas Estatais (art. 173, CF)
Princípio da subsidiariedade. Há uma limitação ao Estado empresário. O termo “atividade econômica” nesse dispositivo deve ser entendido com: a atividade econômica em sentido estrito.
“Imperativo de segurança nacional” e “relevante interessecoletivo” são expressões genéricas. 
Imperativo de segurança (RE nº 62.730): diz respeito à integridade do território, soberania, independência, sobrevivência do país e paz. Eros Grau entende que, havendo imperativo de segurança nacional, é caso de monopólio. 
STF - ADI 1.642: os §§ 1º e 2º, do art. 173, da Constituição Federal, aplicam-se às empresas que exploram atividade econômica em sentido estrito (regime de monopólio), e não àquelas que prestação serviços públicos (regime de exclusividade).
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços.
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
As disposições constitucionais que disciplinam a forma de exploração do monopólio da União sobre a pesquisa e lavra das jazidas de petróleo não permitem a edição de um marco legal que confira tratamento privilegiado a empresas estatais na execução dessas atividades.
Princípios da ordem econômica:
 
Soberania nacional
Se formos ao rigor dos conceitos, teremos que concluir que, a partir da Constituição de 1988, a ordem econômica brasileira, ainda de natureza periférica, terá de empreender a ruptura de sua dependência em relação aos centros capitalistas desenvolvidos. Vale dizer, o constituinte de 1988 não rompeu com o sistema capitalista, mas quis que se formasse um capitalismo nacional autônomo, isto é, não dependente. Com isso, a Constituição criou as condições jurídicas fundamentais para a adoção do desenvolvimento autocentrado, nacional e popular. 
Liberdade de iniciativa econômica
É certamente o princípio básico do liberalismo econômico. Num contexto de uma Constituição preocupada com a realização da justiça social, não pode significar mais do que ‘liberdade de desenvolvimento da empresa no quadro estabelecido pelo poder público, e, portanto, possibilidade de gozar das facilidades e necessidade de submeter-se às limitações postas pelo mesmo’. É legítima, enquanto exercida no interesse da justiça social. 
Propriedade privada
“A propriedade privada é princípio típico das economias capitalistas, sem o qual não existiria segurança jurídica para os agentes econômicos atuarem nos mercados.”
Livre concorrência
Ela é uma manifestação da liberdade de iniciativa, e, para garanti-la, a Constituição estatui que a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros (art. 173, § 4º).
A legislação brasileira permite que essas empresas: aumentem arbitrariamente os preços.
Busca do pleno emprego
“Pleno emprego é expressão abrangente da utilização, ao máximo grau, de todos os recursos produtivos. Mas aparece, no art. 170, VIII, especialmente no sentido de propiciar trabalho a todos quantos estejam em condições de exercer uma atividade produtiva. Trata-se do pleno emprego da força de trabalho capaz. Ele se harmoniza, assim, com a regra de que a ordem económica se funda na valorização do trabalho humano. Isso impede que o princípio seja considerado apenas como mera busca quantitativa, em que a economia absorva a força de trabalho disponível, como o consumo absorve mercadorias. Quer-se que o trabalho seja a base do sistema econômico, receba o tratamento de principal fator de produção e partícipe do produto da riqueza e da renda em proporção de sua posição na ordem econômica.”
Intervenção do E na economia:
O Estado atua de duas formas na ordem econômica:
Numa primeira, é ele o agente regulador do sistema econômico. Nessa posição, cria normas, estabelece restrições e faz um diagnóstico social das condições econômicas. É um fiscal da ordem económica organizada pelos particulares. Pode-se dizer que, sob esse ângulo, temos o Estado Regulador.
Noutra forma de atuar, que tem caráter especial, o Estado executa atividades econômicas que, em princípio, estão destinadas à iniciativa privada. Ele não se limita a fiscalizar as atividades econômicas, mas também ingressa efetivamente no plano da sua execução. Podemos considerá-lo nesse ângulo como Estado Executor.
De acordo com a doutrina, ocorre intervenção imediata do Estado na economia (ou intervenção na economia) quando os poderes públicos perseguem objetivos diretamente econômicos. Na intervenção mediata (ou intervenção sobre a economia), por outro lado, o Estado não tem apenas objetivos econômicos, mas também atua, por exemplo, por meio de medidas de política fiscal.
A regulação constitui intervenção indireta sobre o domínio econômico por meio de normas diretivas ou de normas indutivas referentes ao setor privado.
A intervenção do Estado na vida econômica é um redutor de riscos tanto para os indivíduos como para as empresas.
Estado → agente normativo e regulador da atividade econômica→ funções de fiscalização, incentivo e planejamento.
Planejamento:
Indicativo → setor privado
Determinante → setor público
A função de normatização, fiscalização e fomento dos setores econômicos é chamada de intervenção indireta na atividade econômica. Autorregulação seria deixar normatização, fiscalização e fomento para a própria atividade econômica.
EROS GRAU:
- Absorção ou participação: intervenção direta.
- Direção: compulsória = regulação em sentido estrito.
- Indução
Intervenção direta: o próprio Estado assume o papel de agente produtor ou de sujeito econômico. 
Intervenção indireta: o Estado edita normas que trazem medidas de fomento ou desestimulação, concedendo benefícios fiscais ou impondo cargas tributárias mais ou menos onerosas. 
O Estado, considerados os princípios gerais da ordem econômica, pode regular, por via legislativa, a política de preços de bens e serviços de determinado segmento econômico. 
NÃO é medida de intervenção na atividade econômica, em seu sentido estrito: a suspensão, pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), da comercialização de planos de telefonia fixa, em razão da má qualidade da prestação do serviço pela operadora.  – poder de polícia.
São: a aprovação prévia de atos de incorporação ou fusão de empresas, pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a instalação de empresa estatal exploradora de atividade econômica em regime de competição com empresas privadas, em atividade considerada de relevante interesse coletivo, a manutenção de estoques reguladores pelo Poder Público, com vistas a regular o preço e assegurar o abastecimento de produtos essenciais, o racionamento no consumo de bens e serviços essenciais, em caso de calamidade pública. 
O Estado interfere no domínio econômico, restringindo e condicionando a atividade dos particulares em favor do interesse público. Para tanto, atua como Estado Regulador e Estado Executor. A forma de atuação interventiva do Estado no domínio econômico denominada controle do abastecimento pode ser conceituada como: forma interventiva do Estado que, objetivando manter no mercado consumidor produtos e serviços suficientes para atender à demanda da coletividade, está relacionada ao Estado Regulador.
Verifica-se, na CF, a opção por sistema econômico voltado primordialmente para a livre-iniciativa, o que legitima a assertiva de que o Estado só deve intervir DIRETAMENTE na economia em situações excepcionais, quando necessário aos imperativos da segurança nacional ou de relevante interesse coletivo.
Estado Regulador
“Estado Regulador é aquele que, através de regime interventivo, se incumbe de estabelecer as regras disciplinadoras da ordem econômica com o objetivo de ajustá-la aos ditames da justiça social. Como agente normativo, o Estado cria as regras jurídicas que se destinam à regulação da ordem econômica. Cabem-lhe três formas de atuar: 
Fiscalização
“A de fiscalização implica a verificação dos setores econômicos para o fim de serem evitadas formas abusivas de comportamento de alguns particulares, causando gravames a setoresmenos favorecidos, como os consumidores, os hipossuficientes etc.” 
Incentivo (ou fomento)
“O incentivo representa o estímulo que o governo deve oferecer para o desenvolvimento econômico e social do país, fixando medidas como as isenções fiscais, o aumento de alíquotas para importação, a abertura de créditos especiais para o setor produtivo agrícola e outras do gênero.
Planejamento
“Por fim, o planejamento é um processo técnico instrumentado para transformar a realidade existente no sentido de objetivos previamente estabelecidos. De fato, planejar no texto constitucional significa estabelecer metas a serem alcançadas pelo governo no ramo da economia em determinado período futuro. 
Limitação à intervenção estatal na economia
“I. - A intervenção estatal na economia, mediante regulamentação e regulação de setores econômicos, faz-se com respeito aos princípios e fundamentos da Ordem Econômica. CF, art. 170. O princípio da livre iniciativa é fundamento da República e da Ordem econômica: CF, art. 1º, IV; art. 170. (...) a intervenção estatal na economia possui limites no princípio constitucional da liberdade de iniciativa e a responsabilidade objetiva do Estado é decorrente da existência de dano atribuível à atuação deste.” (RE nº 422.941)
RE571969/DF: A União, na qualidade de contratante, possui responsabilidade civil por prejuízos suportados por companhia aérea em decorrência de planos econômicos existentes no período objeto da ação. Fundamentos constitucionais:
         Necessidade de garantir o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão (princípio constitucional da estabilidade econômico-financeira): art. 37, XXI;
         Responsabilidade civil do Estado também pode ser por atos lícitos que causem prejuízos: art. 37, § 6º.
É possível se configurar responsabilidade objetiva da Administração pública, mesmo diante do cenário de atuação lícita, pois dessa podem ter advindo danos extraordinários, excedendo o limite do sacrifício que poderia ser imposto aos administrados. 
STF: norma local que condiciona a concessão de regime especial de tributação à apresentação de certidão negativa de débitos. Meio indireto de cobrança de tributo. Ofensa ao princípio da livre atividade econômica.
STF: se a restrição ao direito de construir advinda da limitação administrativa causa aniquilamento da propriedade privada, resulta, em favor do proprietário, o direito à indenização. Todavia, o direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da propriedade. Se as restrições decorrentes da limitação administrativa preexistiam à aquisição do terreno, assim já do conhecimento dos adquirentes, não podem estes, com base em tais restrições, pedir indenização ao Poder Público.
Apenas duas agências reguladoras brasileiras possuem previsão constitucional específica: a ANATEL e a ANP.
A autonomia financeira e administrativa das agências se caracterizam pela liberdade de gestão, sendo-lhes permitido arrecadar receitas próprias e organizar suas despesas, sem ingerência dos Poderes Executivo ou Legislativo nos aspectos financeiros e contábeis das despesas relativas as atividades meio e fim; O TRIBUNAL DE CONTAS (AUXILIAR DO PL) EXERCE CONTROLE SOBRE AS AR.
A independência das agendas reguladoras e mitigada pelo controle de juridicidade prévio exercido pelas suas procuradorias, que são vinculadas a Advocacia-Geral da União; pela possibilidade de reexame “a posteriori" de seus atos pelo Poder Judiciário; pela vinculação de seu poder normativo a lei; e, pelo controle financeiro realizado pelo Tribunal de Contas;
O tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte constitui um dos princípios da atividade econômica. PEGADINHA!!!!!! empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede e administração no brasil". A previsão constitucional de tratamento favorecido às empresas de pequeno porte, constituídas sob as leis brasileiras, e que tenham a sua sede e administração no país, visa permitir que os empreendedores que contam com menos recursos façam frente à concorrência.  Com a edição da norma jurídica que instaurou o regime do SIMPLES Nacional, concretizou-se a diretriz do texto constitucional que institui a obrigatoriedade de tratamento favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ORDEM ECONÔMICA – Leonardo Vizeu
1) Subsidiariedade:
Só em segundo plano o Estado pode ter uma empresa, ou seja, o Estado só será empresário quando a iniciativa privada não quiser atuar naquela área. O poder público atua subsidiariamente à iniciativa privada na ordem econômica, em um sistema constitucional em que o principal papel reservado ao Estado é o de agente regulador.
2)Liberdade econômica: consiste na manifestação da liberdade no ciclo econômico (produção, circulação ou distribuição e consumo). Constitui o gênero que compreende duas espécies: liberdade de empresa, segundo a qual há livre escolha da atividade a desempenhar, bem como dos meios para o fiel desempenho, e a liberdade de concorrência, baseada na livre disputa de mercados, consoante previsão do art.1º, in fine, bem como o art. 170 e incisos ambos da CRFB.
3) Igualdade econômica: é outra vertente da livre iniciativa, sendo o instituto garantidor da liberdade de concorrência (art.170, IV, CRFB). A igualdade econômica é meramente formal, servindo para nivelar os agentes detentores de poderio econômico, com aqueles que, apesar de não de terem parcela significativa de mercado, dele participam sendo vitais para sua salutar manutenção.
4) Desenvolvimento econômico: objetiva reduzir as desigualdades regionais e sociais, visando uma igualdade real, nos termos do art. 3º, III, da Lei Fundamental. Cabe aqui discutir se as políticas públicas de ação afirmativa, que concedem desigualização em relação a grupo social discriminado historicamente, seriam constitucionais.
5) Democracia econômica: informa que as políticas públicas devem ampliar a oferta de oportunidades de iniciativa e de emprego, com chances iguais para todos os que se encontrem na mesma situação fática e jurídica, consoante disposto no art.1º, ab initio, combinado com as previsões contidas no art. 3º,IV, e no art. 170, caput, todos da CRFB.
6) Boa-fé econômica: é a aplicação do principio da transferência e da publicação nas relações de trocas comerciais dentro do ciclo econômico de cada mercado. A boa fé econômica deve estar presente em todas as etapas de circulação de riquezas. A boa-fé econômica implica a aplicação do princípio da transparência e da publicidade nas relações de trocas comerciais dentro do ciclo econômico de cada mercado.
Constituem monopólio da União:
- Petróleo
- Gás natural
- Minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão.
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
Importação e exportação de riquezas minerais. PETRÓLEO E GÁS NATURAL
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
Transporte do petróleo refinado BRUTO e seus derivados básicos, e bem assim o transporte, por meio de dutos e condutos, de petróleo, seus derivados e de gás de qualquer origem.
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.
A pesquisae a lavra de riquezas minerais do solo e subsolo, salvo radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão. MINÉRIOS E MINEIRAIS NUCLEARES
Dica: jazidas de ouro não se encontram nesta lista.
A União não poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades: 
- a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão. 
Não obstante constituam monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural, é lícita a contratação de empresas privadas para a realização dessas atividades. 
A distinção entre atividade e propriedade permite que o domínio do resultado da lavra das jazidas de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos possa ser atribuído a terceiros pela União, sem nenhuma ofensa à reserva de monopólio.
Pertencem à União as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais, bem como o solo em que localizados, para efeito de exploração ou aproveitamento. 
O poder constituinte derivado reformador alterou o texto original da CF, no que se refere à disciplina dos monopólios estatais em relação aos combustíveis fósseis derivados, e permitiu a contratação, por parte da União, de empresas estatais ou privadas para as atividades relacionadas ao abastecimento de petróleo.
STF: A propriedade do produto da lavra das jazidas minerais atribuídas ao concessionário pelo preceito do art. 176 da Constituição do Brasil é inerente ao modo de produção capitalista. A propriedade sobre o produto da exploração é plena, desde que exista concessão de lavra regularmente outorgada.
Não obstante constituam monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural, é lícita a contratação de empresas privadas para a realização dessas atividades. 
Contribuição de intervenção no domínio econômico:
O produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação e comercialização de petróleo e seus derivados será destinado, entre outros fins, ao financiamento de programa de infra-estrutura de transportes.
O controle de abastecimento, uma modalidade de intervenção do Estado na ordem econômica, confere à União e às demais unidades federativas mecanismos para assegurar a livre distribuição de produtos essenciais ao consumo da população.
Princípios da OE:Parte superior do formulário
O princípio da livre concorrência, um dos princípios fundamentais da atividade econômica, relaciona-se intimamente ao princípio da livre iniciativa.
O p. da propriedade privada foi erigido ao status de direito e garantia fundamental pela Carta Política de 1988 (art. 5º, XVII) e
traduz-se no poder de usar, gozar, dispor e perseguir um bem, em caráter exclusivo e perpétuo. Este princípio assegura aos agentes econômicos direito à propriedade dos fatores de produção e
circulação de bens em seus respectivos ciclos econômicos, sendo instrumento garantidor da livre-iniciativa de empreendimentos privados.
Só existirá a livre-concorrência onde o Estado garante a livre-iniciativa.
A função social da propriedade consiste no condicionamento racional do uso da propriedade privada imposto por força de lei, sob pena de expropriação, no qual o Poder Público interfere na manifestação volitiva do titular da propriedade, garantindo que a fruição desta atinja fins sociais mais amplos de interesse da coletividade, tais como o bem-estar social e a justiça distributiva.
A livre concorrência é uma manifestação da liberdade de iniciativa e, para garanti-la, a CF dispõe que a lei reprimirá o poder econômico das empresas. PEGADINHA: O que o Estado reprime é o abuso do poder econômico.
Parte superior do formulário
Entre os princípios gerais da atividade econômica, aqueles considerados como de integração objetivam combater as mazelas da marginalização regional ou social. Estão inseridos como princípios de integração a defesa do consumidor (inc. V), a defesa do meio ambiente (inc. VI), a redução das desigualdades regionais e sociais (inc. VII) e a busca do pleno emprego (inc. VIII). Eles são denominados por José Afonso da Silva como “princípios de integração porque todos estão dirigidos a resolver os problemas da marginalização regional ou social”.
Os princípios gerais da atividade econômica denominados integração objetivam resolver os problemas da marginalização regional e(ou) social.
O princípio da defesa do consumidor é corolário da livre concorrência, sendo princípio de integração e defesa de mercado.
Princípio da redução das desigualdades regionais e sociais: trata-se de princípio de integração da Nação brasileira, baseado em um conceito de federalismo cooperativo e assimétrico.
A livre concorrência, princípio geral da atividade econômica, defende que o próprio mercado deve estabelecer quais são os agentes aptos a se perpetuarem, deixando aos agentes econômicos o estabelecimento das regras de competição. Embora a CF/88 tenha optado pela livre concorrência como regra geral, está não é absoluta O Estado tem a prerrogativa de intervir na economia, definindo as regras de competição (regulação econômica).
STF: Viola o princípio da livre iniciativa e se caracteriza como empecilho ao livre exercício da atividade econômica a fixação pelo Poder Público de preços de produtos sucro-alcooleiros em valores abaixo da realidade.
O princípio da livre concorrência trata da proteção conferida pelo Estado ao devido processo competitivo em sua Ordem Econômica, a fim de garantir que toda e qualquer pessoa, que esteja em condições de participar do ciclo econômico (produção <--> circulação <-->consumo) de determinado nicho de nossa economia, nele possa, livremente, entrar, permanecer e sair, sem qualquer interferência estranha oriunda de interesses de terceiros. Nesse quadro, assume o Estado a tarefa de estabelecer um conjunto de regras com vistas a garantir a competição entre as empresas, evitando as práticas abusivas. 
A liberdade de iniciativa não pode ser invocada por alguém com o intuito de se eximir do cumprimento das regulações estatais ou normas de defesa do consumidor.
Princípio da busca do pleno emprego: trata-se da expansão das oportunidades de emprego produtivo, conforme positivado na Carta
Política de 1967, que tem por fim garantir que a população economicamente ativa esteja exercendo atividades geradoras de renda, tanto para si quanto para o país.
Não seria dado ao Distrito Federal a edição de lei limitando o valor de quantias cobradas em estacionamentos particulares, pois, enquanto a União regula o direito de propriedade e estabelece as regras substantivas de intervenção no domínio econômico, os outros níveis de governo apenas exercem o policiamento administrativo do uso da propriedade e da atividade econômica dos particulares, tendo em vista as normas substantivas editadas.
Leonardo Vizeu elenca outros princípios implícitos no capítulo e expressos em outros dispositivos constitucionais: economicidade, eficiência e generalidade.
Princípios implícitos da OE:
- Subsidiariedade O Poder Público atua subsidiariamente à iniciativa privada na OE.
- Liberdade econômica: Constitui o gênero que compreende duas espécies: liberdade de empresa, segundo a qual há livre escolha da atividade a desempenhar, bem como dos meios para o fiel desempenho, e a liberdade de concorrência, baseada na livre disputa de mercados. 
- Igualdade econômica: é meramente formal, servindo para nivelar os
agentes detentores de poderio econômico, com aqueles que, apesar de não deterem parcela significativa de mercado, dele participam sendo vitais para sua salutar manutenção. A CF igualmente consagra igualdade entre o Estado e o particular na exploração direta de atividade econômica em caráter formal.
- Desenvolvimento econômico: objetiva reduzir as desigualdades regionais e sociais,visando uma igualdade real. 
- Democracia econômica: informa que as políticas públicas devem ampliar a oferta de oportunidades de iniciativa e de emprego, com chances iguais para todos os que se encontrem na mesma situação fática e jurídica. 
- Boa-fé econômica: traduz-se na aplicação do princípio da transparência e da publicidade nas relações de trocas comerciais dentro do ciclo econômico de cada mercado. Observe-se que a boa-fé econômica deve estar presente em todas as etapas de circulação de riquezas. Nessa linha, a boa-fé econômica traduz-se em instituto jurídico garantidor da simetria informativa, necessária para se evitar falha de mercado .Parte superior do formulário
DEFESA DA CONCORRÊNCIA:
Na atual ordem constitucional, a livre concorrência não significa a liberdade dos agentes econômicos em estabelecer suas próprias regras de mercado; tal função é conferida ao Estado, que intervém normativamente a fim de reprimir o abuso do poder econômico (CF, art. 173, § 4º), garantindo, aí sim, a livre concorrência.
Lei nº 12.529/2011 (Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência) 
Art. 1o  Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência - SBDC e dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico.  
A coletividade é a titular dos bens jurídicos protegidos por esta Lei. 
Art 2º Aplica-se esta Lei, sem prejuízo de convenções e tratados de que seja signatário o Brasil, às práticas cometidas no todo ou em parte no território nacional ou que nele produzam ou possam produzir efeitos. 
§ 2o  A empresa estrangeira será notificada e intimada de todos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. 
Art. 3o  O SBDC é formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.
No Brasil, a livre concorrência é fiscalizada pelo Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (SAE) do Ministério da Fazenda. NÃO EXISTE MAIS A SDE. 
Sob a égide da Lei nº 8.884/94, ainda não havia, sob o ponto de vista formal um “Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência”.
Art. 4o  O CADE é entidade judicante com jurisdição em todo o território nacional, que se constitui em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça.
Art. 5o  O CADE é constituído pelos seguintes órgãos: 
I - Tribunal Administrativo de Defesa Econômica;  (TADE)
Membros: escolhidos dentre cidadãos com mais de 30 (trinta) anos de idade, de notório saber jurídico ou econômico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal. Mandato: 4 (quatro) anos, não coincidentes, vedada a recondução. São de dedicação exclusiva, não se admitindo qualquer acumulação, salvo as constitucionalmente permitidas. Perda do mandato: só poderá ocorrer em virtude de decisão do Senado Federal, por provocação do Presidente da República, ou em razão de condenação penal irrecorrível por crime doloso, ou de processo disciplinar e por infringência de quaisquer das vedações previstas no art. 8o desta Lei. Também: o membro do Tribunal que faltar a 3 (três) reuniões ordinárias consecutivas, ou 20 (vinte) intercaladas, ressalvados os afastamentos temporários autorizados pelo Plenário. 
Art. 8º  Ao Presidente e aos Conselheiros é vedado: 
I - receber, a qualquer título, e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas; 
II - exercer profissão liberal; 
III - participar, na forma de controlador, diretor, administrador, gerente, preposto ou mandatário, de sociedade civil, comercial ou empresas de qualquer espécie; 
IV - emitir parecer sobre matéria de sua especialização, ainda que em tese, ou funcionar como consultor de qualquer tipo de empresa; 
V - manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos, em obras técnicas ou no exercício do magistério; e 
VI - exercer atividade político-partidária. 
É vedado ao Presidente e aos Conselheiros, por um período de 120 (cento e vinte) dias, contado da data em que deixar o cargo, representar qualquer pessoa, física ou jurídica, ou interesse perante o SBDC, ressalvada a defesa de direito próprio. - incorrendo na prática do crime de advocacia administrativa se violar. 
Compete ao Plenário do Tribunal:
II - decidir sobre a existência de infração à ordem econômica e aplicar as penalidades previstas em lei; 
III - decidir os processos administrativos para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica instaurados pela SG;
V - aprovar os termos do compromisso de cessação de prática e do acordo em controle de concentrações, bem como determinar à SG que fiscalize seu cumprimento; 
VI - apreciar, em grau de recurso, as medidas preventivas adotadas pelo Conselheiro-Relator ou pela SG;
X - apreciar processos administrativos de atos de concentração econômica, na forma desta Lei, fixando, quando entender conveniente e oportuno, acordos em controle de atos de concentração; 
XV - elaborar e aprovar regimento interno do Cade;
XVII - elaborar proposta orçamentária nos termos desta Lei; 
§ 1o  As decisões do Tribunal serão tomadas por maioria, com a presença mínima de 4 (quatro) membros, sendo o quorum de deliberação mínimo de 3 (três) membros. 
As decisões do Tribunal não comportam revisão no âmbito do Poder Executivo, promovendo-se, de imediato, sua execução e comunicando-se, em seguida, ao Ministério Público, para as demais medidas legais cabíveis no âmbito de suas atribuições. 
As autoridades federais, os diretores de autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia mista federais e agências reguladoras são obrigados a prestar, sob pena de responsabilidade, toda a assistência e colaboração que lhes for solicitada pelo Cade, inclusive elaborando pareceres técnicos sobre as matérias de sua competência. 
O Tribunal poderá responder consultas sobre condutas em andamento, mediante pagamento de taxa e acompanhadas dos respectivos documentos.  
II - Superintendência-Geral; e (SG)
O Superintendente-Geral será escolhido dentre cidadãos com mais de 30 (trinta) anos de idade, notório saber jurídico ou econômico e reputação ilibada, nomeado pelo Presidente da República, depois de aprovado pelo Senado Federal. Mandato: 2 (dois) anos, permitida uma recondução. Aplicam-se ao SG as mesmas normas de impedimentos, perda de mandato, substituição e as vedações dos conselheiros. Os cargos de Superintendente-Geral e de Superintendentes-Adjuntos são de dedicação exclusiva, não se admitindo qualquer acumulação, salvo as constitucionalmente permitidas. 
Os Superintendentes-Adjuntos serão indicados pelo Superintendente-Geral. 
O Superintendente-Geral poderá: participar, quando entender necessário, sem direito a voto, das reuniões do Tribunal e proferir sustentação oral; determinar ao Economista-Chefe a elaboração de estudos e pareceres; ordenar despesas referentes à unidade gestora da Superintendência-Geral.
Compete à Superintendência-Geral: 
II - acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais de pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em mercado relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica, podendo, para tanto, requisitar as informações e documentos necessários, mantendo o sigilo legal, quando for o caso; 
III - promover, em face de indícios de infração da ordem econômica, procedimento preparatório de inquéritoadministrativo e inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica; 
IV - decidir pela insubsistência dos indícios, arquivando os autos do inquérito administrativo ou de seu procedimento preparatório; 
V - instaurar e instruir processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica, procedimento para apuração de ato de concentração, processo administrativo para análise de ato de concentração econômica e processo administrativo para imposição de sanções processuais incidentais instaurados para prevenção, apuração ou repressão de infrações à ordem econômica;  
d) requerer ao Poder Judiciário, por meio da Procuradoria Federal junto ao Cade, mandado de busca e apreensão de objetos, papéis de qualquer natureza, assim como de livros comerciais, computadores e arquivos magnéticos de empresa ou pessoa física, no interesse de inquérito administrativo ou de processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica,
VII - recorrer de ofício ao Tribunal quando decidir pelo arquivamento de processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica; 
VIII - remeter ao Tribunal, para julgamento, os processos administrativos que instaurar, quando entender configurada infração da ordem econômica; 
IX - propor termo de compromisso de cessação de prática por infração à ordem econômica, submetendo-o à aprovação do Tribunal, e fiscalizar o seu cumprimento; 
XII - receber, instruir e aprovar ou impugnar perante o Tribunal os processos administrativos para análise de ato de concentração econômica; 
- celebrar acordo de leniência.
III - Departamento de Estudos Econômicos. (DEE)
Dirigido por um Economista-Chefe, a quem incumbirá elaborar estudos e pareceres econômicos, de ofício ou por solicitação do Plenário, do Presidente, do Conselheiro-Relator ou do Superintendente-Geral.  O Economista-Chefe será nomeado, conjuntamente, pelo Superintendente-Geral e pelo Presidente do Tribunal, dentre brasileiros de ilibada reputação e notório conhecimento econômico. 
O Economista-Chefe poderá participar das reuniões do Tribunal, sem direito a voto. 
Aplicam-se ao Economista-Chefe as mesmas normas de impedimento aplicáveis aos Conselheiros do Tribunal, exceto quanto ao comparecimento às sessões. 
Da Procuradoria Federal junto ao Cade:
Competindo-lhe: 
I - prestar consultoria e assessoramento jurídico ao Cade; 
II - representar o Cade judicial e extrajudicialmente; 
III - promover a execução judicial das decisões e julgados do Cade; 
IV - proceder à apuração da liquidez dos créditos do Cade, inscrevendo-os em dívida ativa para fins de cobrança administrativa ou judicial; 
V - tomar as medidas judiciais solicitadas pelo Tribunal ou pela Superintendência-Geral, necessárias à cessação de infrações da ordem econômica ou à obtenção de documentos para a instrução de processos administrativos de qualquer natureza; 
VI - promover acordos judiciais nos processos relativos a infrações contra a ordem econômica, mediante autorização do Tribunal; 
VII - emitir, sempre que solicitado expressamente por Conselheiro ou pelo Superintendente-Geral, parecer nos processos de competência do Cade, sem que tal determinação implique a suspensão do prazo de análise ou prejuízo à tramitação normal do processo; 
O Procurador-Chefe será nomeado pelo Presidente da República, depois de aprovado pelo Senado Federal, dentre cidadãos brasileiros com mais de 30 (trinta) anos de idade, de notório conhecimento jurídico e reputação ilibada.   Mandato: 2 (dois) anos, com uma recondução. O Procurador-Chefe poderá participar, sem direito a voto, das reuniões do Tribunal, prestando assistência e esclarecimentos, quando requisitado pelos Conselheiros. Aplicam-se ao Procurador-Chefe as mesmas normas de impedimento aplicáveis aos Conselheiros do Tribunal, exceto quanto ao comparecimento às sessões. 
Do Ministério Público Federal perante o CADE:
O PGR, ouvido o Conselho Superior, designará membro do Ministério Público Federal para, nesta qualidade, emitir parecer, nos processos administrativos para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica, de ofício ou a requerimento do Conselheiro-Relator. 
 O produto da arrecadação das multas aplicadas pelo Cade, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos.
Parte superior do formulário
Compete à Secretaria de Acompanhamento Econômico (SAE): promover a concorrência em órgãos de governo e perante a sociedade - E NÃO AO CADE.
A atribuição de instruir o público sobre as formas de infração da ordem econômica é da SEAE.CADE
Das infrações à Ordem Econômica:
Esta Lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem como a quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam atividade sob regime de monopólio legal. 
As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da empresa e a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente. 
Serão solidariamente responsáveis as empresas ou entidades integrantes de grupo econômico, de fato ou de direito, quando pelo menos uma delas praticar infração à ordem econômica. 
A absolvição ou a condenação do empresário no plano administrativo não implica a responsabilização ou não do mesmo agente nas esferas de direito civil ou penal. - A repressão das infrações da ordem econômica não exclui a punição de outros ilícitos previstos em lei. 
Art. 36.  Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: 
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; 
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; 
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e 
IV - exercer de forma abusiva posição dominante. 
A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito.
O rol das infrações previstas na lei é taxativo e sua tipificação pressupõe a valoração de seus efeitos e impactos na ordem econômica.
Mercado relevante pode ser definido como o processo de identificação do conjunto de agentes econômicos que limitam as decisões de preços e quantidades.
Considera-se mercado relevante material aquele em que o agente econômico enfrenta a concorrência, considerado o bem ou serviço oferecido ao mercado.
Mercado relevante material é aquele em que o agente econômico enfrenta a concorrência, compreendendo todos os produtos ou serviços considerados permutáveis ou substituíveis pelo consumidor devido às características de preços e utilização pretendida.
Mercado relevante geográfico: espaço territorial onde os agentes econômicos concorrem entre si.
Para avaliar práticas anticompetitivas, o monopolista hipotético indica, entre vários testes possíveis, que o mercado relevante é definido como o menor grupo de produtos e a menor área geográfica, que é condição para um suposto monopolista impor um aumento de preços. 
O mercado de venda de espaço virtual para publicidade é isolado, não se reconhecendo um mercado relevante de vendas de espaços publicitários em geral (ENTENDIMENTO DO CADE).
Os mercados de telefonia fixa e de telefonia celular pertencem ao mesmo mercado relevante. O mercado relevante, sob aspectos materiais, caracteriza-se por comercializar bens que se encontram dentro da mesma opção de escolha consumerista.
Considera-se que o varejo tradicional e o mercado de vendas a distância pertencem ao mesmo mercado relevante. O mercado de varejo à distancia têm peculiaridades que o diferenciam do mercado tradicional, algumas características são típicas dos produtos ali vendidos, há produtos que somentepodem ser vendidos no varejo da internet, tais como: download de músicas, e-books e softwares; os custos do mercado de varejo à distancia, são distintos do varejo tradicional, por exemplo não há necessidade de emprego de vendedores, exposição física de produtos, a incidência de tributação é particular ao tipo de atividade desenvolvida; seus consumidores são distintos do varejo tradicional, tem nível de renda e educação acima da média, o que revela uma sofisticação dos consumidores deste mercado, além do mais o veículo utilizado exige forma de pagamento específica (cartão de crédito, contas em banco), bem como, posse e capacidade de utilização de instrumentos tais como: específicos por parte dos consumidores, computadores, telefones, rede de banda larga ou televisores. 12. Tais características revelam que o mercado exige que as empresas se especializem nele, conhecendo as necessidades e peculiaridades deste mercado e seus consumidores, praticando preços que fiquem atentos à sensibilidade de seu consumidor.
Infrações da ordem econômica: para o CESPE é rol exemplificativo
I - acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma: CAI
a) os preços de bens ou serviços ofertados individualmente; 
b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens ou a prestação de um número, volume ou frequência restrita ou limitada de serviços; 
c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens ou serviços, mediante, dentre outros, a distribuição de clientes, fornecedores, regiões ou períodos; 
d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública; 
II - promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou concertada entre concorrentes; 
III - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado; 
IV- criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços; 
V - impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-primas, equipamentos ou tecnologia, bem como aos canais de distribuição; 
VI - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa; CAI
VII - utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de preços de terceiros; 
VIII - regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a produção de bens ou prestação de serviços, ou para dificultar investimentos destinados à produção de bens ou serviços ou à sua distribuição; 
IX - impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuidores, varejistas e representantes preços de revenda, descontos, condições de pagamento, quantidades mínimas ou máximas, margem de lucro ou quaisquer outras condições de comercialização relativos a negócios destes com terceiros; CAI
X - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por meio da fixação diferenciada de preços, ou de condições operacionais de venda ou prestação de serviços; 
XI - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dentro das condições de pagamento normais aos usos e costumes comerciais; 
XII - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de relações comerciais de prazo indeterminado em razão de recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais; 
XIII - destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-primas, produtos intermediários ou acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operação de equipamentos destinados a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los; 
XIV - açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedade industrial ou intelectual ou de tecnologia; 
XV - vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do preço de custo; CAI
XVI - reter bens de produção ou de consumo, exceto para garantir a cobertura dos custos de produção; CAI
XVII - cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa causa comprovada;  CAI
XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à aquisição de um bem; e CAI
XIX - exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial, intelectual, tecnologia ou marca. 
Atos que tenham por objetivo dominar mercado relevante de bens ou serviços constituem infração à ordem econômica, salvo se a conquista de mercado resultar de processo natural fundado na maior eficiência do agente econômico em relação a seus competidores.
A verificação de paralelismo consciente de preços entre empresas concorrentes não é suficiente para caracterização de infração à ordem econômica no Brasil. 
A conduta de impor preços excessivos pode, até mesmo independentemente de culpa, ser infratora da ordem econômica, quando tenha por objeto ou possa produzir efeitos tais como limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa.
O SISTEMA DA LEI ANTITRUSTE BRASILEIRA, NO QUE TOCA A INFRAÇÃO DA ORDEM ECONÔMICA: agasalha a configuração da ilicitude dos atos tão só pela sua tipicidade. Os efeitos não precisam ter ocorrido para haver caracterização.
Acerca da disciplina jurídica da concorrência, constituem infração da ordem econômica os atos que possam prejudicar a livre iniciativa, independentemente de dolo ou culpa, ainda que esse efeito não seja alcançado.
A caracterização de infração à ordem econômica independe da forma exteriorizada da conduta. 
A consumação ou não da infração da ordem econômica não é levada em conta para sua caracterização, mas apenas para a aplicação da pena.Parte superior do formulário
(CESPE) O fato de empresas coligadas do mesmo grupo econômico acordarem ou combinarem os preços dos seus produtos caracteriza a prática de infração contra a ordem econômica. ERRADA - precisa ser com concorrente. 
Os trustes horizontais ocorrem quando são constituídos por empresas do mesmo ramo, já os verticais ocorrem quando as empresas podem ser de ramos diferentes.
Concentração vertical (trust): aglutinação de vários estágios de produção de um bem por parte de uma mesma empresa – empresa passa a concorrer com antigos fornecedores, aquisições de empresas antigas fornecedoras, contratação exclusiva de fornecedores – que, em regra, gera monopólio ou monopsônio. 
Normalmente, mercados em concorrência monopolística exigem defesa da concorrência ou mesmo regulação por parte do Estado.
Parte superior do formulário
O monopsônio ocorre quando existe um grande comprador de determinada mercadoria, em geral matéria-prima, e o preço é determinado em grande medida por ele e não pelo vendedor;
Concentração horizontal – ocorre no mesmo estágio do processo produtivo e que buscam uniformizar condutas, fixar preços e dividir o mercado. Ocorre em empresas que concorrem entre si gerando oligopólio (poucos vendendo) e oligopsônio (poucos comprando). 
Nos atos de concentração horizontais, o foco da preocupação das autoridades antitruste é a possibilidade de eliminação, total ou parcial, da rivalidade entre os agentes envolvidos.
 Um exemplo de controle de integração vertical é o controle de barreiras à entrada. - o controle de barreiras à entrada é um meio de controle tanto da integração vertical quanto da integração horizontal. 
Um exemplo de restrição vertical à concorrência é a fixação de preços de revenda.
A aplicação de preços predatórios é considerada prática restritiva vertical. HORIZONTAL
Pressupõe-se, nos acordos horizontais, que a concorrência, ainda que lícita, prejudica os concorrentes.
Nos atos de concentração horizontal, as fusões, aquisições ou joint ventures são entre empresas do mesmo setor produtivo e, que, portanto, não se relacionam ao longo de uma cadeia de produção.
O controle dos atos de concentração horizontais está focado nas fusões, aquisições ou joint ventures entre empresas que se relacionam.
Caracteriza infração da ordem econômica,em qualquer caso, a fixação de preços e condições de venda de bens ou prestação de serviços em acordo com concorrente.
Empresa que arbitrariamente aumentar seus lucros, mesmo que não tenha concorrente no mercado, praticará infração contra a ordem econômica.
Ainda que uma empresa não tenha posição dominante em sua localidade, caso ela eleve os preços dos seus bens e produtos, de modo a obter ganho de lucro excessivo, tal fato caracterizará crime contra a ordem econômica. 
Pegadinha: a lei veda o aumento arbitrário dos LUCROS e não dos preços.
Ocorre posição dominante quando uma empresa ou grupo de empresas controla parcela substancial de mercado relevante, como fornecedor, intermediário, adquirente ou financiador de um produto, serviço ou tecnologia a ele relativa, sendo presumida a posição dominante quando a empresa ou grupo de empresas controle 20% de mercado relevante, podendo esse percentual ser alterado pelo CADE para setores específicos da economia.
O mero aumento dos lucros e o poder econômico não denotam
prejuízo à livre concorrência. O prejuízo à livre concorrência fica
caracteriza quando há abuso do poder econômico e aumento arbitrário
dos lucros.
A rede “Pães e Amor Ltda”, com faturamento bruto, no ano anterior, de R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais), pretende adquirir dois outros estabelecimentos, com faturamento anual, somado, de um terço da cifra anterior. Em documentos escritos, os sócios expressam plano para, em até um ano, dominarem o mercado de padarias de dois bairros e, em até 5 anos, dominarem 50% do mercado da cidade, com base em estratégias de barateamento de custos, diminuição de preços, atendimento domiciliar e melhor gestão global. À luz de tais dados, assinale a opção correta: Ainda que não haja comunicação e que os documentos escritos venham a público, não há, no descrito, infração à ordem econômica ou à concorrência.  - não são medidas anticoncorrenciais, mas de gestão eficiente.
O principal objetivo da cartelização é a maximização dos lucros. Por esse motivo, os membros do cartel mantêm sua autonomia jurídica, mas perdem a financeira. Parte superior do formulário
Os membros do cartel mantêm sua autonomia jurídica e financeira, estabelecendo  estratégias operacionais comuns que vão disciplinar a interdependência de suas  relações.
Cartel é a forma pela qual uma grande empresa domina o mercado e afasta seus concorrentes. empresas legalmente independentes, geralmente atuantes do mesmo setor, promovem acordos entre si para promover o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços.
No trust as empresas envolvidas abrem mão de sua independência legal para constituir uma única organização, com o intuito de dominar determinada oferta de produtos e/ou serviços. 
A margem de dumping constitui a diferença entre o valor normal e o preço de exportação - valor normal de venda praticado no país de origem e o valor do produto exportado. Para que tal diferença seja calculada, é necessário que se faça a comparação justa entre o preço de alocação da mercadoria, a taxa de exportação e o valor normal, vigentes durante o período estabelecido para a investigação de existência de dumping. Será apurada com base na comparação entre o valor normal médio ponderado e a média ponderada dos preços de todas as transações comparáveis de exportação; ou os valores normais e os preços de exportação, comparados transação a transação.
O dumping discriminador ocorre geralmente quando o excedente do consumidor eleva - se de forma permanente, pois mais consumidores do país importador passam a ter acesso ao produto a preços menores.
Dumping: utilizado nas relações internacionais.  É uma prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país venderem seus produtos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro país (preço que geralmente se considera menor do que se cobra pelo produto dentro do país exportador), por um tempo, visando prejudicar e eliminar os fabricantes de produtos similares concorrentes no local, passando então a dominar o mercado e impondo preços altos.
É necessária a demonstração de nexo causal entre as importações objeto de dumping e o dano à indústria doméstica.
NÃO caracteriza crime contra a ordem econômica o fato de uma empresa vender mercadorias por valor inferior ao seu preço de custo, com o fim de vender mais do que seu único concorrente. – era crime na lei 8137 - que define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo. 
Underselling: conceitua-se como a venda abaixo do preço de custo.
Preço predatório OU precificação predatória: ocorre no mercado interno.  É uma conduta que se verifica quando uma firma reduz o preço de venda de seu produto abaixo do seu custo, incorrendo em perdas no curto prazo, objetivando eliminar rivais do mercado ou criar barreiras à entrada de possíveis competidores para, posteriormente, quando os rivais saírem do mercado, elevar os preços novamente, obtendo, assim, ganhos no longo prazo. 
O preço predatório configura intenção de prejudicar a concorrência e, por isso mesmo, é considerado infração à ordem econômica, apesar de não ser considerado como forma de concorrência desleal específica.
Parte superior do formulário
Art. 107.  O juiz poderá afastar de suas funções os responsáveis pela administração da empresa que, comprovadamente, obstarem o cumprimento de atos de competência do interventor, devendo eventual substituição dar-se na forma estabelecida no contrato social da empresa. 
§ 1º Se, apesar das providências previstas no caput deste artigo, um ou mais responsáveis pela administração da empresa persistirem em obstar a ação do interventor, o juiz procederá na forma do disposto no § 2o deste artigo. 
§ 2º  Se a maioria dos responsáveis pela administração da empresa recusar colaboração ao interventor, o juiz determinará que este assuma a administração total da empresa. 
Prescrevem em 5 (cinco) anos as ações punitivas da administração pública federal, direta e indireta, objetivando apurar infrações da ordem econômica, contados da data da prática do ilícito ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessada a prática do ilícito. 
§ 1o  Interrompe a prescrição qualquer ato administrativo ou judicial que tenha por objeto a apuração da infração contra a ordem econômica mencionada no caput deste artigo, bem como a notificação ou a intimação da investigada. 
§ 2o  Suspende-se a prescrição durante a vigência do compromisso de cessação ou do acordo em controle de concentrações. 
§ 3o  Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de 3 (três) anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso. 
§ 4o  Quando o fato objeto da ação punitiva da administração também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal. 
Caso seja instaurado processo administrativo contra determinada empresa, o CADE poderá tomar dessa empresa o compromisso de cessação da prática sob investigação ou dos seus efeitos lesivos, sempre que, em juízo de conveniência e oportunidade, entender que isso atende aos interesses protegidos por lei. 
Parte superior do formulário
PEGADINHA: nos processos administrativos para análise de ato de concentração econômica e processos administrativos para imposição de sanções processuais incidentais não cabe TCC. 
O compromisso de cessação pode ser celebrado em todos os processos em que se investigue conduta lesiva à ordem econômica
TCC somente: 
I - procedimento preparatório de inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica; 
II - inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica; 
III - processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica; 
Dica: todos ligados a infrações à ordem econômica.A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, em juízo de oportunidade e conveniência, motivada pelo interesse público, poderá tomar do representado compromisso de cessação da prática sob investigação, o qual terá caráter confidencial, no caso de procedimentos administrativos relacionados às infrações à ordem econômica. CADE
A suspensão da execução pela oposição de embargos é condicionada à garantia do juízo no valor das multas aplicadas objeto do título exequendo.
A atribuição de efeito suspensivo aos embargos à execução depende da garantia do juízo.
O processo de execução em juízo das decisões do Cade terá preferência sobre as demais espécies de ação, exceto habeas corpus e mandado de segurança. 
A execução que tenha por objeto exclusivamente a cobrança de multa pecuniária será feita de acordo com o disposto no rito previsto na Lei de Execuções Fiscais.
No cálculo do valor da multa diária pela continuidade da infração, tomar-se-á como termo inicial a data final fixada pelo Cade para a adoção voluntária das providências contidas em sua decisão, e como termo final o dia do seu efetivo cumprimento.
 O único órgão colegiado do CADE é o Tribunal Administrativo de Defesa Econômica (TADE).
Atos de concentração:
Não é considerada ato de concentração, para efeito de submissão ao CADE, a celebração de joint venture entre duas sociedades para a participação em licitação pública.
A lei antitruste brasileira em vigor suprimiu o critério da participação em mercado relevante como requisito para submissão ao CADE dos atos de concentração empresarial, atendendo, assim, às recomendações feitas por estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico que concluíram que tais critérios envolviam elementos subjetivos relacionados à definição do mercado relevante e geravam insegurança jurídica ao sistema concorrencial.
A prática usualmente denominada “gun jumping” (expressão em inglês que significa “queimar a largada”), conhecida na literatura e jurisprudência estrangeiras, consiste na consumação de atos de concentração econômica, antes da decisão final da autoridade antitruste. A LDC prevê que o controle dos atos de concentração, quando cabíveis, será realizado previamente pelo CADE em 240 (duzentos e quarenta) dias, prorrogáveis, a fim de preservar a livre iniciativa e a concorrência.
Com a alteração legislativa, as operações devem ser submetidas ao CADE sempre que ocorrerem duas hipóteses em conjunto, ou seja, se pelo menos uma das partes envolvidas tiver faturamento bruto de R$750 milhões no ano anterior à submissão e a outra de pelo menos R$75 milhões.Parte superior do formulário
	Pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento ou volume de negócios: equivalente ou superior a R$ 750.000.000,00.
	Pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento ou volume de negócios: equivalente ou superior a R$ 75.000.000,00.
Prazo: 240 dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda. Poderá ser dilatado: 
I - por até 60 (sessenta) dias, improrrogáveis, mediante requisição das partes envolvidas na operação; ou  
II - por até 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada do Tribunal, em que sejam especificados as razões para a extensão, o prazo da prorrogação, que será não renovável, e as providências cuja realização seja necessária para o julgamento do processo. 
OBS: o descumprimento dos prazos implica a aprovação tácita do ato de concentração econômica – regimento interno do CADE.
As fusões e aquisições, nominadas na lei em apreço como atos de concentração, não podem ser consumadas antes de apreciadas pelo CADE, sob pena de nulidade, de imposição de multa pecuniária e de abertura de processo administrativo para a imposição de sanções administrativas por infração à ordem econômica.
A Agência Reguladora poderá recorrer ao Tribunal Administrativo de Defesa Econômica contra a decisão da Superintendência-Geral do CADE que aprovar ato de concentração entre empresas que atuem no seu mercado regulado.
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Não caracteriza prática anticompetitiva a situação em que o empresário, mesmo fixando o preço mínimo de revenda, estimula a concorrência entre os vendedores por meio da concessão de incentivos ao consumidor. ERRADA – caracteriza sim (está no rol de condutas). 
Tanto presidente quanto conselheiros do CADE: mandato de 4 anos.
Os conselheiros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) não podem ser sócios de sociedade limitada ou de sociedade em conta de
participação. ERRADA: Não podem: participar na forma de controlador, diretor, administrador, gerente, preposto ou mandatário, de sociedade civil, comercial ou empresas de qualquer espécie.
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O CADE pode autorizar atos que, sob qualquer forma manifestados, possam limitar ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência, ou, ainda, resultar na dominação de mercados relevantes de bens ou serviços.
§ 5o  Serão proibidos os atos de concentração que impliquem eliminação da concorrência em parte substancial de mercado relevante, que possam criar ou reforçar uma posição dominante ou que possam resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o disposto no § 6o deste artigo. 
§ 6o  Os atos a que se refere o § 5o deste artigo poderão ser autorizados, desde que sejam observados os limites estritamente necessários para atingir os seguintes objetivos:  
I - cumulada ou alternativamente:  
a) aumentar a produtividade ou a competitividade; 
b) melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou 
c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e  
II - sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios decorrentes.  
O CADE não tem competência para aprovar projetos destinados
a reparar direitos difusos lesados, tais como os do meio ambiente e do consumidor.
Compete ao Plenário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) acompanhar, permanentemente, as atividades e as práticas comerciais de pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em mercado relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica, podendo, para tanto, requisitar as informações e documentos necessários, mantendo o sigilo legal, quando for o caso. SUPERINTENDÊNCIA GERAL
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica, autarquia competente para
promover a concorrência em órgãos de governo e perante a sociedade, compõe, juntamente com a Secretaria de Acompanhamento Econômico, o sistema brasileiro de defesa da concorrência. SAE
O STJ já decidiu que não é da seara do CADE aprovar atos de concentração de instituições financeiras, os quais se submetem à alçada do BACEN.
O CADE (SBDC) é constituído pelo TADE (CADE) e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.
O Tribunal poderá responder consultas sobre condutas em andamento, mediante pagamento de taxa e acompanhadas dos respectivos documentos.
Uma empresa que cometer infração à ordem econômica está sujeita à pena de multa a ser fixada com base no valor do seu faturamento bruto obtido no último exercício anterior à instauração do processo administrativo e, quando possível sua auferição estimada, em valor não inferior à vantagem obtida.
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Considere que uma empresa de laticínios, detentora de 15% do mercado de processamento e pasteurização de leite tipo C em determinado estado da Federação, venda o produto abaixo do preço de custo. Nesse caso, é correto afirmar que, para se decidir pela existência, ou não, de infração ao direito de concorrência, deve-se analisar, necessariamente: possível justificativa para a conduta, como, por exemplo, o fato de o produto ser perecível, estando iminente a expiração de sua validade para consumo.
STF: tal como nas causas intentadas contra a União, a ação ajuizada contra o CADE pode ser aforada, a critério do autor, na seção judiciáriade seu domicílio, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no DF.
A doutrina das infraestruturas essenciais, ou essential facilities, pressupõe situações de dependência de um agente econômico em relação a outro, titular de bem crucial para a produção de determinado bem ou serviço.
MONOPÓLIO NATURAL: 
Uma das formas de se avaliar a existência de monopólio natural é verificar se a função custo é subaditiva - o custo para produzir mais uma unidade de um determinado produto é menor do que o custo da produção da unidade anterior (ou seja, existem economias de escala).
Os monopólios naturais ocorrem em alguns setores (como, por exemplo, o setor de telecomunicações) em que a estrutura de custos não favorece a existência de um número grande de fornecedores. Nesses setores, os custos fixos são bastante elevados, mas os custos variáveis são baixos. No caso do setor de telefonia, as despesas para instalação e os custos fixos de manutenção das linhas são bastante elevados; no entanto, o aumento do número de usuários não traz grandes custos adicionais. O custo marginal é extremamente baixo, bem próximo de zero para os níveis relevantes de produção. Assim, é possível perceber que, nos monopólios naturais, o custo médio será decrescente para toda a produção da firma. Os altos custos fixos vão sendo diluídos em cada unidade adicional produzida. Ocorrem, então, as chamadas economias de escala que, no caso dos monopólios naturais, ocorrem para toda a faixa de produção.
A eliminação de barreira que impeça a entrada de uma segunda empresa em um mercado monopolista será benéfica para o consumidor, desde que os preços praticados por essa segunda empresa não sejam inferiores aos custos médios do setor.
As regras per se e de razão:
Com relação às normas de defesa da concorrência, historicamente aponta-se a sua origem na reação norte-americana às mudanças econômicas ocorridas no final do século XIX, que implicaram numa extrema concentração, e muitas vezes cartelização, das empresas, com a adoção do chamado Sherman Act, em 1890. Nesse período, acreditava-se que a concorrência poderia ser lesada em detrimento dos consumidores por meio de acordos entre concorrentes ou concentração monopolística, ou pela ação de uma empresa com poder de mercado no sentido de excluir outras do mesmo. 
Em razão da amplitude das restrições constantes do Sherman Act, que tornara ilegais todos os acordos restritivos da concorrência, a sua aplicação passou a ser flexibilizada pelas Cortes Americanas, com o desenvolvimento do chamado princípio da regra da razão, o que equivaleria, no direito brasileiro, à aplicação ao caso concreto dos princípios da razoabilidade ou proporcionalidade. Como hoje formulada, a regra da razão no direito americano não considera ilegais os acordos que tenham objetivos pró-competitivos, ainda que provoquem efeitos incidentais e inconsequentes na concorrência.
Ao mesmo tempo em que desenvolvida a regra da razão, a Supre Corte americana passou a elaborar o princípio per se condemnation, no sentido oposto, no qual certos acordos não poderiam ser razoavelmente justificados, ou seja, seriam ilegais per se, bastando a prova da sua ocorrência, sem a preocupação com o eventual objetivo das partes ou dos efeitos sobre o mercado, não sendo possível aplicar-lhes a regra da razão.
7 Práticas anticoncorrenciais no setor de saúde suplementar:
O mercado de saúde suplementar apresenta tendência de concentração por dois motivos centrais: i) assimetrias de informação e; ii) problemas de solvência ou risco de insolvência.
O risco moral (moral hazard) reside, por exemplo, no fato de
que o usuário do plano de saúde, em virtude da contratação do seguro5, pode se sujeitar a situações de maior risco e até mesmo evitar
cuidados preventivos importantes. Ao mesmo tempo, esse usuário, sabendo que tem um plano de saúde, pode começar a fazer “mil” exames médicos, a maioria dos quais ele não faria se tivesse que desembolsar por sua própria conta. Tais condutas levam à sobreutilização dos serviços de saúde.
A seleção adversa (adverse selection) também está presente no setor de saúde suplementar. Na relação consumidor-plano de saúde, verifica-se que o primeiro (consumidor) não tem capacidade técnica para compreender o conteúdo dos contratos e avaliar se os serviços disponíveis atendem suas necessidades de assistência médica.
Assim, pode ser que o consumidor contrate um plano de saúde que não oferece tratamento para problemas oncológicos (câncer). O consumidor, no momento em que assina o contrato, não sabe se, futuramente, ele vai precisar justamente desse tratamento.
Outro problema decorrente da seleção adversa é o fato de que
o sistema de saúde suplementar apresenta a tendência de incorporar
indivíduos de maior risco e que, em razão disso, exigem tratamentos
médicos mais dispendiosos. Isso ocorre porque, em geral, os indivíduos sabem mais sobre sua própria situação de saúde do que a operadora (plano de saúde). Os indivíduos que possuem problemas graves de saúde tem, assim, maior interesse em adquirir os planos; os indivíduos saudáveis tem um interesse bem menor na aquisição.
O problema da seleção adversa se agrava ainda mais à medida em que aumenta o preço do plano de saúde. O preço elevado de um plano de saúde afasta aquelas pessoas que não têm probabilidade de ficar doentes em um futuro próximo; os adquirentes do plano serão, portanto, pessoas com risco elevado.
Com o objetivo de se proteger dos efeitos da seleção adversa, as
operadoras (planos de saúde) adotam métodos de seleção de risco
(prática conhecida como cream skimming ou cherry picking). O objetivo é
selecionar indivíduos de menor risco, impondo barreiras à entrada no
sistema aos indivíduos com doenças preexistentes e limites de cobertura.
O risco de insolvência pode ser definido como a probabilidade de
que uma empresa tenha obrigações superiores aos rendimentos que recebe. No setor de saúde suplementar, o risco de insolvência afeta de
maneira bem mais intensa as operadoras de planos de saúde menores. O risco de insolvência é maior no setor de saúde suplementar do que em outras formas de seguro. Isso se deve à incerteza típica do mercado, que impede os planos de saúde de estimarem com precisão as despesas máximas que serão necessárias para atender cada paciente.
Os avanços tecnológicos no setor de saúde, ao contrário do que ocorre em diversos outros setores, geram elevação de gastos para os planos de saúde. Os avanços tecnológicos contribuem para a concentração no setor de saúde suplementar.
A assimetria de informações e o risco de insolvência, ao mesmo tempo em que fazem com que o mercado de saúde suplementar opere de maneira mais eficiente com poucas firmas de maior porte, contribuem para o elevado grau de concentração do setor.
É possível afirmar que, no setor de saúde suplementar, há relação diretamente proporcional entre o risco de insolvência e o grau de concentração do mercado.
O setor de saúde suplementar é, dentre todos os setores, o que
responde pela maior parte dos processos administrativos antitruste
no Brasil. Isso se deve ao alto grau de concentração do setor, que coloca nas mãos das operadoras (planos de saúde) elevado poder de mercado.
O controle do “poder de venda” dos planos de saúde consiste
em evitar que estes abusem do poder de mercado em sua relação com o usuário (consumidor final). Isso é feito por meio do estabelecimento de coberturas mínimas que os planos de saúde devem conceder aos usuários e, além disso, pelo controle dos reajustes de mensalidades. Com isso, a ANS busca proteger o consumidor da assimetria de poder que existe em sua relação com o plano de saúde.
O “poder de compra” dos planos de saúde, por sua vez, se manifesta no fato de que estes exercem poder de monopsônio/oligopsônio na aquisição de serviços médicos. Sabemos que há médicos que atendem consultas particulares, independentemente de intermediação de planos de saúde; no entanto, isso é

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