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CCA0138 – COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA Aula 6: A semiótica e as matrizes da linguagem Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM Conteúdo desta aula A SEMIÓTICA E A ANÁLISE DE DIFERENTES LINGUAGENS 1 PRÓXIMOS PASSOS Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem A semiótica e a análise de diferentes linguagens A linguagem é uma arte social que nós todos adquirimos, tendo como única evidência o comportamento aberto de outras pessoas em circunstâncias publicamente reconhecíveis (Strawson, 1990). Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem O poder criador da linguagem dá ao homem a capacidade de ordenar o mundo, de categorizá-lo. Com os signos, o homem cria universos de sentido. As línguas não são nomenclaturas que se aplicam a uma realidade pré-ordenada, mas são modos de interpretar o mundo. Por isso, estudar a linguagem é a forma de entender a cultura, de compreender o homem em sua marcha sobre a Terra. (Fiorin, 2002, p.73). Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem Os processos comunicativos e suas formas de manifestações têm sido cada vez mais privilegiados nas pesquisas linguísticas, ciências das línguas naturais; uma abordagem caracterizada por uma visão de mundo que contempla o homem como ser integrante no espaço e no tempo no qual vive, trabalha e se manifesta, capaz de ordenar o mundo. Os pressupostos teóricos da abordagem psicológica de Vygotsky e da teoria da linguagem de Bakhtin buscaram compreender como a linguagem se manifesta e como constrói significado no cotidiano. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem A teoria linguística tem por objetivo a formulação de um modelo que possa descrever um instrumento, por meio do qual o homem se comunica, dá forma a sua ações, vontades, emoções, sentimentos, contatos e projetos. A fala é um ato individual de utilização da língua, por meio desta combina os elementos da língua no ato de comunicação. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem Tal intenção levou o homem à invenção da escrita e a utilizar diversos e numerosos suportes materiais para a preservação de sua comunicação, como ossos, pedra, barro, papiro, pergaminho etc. A escrita possibilitou ao homem estabelecer várias situações privilegiadas: acesso a diversos tipos de poder, à divulgação de ideias, princípios ou dogmas e estratégias argumentativas que passaram a influenciar e regulamentar os sujeitos no grupo social. Esses processos, na atualidade, são o principal fundamento da comunicação. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem Os sujeitos envolvidos na comunicação estão rodeados de valores, de crenças, de projetos, de aspirações, de desejos e de sentimentos. A comunicação entre os homens distingue-se, nesse aspecto, das relações entre máquinas, na telecomunicação ou na informática. Com base nessas considerações, o homem é um ser social que fala e ouve. Sendo, portanto, o destinador (emissor), e destinatário (receptor), capaz de simultaneamente emitir uma mensagem, decifrando-a para comunicar-se. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem O termo discurso, precisado por Émile Benveniste, designa qualquer enunciação que integre nas suas estruturas o locutor e o auditor, com o desejo do primeiro influenciar o segundo. Se a interação está relacionada com o processo de comunicação, está ela também ligada à construção de sentidos. Essa interação será examinada na perspectiva da semiótica. A semiótica retoma o estudo sobre o signo, sobre os sistemas significantes, sobre a sua organização e a sua mutação. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem A linguagem deve ser entendida em sua pluralidade, não apenas como um instrumento de comunicação, mas como uma ação social produzida por meio de diversos tipos de interação. Deste modo, a linguagem torna-se o locus em que a significação se apresenta em toda a sua complexidade. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem A partir da divisão das partes que interagem na constituição do signo, Peirce estabeleceu classificações triádicas (tricotomias) dos tipos possíveis de signos. As três tricotomias mais conhecidas consideram a relação: • 1º) Do signo consigo mesmo (seu representamen); • 2º) Do signo com seu objeto dinâmico; • 3º) Do signo com seu interpretante. Signo Signo Interpre tante Objeto Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem A ação lógica ou semiótica do objeto é sempre a ação de um signo. A ação do signo é funcionar como mediador entre o objeto e o efeito que se produz em uma mente atual ou potencial. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem Vamos estudar a 1ª tricotomia: O signo em relação a si mesmo. Organiza os signos a partir das aparências do representamen, isto é, do próprio signo. Maçã Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem O quali-signo é uma qualidade sígnica imediata, tal como a impressão causada por uma cor. É uma espécie de pré-signo, pois se essa qualidade se singulariza ou individualiza, ela se torna um sin-signo. Exemplo: as impressões que as cores branco e preto podem causar em um indivíduo, antes de singularizadas, são quali-signos, meras sensações ou qualidades. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem O sin-signo é o resultado da singularização do quali-signo. A partir de um sin-signo pode-se gerar uma ideia universalizada (uma convenção, uma lei que substitui o conjunto que a singularidade representa), tornando- se assim um legi-signo. Exemplo: se o indivíduo acha que as sensações são pureza para o branco e tristeza para o preto é porque ele percebe essas cores dessa forma singular. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem O legi-signo é o resultado de uma impressão mediada por convenções, por leis gerais estabelecidas socialmente. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem Exemplo: a ideia geral de que o branco transmite pureza e que os homens puros desejam a paz levou com que o branco passasse a figurar na bandeira que significa PAZ e o preto traz a sensação de tristeza, o que ocorre quando alguém morre, passou-se a associar a cor a luto como uma convenção. Essa ideia se tornou uma lei geral, culturalmente convencionada em nossa sociedade. Trata-se agora de um legi-signo. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem Precisamos de um olhar contemplativo que significa estar disponível para os nossossentidos, desligar o automático do dia a dia e do imediatismo das respostas prontas. Os signos precisam ser sentidos, percebidos qualitativamente. O sensível e o sensório precisam ser ativados e apreendidos. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM Examinando uma charge Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem Observa-se: • A temporalidade: o homem moderno e os problemas que o cercam; • O nível social presente no modo de se vestir: provavelmente (?) um homem de classe média; • As cores: preto/branco/azul acinzentado; • A figura de um vulcão: metáfora. • Se nos detivermos mais no texto não verbal, vamos encontrar uma pluralidade interpretativa que pode se adequar a um cidadão do mundo globalizado. Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM A semiótica e as matrizes da linguagem Assistir ao vídeo: “A lenda do Tangran”. Como um novo olhar nos permite entender os caminhos da semiótica. https://www.youtube.com/watch?v=UTUJl547-sY Comunicação e Semiótica AULA 6: A SEMIÓTICA E AS MATRIZES DA LINGUAGEM Indicação de leitura MOURA, Marilda Franco de. Comunicação e Semiótica. Rio de Janeiro: Editora da Universidade Estácio de Sá, 2015, 186p. (Unidade II: Item 3.1) Sugestão de leitura complementar: NÖTH, Winfried. Panorama da Semiótica – de Platão a Peirce. p. 76-79. Assuntos da próxima aula: 1. A semiótica e a “matriz sonora”;
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