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1 
Curso grátis de Educação Ambiental 
60 horas aula 
 
Conteúdo programático: 
 
Introdução 
Educação Ambiental e Cidadania 
Educação Ambiental e Cultura 
Educação Ambiental Formal 
Conteúdo Programático 
Técnicas em Educação Ambiental 
Três Técnicas de Educação Ambiental 
Carta aos Professores 
Como Organizar um Passeio à Floresta 
Educação Ambiental Não-Formal 
Duas Ideias Para Projetos 
Educação Ambiental na Empresa 
Educação Ambiental Informal 
Textos Auxiliares 
Agenda 21 
Tratado de Educação Ambiental Para Sociedades Sustentáveis e 
Responsabilidade Global 
Cuidando do Planeta Terra 
Meio Ambiente na Constituição Federal 
Modelos de Projetos 
Bibliografia/Links Recomendados 
2 
Introdução 
 
A unidades de conservação são porções de um ecossistema 
preservados em lei. Cada Estado possui parques, reservas e 
áreas de proteção que se constituem em verdadeiras salas de 
aula privilegiadas para o ensino da Educação Ambiental. Nesta 
foto, o autor faz uma palestra dentro da Reserva Biológica de 
Poço das Antas, em Silva Jardim (RJ), para alunos da Rede 
Municipal de Ensino, técnicos e comunidade, conscientizando 
sobre a importância da mobilização da sociedade para a 
preservação dessas últimas “testemunhas verdes” da antes 
exuberante natureza do País. 
 
O estudo do ambiente deve ter por fim despertar apenas 
secundariamente o aluno para os conhecimentos sobre os fatos do 
ambiente. O objetivo primordial deve ser formar a sua inteligência, a 
sua capacidade de descobrir e de encarar os problemas. 
- Pedagogia do Meio Ambiente - Louis Percher; Pierre Ferrant; 
Bernard Blot. 
 
 
A Mudança Começa em Nós 
Todos nós desejamos viver num mundo melhor, mais pacífico, 
fraterno e ecológico. O problema é que as pessoas sempre 
esperam que esse mundo melhor comece no outro. É comum 
ouvirmos pessoas falando que têm boa vontade para ajudar, mas 
como ninguém as convida para nada, nem se organizam, então 
não podem contribuir como gostariam para um mutirão de 
limpeza da rua, por exemplo, ou para plantio de árvores. Pessoas 
assim acabam achando mais fácil reclamar que ninguém faz 
nada, ou que a culpa é do “Sistema”, dos governantes ou 
empresas, mas não se perguntam se estão fazendo a parte que 
lhes cabe. 
 
Por outro lado, é importante não ficar esperando a perfeição 
individual - pois isso é inatingível. O fato de adquirirmos 
consciência ambiental, não nos faz perfeitos. O importante é que 
tenhamos o compromisso de ser melhor todo dia, procurando 
sempre nos superarmos. Também não podemos cometer o erro 
de subordinar a luta em defesa da natureza às mudanças nas 
3 
estruturas injustas de nossa sociedade, pois devem ser lutas 
interligadas e simultâneas, já que de nada adianta alcançarmos 
toda a riqueza do mundo, ou toda a justiça social que sonhamos, 
se o planeta tornar-se incapaz de sustentar a vida humana com 
qualidade. 
 
Durante anos tenho sido requisitado para palestras em escolas, 
empresas e comunidades para falar sobre educação ambiental, 
entre outros temas. Este livro é uma forma de democratizar este 
conhecimento. Procurei reunir aqui um pouco das experiências 
que acumulei em vários anos de militância com movimento 
popular, sindical e ecológico e na administração pública 
municipal, desde 1984, quando participei da fundação das 
Organizações Não-Governamentais (ONGs) UNIVERDE, em São 
Gonçalo (RJ), e em seguida com a fundação do Defensores da 
Terra, Rio de Janeiro (RJ) em 1988, além da experiência 
acumulada na elaboração e coordenação executiva de inúmeros 
projetos de educação ambiental seja nas prefeituras de Niterói e 
São Gonçalo, seja como consultor na Comissão de Meio 
Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. 
 
 
A pedagogia do meio ambiente é, incontestavelmente, uma pedagogia 
da ação, isto é, dos alunos tomarem a seu próprio cargo problemas, 
precisamente porque estes problemas dizem respeito a todos em sua 
vida cotidiana, e não poderiam ser regulados pela simples recitação 
de informações. 
- Pedagogia do Meio Ambiente - Louis Percher; Pierre Ferrant; 
Bernard Blot. 
 
Educação Ambiental e Cidadania 
1. Educação Ambiental e Cidadania 
 
 
As árvores não são derrubadas, a fauna sacrificada ou o meio 
ambiente poluído por desconhecimento de nossa espécie dos 
impactos dessas ações sobre a natureza. A falta de 
conhecimento, assim como a falta de consciência ambiental são 
grandes responsáveis pelas destruições ambientais. Mas não é 
só isso. O meio ambiente é destruído, também – e principalmente 
4 
– devido ao atual estágio de desenvolvimento existente nas 
relações sociais de nossa espécie. 
 
Certos caçadores e desmatadores, por exemplo, possuem muito 
mais conhecimentos sobre ecologia, natureza e a vida silvestre 
que muitos ecologistas, mas usam esses conhecimentos para 
destruir e matar. Na década de 70, governos internacionais 
preocupados com a rápida destruição dos recursos naturais e a 
poluição do planeta, defenderam a tese do crescimento zero, ou 
seja, congelar os níveis de progresso à época. Ora, por diversas 
vezes durante nossa história econômica, o Brasil teve cres- 
cimento abaixo de zero, portanto negativo, e nem por isso viu 
diminuído seus problemas ambientais, muito pelo contrário. De- 
vido a crise econômica, as empresas investiram menos em con- 
trole de poluição. 
A destruição da natureza não resulta da forma como nossa espé- 
cie se relaciona com o planeta, mas da maneira como se 
relaciona consigo mesma. Ao desmatar, queimar, poluir, utilizar 
ou desperdiçar recursos naturais ou energéticos, cada ser 
humano está reproduzindo o que aprendeu ao longo da história e 
cultura de seu povo. Portanto, a ação destruidora não é um ato 
isolado de um ou outro indivíduo, mas reflete as relações 
culturais, sociais e tecnológicas de sua sociedade. Então, é 
impossível pretender que seres humanos explorados, injustiçados 
e desprovidos de seus direitos de cidadãos consigam compre- 
ender que não devam explorar outros seres vivos, como animais 
e plantas, considerados inferiores pelos humanos. A atual relação 
de nossa espécie com a natureza é apenas um reflexo do atual 
estágio de desenvolvimento das relações humanas entre nós 
próprios. Vivemos sendo explorados, achamos natural explorar 
os outros. 
Não há educação ambiental sem participação política. Logo, não 
é de estranhar que os governos até hoje não tenham conseguido 
estabelecer diretrizes e investir realmente em educação 
ambiental, pois é impossível estimular a participação mas não 
garantir os instrumentos, direitos e acesso à participação e 
interferência nos centros de decisão. 
Não é à toa que os Conselhos de meio ambiente, nas diversas 
esferas do governo, onde se prevê a participação direta da 
5 
sociedade civil, funcionam ainda tão precariamente, isso quando 
conseguem funcionar. O ensino sobre o meio ambiente deve 
contribuir principalmente para o exercício da cidadania, 
estimulando a ação transformadora, além de buscar aprofundar 
os conhecimentos sobre as questões ambientais de melhores 
tecnologias, estimular mudança de comportamentos e a cons- 
trução de novos valores éticos menos antropocêntricos. A 
educação ambiental é fundamentalmente uma pedagogia de 
ação. Não basta se tornar mais consciente dos problemas 
ambientais sem se tornar também mais ativo, crítico participativo. 
Em outras palavras, o comportamento dos cidadãos em relação 
ao seu meio ambiente, é indissociável do exercício da cidadania. 
 
 
A educação ambiental não é neutra, mas ideológica. É um ato político 
baseado em valores para a transformaçãosocial. 
 
- Tratado de Educação Ambiental Para Sociedades Sustentáveis 
e Responsabilidade Global. (Fórum Global da ECO 92) 
Educação Ambiental e Cultura 
2. Educação Ambiental e Cultura 
 
 
O ensino para o meio ambiente está intimamente associado à 
Cultura. Por que as pessoas em geral se preocupam tão pouco 
com os problemas ambientais? Por que é preciso sempre muito 
esforço para mobilizá-las em defesa de seu meio ambiente? Para 
responder isso é importante compreender uma das mais cruéis 
conseqüências do modelo de desenvolvimento adotado para o 
Brasil: a perda da identidade cultural de grande parte da po- 
pulação. Ao migrar das cidades do interior para a capital, além de 
todos os problemas que acarretam com a concentração urbana, 
os grandes contingentes populacionais ainda perdem sua 
identidade cultural, sua memória. Sem essa identidade cultural, é 
como se cada pessoa vivesse isolada num mar enorme, cercada 
de gente igualmente solitária por todos os lados. 
Sem identidade cultural, importa muito pouco saber que o patri- 
mônio da coletividade, seja ambiental, seja arquitetônico, 
histórico, cultural, a própria rua, a praça, está sendo ameaçado 
ou destruído. À medida que essa gente não se sente dona 
6 
desses espaços coletivos - que são considerados como terra de 
ninguém ou como pertencentes aos governos dos quais não 
gostam - também não se mobilizam em sua defesa. Assim, não 
há nenhuma sensação de perda diante de uma floresta que deixa 
de existir ou de um lago ou manguezal aterrado, pois a população 
residente, em sua maior parte, por não ter identidade cultural com 
o lugar em que vive, também não se sente parte dele. Esse 
fenômeno acontece, hoje, principalmente nas periferias das 
grandes cidades brasileiras, onde se concentram milhares de 
trabalhadores que usam as cidades apenas para dormir 
constituindo-se em mão-de-obra pendular casa-trabalho/trabalho- 
casa das grandes cidades. Existe uma grande população, mas 
não um grande povo. 
 
Essa alienação tem sido muito conveniente para as classes no 
poder, que aprenderam ainda a dominar com muita competência 
os meios de comunicação, principalmente a televisão, para 
substituir rapidamente os valores culturais tradicionais por outros 
mais convenientes a seus interesses, ao mesmo tempo em que 
desestimulam e depreciam os valores nativos, afinal, ninguém 
gosta de ser chamado de caipira, como sinônimo de atraso. 
Um educador ambiental precisa ter clara compreensão dessa 
realidade, procurando, primeiro, associar-se às lutas populares 
pelo resgate cultural e, segundo, desenvolvendo técnicas, como a 
memória viva (veja página 00), para iniciar uma formação de 
identidade cultural dos educandos com o lugar em que vivem. 
 
Nesse ponto retorna a questão fundamental da linguagem. É 
preciso partir da percepção dos educandos sobre o que são as 
questões ambientais, e não da dos educadores, para que os 
alunos assumam como suas as melhorias ambientais e a defesa 
de seu patrimônio ambiental, e não uma imposição dos governos 
ou da escola. Nesse sentido, o professor não deve pretender ser 
um condutor de novos conhecimentos, pois não se trata apenas 
de estimular o aluno a dominar maior número de informações, 
mas assumir o papel de estimulador, motivador, instrumento, 
apoio, levando os alunos a elaborarem seu próprio conhecimento 
sobre o que seja meio ambiente e o que ele - aluno -, pode fazer 
para evitar as agressões. 
7 
A educação ambiental, à medida que se assume como educação 
mais política do que técnica, assume também o processo de 
formadora da identidade política e cultural de um povo. Nesse 
sentido, alinha-se a todas as lutas e movimentos da sociedade 
pela cidadania. 
 
Por isso é fundamental que o educador ambiental fale uma 
linguagem que seja percebida por todos, evitando reforçar uma 
visão romântica de meio ambiente ou a idéia que ecologia é um 
assunto secundário, preocupação de elites e de segmentos da 
população que já resolveram seus problemas básicos de 
sobrevivência. 
 
É fato que, por mais carente que seja, a população possui 
consciência ecológica, só que essa percepção é bastante 
romântica associando-se mais à proteção das plantas e dos 
animais e menos à qualidade de vida da espécie humana, como 
se não fizéssemos parte da natureza. Para a maioria, lutar pelo 
fim das valas de esgotos a céu aberto, más condições de 
trabalho nas fábricas não tem nada a ver com meio ambiente. 
 
Nada mais falso, pois ecologia em países pobres é combater o 
esgoto a céu aberto, o lixo não recolhido, a água contaminada, 
etc. Para a população, especialmente a mais carente, as 
questões ecológicas devem ser associadas à qualidade de vida. 
Por exemplo, as diversas poluições, o lixo tóxico, os agrotóxicos 
são temas ligados à saúde; os desmatamentos e os 
reflorestamentos ligados à saúde e também à segurança civil, e 
por extensão, à moradia; as teses da descentralização 
econômica, de pólos industriais, de empresas poluidoras são 
ligadas a emprego e a salário; erosão, destruição de recursos 
naturais, ocupação de leitos de rios e de encostas, também 
associados à moradia; as ciclovias, os transportes de massa em 
vez de coletivos, o gás natural em vez de diesel, associados ao 
transporte mais confortável e barato, e assim por diante. 
 
 
Artigo 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações. 
10 
- Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 
05 de outubro de 1988. 
Educação Ambiental Formal 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL 
 
Compreendemos a chamada Educação Ambiental Formal, como 
aquela educação sobre conceitos ambientais aplicados em sala 
de aula, através do currículo. Deve ser multidisciplinar, evitando 
concentrar o ensino sobre meio ambiente na cadeira de Ciências, 
a fim de não reforçar os aspectos físicos da questão, em 
detrimento dos demais aspectos sócio-econômicos, políticos, 
éticos, etc., pois a Educação Ambiental é ensino para a 
cidadania. 
 
 
1. Princípios Básicos 
O educador ambiental deve procurar colocar os alunos em 
situações que sejam formadoras, como por exemplo, diante de 
uma agressão ambiental ou de um bom exemplo de preservação 
ou conservação ambiental, apresentando os meios de 
compreensão do meio ambiente. Em termos ambientais isso não 
constitui dificuldades, uma vez que o meio ambiente está em toda 
a nossa volta. Dissociada dessa realidade, a educação ambiental 
não teria razão de ser. Entretanto, mais importante que dominar 
informações sobre um rio ou ecossistema da região é usar o meio 
ambiente local como motivador, para que o aluno seja levado a 
compreender conceitos como, por exemplo: 
 
 
 Visão física: Nada vive isolado na natureza. Tudo está 
inter-relacionado. Assim como influenciamos no meio, somos 
influenciados por ele. Um ser depende do outro para 
sobreviver. Não existem seres mais ou menos importantes 
para o conjunto da vida no planeta. A única coisa importante 
é a rede de relações que todos os seres vivos mantém entre 
si e com o meio em que vivem. Rompida esta "teia", ou 
diminuída em sua capacidade, a vida corre perigo. 
11 
 Visão cultural: O meio ambiente não é constituído 
apenas pelo mundo natural, onde vivem as plantas e os 
animais, mas também pelo mundo construído pelo ser 
humano, suas cidades, as zonas rurais e urbanas. Estes dois 
mundos relacionam-se e influenciam-se reciprocamente. 
Somos resultado dessas duas evoluções, a natural e a 
cultural. 
 Visão político-econômica:O poder não está distribuído 
de maneira igual por toda a humanidade, sendo diferente, 
portanto, a distribuição das responsabilidades de cada um 
pela destruição do planeta e pela construção de um mundo 
melhor. Cada cidadão pode e deve fazer a sua parte, mas os 
empresários, políticos, administradores públicos, etc., têm 
uma responsabilidade muito maior. Atrás de cada agressão à 
natureza estão interesses sócio-econômicos e culturais de 
nossa espécie, que usa o planeta como se fosse uma fonte 
inesgotável de recursos. As relações entre a espécie humana 
e a natureza estão em desequilíbrio por que refletem a 
injustiça e desarmonia das relações entre os indivíduos de 
nossa própria espécie. 
 Visão ética: A mudança para uma relação mais 
harmônica e menos predatória e poluidora com o planeta e 
as outras espécies depende de todos, mas especialmente 
começa em cada um de nós, individualmente, através de dois 
movimentos distintos: um para dentro de nós mesmos e de 
nossa família, com adoção de novos hábitos, 
comportamentos, atitudes e valores; e outro para a 
sociedade em torno de nós, buscando a união com outros 
cidadãos para influir em políticas públicas e empresariais que 
levem em conta o planeta, a qualidade de vida, a justiça 
social. 
 
Logo, por mais que o ensino para o meio ambiente mude de lugar 
para lugar, em função das diferentes realidades, alguns princípios 
estão presentes praticamente em todas as situações, tais como: 
 
 
Defina palavras e conceitos 
12 
Defender a natureza, a flora e a floresta, o meio ambiente, a 
ecologia. Preservar os ecossistemas e os habitats, combater a 
depredação dos recursos naturais, a poluição de mananciais e do 
lençol freático. São palavras e conceitos que se tornaram comuns 
hoje em dia, mas afinal, do que se trata? É preciso definir o que 
se está falando, tomando o cuidado de não cair num tecnicismo 
que distancie o aluno da ação transformadora que ele precisa 
empreender como cidadão de seu tempo. 
 
 
Mostre a importância 
Por mais sério que seja, ninguém consegue ter a sensação de 
importância por uma coisa abstrata, fora de sua realidade. Antes 
de se importar com a sobrevivência das outras espécies, o aluno 
precisa estar consciente de sua própria importância, sua 
capacidade de interferir no meio ambiente e de agir como 
cidadão. Afinal, como respeitar espécies consideradas inferiores 
se o aluno percebe que não há respeito entre os indivíduos de 
sua própria espécie? 
 
 
Estimule a reflexão 
A cada ação deve corresponder uma reflexão, pois não é 
possível pretender transformar o mundo ou criar uma relação 
mais harmônica com a natureza ou os outros indivíduos de nossa 
própria espécie baseando-se apenas noacademicismo, onde se 
acumula um volume imenso de conhecimentos e informações 
sem que isso reverta em melhoria das condições de vida; ou 
no tarefismo, onde se procura transformar o mundo pela ação 
direta, como se nosso esforço fosse o suficiente para contagiar a 
todos. O equilíbrio entre as duas forças deve ser o objetivo de 
uma boa educação para o meio ambiente. 
 
 
Estimule a participação 
Uma vez que o aluno já domina um mínimo de conhecimentos 
sobre palavras e conceitos e está consciente sobre a importância 
de seu papel como agente transformador o próximo passo é a 
participação. É no enfrentamento dos problemas de seu cotidiano 
que o aluno se formará como cidadão. Além disso, o jovem não 
precisa chegar à maioridade ou ter um diploma técnico para só 
13 
então defender seus direitos a um meio ambiente preservado, 
pois cada omissão equivale à destruição de mais e mais recursos 
naturais, de mais e mais poluição. A mudança deve começar já, 
inicialmente através de novas atitudes e comportamentos, mas 
logo a seguir procurando engajar-se nas ações da sociedade em 
defesa do meio ambiente e da qualidade de vida. Para estimular 
os alunos, uma boa técnica é estabelecer parceiras com os 
grupos ecológicos comunitários do lugar, convidando-os para se 
integrarem ao trabalho na escola. 
 
 
Interesse-se a descobrir coisas novas 
Um diploma de conclusão de curso não significa o domínio total 
de um conhecimento. A gente continua aprendendo sempre. 
Interesse seus alunos pelos estudos da natureza, lendo com eles 
notícias recentes de jornais e revistas, comentando a última 
programação sobre ecologia na televisão. Estimule cantinhos da 
natureza na sala de aula, museus naturais, álbum de recortes, 
leituras coletivas de materiais etc. 
 
 
Faça junto com eles 
O exemplo vale mais do que mil palavras. Os alunos são 
bastante impressionáveis diante da figura do professor. Ver o 
professor falar, falar, mas não agir conforme o que fala é 
desestimulante para os alunos e, ao mesmo tempo, um apelo ao 
não-agir, considerar o ensino para o meio ambiente como mais 
uma disciplina aborrecida que deve ser estudada apenas para 
tirar uma boa nota. Aproveite a oportunidade e engaje-se com 
seus alunos na tarefa de se construir as novas relações com o 
planeta, afinal, essa é uma tarefa de cidadania, muito mais que 
um compromisso de trabalho. 
 
 
Saia da sala de aula 
O meio ambiente da sala de aula não é o mais adequado para 
ensinar sobre o mundo que está lá fora. Sair da sala de aula, 
entretanto, traz inúmeros problemas quando se dispõe de apenas 
45 minutos para uma aula. Uma das soluções pode ser mutirão 
pedagógico com colegas de outras disciplinas, o que reforça o 
14 
caráter interdiciplinar do ensino para o meio ambiente. Outra 
possibilidade é sugerir aos pais dos alunos que façam incursões 
em finais de semanas ou feriados para realizar estudos do meio 
ou investigar e fotografar um problema ambiental, levando no 
carro dois, três ou mais coleguinhas dos filhos. E isso nem é uma 
proposta absurda, já que muitos pais ajudam os filhos nos 
trabalhos escolares, e não deixa de ser um passeio interessante, 
além de promover a integração entre pais e alunos, escolas e 
comunidade. 
Conteúdo Programático 
Conteúdo Programático 
 
A realidade muda de pessoa a pessoa, de acordo com o modo de 
vida e de interação com o meio, além das diferenças físicas. 
Assim, a educação ambiental será sempre diferente entre os que 
moram numa zona rural ou numa cidade, junto de uma floresta, 
rio ou ao lado de um pólo industrial. O desafio é encontrar a ma- 
neira mais adequada de abordar a questão ambiental em cada 
disciplina, já que não existem receitas prontas. O ensino para o 
meio ambiente, muito antes de ser uma especialização, é uma 
preparação para a vida. Quando chega a aprender sobre o meio 
ambiente, é sobre sua própria vida que o aluno aprende. 
 
Algumas sugestões e reflexões sobre a educação ambiental 
através de cada disciplina tradicional do currículo: 
 
 
Língua Portuguesa 
Nada é mais estimulante que escrever sobre um tema que está 
em evidência, palpitante. Recortes de jornais e revistas, ou o 
último programa de televisão sobre ecologia têm o efeito de 
estimular a criatividade e a motivação para a escrita. Peça aos 
alunos que comentem a matéria jornalística e apontem soluções 
concretas para os problemas, escrevam uma carta à autoridade, 
uma convocatória para a comunidade, etc. Muito importante é 
trabalhar com eles os termos e conceitos que não ficaram claros, 
solicitando que consultem dicionários e enciclopédias. Os 
passeios ecológicos são ótimos para estimular a escrita, através 
da elaboração de relatórios. 
15 
 
Matemática 
As questões ambientais fazem parte do dia a dia dos alunos. O 
professor pode propiciar situações de aprendizagem, estimulando 
os alunos a pensar sobre quantidades, percentagens, etc. 
envolvendo temas ambientais ligados à suarealidade. 
 
 
Geografia 
Professores e alunos podem trocar informações entre si, e 
nenhum local propicia melhores estímulos que o rio ou floresta 
mais próximos, ou mesmo a praça, usando a técnica do estudo 
do meio (página 00), estimulando as formações de mutirões 
pedagógicos com as outras disciplinas. A visão crítica dos alunos 
contribuirá para transformá-los em agentes de mudança de sua 
própria realidade. 
 
 
Ciências 
Acostumados a lidar com as questões da Biologia, Química e Fí- 
sica, os professores da área não deveriam encontrar dificuldades 
para o ensino do meio ambiente caso tivessem a preocupação 
de, primeiro, auxiliar os colegas de outras disciplinas a 
"ecologizar" suas aulas e, segundo, adotassem um ensino de 
ciências mais próximo da realidade e do interesse dos alunos, 
que ultrapasse os conceitos biológicos para incorporar o social, 
econômico e político. 
 
História 
Estimule os alunos a consultar enciclopédias, ler reflexivamente 
os jornais em sala de aula, investigar as relações do passado 
com o meio ambiente e projetar essas relações para o futuro. 
Trazer para a sala de aula pessoas antigas da comunidade que 
possam falar aos alunos sobre como era a vida na comunidade. 
 
 
Educação Artística 
A sucata é um excelente material para ampliar conceitos sobre 
reciclagem, sociedade de consumo, desperdício, além de 
16 
estimular a criatividade. Com os materiais que normalmente são 
jogados fora pode-se fazer desde brinquedos até máscaras para 
dramatizações. Busque a integração com as outras disciplinas. 
Técnicas em Educação Ambiental 
Técnicas em Educação Ambiental 
 
Por Prof. Ricardo Harduim 
 
 
Tendo recebido o convite do autor para escrever este capítulo, 
pensei no que poderia ser interessante para os leitores se 
envolverem ainda mais no tema Educação Ambiental. 
 
Espero que após a leitura de toda a obra, você esteja motivado a 
realizar experiências com seus alunos e amigos. Provavelmente, 
em pouco tempo, estará infectado pelo “biovírus” do 
ambientalismo, idealizando projetos, elaborando planos de ação 
e participando de encontros, seminários e cursos. 
 
Que bom se assim acontecer pois a natureza precisa cada vez 
mais de pessoas se transformando em busca da formação da 
consciência conservacionista! 
 
É importante ressaltar que as atividades deste capítulo existem 
para serem construídas com os participantes, e não para serem 
elaboradas previamente pelo coordenador. Os participantes 
precisam construir ou participar da construção de todo o 
processo. 
Quem vivencia, não esquece. 
 
 
a) Corrida Ecológica 
 
 
Esta atividade é uma adaptação de um conhecido jogo, cujos 
participantes vão saltado casas com seus peões de acordo com o 
número que ficar para cima após o lançamento de um dado. 
Desenhe em papel craft, cartolina ou no quadro-de-giz, o 
percurso da corrida. Marque 3 casas que conterão um aspecto 
positivo da natureza e 3 casas com um problema ambiental. 
17 
O jogador que cair com seu peão numa casa que apresente um 
ponto positivo em relação ao meio ambiente, irá avançar algumas 
outras casas como prêmio. Mas, se cair em uma das casas de 
problemas ambientais será penalizado retrocedendo ou ficando 
uma rodada sem jogar. 
 
De posse do tabuleiro (percurso da corrida), do dado e dos peões 
que, certamente, você já aproveitou algum material para produzi- 
los, solicite aos participantes 3 pontos positivos e 3 negativos do 
meio ambiente de sua região ou comunidade. 
Peça que atribuam valores (em números) a cada um dos pontos 
ditados relacionando-os em colunas para facilitar a visualização. 
Exemplo: 
 
 
Pontos Positivos Pontos negativos 
Estação de tratamento de água 
– 5 Poluição do ar – 2 
 
Saneamento – 3 Lixo – 4 
 
Reflorestamento - 2 Desmatamento – 3 
 
 
Você vai perceber como as pessoas têm mais facilidade de 
lembrar dos pontos negativos que positivos. Pense um pouco 
nisso. 
 
E agora, ATENÇÃO, pois chegou o momento mais importante de 
atividade. Quando os valores estiverem definidos, inicie uma 
série de questionamentos. Por exemplo: 
 
 
 
 Vocês atribuíram 5 pontos para a Estação de Tratamento d’água e 3 
pontos para o saneamento. Tudo bem, mas não poderia ser o contrário? 
Ou será os dois não são igualmente importantes e deveriam Ter a 
mesma pontuação? 
 Por que vocês deram 3 pontos para desmatamento e 2 pontos para 
reflorestamento? É melhor desmatar que reflorestar? 
 4 pontos para o lixo e 2 pontos para a poluição do ar... O lixo é 100% pior 
que a poluição do ar? 
18 
 
Você fará perguntas aparentemente despretensiosas, evitando 
induzi-los para alguma resposta. Lembre-se que os próprios 
participantes constroem o jogo. Você é apenas um facilitador. 
Este é o momento mais importante da atividade porque você 
provoca o debate. A idéia é mexer com a percepção e valores 
dos participantes trocando os números anteriormente 
estabelecidos quantas vezes forem necessárias. Isso ocorrerá de 
acordo com as novas opiniões dos participantes. 
 
Você precisará apagar e colocar distintos números, todas as 
vezes que existirem sugestões e palpites. Se criar confusão, 
ótimo, pois neste caso, vale mais confundir do que você, 
arbitrariamente, definir os valores a partir de sua percepção. 
 
 
Finalizando. Você já tem: 
 
tabuleiro 
os peões 
o dado 
os pontos positivos e negativos com os respectivos valores 
as 6 casas distribuídas ao longo do percurso. 
 
 
Acabou? Sim, mas seria ainda melhor se os participante 
inventassem avisos, lembretes, frases de efeito ou mensagens 
para cada uma das 6 casas que fazem avançar ou retroceder. 
Agora sim, pode começar. 
 
 
b) Quebra-cabeça Ecológico 
 
 
Este é um jogo mais aconselhável para crianças. E geralmente, 
crianças de divertem muito com quebra-cabeças. 
 
Peça aos participantes para conseguirem papelão e revistas 
usadas com fotografias. Solicite que selecionem variadas 
fotografias sobre meio ambiente e colem no papelão. 
19 
Com uma tesoura, faça cortes livres produzindo assim um 
quebra-cabeça. É claro que neste momento você não vai pedir 
para as crianças manusearem a tesoura, pois é perigoso. 
 
É importante atentar para o fato de que as crianças sentem um 
maior prazer quando conseguem transpor um obstáculo mais 
difícil. Por isso, é interessante quebra-cabeça mais complicados 
com fotografias mais agradáveis. E quebra-cabeça mais simples, 
com fotografias que revelem a destruição da natureza e do ser 
humano. 
Quando a criança monta com rapidez um quebra-cabeça simples 
– algo que, para ela, não é tão interessante – depara com uma 
imagem degradante e, provavelmente, a memoriza de forma 
negativa. O mesmo acontece ao contrário, com um quebra- 
cabeça que estimula sua montagem e que, ao final, reflete uma 
imagem harmoniosa. 
 
 
 
 
c) Jogo do Slide 
 
 
Para esta atividade você vai precisar de um projetor 
de slides (diapositivos), molduras de slides, papel acetato 
transparente e canetas coloridas para retroprojetor. 
A idéia é pedir para os participantes fazerem uma imagem 
ambiental (desenho ou esquema) num pedaço de 3,5 x 3,5 cm de 
acetato. Melhor se for após uma aula, palestra ou filme. A feitura 
da imagem exigirá habilidade e tempo por causa do pequeno 
tamanho do papel. 
 
Os trabalhos realizados deverão ser anônimos, encaixados 
aleatoriamente nas molduras e exibidos um a um na parede com 
auxílio do projetor. É uma atividade que serve para qualquer faixa 
etária e todos gostam muito. Cadaslide exibido deve ser avaliado 
pelos participantes. 
A imagem geralmenteapresenta uma síntese do que sente a 
pessoa no momento da elaboração. Cada traço, por mais simples 
que pareça, pode ter um significado importante para a evolução 
de toda a equipe. Os participantes, aos poucos, compreendem e 
20 
interpretam melhor os distintos registros. Pode-se utilizar esta 
atividade como um instrumento de realização de um curso, 
oficina, conferência, etc. 
 
Importante também é fazer uma análise comparativa entre o 
micro e o macro ao registrar uma imagem num tamanho pequeno 
e logo em seguida, vê-la gigantesca na parede, servindo de 
objeto de análise de outras pessoas. Pode-se entender, neste 
caso, que as ações exercidas pelo ser humano, mesmo 
aparentemente pequenas, possuem um poder muito grande, 
poder que, em sua essência, pode traduzir um processo 
construtivo, mas também, destrutivo. 
Penso que esta atividade funciona melhor quando a imagem é 
feita no início de um Curso e a exibição só ocorre no final. Sem, 
contudo, que o participante saiba que sua minúscula imagem se 
transformará num slide a ser exibido. É sempre uma boa 
surpresa. 
 
 
d) Presente da Natureza 
 
 
Estimular a cooperação e a integração é sempre útil para afinar 
as relações interpessoais, principalmente quando se trata de 
natureza e Educação Ambiental. Esta atividade surge a partir da 
famosa brincadeira do “Amigo Oculto”: O presente oculto. 
Todos trazem de casa um objeto retirado da natureza, com a 
orientação de não destruí-la. Pode ser uma flor, um arranjo de 
flores, uma planta, uma folha seca, uma pequena rocha, um 
curioso galho retorcido, uma fruta, uma verdura cultiva sem 
agrotóxico, etc. Todos os presente da natureza. 
 
Dobra-se papéis numerados até a quantidade total de 
participantes. Inicia-se o jogo com a pessoa que sorteou o nº 1, 
escolhendo um presente e desembrulhando 
Continuando, o participante nº 2 pode tanto escolher um presente 
daqueles embrulhados , quanto pode pegar o presente do 
participante nº 1, justificando porém sua escolha. Assim, o nº 1 
tem o direito de escolher outro da mesa, e só poderá trocar se, 
por ventura, alguém escolher mais uma vez seu novo presente. O 
21 
participante nº 3 continua o jogo escolhendo um presente 
embrulhado da mesa ou o presente do participante nº 2 ou ainda, 
do participante nº 3. 
 
E assim sucessivamente, até que a brincadeira vai tomando 
forma e todos são contemplados. 
 
Os objetivos são estimular a cooperação e o diálogo, favorecer a 
sintonia entre os participantes e entender a natureza como um 
bem que deve ser utilizado por todos, mas com consciência, 
sabedoria e solidariedade. 
 
 
e) Feira Verde 
 
 
Esta é uma ação que deve ser desenvolvida com a participação 
de todos. Sendo assim, exige muito diálogo e paciência. Uma 
escola poderia todo ano assumir esta responsabilidade. Mas 
também, seria igualmente importante que Associações de 
Moradores, Igrejas e outros espaços comunitários 
desenvolvessem este tipo de iniciativas. 
Certamente você terá boas surpresas com o trabalho de pessoas 
aparentemente desmotivadas como também, terá decepções 
com a inexpressiva participação de alguns amigos. Mas, estas 
últimas não valem. 
Consiste em definir uma data com bastante antecedência, para 
fazer um movimento de um ou mais dias, aberto à comunidade e 
que ofereça uma gama de atividades simultâneas, como: 
 
 
 
mostras de trabalhos escolares, artísticos ou literários; 
resultado de concursos; 
murais de instituições convidadas; 
exposição fotográfica; 
painéis de Secretarias públicas; 
standes de ONGs convidadas; 
barracas de órgãos convidados, como Batalhão Florestal de Polícia 
Militar, Divisão de Combate a Incêndio do Corpo de Bombeiro, IBAMA e 
outros. 
22 
Algumas datas que podem ser aproveitadas para implementar a 
FEIRA VERDE: 
 
 
 
21 de março - Dia Mundial das Florestas 
22 de abril - Dia da Terra 
5 de maio - Dia do Sol 
5 de junho - Dia Mundial do Meio Ambiente 
19 de setembro - Dia Mundial de Limpeza das Praias 
21 de setembro - Dia da Árvore 
1 de outubro - Dia Internacional das Águas 
3 de outubro - Dia do Habitat 
4 de outubro - Dia Mundial dos Animais 
6 de novembro - Dia da Pilha 
 
 
O objetivo desta ação é congregar a comunidade em torno de um 
tema gerador, incentivando a construção da consciência coletiva 
acerca da conservação do meio ambiente. 
 
O importante será vivenciar o processo. Cada trabalho manual 
elaborado por uma criança, cada reunião preparatória organizada 
para definir atribuições, cada idéia apresentada, cada 
encaminhamento realizado, cada ofício preparado, cada 
lembrança e decisão de convidar uma palestrante, dente todos os 
outros atos e desdobramentos, ficará registrado na memória das 
pessoas envolvidas. 
Que trabalhos manuais as crianças e pessoas de outras idades 
poderão desenvolver? Por exemplo: modelagem em argila, papel 
artesanal, maquetes, terrários, desenhos individuais em papel 
ofício, desenhos coletivos em papel pardo. Imagine as paredes e 
muros como um cenário montado composto de, pelo menos, um 
trabalho de cada membro de instituição. 
É necessário reunir pessoas de perfil empreendedor para 
articular o comando das atividades. A responsabilidade e o 
compromisso serão qualidades fundamentais para o bom 
desenvolvimento do trabalho. Para tanto, deve-se redobrar a 
atenção para o cumprimento dos prazos estabelecidos no 
cronograma. 
23 
Para enriquecimento da Feira Verde, você pode implementar o 
ECO-RÁDIO. Um pouco de articulação e boa vontade dos 
membros da comunidade, são suficientes para fazer funcionar no 
dia do evento, uma Rádio Ecológica. É um rádio comum 
emprestado por alguém, com fios (doados) interligando algumas 
caixas de alto-falantes tocando músicas com temas ambientais e 
informações relevantes para a área de meio ambiente, 
curiosidades, etc. 
Pode-se montar uma equipe de locutores voluntários participando 
sob a forma de escala, assim como definir quem será o editor, 
redator dos textos, colecionador dos temas e assuntos. 
Três Técnicas de Educação Ambiental 
Três Técnicas de Educação Ambiental 
 
 
Estas três técnicas de educação ambiental, divulgados pela 
CETESB na cartilha "Educação e Participação", podem ser de 
grande utilidade tanto dentro quanto fora da sala de aula, pois 
possibilitam o encontro do aluno com o meio em que vive, desen- 
volvendo sua postura de análise, reflexão, crítica e ação. Pos- 
sibilita ainda o contato direto e o reconhecimento dos espaços 
físicos, bem como o encontro entre os que agem na mudança da 
sociedade e do meio natural. 
 
 
a. Estudo do meio 
Leva o aluno a estudar os diversos componentes da natureza e 
da sociedade, tornando-o mais consciente da realidade em que 
se insere. Consiste numa técnica de colocar o aluno em contato 
progressivo com todos os elementos do ambiente em que vive e 
atua (escola, comunidade, meio físico etc.), através de passeios 
ecológicos. 
 
 
Objetivos: 
O aluno deverá ser capaz de entrar em contato com a realidade, 
através de seus múltiplos aspectos, de modo objetivo e or- 
denado. Conhecer o meio a fim de senti-lo, usá-lo e aproveitá-lo; 
reconhecer os aspectos negativos da sociedade, sem 
24 
desenvolver rancores, porém de forma coerente, visando a 
superação dos males de forma construtiva. 
 
 
Planejamento: 
Deve ser realizado pelo professor com a participação dos alunos. 
É aconselhável um reconhecimento prévio do local a ser 
estudado. Com as informações e observações obtidas, os 
professores devem analisar as situações e escolher algumas 
para discuti-las com os alunos em função de cada disciplina. Para 
a coleta de dados tantovale o relatório, quanto fotografias, 
entrevistas, consultas de arquivos etc. Os alunos devem atuar 
agrupados em equipes, cientes e preparados para as tarefas a 
serem cumpridas. 
 
 
Execução: 
Fazer a coleta de dados, elaborar o trabalho e tirar conclusões. 
Cada grupo redigirá um relatório referente à tarefa e se informará 
dos relatórios dos outros grupos, a fim de se obter uma visão 
global do meio estudado. 
 
 
Apresentação: 
Reunião para grupos exporem e discutirem seus relatórios, 
podendo-se usar diversas técnicas de apresentação: maquetes, 
slides, fotos, dramatização, painéis, jogral etc. 
 
b. Estudo de caso 
Leva o aluno a averiguar com aprofundamento uma situação 
particular que constitua principal ameaça ao meio a que pertence 
a comunidade e refletir sobre ela, a fim de contribuir para a 
solução. Por exemplo: indústria poluidora, fonte fixa de poluição, 
depredação ou destruição ambiental etc. 
 
 
Objetivos 
Conhecer melhor o meio através de contato com a realidade; 
descobrir aspectos particulares de um caso relevante na co- 
munidade através de pesquisa e reflexão; servir de veículo de 
integração entre várias disciplinas, séries, escola, comunidade e 
meio. 
25 
 
Metodologia: 
Reconhecimento do meio a ser trabalhado para seleção de caso; 
averiguação do campo e anotações; contatos necessários 
(entidades, pessoas pertinentes ao assunto); planejamento global 
da aplicação técnica; elaboração de instrumentos para coleta de 
dados; execução do planejamento; análise dos dados coletados; 
apresentação dos resultados finais. 
 
 
Planejamento: 
Direcionamento de conteúdo; qual a questão fundamental do 
caso? O que será mais enfocado no estudo? Quais os problemas 
relacionados e ocasionados por ele? Como isto está afetando o 
meio? Quem são os principais prejudicados e beneficiados? 
Como se processa e se processou o problema e por quê? Quais 
as alterações ocorridas e que poderão ocorrer? 
 
 
c. Memória viva 
Resgate de imagens conservadas na memória, através do relato 
de pessoa idosa ou experiente, da comunidade, aos alunos. 
Possibilita voltar a sentir sensações de alegria e tristeza de fatos 
vividos. É conhecer, recriar, reconstruir e retratar fatos ocorridos 
no passado e, com visão crítica e de análise, associar as 
mudanças do meio no decorrer do tempo. 
 
 
Objetivo: 
Proporcionar ao aluno a possibilidade de, em contato com o 
antigo meio, utilizar o raciocínio abstrato e associar as mudanças 
do meio no decorrer do tempo. 
 
 
Procedimentos: 
As pessoas escolhidas para a entrevista com os alunos devem 
ter raízes antigas no bairro e apresentar tendência a conversar, 
ouvir, dialogar. Ao entrevistado solicita-se; falar onde nasceu e 
como foi a infância; descrever a casa, escola, quintal, pomar, o 
26 
trajeto da casa a escola, os professores e colegas, o sistema de 
ensino; o bairro como foi criado, o que era o local antes (sítio, 
fazenda, chácara etc.), como era a disposição das casas na rua, 
no bairro, os recursos que o bairro apresentava quanto às áreas 
de uso coletivo como jardins, praças, bosques, parques, áreas 
verdes; os rios, riachos, os córregos que passam pelo bairro, se 
tinham águas límpidas, peixes; as pessoas os utilizavam para 
recreação e abastecimento etc. - e hoje, como está?; os hábitos 
alimentares; as festas religiosas e atividades culturais; as 
políticas e os políticos como eram e se haviam alguém que se 
interessava ou atuava em benefício do meio ambiente; qual a 
atividade econômica principal, quais os produtos agrícolas que 
existiam e quais perduram até hoje; a atividade industrial 
instalada no bairro e quais os benefícios e prejuízos que acar- 
retaram no bairro, como barulho, fumaça, poluição etc.; a 
atividade comercial instalada no bairro e quais os benefícios e 
prejuízos decorrentes com a provável expansão do comércio; os 
sistemas e meios de transporte; o sistema de comunicação e 
como as pessoas faziam para informar-se. Ressalta-se que não 
há necessidade de ter pressa ou qualquer outra linearidade na 
prosa. 
 
 
Apresentação: 
É interessante que a realização da Memória Viva seja feita em 
conjunto com os estudos de caso e de meio. 
Carta aos Professores 
Carta aos Professores 
 
“Você, professor, pode não se considerar um ecologista na 
acepção da palavra, mas naturalmente gosta de natureza e não 
acha bom quando a destroem. Mas o que fazer? Os poluidores 
costumam argumentar que a poluição é o preço do progresso. 
Mas será que existe só esse tipo de progresso? Claro que não! E, 
depois, progresso é para gerar desenvolvimento e bem estar, por 
isso não se justifica que prejudique a saúde da população com 
poluição do meio ambiente. Esse tipo de progresso não é 
progresso. É atraso. 
27 
Então, a primeira coisa a fazer diante de uma agressão à na- 
tureza é NÃO FICAR CALADO! A Constituição nos garante que 
um meio ambiente preservado é direito de TODOS! Precisamos 
nos organizar para garantir nossos direitos a um meio ambiente 
limpo, para nós e para os que virão depois de nós! 
 
Mas como enfrentar problemas tão graves, se somos tão 
poucos? Pensando assim, muita gente que poderia ajudar, acaba 
ficando de fora. Se nenhum de nós nunca começar, nunca tomar 
uma atitude pessoal e firme diante da poluição ao nosso meio 
ambiente, seremos sempre poucos. Mas você pode ajudar a mu- 
dar isso a partir de sua sala de aula, com seus alunos. 
 
 
Veja como ajudar: 
REVEJA SEU PLANEJAMENTO ESCOLAR 
Introduza a questão ambiental em todas as matérias do seu 
plano de aula. A Educação Ambiental pode e deve estar presente 
em todas as matérias! Não só na Ciência, mas também na 
Matemática, Português, História, Geografia, Artes etc. Encontrar 
as maneiras de fazer isso é um desafio para você. Converse com 
seus colegas da mesma disciplina e estudem juntos as possi- 
bilidades de incluir a questão ambiental em cada item do plano de 
aula. Use a criatividade. 
 
 
SAIA DA SALA DE AULA 
Será que aquele rio que passa ao lado da escola sempre foi 
poluído? Onde ele começa a ficar poluído? Onde ele nasce? Que 
tipo de poluição suja o rio? Quem suja mais? Como fazer para 
defender os rios? São perguntas que só podem ser respondidas 
botando o pé no chão, marcando dia e hora com sua turma para 
todos fazerem isso em equipe. Isto é só um exemplo das muitas 
possibilidades que você pode vivenciar com seus alunos. 
 
Mas para isso acontecer você deve primeiro vencer algumas 
barreiras como, por exemplo: 
 
"fazer atividades com alunos fora de sala é muito complicado, dá muito 
trabalho. Se em sala de aula eles já não obedecem direito, imagina na 
rua". Se precisar fazer a atividade num fim de semana ou feriado 
28 
é ainda pior: "Sábado não é meu dia de trabalho, por tanto não vou me 
prejudicar"; ou então: "não tenho tempo". 
Como se a conquista dos nossos direitos precisasse de pessoas 
desocupadas. Pessoas desocupadas normalmente não se 
interessam por coisa alguma, por isso são desocupadas. Tempo 
a gente arranja, administrando nossa vida. 
 
 
Tem um provérbio árabe que diz assim: 
 
QUANDO ALGUÉM QUER FAZER ALGUMA COISA, SEMPRE 
ARRANJA UM JEITO. QUANDO NÃO QUER FAZER, SEMPRE 
ARRANJA UMA DESCULPA! Por isso, estimule seus colegas a 
vencerem barreiras, se não, a natureza vai ficar cada vez pior, e 
os maiores prejudicados seremos nós próprios e aqueles que 
virão depois de nós, como nossos filhos e netos. 
 
 
TRABALHE EM EQUIPE E BUSQUE AJUDA 
Existem grupos ecológicos, Associações de Moradores, Sindica- 
tos, Clubes de Serviço etc. que podem ser aliados. 
Pelo lado do Governo você pode contar também com ajuda, mas 
não alimentemuitas ilusões. Os órgãos governamentais de meio 
ambiente normalmente carecem de verba e pessoal. De qualquer 
maneira, você deve procurá-los ao constatar alguma irregu- 
laridade, exigindo direitos de cidadão. 
 
Então, a defesa dos nossos direitos ao meio ambiente 
preservado, é feita assim: buscando aliados nas forças 
populares, procurando os órgãos governamentais de meio 
ambiente, evitando ser envolvido ou iludido pelos adversários 
naturais, que são aqueles que enriquecem com a destruição do 
meio ambiente. 
Experimente dividir essa tarefa com seus alunos: identifique uma 
boa causa através do estudo do meio ou de caso, entre em 
contato com seus possíveis aliados, procure legislação e 
documentos sobre o problema, convoque técnicos para palestras 
na escola, escreva para entidades que tenham informações, pro- 
cure a imprensa para denunciar as agressões ambientais. Você 
29 
vai descobrir que suas aulas se tornarão muito interessante e 
seus alunos bastante motivados. 
Como Organizar um Passeio à Floresta 
Como Organizar um Passeio à Floresta 
 
 
Medo. É a primeira palavra que surge na cabeça das pessoas 
que nunca puseram os pés numa floresta. Vai desde o medo com 
coisas reais, como cobras, buracos, ficar perdido etc., até o medo 
do imaginário como lobo mau, lobisomem etc. Ao entrar na 
floresta, após ter vencido ou controlado esses medos a tendência 
é o extremo oposto, como se fosse uma festa, sendo desne- 
cessário fazer silêncio, observar por onde se está indo ou onde 
pisa. Antes de fazer qualquer passeio à floresta, o professor deve 
preparar seus alunos, encontrando o meio termo entre o pavor 
sem fundamento e falta de cuidado ou desrespeito com a floresta. 
 
O silêncio é fundamental na floresta. Correria, gritos, barulhos 
muito fortes, assustam os moradores da floresta, como os pássa- 
ros, por exemplo, que param logo de cantar, privando-nos de um 
dos grandes prazeres da mata, que é o seu som. 
 
O ritmo da caminhada deve ser o do participante mais lento. Ter 
um objetivo definido para as observações também ajuda, pois 
são muitos os estímulos aos sentidos numa floresta. Só de tons 
de verde existem mais de 30 diferentes na mata. Sons nem se 
fala. Formas de folhas são uma infinidade. A floresta é uma 
verdadeira festa para os sentidos. É bom distribuir antes as 
tarefas sobre o que cada um deve fazer ou observar para depois, 
ao voltar à sala de aula, fazer os relatórios do passeio. 
 
Do ponto de vista pedagógico, um passeio à floresta é uma rara 
oportunidade de integração entre as diferentes disciplinas: língua 
portuguesa cuida dos relatórios escritos; matemática coleta 
materiais para experiências concretas em sala de aula; educação 
artística identifica formas e materiais; e assim por diante. 
Algumas dicas que podem ajudar o professor: 
 
 
Onde ir. Para quê 
30 
A discussão com os alunos dos lugares a serem visitados bem 
como outros preparativos já serão motivo suficiente para sensibili- 
zar os alunos sobre temas do currículo. Basta ficar atento para as 
oportunidades que irão surgindo. É importante preparar os alunos 
antes para o que você pretende que observem durante o passeio, 
em função do roteiro e objetivos. A floresta a ser visitada deve ser 
a mais próxima possível da comunidade. Não ajuda muito fazer 
viagens que só complicam e encarecem o passeio, para 
conhecer outras realidades distantes dos alunos. 
 
 
Enfrente o Pessimismo Imobilista 
A tendência dos colegas e da escola é arranjar vários pretextos e 
dificuldades para desaconselhar o passeio. Por trás de todo esse 
"aconselhamento" está, na verdade, o comodismo. Procure es- 
timular a escola para a realização de mutirões pedagógicos. 
 
 
Solicite Autorização 
É necessário estar devidamente autorizado tanto em nível dos 
pais dos alunos, quanto da direção da escola. Caso o passeio 
seja numa área de proteção ambiental, não esqueça de também 
pedir autorização ao órgão responsável pela guarda da área, bem 
como informar-se dos horários e até solicitar um técnico que 
conheça bem aquela área para orientar o passeio. 
 
 
Faça Uma Lista 
A relação do material necessário varia em função do tempo de 
duração do passeio e do local. Para os alunos: roupas e calçados 
confortáveis e que protejam de arranhões e insetos (tênis com 
meia, sunga ou biquíni para o caso de algum rio ou cachoeira 
pelo caminho, calça comprida, camiseta de manga comprida para 
evitar insetos); pequena mochila com lanche frio (suco ou leite 
em caixinha, sanduíches, ovo cozido, frutas, biscoitos); água de 
beber: material para registros (caneta, caderno para escrever e 
desenhar, lápis e borracha, gravador, máquina fotográfica etc.); 
sacos para recolher o lixo e coletar materiais para o cantinho da 
natureza e museu natural. Para o Professor: os mesmos itens dos 
alunos e mais, papel higiênico para todos; material e manual de 
primeiros socorros (água oxigenada, mercúrio, gaze, 
31 
esparadrapo, pomada anestésica, band-aid, algodão, atadura, 
amônia - para picadas de insetos, protetor contra queimaduras do 
sol, repelente, anti-alérgicos, analgésicos, álcool, tesoura, pinça, 
faca ou canivete etc.); fósforos etc. 
 
 
 
Planeje Antes 
Programe bem o horário: tempo de viagem, hora para 
concentração, saída, paradas para lanche, retorno etc. Lembre- 
se que na mata escurece mais cedo. Planeje paradas 
estratégicas, em função das características locais, para aulas ao 
ar livre sobre temas curriculares. Por isso é aconselhável uma 
visita prévia do professor. Procure fazer um mapeamento das 
trilhas e sempre vá acompanhado por alguém que conheça o 
local, de preferência algum grupo ecológico que atue na área, 
para já ir fazendo a integração escola-comunidade. O transporte 
pode ficar ao encargo de cada aluno se o local do passeio for 
perto, não sendo necessário ônibus ou algum esquema especial. 
Combine um ponto onde todos possam chegar de ônibus. Daí em 
diante é andar à pé. Pode ser uma boa oportunidade para ensinar 
seus alunos a se portarem civilizadamente nas vias públicas. 
 
 
Prepare os Alunos 
Em função de cada uma das disciplinas, o que você pretende que 
seus alunos observem? Comece uns 15 dias antes a preparar o 
passeio com os alunos, falando sobre temas do currículo para 
explicar o que pode vir a ser observado durante a estada na 
floresta. É como utilizar o meio ambiente como laboratório vivo 
para as observações da natureza. É muito importante orientar 
seus alunos sobre a maneira correta de portar-se na floresta. Ela 
é a casa das árvores e dos animais. A gente não costuma jogar 
lixo na casa dos outros quando vai visitá-los. A única coisa que 
podemos deixar numa floresta são pegadas. As únicas coisas 
que podemos tirar são fotografias (exceção aos materiais mortos 
para o museu ou trabalhos de arte a serem coletados com 
critério). 
 
 
Relaxe e Aproveite 
32 
Essa visita proporciona um clima de ensino e aprendizagem moti- 
vador. Preste atenção nos seus alunos, no brilho dos olhos, no 
interesse por tudo em volta. Você está vendo os homens e 
mulheres que estarão, amanhã, cuidando dos destinos do 
planeta. Deles talvez dependa a sobrevivência da própria floresta 
que visitam. Não se preocupe só em ensinar. Procure aprender 
também com seus alunos. Ver o mundo pelos olhos das crianças 
e dos jovens. Um exercício que pode ser revigorante. 
 
 
“Contrapondo-se aos discursos genéricos e aos planos oficiais dos 
governos, diversos grupos organizados têm trazido a público o ponto de 
vista daqueles mais diretamente afetados pela degradação ambiental e 
por um modelo de desenvolvimento predatório.”- Educação Ambiental - Uma Abordagem Pedagógica dos Temas 
da Atualidade - CEDI/CRAB 
Educação Ambiental Não-Formal 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO-FORMAL 
 
Não-formal é aquela educação ambiental que não se limita à 
escola. Pode ser desenvolvida por autodidatas e através de 
projetos, como, por exemplo, a campanha Adote Uma Árvore ou 
a Gincana de Lixo. Deve buscar a integração escola-comunidade- 
governo-empresa, envolvendo a todos em seu processo 
educativo. O Congresso de Belgrado, promovido pela UNESCO, 
definiu que a educação ambiental não-formal visa formar "uma 
população que tenha os conhecimentos, as competências, o 
estado de espírito, as motivações e o sentido de participação e 
engajamento que lhe permitam trabalhar individual e 
coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se 
repitam". 
 
 
1. Como Fazer um Projeto de Educação Ambiental 
Há inúmeras formas diferentes para se elaborar um projeto, mas 
certos elementos são comuns como, por exemplo título, objetivos, 
metodologia, recursos disponíveis e a conseguir, cronograma 
custos, referências. Este modelo para projetos foi baseado no 
33 
formulário do Fundo Mundial Para a Natureza (WWF). Entretanto 
não há um modelo universal para todos os casos. É preciso 
adaptar aos diferentes modelos de formulários a fim de obter 
patrocínio. Cada patrocinador costuma ter seu próprio modelo. 
Ligue antes e peça. 
 
 
a. CAPA 
Título: Dê um título ao projeto que já deixe claro o principal ob- 
jetivo. Pode ser um título pequeno, uma ou duas palavras, com 
um subtítulo que identifique o objetivo a ser alcançado. 
 
 
Candidato(s): Estipule os nomes e endereços dos responsáveis 
pelo projeto. Forneça também o nome e endereço das 
instituições e se possível, o endereço e telefone para contato no 
campo. 
 
 
Endossamento institucional: Faça uma lista de organizações priva- 
das e/ou governamentais que apóiam o projeto que está sendo 
enviado e acrescente cartas de apresentação. 
 
 
Período do projeto: Estipule as datas nas quais o financiamento 
será solicitado. 
 
 
Orçamento total: Dê o custo total do projeto. Caso o projeto seja de 
múltiplos anos, determine o custo global e o custo para cada ano. 
 
 
Resumo: o resumo deverá conter informações concisas sobre o 
requisitado na descrição do projeto. 
 
 
b. DESCRIÇÃO DO PROJETO 
 
 
Definição do problema ou assunto em questão: 
Faça uma definição concisa do problema ou assunto do projeto. 
34 
Importância do projeto quanto ao tratamento do problema ou assunto em 
questão: 
O leitor deve sentir que o problema pode ser tratado com su- 
cesso, num razoável período de tempo, com os recursos disponí- 
veis e que o projeto fará uma diferença mensurável no sentido de 
resolver ou melhorar o problema. 
 
 
Objetivos 
Situe os objetivos do projeto. 
 
 
Método/Plano de Ação: 
Defina os métodos que serão usados durante o projeto. Faça 
também um cronograma indicando, antecipadamente, as datas 
para as ações do projeto. A metodologia deve descrever como os 
objetivos serão alcançados. Verifique se ficou clara a conexão 
entre os objetivos do seu projeto e os métodos propostos, evite 
redundâncias. 
 
 
c. CONTINUIDADE DO PROJETO 
Como os fundos são limitados, muitos doadores não estão inte- 
ressados em financiar projetos que representem esforços isola- 
dos de conservação. Ao contrário, eles buscam projetos bem vin- 
culados, com estratégias a longo prazo. E importante, portanto, 
demonstrar que haverá uma continuidade do projeto e que existe 
um compromisso verdadeiro entre a sua instituição a outros en- 
volvidos na implementação de recomendações, planos, estraté- 
gias, materiais, etc., resultantes do projeto. Indique se você 
pretende participar da continuidade do projeto, ou quem será o 
novo encarregado (indivíduo ou instituição). 
 
 
d. RECURSOS HUMANOS 
Defina, de maneira breve, os antecedentes de cada indivíduo e 
que papel cada um deles desempenha nas diferentes fases do 
projeto. O curriculum vitae de cada indivíduo deve ser anexado 
ao projeto. 
35 
 
e. ORÇAMENTO 
Certifique-se de que tenha feito uma lista com a quantia total 
necessária para o projeto. Forneça uma lista detalhada das 
despesas por categorias (ex.: recursos humanos, viagens, 
materiais de consumo, equipamentos, etc.). 
 
 
Pessoas ou instituição para quem o pagamento deve ser feito: 
Se o pagamento for enviado em forma de cheque, indique como 
o cheque pode ser enviado. Inclua também o endereço o telefone 
da pessoa a qual o pagamento será enviado. 
 
Caso o pagamento tenha que ser depositado numa conta, por 
telex, dê o nome, endereço e telefone do banco, pessoa de con- 
tato no Banco, nome e número da conta e nome da pessoa ou 
instituição que tem a conta. 
 
 
Plano de pagamento requisitado: 
Indique a melhor forma de pagamento, de acordo com a ne- 
cessidade do projeto. 
 
 
f. REFERÊNCIAS 
Forneça nomes, endereços e telefones de 3 pessoas compe- 
tentes para rever sua proposta e suas qualificações para ser o 
responsável pelo projeto. 
 
 
g. APÊNDICES 
- Curriculum vitae e lista de publicações do pessoal que parti- 
cipará do projeto. 
- Relatório anual ou relatório de atividades e declaração de renda 
da instituição. 
- Mapa da área do projeto. 
36 
- Carta de endosso de instituições locais, agências go- 
vernamentais, apoio de autoridades internacionais bem conheci- 
das, etc. 
- Descrição mais detalhada dos métodos. 
Duas Ideias Para Projetos 
Duas Idéias Para Projetos 
 
 
Gincana da Reciclagem 
É preciso esclarecer que lixo não existe. O que se chama de lixo 
é só matéria prima fora do lugar. O objetivo da gincana da 
reciclagem e projetos de coleta seletiva do lixo não é motivar os 
alunos a lidarem com materiais recicláveis. Este é o alvo 
secundário. O objetivo principal é, através do envolvimento dos 
alunos nos projetos, estimular a reflexão crítica sobre a 
sociedade de consumo, baseada da superexploração ilimitada de 
recursos naturais limitados, no desperdício, no descartável, no 
supérfluo. Por isso é fundamental que a gincana da reciclagem 
seja o tema interdisciplinar de mutirões pedagógicos que 
envolvam todas as disciplinas. Cada professor, dentro das 
especificidades de sua disciplina, deve explorar ao máximo, em 
sala de aula, o tema da gincana, estimulando os alunos a re- 
fletirem criticamente sobre a questão do lixo diante do meio 
ambiente e da sociedade consumista e desperdiçadora em que 
vivemos. 
Consiga um canto qualquer da escola, se possível fora do acesso 
dos alunos, para a estocagem dos materiais. A gincana pode 
durar um mês e envolver todas as turmas da escola ou só as 
turmas de um dos turnos. Ganha a gincana a turma que 
conseguir o maior peso de papel velho ou alumínio, por exemplo. 
Os materiais devem ser acondicionados em sacos grandes, com 
o número da turma bem visível. Ao final do período, percorra os 
ferros-velhos ou locais de compra de materiais e veja o melhor 
preço. Combine com o comprador um dia certo para a pesagem 
(deve ser feita na frente dos alunos), transporte e pagamento dos 
materiais. A metade do que for apurada com a venda total dos 
materiais fica para a turma vencedora. A outra metade fica para a 
escola adquirir uma vasilha de lixo extra para colocar em cada 
sala de aula para os materiais recicláveis, galões adequados para 
37 
a seleção de materiais e impressão de circulares e manuais 
sobre como fazer a coleta seletiva de lixo, para distribuição entre 
os pais dos alunos e outras escolas. 
 
Podem ainda ser desenvolvidos concursos paralelos de redação 
e cartazescom o tema lixo e meio ambiente, bem como palestras 
que estimulem a formação de grupos ecológicos na escola. 
O lixo é, seguramente, ao lado da falta de rede de esgoto, o 
maior problema do meio ambiente nas cidades. Estimular a 
seleção e a reciclagem é contribuir para novas posturas dos 
cidadãos com suas cidades e o meio ambiente. 
 
 
 
(fac-símile de matéria de jornal) 
 
Uma Experiência Bem Sucedida de Educação Ambiental 
 
 
A professora e orientadora educacional Sueli Berna, esposa do autor, de- 
senvolveu o projeto da Gincana da Reciclagem na Escola Estadual Nilo 
Peçanha (São Gonçalo, RJ), em 1990, com grande sucesso. Resultou na 
coleta de cerca de duas toneladas de material inorgânico (papel e 
alumínio), que correspondeu a cerca de 1,5kg por aluno, além de ter 
estimulado a formação de três grupos ecológicos, com palestras sobre 
meio ambiente e concurso de redação e cartazes na escola. 
 
 
+++ 
 
Adote Uma Árvore 
A campanha Adote Uma Árvore tem por objetivo secundário 
estimular o reflorestamento das cidades, especialmente nas 
áreas críticas. Como objetivo principal, o projeto visa desenvolver 
nas crianças o respeito não apenas à árvore adotada, mas, por 
extensão, à todas as árvores, estimulando o amor pela natureza, 
a participação organizada dos alunos na defesa do meio 
ambiente e a cobrança às autoridades de políticas públicas que 
garantam a proteção das atuais áreas de vegetação, o plantio e 
recuperação de áreas degradadas e a manutenção das áreas 
reflorestadas. 
38 
A campanha tem três momentos principais: o da divulgação, que 
pode ser através de palestras; o da entrega do termo de 
responsabilidade, onde cada aluno assume o compromisso pela 
árvore adotada, que deverá ser assinado pelo pai ou responsá- 
vel; e a entrega da muda, quando o aluno receberá ainda um di- 
ploma de Amigo da Natureza. Esse envolvimento é fundamental 
para criar-se vínculos entre o aluno e a árvore. Como tarefa de 
aula, pode ser pedido que o aluno mantenha um caderno para 
anotar o desenvolvimento de sua árvore, inclusive com desenhos, 
registrando as mudanças ao longo das estações do ano, bem 
como a ocorrência de pragas, animais, etc. Tais observações 
serão ótimas motivadoras para aulas sobre estudos dos vegetais 
e suas partes, seres vivos, interação entre vegetais e animais, 
poluição etc. 
 
 
Modelo de texto para os alunos: 
 
 
 
Adote Uma Árvore 
 
 
Sem árvores a cidade se torna quente, abafada, cheia de poeira e 
fumaça e, como as árvores são as casas dos animais, uma cidade sem 
árvores também tem poucos pássaros. A vida de pessoas que moram 
em cidades assim acaba ficando triste, e seus moradores desanimados e 
até doentes. Nós, que gostamos da natureza e não queremos vê-la 
destruída, precisamos ajudar a preservar as árvores que já existem. Elas 
podem estar por todo lado. Na calçada em frente à nossa casa, na praça, 
na mata próxima ou numa floresta. Essas árvores são todas órfãos, quer 
dizer, ninguém ainda as adotou. 
Adote uma árvore e assuma o compromisso de cuidar dela, proteja de 
acidentes, cuide de suas pragas e doenças, regue sempre que possível 
nos dias em que não chover e, muito importante, converse com sua 
árvore. É isso mesmo. Os cientistas já constataram que as árvores es- 
cutam, têm sentimentos e até lembram de você. Se puder leia o livro "A 
Vida Secreta das Plantas", de Peter Tompkins e Christopher Bird. Você 
vai ver que a árvore pode ser sua melhor amiga. 
Mas se você não quiser adotar uma árvore que já existe. Mesmo que 
esteja na rua ou na praça perto de sua residência, plante você mesmo a 
sua árvore. É só conseguir a mudinha e escolher bem o local. Você vai 
39 
ter uma amiga para sempre, afinal, dentre todos os seres vivos, as 
árvores são as que têm vida mais longa. 
 
Educação Ambiental na Empresa 
Educação Ambiental na Empresa 
 
A educação ambiental feita por uma empresa deve se inserir 
numa política ambiental empresarial, que inclua não apenas 
projetos educacionais propriamente ditos, mas um compromisso 
com a gestão ambiental, controle de efluentes, etc. Depois, é 
preciso adotar a educação ambiental de forma sistêmica, ou seja, 
envolvendo toda a empresa e não apenas um de seus setores. 
Pois não adianta um setor para preservar e criar uma imagem de 
compromisso da empresa com o meio ambiente, se outros 
setores continuam contribuindo para a imagem de empresa 
poluidora. E finalmente, qualquer programa de educação 
ambiental deve estar baseado no desejo da empresa em se 
comunicar francamente com seus diversos públicos. Durante o 
período autoritário que vivemos no Brasil, muitas empresas 
adotaram o silêncio como estratégia para se protegerem de 
problemas. Hoje, com a abertura democrática, a omissão e a 
sonegação de informações é maneira mais rápida de estimular o 
boato e as notícias erradas, fonte de infortúnios para muitos 
empresários, obrigados a investir fortunas para recuperar depois 
a imagem da empresa, às vezes sem conseguir. 
Dito isso, um programa básico de educação ambiental na 
empresa deve levar em conta quatro públicos distintos, mas 
interligados, para os quais podem ser desenvolvidos projetos 
específicos, a serem executados um a um, na medida dos 
recursos disponíveis e do planejamento estratégico da empresa. 
O primeiro público-alvo são os próprios funcionários, compreen- 
dendo a Diretoria, o corpo técnico e os operários, com extensão 
aos prestadores de serviços. Esse público é o melhor multi- 
plicador de opinião da empresa. É bom realizar seminários 
internos e campanhas de conscientização adequados a cada 
nível na empresa, engajando todos na nova responsabilidade 
com o meio ambiente. A implantação da coleta seletiva interna de 
lixo pode constituir numa boa ferramenta dessa nova 
mentalidade. Os resíduos podem ser trocados por cadernos para 
os filhos dos funcionários. 
40 
O segundo público-alvo da empresa é a comunidade vizinha. Ela 
é a primeira a ser ouvida pela imprensa e políticos quando 
acontece algum problema na empresa ou imediações. Não 
adianta adotar a política de "comprar" as lideranças da comuni- 
dade, pois em momento de crise, quando a imagem da empresa 
corre risco, estas lideranças tendem a ficar ao lado da 
comunidade, pois poderão ser substituídas por outras. 
O terceiro público-alvo é a chamada opinião pública, ou grande 
público, junto à qual a empresa deve manter uma imagem 
positiva, de credibilidade e prestígio. Aqui o melhor caminho, 
além de campanhas de publicidade na grande mídia, é a 
produção de notícias que interessem à imprensa como pauta 
jornalística. Isso requer uma política de relações públicas e 
comunicação que saiba identificar o que é notícia jornalística do 
que é release institucional no âmbito da empresa. 
E, por quarto e último, o público específico, compreendido pelos 
jornalistas e ecologistas, devido seu alto poder de influência junto 
a opinião pública e de multiplicação de informação. É um público 
crítico, desconfiado e exigente. O melhor antídoto para esta 
desconfiança é a verdade e a transparência. 
Um alerta. O fato de uma empresa decidir investir em sua 
imagem para adquirir credibilidade e querer cuidar do meio 
ambiente, não quer dizer que ela deixe de ser poluidora, muito 
menos que ela se livrará de seu passivo ambiental. Logo, não se 
pode esperar grandes progressos de um programa de educação 
ambiental da noite para o dia. Os resultados irão vindo aos 
poucos e poderão ser mais rápidos, se houver o engajamento 
dos setores da empresa como comunicação social, marketing, 
publicidade e propaganda, relações públicas. 
 
 
Os efeitos prejudiciais quea mídia eletrônica tem sobre as pessoas não 
são intrínsecas à própria mídia, mas resultam das formas como esta é 
usada. 
 
 
- Patrícia Marks Greenfield - O Desenvolvimento do Raciocínio na Era 
da Eletrônica. 
41 
Educação Ambiental Informal 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL INFORMAL 
 
 
O que pode haver de comum entre o cantor Roberto Carlos, Ma- 
donna e Sting além da música? A Ecologia, é claro. Roberto 
canta músicas com temas ambientais, em defesa da baleia, e 
realiza show como o "verde é vida", sobre o assunto. Madonna 
fez uma grande festa ecológica com mais de dois mil convidados 
para arrecadar dólares em defesa da floresta Amazônica, assim 
como o Sting que viajou o mundo com o cacique Raoni. Cada vez 
que um cantor ou artista realiza um show, ou música com tema 
ecológico, mesmo que não saiba disso, assume o papel de 
motivador do processo educativo, contribuindo para a sensibi- 
lização do público. 
A educação ambiental informal baseia-se mais na informação, ao 
contrário das outras, baseadas na formação. Por isso, é 
importante refletir sobre as interfaces entre informação e 
formação para efeito da educação ambiental. 
É preciso reconhecer que os meios de comunicação, por sua pró- 
pria natureza, estão muito mais em sintonia com o que a 
sociedade está querendo num determinado momento do que o 
sistema educacional. A diferença se dá no tempo. Os meios de 
comunicação procuram mostrar o fato quando o mesmo ocorre, 
ao vivo, ou quase. É tão eficiente, quanto mais rápido conseguir 
informar. Não há tempo para explicações didáticas e, com isso, 
pode ocorrer uma verdadeira confusão de conceitos envolvendo 
termos como ecologia, meio ambiente, preservação ambiental, 
controle de poluição, combate ao desperdício de recursos 
naturais, proteção à fauna e flora etc. 
 
Ecologia é um tema do cotidiano das pessoas. Por isso, o ideal é 
que que a educação ambiental formal utilize jornais em sala de 
aula, ou mesmo vídeo com programas e shows com temas 
ambientais como motivadores para aulas bem interessantes e, 
sobretudo, próximas da realidade vivida. Desta forma, a 
educação ambiental formal incorpora a educação informal, 
garantindo maior agilidade ao processo educativo, levando o 
aluno a fixar o aprendizado ao mesmo tempo em que se torna 
capaz de pensar criticamente sobre sua realidade e também de 
influir sobre ela. 
42 
 
Como Utilizar o Jornal em Sala de Aula 
 
O livro “Educação Ambiental - Uma Abordagem Pedagógica da 
Atualidade”, editado pelo CEDI/CRAB sugere o uso do jornal em sala de 
aula como instrumento didático. 
 
“(...) O jornal é um instrumento privilegiado para se articularem os 
conhecimentos espontâneos dos alunos, os conteúdos escolares e os 
temas do presente. (...)Vale enfatizar a necessidade de que os alunos 
tenham contato com o jornal como um todo, antes de partir para o estudo 
de um artigo específico. Assim, além de identificar os assuntos tratados 
nas diversas seções, eles podem constatar qual a importância dada a 
cada notícia; podem observar quais notícias merecem destaque na 
primeira página e quais merecem apenas uma nota num canto de seção. 
(...) É interessante os alunos observarem como a questão ambiental é 
enfocada. Muitas vezes, uma mesma notícia pode ser tratada de formas 
diferentes, dependendo do veículo de informação. Os alunos podem ser 
incentivados ainda a comparar o noticiário da imprensa com o da 
televisão. 
(...) O jornal pode ser um excelente material didático para introduzir a 
atualidade em sala de aula e abrir a escola para a realidade cotidiana 
dos estudantes. No que diz respeito aos temas ambientais, ele é um 
recurso indispensável para que possam relacionar as grandes questões 
mundiais, nacionais ou regionais com as suas experiências vividas, com 
suas percepções do que é o meio ambiente e qualidade de vida. Desde 
cedo, a criança e o adolescente podem formar suas opiniões e se 
posicionar diante dos fatos que ocorrem ao seu redor. O trabalho com 
jornal é ainda uma boa oportunidade de integrar os conteúdos de 
linguagem com os das outras disciplinas curriculares. Os estudantes 
podem, por meio dele, desenvolver sua capacidade linguística não 
apenas decorando regras e categorias gramaticais, mas utilizando o 
texto para compreender criticamente a realidade.” 
Textos Auxiliares 
Tudo está relacionado entre si 
 
 
Carta que o cacique índio Seattle, da tribo Duwamish, do Estado 
de Washington, escreveu ao presidente Franklin Pierce, dos 
Estados Unidos, em 1855, depois do governo norte-americano ter 
43 
dado a entender que desejava adquirir o território da tribo. Quase 
150 anos atrás, quando nem mesmo haviam inventado o termo 
ecologia, um índio já ensinava os mais profundos conceitos 
ecológicos, válidos até hoje. Foi a leitura deste texto, na década 
de 80, que me fez decidir pela defesa do meio ambiente. 
 
 
O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar nossa 
terra. O Grande Chefe assegurou-nos também de sua amizade e sua 
benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não ne- 
cessita da nossa amizade. Porém, vamos pensar em tua oferta, pois sa- 
bemos que se não o fizermos o homem branco virá com armas e tomará 
nossa terra. O Grande Chefe em Washington pode confiar no que o 
chefe Seatle diz, com a mesma certeza com que os nossos irmãos 
brancos podem confiar na alteração das estações do ano. Minha palavra 
é como as estrelas. Elas não impalidecem. 
Como podes comprar ou vender o céu - o calor da terra? Tal idéia nos é 
estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da 
água. Como podes comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre o nosso 
tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada uma folha 
reluzente, todas as praias arenosas, cada véu de neblina nas florestas 
escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas 
tradições e na consciência do meu povo. 
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. 
Para ele um torrão de terra é igual a outro. Porque ele é um estranho que 
vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua 
irmã, mas sim sua inimiga, e depois de exauri-la, ele vai embora. Deixa 
para trás o túmulo do seu pai, sem remorsos de consciência. Rouba a 
terra dos seus filhos. Nada respeita. Esquece as sepulturas dos 
antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrecerá a terra 
e vai deixar atrás de si os desertos. A vista de tuas cidades é um 
tormento para os olhos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim 
por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende. 
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem um 
lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o 
tinir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada en- 
tende, o barulho das cidades é para mim uma afronta contra os ouvidos. 
E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz 
do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio 
prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho da água e o próprio 
cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pi- 
44 
nho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vi- 
vos respiram o mesmo ar - animais, árvores, homens. Não parece que o 
homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, 
ele é insensível ao mau cheiro. 
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição. O homem branco deve 
tratar os animais como se fossem irmãos. Sou um selvagem e não 
compreendo que possa ser certo de outra forma. Vi milhares de bisões 
apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem

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