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Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Introdução e conceitos gerais sobre os hormônios Manutenção da homeostasia Metabolismo (energético e mineral) Crescimento Reprodução Hormônios Derivados de aminoácidos ou de colesterol. o Hormônios proteicos – são produzidos e armazenados o Hormônios esteroides – produzidos quando necessários Produzidos nas glândulas endócrinas ou tecido neurossecretor. Normalmente metabolizados no fígado e eliminados pelas fezes ou urina (excreção renal). Transportadas pelo sangue: livres ou ligadas a proteínas plasmáticas. Atuam em células-alvo com receptor princípio chave-fechadura. Natureza química dos hormônios Proteica Esteroide Derivados do aminoácido Tirosina HIPÓFISE Localizada na sela túrcica do osso esfenoide. Relação com o hipotálamo pela haste hipofisária. Derivada por 2 tecidos: o Hipófise anterior: Adenohipófise Tecido epitelióide Invaginação do epitélio da faringe o Hipófise posterior: Neurohipófise Origem neural – projeção do hipotálamo Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda NEUROHIPÓFISE Corpo celular do neurônio produz substância que atravessa o axônio até alcançar o botão terminal, onde esta substância será liberada nos capilares sanguíneos, que conduzirão esta substância até a sua célula-alvo. Núcleo paraventricular (PVN) Ocitocina o Ejeção de leite durante a lactação o “hormônio do amor” o Contração uterina (feedback + fisiológico durante o trabalho de parto) Núcleo supra-ótico Hormônio Antidiurético (ADH) ou vasopressina o Aumenta a reabsorção de água nos túbulos renais – ação no néfron distal (TCD e ducto coletor); glândulas Sudoríparas e arteríolas o Álcool atua inibindo a ação do ADH – aumento da diurese. Ação do ADH Inibição do ADH ↑ reabsorção de água ↓ quantidade de urina produzida ↓ reabsorção de água ↑ quantidade de urina produzida ADENOHIPÓFISE Tecido epitelióide. Hipófise anterior. Hipotálamo influencia através dos capilares do sistema porta. Sistema porta – hipotalâmico – hipofisário Hipotálamo libera uma série de hormônios que influenciarão a produção dos hormônios da AdenoHipófise. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Fatores de Liberação e de Inibição Hipotalâmicos TRH – hormônio de liberação da tireotropina CRH – hormônio de liberação da corticotropina GnRH – hormônio de liberação da gonadotropina GHRH – hormônio de liberação do hormônio do crescimento GHIH – hormônio de inibição do hormônio de crescimento PIH – hormônio de inibição da prolactina impede a produção de leite fora dos períodos de lactação. Hormônios Adenohipofisários Hormônio do Crescimento (HC) ou Growth Hormone (GH) Prolactina (Prl) Hormônios tróficos o TSH – tireotropina ou hormônio tiro-estimulante o ACTH – adrenocorticotropina o FSH – hormônio folículo estimulante o LH – hormônio luteinizante Hormônio de Crescimento (GH) Efeitos sobre o crescimento ↑ tamanho das células e o nº de mitoses ↑ deposição de proteínas em diversos tecidos ↑ o crescimento do arcabouço esquelético Efeitos metabólicos ↑ síntese proteica em todas as células do corpo ↑ mobilização de ácidos graxos (AG) do tecido adiposo e ↑ da utilização destes pelas células poupa glicose (carboidratos) ↓ utilização de glicose pelas células Efeitos sobre as proteínas ↑ transporte de aminoácidos pelas membranas gonadotropinas Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda ↑ tradução do RNA ↑ transcrição do DNA em RNA ↓ catabolismo proteico “acentua a deposição de proteína tecidual” Efeitos sobre os lipídeos ↑ lipólise no tecido adiposo ↑ liberação de ácidos graxos no plasma sanguíneo ↑ disponibilidade de ácidos graxos para as células utilizarem como fonte de energia ↑ conversão de ácidos graxos em corpos cetônicos Efeitos sobre os carboidratos ↓ uso de glicose para energia ↑ deposição de glicogênio ↓ captação de glicose pelas células promove hiperglicemia (diabete hipofisária) ↑secreção de insulina (efeito diabetogênico) O GH estimula o fígado, os músculos, as cartilagens, os ossos e outros tecidos a sintetizarem e a secretarem Fatores de Crescimento semelhantes à Insulina (IGF). GH e IGF medeiam os efeitos do próprio GH, modificando a secreção de GH retronegativa: o ↓ [plasmática] ativa o hipotálamo – produz GHRH o ↑ [plasmática] ativa o hipotálamo – libera GHIH Regulação da liberação de GH Hipoglicemia Sono pico de liberação na 1ª hora Traumatismo (moderado) Inanição ↑ Exercício ↑ sedentarismo ↓ Gigantismo ↑ [GH] na infância Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Nanismo ↓ [GH] na infância Acromegalia ↑[GH] após a puberdade. Excesso de GH no adulto, que possui as gemas de crescimento fechadas, ocasiona a deposição de material ósseo nas extremidades, determinando o seu aumento: mãos, pés, mandíbula, nariz, orelhas. Prolactina Desenvolvimento mamário Lactogênese Estímulos como a gestação e a amamentação inibem o PIH Hormônio Estimulante dos Melanócitos (MSH) Função precisa desconhecida nos humanos. Pode causar o escurecimento da pele. Tireotropina ou Hormônio tireo-estimulante (TSH) Será comentado oportunamente. Adrenocorticotropina (ACTH) Será comentado oportunamente. Hormônio Folículo Estimulante (FSH) Será comentado oportunamente. Hormônio Luteinizante (LH) Será comentado oportunamente. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda TIRÓIDE (TIREÓIDE) Células foliculares = tirócitos (T3 e T4); Célula parafoliculares = células C (calcitonina) Coloide (água + proteínas (gel de proteínas)) Tiroglobulina1 Hormônios Tiroidianos Aminoácido Tirosina + Iodo (dieta) T3 – triiodotironina (8%) T4 – tetraiodotironina (92%) Tirocalcitonina T3 reverso O corpo produz muito mais T4 do que T3. O T3 é o hormônio ativo, pois as células-alvo possuem o receptor (nuclear) para T3. O problema é resolvido com a desiodação do T4 em T3, assim o T4 deixa de ser inativo e passa a ser ativo no interior da célula. o Enzima: desiodase Biossíntese dos Hormônios Tiroidianos (HT) 1. Captação ativa de Iodeto (I-) Bomba de Iodeto (transporte ativo) existente na membrana dos tirócitos capta o iodeto circulante na corrente sanguínea. 1 Proteína formada principalmente pelo AA. Tirosina. Produtos marinhos (algas, peixes) Verduras verde-escuras OMS = obrigatoriedade em se adicionar Iodo ao sal de cozinha – hipotiroidismo endêmico O próprio corpo produz. Constituinte dos hormônios Dopamina Adrenalina Noradrenalina Receptores: dois tipos Externos o Membrana plasmática Internos o Citoplasmáticos o Nucleares Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda 2. Oxidação do Iodeto (I- I0) No interior do tirócito, o Iodeto é oxidado em Iodo elementar de modo a ser adicionado à tirosina da tiroglobulina 3. Iodação Iodo é adicionado ao aminoácido Tirosina MIT – monoiodotirosina DIT – diiodotirosina 4. Acoplamento ↑ [DIT] do que [MIT] existente no coloide preso à tiroglobulinaMIT + DIT = T3 DIT + DIT = T4 DIT + MIT = T3 reverso (hormônio inativo) Não existe T2 (MIT + MIT) 5. Proteólise da Tiroglobulina Peroxidase rompe a ligação do hormônio tiroidiano, liberando-o na circulação sanguínea. Ligação dos HT na circulação 99,98% ligado às proteínas plasmáticas o ↑[TBG] o TBPA o ↓ [Albumina] Gestação = ↑ produção TGB devido à ↑ atração por hormônios tiroidianos o Não necessariamente caracteriza hipertiroidismo 0,02% livre na circulação Alteração na proporção de hormônios livres = patológico! o ↑ hipertiroidismo o ↓ hipotiroidismo Enzima PEROXIDASE Em 1, Produz ATP Em 2, oxida Permite acoplamento Drogas antitirosianas – inibe peroxidase Hormônio TSH – estimula peroxidase Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Mecanismo de Ação dos HT T4 desiodase T3 Célula-alvo HT quase todas as células do organismo efeito difuso. T3 - ↑ síntese proteica (enzimas, neurotransmissores, receptores e canais iônicos). Efeitos dos HT Metabólitos ↑ Anabolismo, mas realiza catabolismo também. Hipo: ↑ anabolismo Hiper: ↑ catabolismo Metabolismo Basal2 Ativa a Na+/K+ Estimula a fosforilação oxidativa nas mitocôndrias ↑ o consumo de O2 ↑ do metabolismo basal ↑ produção de calor (termogênese) Metabolismo de Lipídeos Estimula o anabolismo no fígado e tecido adiposo lipogênese Estimula o catabolismo no fígado e tecido adiposo lipólise Estimula a degradação do colesterol Pacientes com colesterol elevado devem ter investigados o TSH de 6-6 meses. Hipo: tendência à obesidade Hiper: tendência à perda de peso Metabolismo de Carboidratos Sem alterações importantes. Anabolismo e Catabolismo Metabolismo de Proteínas Anabolismo e Catabolismo 2 Metabolismo do organismo em repouso; sem estresse e 12-14h sem alimento. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda SNC Ativa células de GH na hipófise posterior Estimula a produção de mielina Estimula a liberação de neurotransmissores Participa da formação de sinapses Hipo: ↓ [neurotransmissores] = falta de memória, sonolência, letargia. Hiper: irritabilidade, insônia, hiperexcitabilidade. Crescimento/Desenvolvimento Ação sinérgica com o GH e com as somatomedinas para promover a formação do osso. Sistema Cardiovascular Estimula a frequência cardíaca aumentando o débito cardíaco por estimular a liberação de catecolaminas no coração Hipo: Hiper: ↑ [adrenalina e noradrenalina] Promove vasodilatação devido ao aumento do metabolismo tecidual vasomotilidade ↑ consumo de O2 Taquicardia tirotoxicose: emergência tiróidea Sistema Digestório Estimula a motilidade gastrointestinal Estimula as secreções digestivas Estimula o apetite Hipo: constipação intestinal e anorexia Hiper: diarreia e hiperfagia Sistema Respiratório Estimula a produção de surfactante. Estimula a ventilação – consumo aumentado de O2 Retardamento mental causado pelo hipotiroidismo congênito = cretinismo Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Regulação e Secreção dos HT Hipotálamo TRH AdenoHipófise TSH Tiroide TRH – fator de liberação TSH: estimula todas as fases da biossíntese. Down Regulation: hormônios tiroidianos se ligam nos receptores para T3 e T4 existentes no hipotálamo (núcleos supraópticos) = inibe a secreção de TRH. Diagnóstico do Hipotiroidismo TRH não cai na corrente sanguínea, fica localizada no eixo hipotálamo- hipófise, logo não pode ser dosado. Dosagem de ↓ [T3 e T4] livre na corrente sanguínea - $$$ (alto custo) SUS – dosagem TSH - $ (baixo custo) o Espera-se ↑TRH ↑ TSH, pois a ausência de T3 e T4 não permite inibição dos receptores hipotalâmicos. o ↑ TSH + ↓ [T3 e T4] = hipo: ↑ TSH para liberar um mínimo de HT. Hipotiroidismo secundário: problema não está na glândula tiroide, mas em outras regiões (hipotálamo, hipófise). Diagnóstico do Hipertiroidismo ↓ [TSH] + ↑ [T3 e T4] o Glândula Tiróide inibe liberação de TSH tentando suprimir liberação de T3 e T4. Tanto o hipo quanto o hiper congênito podem ser diagnosticados precocemente no teste do pezinho realizado nos recém-nascidos. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda HORMÔNIO PARATIREÓIDE, CALCITONINA, METABOLISMO DO CÁLCIO E DO FOSFATO, VITAMINA D – ossos e dentes Cálcio Funções: Cálcio – formação de ossos e dentes Cálcio + fosfato + água = cristal de hidroxiapatita Cálcio livre – contração muscular – liso, estriado esquelético, cardíaco Coagulação sanguínea Transmissão nervosa 2º mensageiro – sinaliza para a célula o que for para fazer. Compartimento do cálcio no organismo: o organismo contém ± 1kg de cálcio. Ossos – 99% Intracelular – 10g Líquido extracelular – 1g Trocas de Cálcio: Movimento de Cálcio entre o Líquido ExtraCelular e os outros 3 compartimentos: o Trato gastrointestinal o Rins o Ossos Movimentação do Cálcio no organismo: Ganho LEC/dia: 0,2g Fosfato Funções: Parceria com o cálcio para formar o cristal de hidroxiapatita DNA, RNA O organismo guarda cálcio para as fase de: Amamentação Formação do feto Fase de crescimento Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda 2º BIMESTRE Trato Gastrointestinal Motilidade do Trato Gastrointestinal Trânsito do alimento pelo TGI – quebra moléculas grandes em partículas absorvíveis – digestão mecânica e defecação. Funções do TGI: Ingestão e Deglutição Secreção Mistura e Propulsão (motilidade) Digestão Absorção Defecação Quem provoca movimento é a musculatura – musculatura lisa: 2/3 inferiores do esôfago até o reto. o 1/3 superior do esôfago – musculatura esquelética A motilidade do TGI depende: o Propriedades intrínsecas da musculatura lisa: reflexo gastrocólico = sincício – estímulo do TGI alto estimula todo o TGI; sistema “mexeu com você, mexeu comigo”. o Controle neural e hormonal o Da constituição dos alimentos Carboidratos – exigem menor motilidade Lipídeos Proteínas – exigem maior motilidade o Diferenças entre os indivíduos: Dieta alimentar e estilo de vida. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Camadas básicas dos órgãos do TGI 1. Camada Mucosa 2. Camada Submucosa 3. Camada Muscular Circular 4. Camada Muscular Longitudinal 5. Camada Serosa TIPOS FUNCIONAIS DE MOVIMENTOS NO TGI Mistura: movimento concêntrico, voltado para o interior do órgão. Camada muscular CIRCULAR mais ativa. Propulsão: movimentos peristálticos. Camadas musculares trabalham juntas: Camada muscular circular – segura Camada muscular longitudinal – propele LEI DO INTESTINO: Reflexo peristáltico + direção do movimento “Acima do bolo alimentar – contração, abaixo do bolo alimentar, relaxamento”. Direção do movimento: de oral para anal. Contração acima do bolo, relaxamento após ele. Direção de oral para anal. ESFÍNCTERES: Tecido fibroso – barram o estímulo entre as células, seguram um pouco as contrações. Em algumas pessoas este estímulo é barrado, em outras, ele consegue continuar. O músculo liso gastrointestinal funciona como um sincício – estimulaa 1ª célula (2/3 finais do esôfago), todo o TGI é estimulado simultaneamente. ESTÍMULOS NO TGI Ondas lentas: não geram potencial de ação – estímulos sublimiares. Células de Cajal – marca passo intestinal: auto estimulante. Localizada na região de musculatura, é estimulado por elevadas concentrações de Sódio. Estimula as ondas lentas, vários estímulos sublimiares podem se somar e provocar um potencial de ação – potencial de ação estimula as fibras musculares – despolarização. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Entrada de alimento – distensão da parede do TGI: estimula potencial de ação – potencial em espículas: são potenciais de ação – estímulo: distensão, irritação do epitélio. Reflexo mioentérico: distensão da parede estimula receptor que estimula a contração da musculatura. Estimulação – Despolarização – REFLEXO MIOENTÉRICO Distensão da parede do TGI – entrada de alimentos Irritação do epitélio (álcool) Acetilcolina SNA parassimpático Estimulação - Hiperpolarização Noradrenalina SNA simpático Controle neural dos movimentos: SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO – SNE Independente – não se ligam diretamente com o Sistema Nervoso Central. Exclusividade do trato gastrointestinal – controla a motilidade. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO – SNA Ritmo e periodicidade dos movimentos entéricos. Reforçam as ordens de contração e relaxamento do SNE. Apoio para que os movimentos sejam sincronizados, rítmicos e, portanto, eficazes. Sistema Nervoso Entérico Plexo submucoso (Meissner) – controla secreções Localiza-se na camada submucosa. Plexo mioentérico (Auerbach) – controla os movimentos. Localiza-se entre as camadas musculares “A entrada do alimento causa distensão das fibras musculares, percebidas por receptores que estimulam as células mioentéricas que estimulam as fibras musculares a se contraírem”. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda A maioria das fibras neuronais (+ 90%) estimula o SNE. O SNE libera acetilcolina e substância P na parede do músculo do órgão. Neurônio mioentérico o contração acima do bolo = acetilcolina + substância P o relaxamento ON (óxido nítrico) e VIP (peptídeo inibidor vasoativo). Sistema Nervoso Autônomo Simpático – relaxamento Relaxamento da parede do TGI e contração dos esfíncteres. Inibe os movimentos peristálticos e contrai os esfíncteres. Parassimpático – contração Estimula a contração sobre a parede do TGI, entretanto, RELAXA OS ESFÍNCTERES. Estimula movimentos peristálticos, relaxa esfíncteres. Controle hormonal dos movimentos: Depende do estímulo Excitação: alta concentração de proteínas no estômago Liberação de Gastrina estimula a motilidade estomacal. Inibição: Colicistocinina (CCK)- produzido e liberado pelo duodeno – inibe a contração estomacal e estimula a contração intestinal. MOTILIDADE DO ESÔFAGO Não permite que o alimento fique muito tempo parado: prejudica a respiração, compressão da traqueia e compressão de vasos. Movimento de mistura muito breve. Movimento de propulsão muito presente Peristalse Primária – 1ª contração – contrai todo o órgão. Se descer todo o alimento param as contrações, se sobrar algo no esôfago ocorre uma nova peristalse. Peristalse Secundária, Terciária... – contrações sucessivas até que todo o alimento saia da luz do órgão. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Pressão abdominal – estômago com alimento – contração abdominal (tosse, movimento de sentar) provoca a entrada do esfíncter esofágico inferior no estômago (0,5 – 1,5 cm) bloqueando o retorno do alimento (refluxo). Esfíncter cárdico só se abre para permitir a passagem do alimento para o estômago. FUNÇÕES MOTORAS DO ESTÔMAGO 1º momento: Período de armazenamento – estômago relaxado, esfíncteres fechados. 2º momento: Mistura do bolo alimentar – Bolo alimentar quimo. Secreção do suco gástrico. Esfíncteres fechados. Contrações musculares vigorosas. Duração do processo: 2-3 horas. 3º momento: Esvaziamento para digestão e absorção – reflexo mioentérico exarcebado – contração violenta da parede estomacal – esfíncter pilórico se abre para permitir a passagem do quimo para o duodeno. Reflexo vagovagal – Diminuição do tônus da parede muscular do estômago. Relaxamento vagal – liberação de NO e VIP pelo plexo mioentérico. Acontece quando a pessoa come mais do que o habitual. Estímulo do n. vago sensitivo vai para os núcleos superiores e volta resposta pelo n. vago motor. _Esvaziamento gástrico (EG) Desencadeamento do reflexo mioentérico – contração da parede do estômago e relaxamento do esfíncter pilórico. Ativação da bomba pilórica – ondas peristálticas fortes do antro. Relaxamento do esfíncter pilórico. Controle do Esvaziamento gástrico Estímulos gástricos excitatórios: grande volume de quimo, quimo muito ácido ou quimo muito gorduroso. Estímulos intestinais (duodeno) – inibitórios – CCK e Reflexo enterogástrico. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Neurônios mioentéricos da parede do duodeno fazem sinapse com neurônios mioentéricos da parede do estômago inibitório relaxamento da musculatura gástrica: interrompe o esvaziamento – fecha o esfíncter pilórico. Aumento do volume de alimento no estômago – aumento da pressão intragástrica, entretanto é a distenção da parede que ativa o reflexo mioentérico e acentuam a atividade da bomba pilórica. Efeito do hormônio gastrina presença de determinado tipo de alimento intensifica a atividade da bomba pilórica. MOVIMENTOS DO INTESTINO DELGADO Segmentação: movimento de mistura. Intestino Delgado forma segmentos – contrações concêntricas localizadas e espaçadas. Peristaltismo: movimentos propulsivos – bastante intensos após uma refeição. Propulsão efetiva: 1 cm/min piloro válvula ileocecal3 – 3 a 5 horas. Hormônios que ESTIMULAM a peristalse Hormônios que INIBEM a peristalse Gastrina CCK Insulina Motilina Serotonina Secretina Glucagon MOVIMENTOS DO INTESTINO GROSSO O quimo leva de 8 a 15 horas para mover-se da válvula ileocecal até os cólons. Haustrações: mistura. Cada volume do intestino grosso é denominado haustro. Tênias são a musculatura lisa entre eles. Propulsão: movimentos de massa _Movimento de massa: Tipo modificado de peristaltismo (do colo transverso para frente) 3 Evita o refluxo de conteúdos fecais do cólon para o intestino delgado. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Quilo: semi pastoso Fezes: sólido – colo descendente. Aumenta a motilidade Diminui a motilidade Menor absorção de água Fezes líquidas – diarreia Aumenta a absorção de água Fezes duras – constipação Tempo de Movimentação (h) Local Mínimo Máximo Estômago 2 3 ID 3 5 IG 8 15 Total 13 23 REFLEXO DE DEFECAÇÃO Parte sacral – S2, S3 e S4. Células receptoras existentes na parede do reto captam a distensão da parede, enviam sinal para o SNE. O SNE envia sinal para os segmentos sacrais através de nervos pélvicos. Estes nervos estimulam o SNA - neurônio pré- ganglionar, neurônio pós-ganglionar estimula o plexo mioentérico a contrair a parede do reto e relaxar o esfíncter anal interno. Maturação do sistema nervoso leva ao controle superior (supraespinhal) voluntário: Núcleos da ponte hipotálamo córtex percepção que precisa ir ao banheiro pode haver o bloqueio voluntário do reflexo de defecação: vias descendentes (n. pudendo e n. coccígeo) motoneurônio somático determina a contração do esfíncter anal externo (musculatura estriada esquelética). o O m. esfíncter anal interno é de musculatura lisa, logo não há controle voluntário sobre ele. o Crianças e idosos: baixa mielinazação: perde este controle voluntário. Fezes no reto distenção dos receptores de parede estímulo ao plexo mioentérico centro de defecação S2, S3 e S4. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Arco reflexo: sinapse com o neurônio parassimpático estímulo para os neurônios entéricos da parede do reto contração da parede do reto e relaxamento do esfíncter anal interno. Voluntário: informação do reto medula sacra centros superiores núcleos pontinos hipotálamo córtex percepção da necessidade de defecar via descendente até a medula sacral (n. pudendo e n. coccígeo) motoneurônio alfa (somático) musculatura do esfíncter anal externo contração voluntária. AULA PRÁTICA Movimentos das alças intestinais Acetilcolina: contração das alças intestinais – peristaltismo. Adrenalina: palidez – vasoconstrição. Sulfato de Bário: cólica. Contração exarcebada – forma herniações – chega a romper a alça intestinal (explode). SECREÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL Tipos de secreções do TGI Neurócrina – neurotransmissores e/ou neuromoduladores Endócrina - hormônio Exócrina – mucosa, serosa e/ou hidroeletrolítica SECREÇÕES SALIVARES E GÁSTRICAS Fundamento da fisiologia médica – Johnson; Berne e Levy. SECREÇÃO SALIVAR Glândulas salivares: Gls. Parótida Gls. Sublinguais Gls. Submandibulares Células acinares: Glândulas acinares Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Serosas: secreção enzimática Mucosas: secretam muco Sero-mucosas: mistas Células ductais revestem os ductos – intercalares: secreção hidroeletrolítica (principalmente bicarbonato) Células mioepiteliais Localizam-se entre a membrana basal e as células acinares. contráteis: facilitam a excreção dos grânulos das células para dentro dos ácinos – fibras de miosina e actina pressionam as células acinares, que excretam suas secreções nos ácinos. Secreção tônica: diária e contínua. Basal – 0,5 mL/min Durante a refeição: ↑ 10-20 X Componentes e funções Água: solubilização Muco: lubrificação, deglutição e fala Enzima PTIALINA: amilase – alfaamilase Enzimas bactericidas: lizozima Produtos inorgânicos: cálcio, potássio, cloro, bicarbonato Mais básica que o plasma e menos concentrada em sódio. o Reabsorção de sódio o Secreção de potássio e bicarbonato o Reabsorção de cloro A ritmos máximos de secreção, as glândulas salivares podem secretar até 1 mL/min por grama de tecido, ou seja, o próprio peso por minuto! Produtos da hidrólise do AMIDO pela ALFA-AMILASE Amilase no pH ácido = inativação – para eficácia máxima deve-se aproveitar o máximo de tempo possível antes de chegar no estômago. Mastigação inadequada faz com que o bolo alimentar chegue rápido demais ao estômago, sendo que o pH ácido do órgão inativa a amilase. pH: neutro para básico: 7,0 - 8,0 Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda A α-amilase é a endoamilase mais conhecida. A Amilase, como todas as outras enzimas, funciona como um catalisador, ou seja, não é alterada pela reação, mas a torna mais fácil,reduzindo a quantidade de energia necessária para que ocorra. Maltose Maltriose Alfa limite dextrinas Controle da secreção salivar Médico russo Ivan Pavlov Reflexos Condicionados Associação sistemática (sino + alimento) – após o condicionamento apenas o som da campainha desencadeava a salivação no cão faminto. Experiência prévia, repetitiva e associativa – olfação/visão Bulbo Ponte núcleos salivatórios. Tônus parassimpático glândulas salivares acetilcolina (aumenta a formação de saliva). Parte cranial do sistema parassimpático n. facial (VII) e n. glossofaríngeo (IX). n. facial gl. Sublingual e gl. Submandibular – núcleo submandibular n. glossofaríngeo gl. Parótida – núcleo ótico Sistema simpático estimula célula mucosa não é fluida – sensação de boca seca. Vasoconstrição. Diminui a formação de saliva por vasoconstrição. Gânglio cervical superior – 1º gânglio da cadeia paravertebral. (T1 a T3). Noradrenalina Reflexos Incondicionados Estímulos mastigatórios – V par Estímulos gustativos – VII, IX, X pares Centros superiores – olfato Distenção gástrica SECREÇÃO GÁSTRICA 2000 mL suco gástrico/dia Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda pH ≈ 2,0 (1,5 – 3,5) Regiões estomacais corpo: secreta muco, pepsinogênio e HCl células mucosas: de superfície. Secreta muco e bicarbonato (HCO3-) células principais: secreta pepsinogênio células parietais: secreta HCl e Fator intrínseco Constituições da secreção gástrica água e íons muco – células mucosas bicarbonato pepsinogênio – célula principal fator intrínseco – célula parietal HCl – célula parietal Célula G – localizada na região antral secreta gastrina para a circulação sanguínea – não é constituinte do suco gástrico. MUCO Células mucosas de superfície. Bicarbonato e muco formam um tapete de proteção viscoso, gosmento, grudento que recobre toda a superfície gástrica – cerca de 2 mm de espessura. Mantém o pH ≈ 7,0. Ácido na luz estomacal não fica em contato com as células da mucosa. se a inflamação invadir a serosa – formação de úlcera prostaglandinas são fundamentais para a produção de muco. Substância citoprotetora – PGE2. Acetilcolina – proveniente do SNA parassimpático – nervo vago e plexos nervosos internos (mioentérico e submucoso). Fluxo sanguíneo adequado – SNA simpático – vasoconstrição – diminui a irrigação = isquemia. Epitélio – alta capacidade de regeneração – regeneração mitótica – depende do fluxo sanguíneo local. Prostaglandina o Favorece a vasodilatação o Estimula a produção de muco o Favorece a renovação celular Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Uso de antiinflamatórios não esteroidais – AINEs – inibem a síntese de prostaglandinas – retarda a regeneração celular. Dificulta a irrigação do órgão – diminui a produção do muco. Fatores que favorecem a formação de úlceras pépticas: o Tabagismo o Alcoolismo excessivo o Stress o Cafeína PEPSINOGÊNIO Células principais. Componente inativo que é ativado em PEPSINA na luz do órgão na presença de HCl. Pepsina dentro da célula iria autodigerir a célula. Precursor inativo = forma de defesa contra o canibalismo. Precursor Pepsinogênio –-HCl -enzima Pepsina PEPSINA: enzima proteolítica – quebra proteínas. Inicia a digestão das proteínas – quebra em polipeptídeos um pouco menores. Não há enzima gástrica fundamental. Facilita a digestão. Proteínas ---pepsina- proteoses e peptonas Pepsina ativa: ação autocatalítica. Transforma pepsinogênio em mais pepsina ativa. FATOR INTRÍNSECO e ABSORÇÃO DE VITAMINA B12 Células parietais. Alta concentração de mitocôndrias – fornecimento de energia para a bomba de prótons. Pode ser a única secreção gástrica essencial – para a absorçãoda vitamina B12. Vitamina B12 – é absorvida no íleo mas somente se estiver conjugada com o fator intrínseco – enterócito ileal – absorve complexo fator intrínseco + vitamina B12. A vitamina vai para o sistema porta. No fígado é armazenada. Essencial para a maturação das hemácias. o Retardo na divisão = hemácias grandes, MACROCÍTICAS. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Atrofia da mucosa intestinal por excesso de consumo de bebidas alcoólicas: ANEMIA PERNICIOSA. Macrocítica por ausência de fator intrínseco. ÁCIDO CLORÍDRICO (HCl) Células parietais (oxíntica) Bomba de prótons Alta concentração de mitocôndrias Canalículos MECANISMO CELULAR DA SECREÇÃO DE HCl ESTÍMULOS SECREÇÕES EXÓCRINAS Pancreática Hepática pH do trato gastrointestinal: varia muito. Na boca é neutro, no estômago é ácido; no intestino é alcalino. As enzimas só agem em pH ideal Esvaziamento da Bile e do Suco Pancreático Esfíncter de Oddi papila duodenal maior = ampola hepatobiliar SECREÇÃO PANCREÁTICA – suco pancreático Principais tipos celulares encontrados no pâncreas Glândula exócrina: suco pancreático – ácinos pancreáticos Glândula endócrina: insulina e glucagon Insulina e Glucagon precisam de enzimas digestivas para agir, em especial a amilase. Constituintes da secreção pancreática Água Íons Muco Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda 3 enzimas: o Amilolítica o Lipolítica o Proteolítica Ácinos pancreáticos 1 estrutura formada por 2 partes: Células que ficam em volta de um tubo cego Estímulo – pH ácido do quimo Neutraliza o pH do quimo permitindo a ação das enzimas pancreáticas. Previne dano da mucosa intestinal. Água bicarbonato Células que fazem parte do corpo do ácino: enzimas quebram macromoléculas em micromoléculas para permitir a absorção. Estímulo – composição do quimo (proteínas, lipídeos e carboidratos) Proenzimas – enzimas inativas Grânulos de zimogênio Estimulação do ácino para liberar as substâncias, todas as secreções são despejadas no intestino delgado. Células insulino dependente: insulina permite a passagem de glicose e aminoácidos. Caso seja insulino independente: ocorre difusão facilitada. Ativação das enzimas proteolíticas As enzimas são produzidas na forma inativa – proteção celular Tripsinogênio ---enteroquinase tripsina Molécula de tripsina ativa já começa a auto ativar o próprio tripsinogênio em tripsina e Quimiotripsinogênio quimiotripsina Pró-carboxipeptidase carboxipeptidase Pancreatite: obstrução do colédoco por cálculos biliares. Auto ativação das enzimas proteolíticas – digestão das células pancreáticas. Acontece mesmo sem a presença da enteroquinase Cálculo formado a partir de colesterol. Lecitina deixa o colesterol líquido, evitando a precipitação e a consequente formação de cálculos. Controle da secreção pancreática Enzimas: 90% proteases 7% amilases 2% lípases < 1 % nucleases Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda SECRETINA: célula S estimula células do ducto: ácidos e acidez do quimo o Água e bicarbonato CCK: células I: estimula células do ácino: ácidos graxos, peptídeos, aminoácidos – composição do quimo o Proenzimas Secreção simultânea: água + bicarbonato + enzimas Glândula salivar: libera sais minerais, água, muco e enzimas (amilase salivar) Digestão parcial. Substâncias parcialmente degradadas. Mastigação rápida = enzima inibida no estômago. pH deve ser ótimo – neutro ou básico. Glândula gástrica: secreta muco, HCl, pepsinogênio (inativa) + HCl enzima pepsina ativa – parcialmente degradadas. Bile: enzima lípase pancreática para agir necessita da bile. Transforma gordura em pequenas gotas para facilitar a ação enzimática = emulsão. Produzida no fígado, perde água na vesícula – fica mais concentrado. Vesícula chega a armazenar até 10% (50 mL) do volume produzido diário Colesterol ácidos biliares Lectina colesterol Pigmentos Bicarbonato de sódio. Intestino Delgado: bile chega através do ducto colédoco. Ocorre a digestão – termina a degradação das moléculas. DIGESTÃO E ABSORÇÃO INTESTINAL Digestão: Clivagem. Processo pelo qual as moléculas ingeridas são clivadas em moléculas menores pelas enzimas das secreções no TGI. Absorção: Transporte. Processo pelo qual as moléculas são transportadas através das células epiteliais que revestem o TGI para chegar ao sangue ou linfa Vasos linfáticos são o meio de absorver estas moléculas e depois descarregá- las na corrente circulatória. Digestão de carboidratos Início na boca, saliva e enzima (alfa amilase – ptialina) – pH neutro-alcalino – começa a clivagem do amido em polímeros menores. No estômago, o pH ácido bloqueia o processo. Fisiologia Tauany Milan Ribeiro Lacerda Continua no duodeno, com a enzima amilase pancreática. No intestino delgado existem outras enzimas que desdobram os polissacarídeos em dissacarídeos e depois em monossacarídeos, os quais podem ser absorvidos – enzimas localizadas na borda em escova. Maltose – amido o Maltriose – 2 moléculas de glicose o Maltotriose – 3 moléculas de glicose Sacarase – sacarose glicose + frutose Lactase – lactose glicose + galactose Alfa dextrinase – amido 2 glicoses + ramificação lateral Menores monossacarídeos: são absorvidos no intestino delgado Glicose Frutose Galactose Digestão de proteínas Início no estômago. Ácido clorídrico (células parietais) matam as bactérias e ativa o pepsinogênio e ainda desnaturaliza algumas proteínas Célula parietal – HCl e fator intrínseco Célula principal – pepsinogênio No estômago: proteína –pepsina peptídeos. Aumenta a concentração de pepsina = feedback positivo = aumenta transformação de pepsinogênio em pepsina. Pepsina digere as fibras de colágeno, permitindo a penetração das enzimas proteolíticas. Elastase – quebra moléculas de elastina – mantém a carne unida Proteínas –pepsinas proteoses e peptonas. A digestão final ocorre no intestino delgado: proteoses e peptonas
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