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História dos povos indígenas e afrodescendentes continuaçao

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História dos povos indígenas e afrodescendentes
 Aula 08
Em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que ficou conhecida como ECO 92. A Conferência inaugurou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu para a mais ampla conscientização de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos. Reconheceu-se, ao mesmo tempo, a necessidade dos países em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico para avançar em direção ao desenvolvimento sustentável.
A questão indígena também ganhou espaço no debate, pois qualquer debate sobre meio ambiente no Brasil precisa levar em consideração as agências desses sujeitos.
No entanto, o Brasil tem uma questão a ser resolvida em relação a essas sociedades, que é a sua definição. O critério da auto identificação étnica vem sendo o mais amplamente aceito pelos estudiosos da temática indígena. Na década de 1950, o antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro baseou-se na definição elaborada pelos participantes do II Congresso Indigenista Interamericano, no Peru, em 1949, para assim definir, no texto "Culturas e línguas indígenas do Brasil", o indígena como:
Uma definição muito semelhante foi adotada pelo Estatuto do Índio (Lei n° 6.001, de 19/12/1973), que norteou as relações do Estado brasileiro com as populações indígenas até a promulgação da Constituição de 1988.
Nessa aula será analisada, então, a questão indígena na contemporaneidade brasileira.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram um número significativo de povos autóctones a quem chamaram índios. Ainda que eles julgassem estar frente a uma raça diferente, ainda nos primeiros anos de colonização, os lusitanos conseguiram encontrar traços específicos que diferenciavam essas sociedades, apontando parte da complexidade que regeu a vida desses grupos. O processo colonial foi extremamente violento com as sociedades indígenas. As estimativas apontam que no início do século XVI existiam entre 1 e 10 milhões de índios, no que hoje é o Brasil. Esses habitantes se dividiam em diferentes povos, com culturas, crenças e línguas diferentes.
Vimos nas primeiras aulas do curso que dezenas de milhares de índios morreram em decorrência da colonização da América portuguesa. Gripe, sarampo, tuberculose e varíola mataram sociedades indígenas inteiras, contribuindo para aquele que foi o maior genocídio da história da humanidade. Junto com a mortandade causada pela falta de imunidade indígena, a efetivação do sistema colonial trouxe muitas mudanças nos padrões organizacionais desses povos.
Resumidamente, as sociedades indígenas que habitavam o Brasil tinham sua economia organizada em modos de produção de uso, ou seja, produziam o suficiente para o consumo interno.
Ainda que pesquisas recentes apontem a presença de moeda em algumas sociedades indígenas que habitavam a bacia amazônica, grande parte das trocas realizadas entre esses grupos ocorria por meio do escambo. A instauração do aparelho colonial, a produção do açúcar, o movimento das bandeiras e a criação de gado fizeram com que tais sociedades tivessem que se adaptar a um ritmo de trabalho extremamente pesado, o que, uma vez mais, acarretou na morte de milhares de índios e na desestruturação das sociedades que entraram em contato com os colonos europeus. A catequese foi outro instrumento de colonização e, justamente por isso, um processo que desestruturou boa parte dos povos indígenas. Embora muitos missionários objetivassem levar a verdadeira fé aos índios, e em muitos casos tenham (na sua perspectiva) defendido os indígenas, a conversão ao catolicismo, a criação de uma língua geral e até mesmo os movimentos de resistência eram indícios de que o contato entre portugueses e índios estava criando novas formas de sociabilidade, sobretudo para os últimos, que estavam subjugados dentro do sistema colonial que se forjava. Estudos recentes apontam que, atualmente, os únicos grupos que não tiveram suas línguas alteradas pelo contato com os portugueses foram os Fulniô (de Pernambuco), os Maxakali (de Minas Gerais) e os Xokleng (de Santa Catarina). Interessante notar que nenhuma das sociedades apontadas pertence à família Tupi, mas estão ligadas ao tronco Macro-Jê. Durante todo o período colonial, os portugueses e colonos nascidos na América utilizaram os índios não só como mão de obra barata (ou então escrava), mas também fizeram uso de seus saberes. A técnica da coivara foi levada a proporções imensas. A região das minas foi encontrada graças a ajuda indígena; remédios eram feitos com base nos saberes de pajés e xamas e a mandioca transformou-se na base da alimentação da colônia durante 300 anos. Findo o período colonial, os índios continuaram fazendo parte da história brasileira. Em meados do século XIX, uma determinada ideia de índio foi criada pelos intelectuais brasileiros, que a utilizaram como ícone de herói nacional. No final desse mesmo século e no início do século seguinte, os índios que habitavam a região norte do país foram fundamentais para as atividades extrativistas. Sociedades indígenas inteiras foram — direta e indiretamente —trabalhar na busca pelo látex, bem como nos movimentos exploratórios da região amazônica. Foi nesse contexto que o positivista Marechal Rondon despontou no quadro nacional.
Marechal Rondon
Nascido em maio de 1865 no Mato Grosso, Cândido Rondon era de origem indígena. Seus familiares de parte de mãe eram descendentes de Bororo e Terena, enquanto seu bisavô paterno era Guará. Foi criado pelo tio até ingressar na Escola Militar no Rio de Janeiro.Anos mais tarde, tornou-se o responsável pela Comissão de Construção da linha telegráfica que ligaria Goiás ao Mato Grosso. Para cumprir essa missão, Rondon abriu caminhos e desbravou terras entrando em contato com diversos povos indígenas como os Bororo, Nhambiquara, Urupá, Jaru, Karipuna, Ariquemes, Boca Negra, Paca ás Novo, Macuporé, Guaraya e Macurape.
Em 1907, no posto de major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, a primeira a alcançar a região amazônica, e que foi denominada Comissão Rondon.
Seus trabalhos desenvolveram-se de 1907 a 1915. Nesta mesma época estava sendo construída a ferrovia Madeira-Mamoré, que junto com o desbravamento e integração telegráfica de Rondon ajudaram a ocupar a região do atual estado de Rondônia. Nesse meio tempo, Rondon organizou e dirigiu o Serviço de Proteção aos Índios (1910). O objetivo principal da SPI era proteger os índios frente à escravização que estava ocorrendo no norte do país, bem como promover a integração dos mesmos, tendo em vista que tal órgão acreditava que o "índio" era um estágio transitório que precisava ser tutelado até transformar-se em um proletário rural ou urbano.
Como chefe da SPI, o Marechal Rondon comandou e traçou o roteiro da expedição que o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, fez pelo interior brasileiro entre 1913 e 1914, que ficou conhecida como a Expedição Roosevelt-Rondon. Cândido Rondon passou a ser assim, o principal intermediário entre o Estado brasileiro e os grupos indígenas. Embora essa relação nem sempre fosse pacífica, graças aos esforços e a mediação de Rondon, inúmeras expedições foram feitas na bacia amazônica, o que apresentou uma diversidade ainda maior dentre os índios do Brasil.
Ele publicou o livro Índios do Brasil, em três volumes, editado pelo Ministério da Agricultura. Incansável defensor dos povos indígenas do Brasil ficou famoso por sua frase: "Morrer, se preciso for; matar, nunca".
Rondon teve sua importância reconhecida inúmeras vezes pelo governo brasileiro, recebendo diversas homenagens, como nome dado ao estado de Rondônia. Marechal Rondon morreu em 1955, aos 92 anos de idade.
Movimentos exploratórios da Amazônia
A partir das décadas de 1920 e 1930, os movimentos exploratórios da Amazônia despertaram nãosó interesses econômicos, mas também chamaram a atenção de muitos intelectuais brasileiros.
Conforme visto em aulas anteriores, nesse período havia um forte debate sobre a identidade nacional brasileira, que passava a encarar a mestiçagem de forma positiva. Embora boa parte dos estudos históricos e sociológicos se detivesse ao exame do legado africano no Brasil, os antropólogos (brasileiros e estrangeiros) iniciaram uma série de análises sobre os grupos indígenas. Foi graças a esses trabalhos que o arquétipo de índio construído no século XIX foi desmontado. Em primeiro lugar, os estudos antropológicos apontaram que era impossível falar de índio no singular. O contato com os portugueses e demais colonos havia transformado padrões socioeconômicos e culturais. O estudo das línguas indígenas demonstra isso.
Segundo os estudos da FUNAI:
Tais estudos criaram novas demandas estatais.
Em 1939 foi instituído o Conselho Nacional de Proteção aos Índios (CNPI, Decreto n° 1.794, de 22 de novembro de 1939), órgão que permitiu que antropólogos destacados atuassem na formulação das políticas indigenistas brasileiras. Era preciso reavaliar a política "sertanista" do SPI que, em certa medida, dava continuidade às premissas coloniais como a distribuição de presentes, a defesa de vestir os índios, ensinar-lhes a tocar instrumentos e a comportar-se como ocidentais.
O "governo dos índios" exigia ainda uma boa formação científica e "espírito de dedicação à causa pública". A produção de informações cartográficas e ambientais era fundamental para subsidiar as atividades de conquista e exploração comercial do interior. Além disso, a proposta de registrar minuciosamente as expedições acabou por contribuir com a formação da antropologia no Brasil e das coleções de cultura material indígena dos museus brasileiros e estrangeiros. Tal política já vinha sendo questionada pelos irmãos Villas-Boas que ficaram famosos por suas expedições na região central do Brasil entre as décadas de 1940 e 1960.
Nesse contexto, antropólogos importantes como Heloísa Alberto Torres, Darcy Ribeiro, Roberto Cardoso de Oliveira, Eduardo Galvão, tentaram levar ao SPI as premissas antropológicas da época, questionando os cânones e práticas sertanistas. Embora considerassem inevitável a integração dos índios à sociedade nacional, defendiam que o órgão indigenista não se comprometesse a estimular este processo. As discussões que propunham estavam em consonância com os debates latino-americanos e internacionais mais amplos realizados no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), que, em 1957, promulgou, através da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Convenção nº 107 “Sobre a Proteção e Integração das Populações Indígenas e outras Populações Tribais e Semitribais de Países Independentes”, que apenas foi ratificada pelo Brasil em 1966 (Decreto nº 58.824/66). Os poucos recursos destinados ao SPI e o baixo grau de profissionalização dos seus funcionários (muitos deles militares e trabalhadores rurais que não tinham qualquer conhecimento frente às questões indígenas) e acusações de genocídio levaram à extinção do órgão juntamente com o CNPI.
Fundação nacional do Índio (FUNAI)
Em 1967 foi criada a Fundação nacional do Índio (FUNAI) cujo principal objetivo era servir como tutora dos índios brasileiros. A partir de então, cabe à FUNAI promover a educação básica aos índios; demarcar, assegurar e proteger as terras por eles tradicionalmente ocupadas; estimular o desenvolvimento de estudos e levantamentos sobre os grupos indígenas. A Fundação tem, também, a responsabilidade de defender as comunidades indígenas; promover o interesse da sociedade nacional pelos índios e suas causas; e gerir o seu patrimônio e fiscalizar suas terras, impedindo ações predatórias de garimpeiros, posseiros, madeireiros e quaisquer outras que ocorram dentro de seus limites e que representem um risco à vida e à preservação desses povos.
Demarcação das terras indígenas
Uma das questões mais trabalhadas pela FUNAI é a demarcação das terras indígenas. Na legislação brasileira terra indígena é “a terra tradicionalmente ocupada pelos índios, por eles habitada em caráter permanente, utilizada para as suas atividades produtivas, imprescindível à preservação dos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e para à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições”. Atualmente, para uma terra ser reconhecida e demarcada como indígena, ela precisa passar por um longo processo:
Observa-se que esse é um processo longo e burocrático, e que ainda tem que se deparar com outros obstáculos. De um lado, os interesses econômicos, sobretudo a exploração madeireira e a derrubada sistemática da floresta amazônica para a criação de gado e a produção de soja têm colocado sociedades indígenas, a FUNAI e os grandes proprietários de terra em constante embate. De outro, a noção de terra e território dos grupos indígenas é muito mais fluida do que a lei brasileira determina. Conforme visto nas primeiras aulas do curso, a maior parte das sociedades indígenas era nômade ou seminômade o que, por si só, já aponta outros usos e significados da terra para esses povos.
Mapa das Terras Indígenas Brasileiras
Percebe-se, então, que as questões referentes às populações indígenas ainda estão longe de uma solução que agrade os diferentes sujeitos, principalmente os índios. Embora a presença indígena e o legado por eles deixado na história e nos costumes do Brasil sejam cada vez mais reconhecidos, ainda falta muito para que sua integração seja feita de forma efetiva, levando em considerações não só os interesses da União mas a diversidade indígena em sua múltiplas facetas.
Exercicio da Aula 08
		Sobre a a formação da identidade brasileira podemos afirmar que:
		
	
	
	
	
	Sem negar que diferentes culturas deram origem ao brasileiro é, entretanto, necessário perceber que as relações entre esses diferentes povos não foi pacífica, conflitos, hierarquizações, desigualdades, injustiças e discriminações ocorreram.
	
	
	Sem negar a contribuição cultural de brancos e negros, a cultura indígena prevaleceu sobre ambas por que os índios enquanto nativos tinham um conheciemento maior da terra.
	
	
	Que índios, negros e brancos desempenharam um papel semelhante pois a relação entre as três etnias se deu de forma pacífica.
	
	
	A junção das três culturas originou um povo mestiço e orgulhoso do fato das relações entre os três povos terem acontecido de forma pacífica, sem conflitos, hierarquizações, desigualdades, injustiças e discriminações.
	
	
	Sem negar a contribuição cultural de negros e índios, o português, por ser o colonizador, impôs sua cultura sobre as duas outras etnias eliminando qualquer traço das mesmas.
	
	
	
		2.
		"Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultural, social e até fisicamente. A justificativa é a de que somos apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus (¿) É preciso congelar essas ideias colonizadoras, porque elas são irreais e hipócritas e também genocidas. (¿) Nós, índios, queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes." (Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações Indígenas, Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994) Pode-se afirmar, segundo a leitura do texto, que: 
		
	
	
	
	
	Terena quer transformar o Brasil numa terra só de índios, pois pretende mudar até mesmo a língua do país.
	
	
	Terena compreende que a melhor solução é que os brancos aprendam a língua tupi para entender melhor o que dizem os índios.
	
	
	Terena defende que a sociedade brasileira deve respeitar a cultura dos índios.
	
	
	Terena propõem ideias inadequadas, pois deseja a aculturação feita pela "civilização branca".
	
	
	Terena propõe que a integração indígenadeve ser lenta, gradativa e regressiva.
	Gabarito Comentado
	
	
		3.
		Em relação às terras tradicionalmente ocupadas pelos índios podemos afirmar que:
		
	
	
	
	
	Na legislação brasileira terra indígena é "a terra tradicionalmente ocupada pelos índios, por eles habitada em caráter permanente, utilizada para as suas atividades produtivas, imprescindível à preservação dos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e para à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições."
	
	
	As terras indígenas poderão, após deliberação do Congresso Nacional, ser desocupadas em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
	
	
	As terras indígenas são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis, ressalvadas as hipóteses previstas em lei complementar. 
	
	
	As terras indígenas poderão, com autorização do Congresso Nacional e ouvidas as comunidades afetadas, ter seus recursos hídricos aproveitados, excluídos os potenciais energéticos, ficando-lhes contudo assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
	
	
	As terras indígenas terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, as cooperativas de atividade garimpeira. 
	Gabarito Comentado
	
	
		4.
		O que a ECO-92 representou para as populações indígenas no que diz respeito à sua relação com questões da modernidade?
		
	
	
	
	
	Representou uma série de incentivos financeiros constantes às populações indígenas de áreas preservadas, das quais se tornaram então responsáveis e cuidadoras.
	
	
	Reconheceu as práticas de cultivo indígenas como preservadoras da biodiversidade e determinou a aplicação das mesmas fora das reservas.
	
	
	A ECO-92 ensinou às populações indígenas como lidar com o meio-ambiente de uma maneira contemporânea, desconstruindo velhos hábitos que se mostravam predatórios.
	
	
	Dentro do contexto do meio ambiente também foram incluídas temáticas relativas a saneamento básico, tratamento de esgoto, despoluição de rios, lagoas, baías e oceanos, reciclagem de lixo etc., ou seja medidas que possibilitassem não só a proteção do meio ambiente mas também melhorassem a qualidade de vida, inclusive de populações indígenas que estivessem alijadas desses serviços.
	
	
	Representou maiores ofertas de trabalho para os indígenas, já que incentivou a transferência de empresas para regiões das reservas.
	Gabarito Comentado
	
	
		5.
		O SPI foi um dos primeiros órgãos criados para administrar a questão indígena no Brasil. Seu modelo, depois debatido e reformulado quando foi substituído pela FUNAI, previa: 
		
	
	
	
	
	O isolamento dos indígenas 
	
	
	A busca pelo direito de voto dos indígenas 
	
	
	O não reconhecimento das tribos indígenas, a fim de assimila-los. 
	
	
	A defesa do direito de autodeterminação dos povos indígenas.
	
	
	A integração do indígena a sociedade brasileira 
	Gabarito Comentado
	
	
		6.
		Assinale a alternativa que aponta as razões para e extinção do SPI.
		
	
	
	
	
	Poucos recursos, alto grau de profissionalização dos seus funcionários, a maioria era de antropólogos, e acusações de genocídio;
	
	
	Recursos ilimitados, alto grau de profissionalização dos seus funcionários, a maioria era de antropólogos, e acusações de favorecimento a determinadas tribos indígenas.
	
	
	Poucos recursos, baixo grau de profissionalização dos seus funcionários e acusações de favorecimento a determinadas tribos indígenas;
	
	
	Recursos ilimitados, baixo grau de profissionalização dos seus funcionários e acusações de genocídio;
	
	
	Poucos recursos, baixo grau de profissionalização dos seus funcionários e acusações de genocídio; 
	Gabarito Comentado
	
	
		7.
		Na ata de criação do SPI consta o nome do órgão como Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos Trabalhadores Nacionais. O objetivo era, portanto, aproveitar a mão de obra indígena na agricultura e adaptar os nativos ao convívio em sociedade. Para isso foram criadas escolas e oficinas de trabalho - e também se construíram casas. As aldeias foram fragmentadas, separando famílias e misturando etnias. Assinale a reposta que MELHOR DEFINE o resultado dessa iniciativa.
		
	
	
	
	
	O SPI impediu o extermínio da população nativa, protegendo fisicamente os índios em áreas demarcadas. Mas o projeto de integração foi prejudicial para a cultura indígena.
	
	
	O SPI impediu o extermínio da população nativa, protegendo fisicamente os índios em áreas demarcadas. Mas o projeto de integração fomentou a disseminação da cultura indígena.
	
	
	O SPI impediu o extermínio da população nativa, protegendo fisicamente os índios em áreas demarcadas. Mas o projeto de integração foi prejudicial para a aculturação indígena.
	
	
	O SPI promoveu o extermínio da população nativa, ameaçando fisicamente os índios em áreas demarcadas. Mas o projeto de integração foi prejudicial para a cultura indígena.
	
	
	O SPI impediu o extermínio da população nativa, protegendo fisicamente os índios em áreas demarcadas. Mas o projeto de integração foi prejudicial para o desenvolvimento econômico nos estados onde ficavam essas áreas.
	
	
	
		8.
		Durante todo o período colonial, os portugueses e colonos nascidos na América utilizaram os índios não só como mão de obra barata (ou então escrava), mas também fizeram uso de seus saberes. São exemplo desses saberes:
		
	
	
	
	
	O canibalismo;
	
	
	A capoeira;
	
	
	A capivara;
	
	
	A coivara.
	
	
	O uso da pólvora;
	
Aula 09
Movimento Negro e a busca de outra memória afrodescendente
João Cândido
O ano de 1910 foi marcado pela luta dos marinheiros brasileiros pelo fim dos castigos corporais. Embora o uso da chibata como castigo na Armada brasileira já houvesse sido abolido em um dos primeiros atos do regime republicano, na prática, os marinheiros, cuja grande maioria era formada por homens negros e mestiços, continuavam a receber as punições. Era um claro resquício da escravidão. 
O estopim da Revolta ocorreu no dia 16 de novembro de 1910, quando foi publicado em diferentes jornais brasileiros que o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes havia sido punido com 250 chibatadas aplicadas na frente de toda a tripulação do Encouraçado Minas Gerais. Seis dias depois, lideradas pelo marinheiro e filho de ex-escravos, João Cândido, tripulações de diferentes embarcações em todo Brasil fizeram um levante por meio do qual reivindicavam a abolição da chibata na marinha, com o lema:
Foram quatro dias de muita tensão. A cidade do Rio de Janeiro estava sob a mira dos canhões da marinha e, caso as reivindicações não fossem atendidas, a cidade seria atacada. Todavia, após inúmeras negociações, os marinheiros conseguiram fazer com que as autoridades brasileiras se comprometessem a acabar com as punições e terminaram o levante. Porém, a história não acabou aí. Ainda que o Congresso brasileiro tenha votado pela anistia dos marinheiros envolvidos, logo depois de se entregarem, grande parte dos sublevados foi presa ou morta pelas próprias autoridades. O líder, João Cândido, passou alguns anos preso na Ilha das Cobras e depois foi expulso da marinha. Ele faleceu em janeiro de 1969, aos 89 anos, esquecido por seus contemporâneos. 
A trágica história de João Cândido é uma das tantas que demonstra a luta que milhares de afrodescendentes tiveram que experimentar em busca de melhores condições de vida em um país marcado pelas diferenças raciais.
Omovimento abolicionista no Brasil
Existe uma vertente historiográfica que defende que o Movimento Negro surgiu ainda sob a égide da escravidão, por meio da participação negra no movimento abolicionista. Fundado na Inglaterra, no início do século XIX, o abolicionismo foi um movimento que pregava o fim do cativeiro. Tal movimento existiu em diferentes partes do mundo e foi fundamental para a abolição da escravidão em diversos países americanos. No Brasil não foi diferente. 
No caso brasileiro, a manutenção da escravidão e do tráfico, mesmo após a independência em 1822, fez com que o movimento abolicionista só ganhasse força dentre as classes dirigentes do Império a partir da década de 1860. Neste período, o tráfico já havia sido extinto — por meio da Lei Euzébio de Queiroz, aprovada em 1850 — e debates sobre o futuro da escravidão, que eram pautas de praticamente todos os jornais do país. A incerteza quanto à manutenção da escravidão facilitou a propagação dos ideais e práticas abolicionistas. Profissionais e intelectuais que eram contrários à escravidão no Brasil organizaram associações e jornais por meio dos quais pudessem divulgar suas ideias. Conforme mencionado, muitos descendentes diretos da escravidão fizeram parte deste movimento. Periódicos como A Gazeta da Tarde, cujo editor era José do Patrocínio, e A Redenção foram instrumentos importantes na luta abolicionista. Em pouco tempo, o número de associações abolicionistas cresceu. Tais organizações não apenas faziam denúncias contra a escravidão por meio dos artigos escritos nos jornais, dos discursos feitos em praça pública e das peças teatrais encenadas em importantes teatros do Brasil, realizavam também festas e reuniões nas quais arrecadam dinheiro que seria usado na compra da alforria de alguns escravos.
Lei nº 2040 - A Lei do Ventre Livre
No ano de 1871, o Senado brasileiro aprovou a Lei nº 2040, mais conhecida como a Lei do Ventre Livre, determinando que a partir daquela data (28\09\1871) todas as crianças nascidas de ventre escravo seriam livres. 
Para garantir que receberiam bons cuidados e que não seriam separados das mães, todos os senhores deveriam ficar com os recém-nascidos até eles completarem oito anos de idade. Depois disso, o senhor de sua mãe poderia escolher receber 600 mil réis do governo e dar a liberdade total para a criança ou então utilizar os serviços dessa criança até ela completar vinte e um anos. A Lei nº 2040 ainda reconheceu que todo escravo que tivesse o dinheiro necessário poderia comprar sua liberdade, independentemente da vontade senhorial de conceder ou não a carta.
Ainda que as condições de liberdade garantidas pela lei fossem de médio prazo e que permitissem aos senhores utilizar os filhos de suas escravas durante o período em que eles tinham grande potencial de trabalho, a garantia do Estado brasileiro sobre a liberdade de todos aqueles que nasceram após 28 de setembro de 1871 deu mais força para os abolicionistas.
Em 1879, André Rebouças fundou a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão e Joaquim Nabuco, junto com José do Patrocínio, criou a Confederação Abolicionista, ambas na cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil na época. Os poemas de Castro Alves que denunciavam as atrocidades da escravidão também foram armas importantes na luta abolicionistas.
Além do jornais e associações, o abolicionismo também virou ação. Casos de violências extremadas contra cativos passaram a ser defendidos por importantes advogados, homens e mulheres de diferentes localidades começaram a fazer doações com o intuito de comprar alforrias. As fugas massivas de escravos e a formação de quilombos passaram também a contar com a ajuda de intelectuais brasileiros.
Participação Popular
A população aderiu ao movimento de diferentes formas. O caso mais emblemático ocorreu no Ceará, em 1883, quando jangadeiros liderados por Francisco José do Nascimento e João Napoleão, ex-escravos, se recusaram a transportar os cativos que desembarcavam no porto cearense. 
Essa manifestação rapidamente ganhou mais adeptos e teve tanta repercussão que obrigou as autoridades locais e decretaram o fim da escravidão no Ceará em 1884, quatro anos antes da extinção nacional da escravidão. Nesse mesmo ano, a província de Amazonas também a aboliu.
Ações rebeldes
Embora os senhores e o governo brasileiro ameaçassem e até mesmo entrassem em confronto com abolicionistas, a pressão contra a escravidão aumentava a cada dia e os escravos intensificaram suas ações rebeldes.
As fugas em massa para cidades e a formação de quilombos foram as principais estratégias utilizadas pelos escravos. Neste período, o quilombo de Jabaquara, próximo a Santos, e o quilombo do Leblon tornaram-se famosos em todo pais devido às suas estreitas relações com o movimento abolicionista.
No vale do Paraíba e no Oeste Paulista, principais regiões econômicas do Brasil naquele período, os escravos também iniciaram atos violentos contra seus senhores e suas propriedades.
lei do Sexagenário
Mais uma vez, o Estado brasileiro tentou apaziguar a situação decretando mais uma lei abolicionista. Em 1885, foi promulgada a lei do Sexagenário que determinava que todos os escravos, homens e mulheres, com mais de sessenta anos estariam automaticamente livres. Todavia, essa lei pouco mudou o quadro social fomentado pelos abolicionistas e escravos.
Lei Áurea 
Se não bastasse todo o alvoroço interno causado pelo abolicionismo, as autoridades brasileiras ainda tinham que lidar com a Inglaterra, que desde o começo do século XIX pressionava as autoridades brasileiras a acabar com a escravidão. Em meio a um contexto tão conflituoso, não havia mais nenhuma forma de mantê-la.
Deste modo, em 13 de maio de 1888, a princesa Izabel, filha do Imperador D. Pedro II que estava ausente, assinou a Lei Áurea, na qual foi "declarada extinta desde a data dessa Lei a escravidão no Brasil"
A abolição da escravidão
A abolição da escravidão causou uma verdadeira comoção na população brasileira. Missas e festas foram realizadas para comemorar o feito que, além de acabar com o escravismo, não ressarciu nenhum proprietário. Estava totalmente extinta uma instituição que vigorou por mais de trezentos e cinquenta anos.
A luta por igualdades sociorraciais no Brasil
A abolição da escravidão era apenas uma das etapas na luta por igualdades sociorraciais no Brasil. Conforme visto nas aulas 6 e 7, junto com a República brasileira nasceu a busca por uma identidade que a diferenciasse do Império escravista, mas que, ao mesmo tempo, desse conta do debate racialista internacional. 
A fim de combater práticas racistas, ou de lutar por melhores condições de vida e de trabalho, entre o final do século XIX e começo do século XX, trabalhadores e intelectuais negros de diferentes localidades do Brasil começaram a se organizar para discutir a discriminação sofrida, pensar alternativas para a melhoria da condição de vida dos afro-brasileiros e proporcionar momentos de lazer que até então eram negados para essa parcela da população. 
Associações e Grêmios
Um dos primeiro movimentos foi criar associações e grêmios que permitissem não só o encontro, mas o debate.  Em São Paulo, que na época já era o principal centro econômico do país, foram fundados o Centro Cultural Henrique Dias, a Associação Protetora dos Brasileiros Pretos e o Grêmio Dramático Recreativo e Literário “Elite da Liberdade”. Associações e grêmios semelhantes foram criados nas demais cidades brasileiras. Nessas organizações eram realizados diversos tipos de atividades como festas, bailes e reuniões ¯ ocasiões em que havia diversão, discussão e diversas redes de solidariedades e amizade eram estabelecidas. 
Imprensa Negra
Todavia, as questões experimentadas pela população negra não ficaram restritas às associações e grêmios. Como os meios de comunicação da época apenas reproduziam os padrões de beleza europeus e estampavam a população negra como “criminosas em potencial” ― reforçando, assim, o racismo ―, diversas das organizações negras que compunham asassociações e grêmios se articularam e fundaram jornais voltados para a população negra. Não por acaso tais jornais ficaram conhecidos como: imprensa negra. 
Esses jornais, em parte influenciados pelos periódicos escritos pelos e para os imigrantes, eram direcionados a uma elite de homens e mulheres negros e mestiços, que, mesmo pequena, tinha representantes em diferentes localidades do Brasil. Alguns deles eram jornais muito semelhantes aos produzidos no restante do país e pouco, ou quase nunca, tocavam na problemática do racismo. Nesses casos, os periódicos traziam ofertas de emprego, anúncios de concursos de beleza e outras notícias cotidianas.
No entanto, em periódicos como O Clarim d´Alvorada, A Liberdade, a Sentinela, O Alfinete, e O Baluarte, jornalistas e intelectuais negros não só denunciavam situações de preconceito racial, como também usavam o jornal para ajudar na educação e aumentar a autovalorização da população negra e mestiça ¯ questões que não tinham espaço nos outros jornais brasileiros. Alguns periódicos chegaram a abrir espaços para que seus leitores publicassem poemas e contos. E não foi por acaso que muitos jornais da imprensa negra faziam menção constante aos abolicionistas brasileiros.
Jornal A Voz da Raça
Em geral, havia uma grande preocupação em transmitir mensagens morais que pregavam contra a vadiagem e enalteciam o trabalho e o trabalhador negro. Produzidos em pequenas gráficas e muitas vezes contando unicamente com o financiamento de seus editores ou com o dinheiro angariado em rifas, a grande parte desses jornais tinha uma pequena tiragem e era distribuída gratuitamente ou então vendida a custos baixos nas organizações e agremiações frequentadas pela população negra. Porém, uma vez mais, a solidariedade entre os membros da comunidade negra se fez sentir.
Frente Negra Brasileira (FBN) 
Em 1931, foi fundada em São Paulo a Frente Negra Brasileira. A FNB, como ficou conhecida, era uma organização que objetivava integrar a população negra na sociedade, seguindo os padrões vigentes. 
Tal organização se empenhou em criar as condições necessárias para que a população negra pudesse ingressar no competitivo mercado de trabalho. Em pouco tempo, outras filiais dessa organização foram criadas em todo país. 
A FNB proporcionou a alfabetização de centenas de negros e criou cursos de costura para que as mulheres negras pudessem se inserir no mercado de trabalho. Era lá que operários negros se encontravam para debater assuntos referentes a seu trabalho e à discriminação que sofriam e ainda recebiam assistência médica a preços acessíveis. 
A Frente Negra Brasileira teve papel fundamental na ampliação de redes de solidariedades entre negros de todo o Brasil e no combate contra o racismo, provando a capacidade intelectual da população negra. Todavia, graças a sua vertente partidária, a FNB, assim como os jornais da imprensa negra, foi fechada a mando de Getúlio Vargas em 1938. 
Teatro Experimental do Negro (TEN) 
Porém, o fechamento da FNB e dos jornais da imprensa negra não representou o fim da luta da população negra. Em 1944, Abdias do Nascimento fundou o Teatro Experimental do Negro. Além de recuperar heranças africanas como o candomblé, o TEN promoveu congressos e, principalmente, provou que o Brasil tinha talentosos atores, poetas, bailarinos e músicos negros, incomodando muitas emissoras de televisão e jornais do Brasil. 
Jornal Quilombo 
Quatro anos depois, Abdias do Nascimento e outros intelectuais negros fundaram um dos jornais mais famosos da imprensa negra: o Quilombo, publicado entre 1948 e 1950. Diferentemente dos outros periódicos, o Quilombo contava com a participação de jornalistas negros e brancos, tinha forte diálogo com intelectuais negros do Caribe, África e Estados Unidos e dava especial atenção à cultura afro-brasileira, sobretudo às manifestações artísticas e culturais realizadas pelos negros do Brasil.
Por meio da exaltação de importantes personagens negras da história brasileira, o Quilombo permitiu que muitos negros, especialmente aqueles que estavam na classe média, criassem uma identidade negra que tivesse um respaldo histórico. Muitos dos intelectuais que fizeram parte do corpo editorial do jornal Quilombo tinham grande diálogo com os movimentos internacionais que combatiam o racismo, inclusive com o Pan-africanismo, e com importantes lideranças negras dos Estados Unidos envolvidas na luta pelos direitos civis dos negros estadunidenses. 
Panteras Negras
Além de exaltar a cultura negra, esses movimentos passaram a fazer reivindicações constantes contra o racismo e a favor da igualdade de oportunidade entre negros e brancos. Na década de 1980, foi fundando o Movimento Negro Unificado que, com outras organizações parecidas, inclusive movimentos e ONGs que trabalham com a dupla discriminação sofrida pelas mulheres negras, tem lutado para que negros e mestiços tenham a mesma oportunidade que o restante da população brasileira. 
As denúncias e o combate desses movimentos fizeram com que intelectuais negros e brancos tivessem que revisitar a história brasileira para acabar com a ideia de que o Brasil era um país sem racismo. As provas da discriminação racial no Brasil serviram de base para a exigência de melhorias urgentes na vida dessa parcela da população e na adequação do racismo como crime inafiançável. Mesmo assim, essa luta ainda está longe de terminar. 
Outra importante ação desses movimentos foi recuperar importantes figuras negras da história do Brasil, como Zumbi dos Palmares que, atualmente, é considerado um dos heróis brasileiros.
Sobre a luta dos afrodescendentes no Brasil república é incorreto afirmar que:
A) Surgiu na década de 1980, com a formação do Movimento Negro Unificado. 
b) Foi possível ver seu gérmen ainda no período escravista, com a atuação dos abolicionistas. 
c) A Frente Negra e o Teatro Experimental do Negro foram importantes ferramentas. 
d) A Imprensa Negra teve papel fundamental nas primeiras décadas do século XX. 
e) Teve inúmeras adversidades ao longo do século XX, inclusive advindas das autoridades governamentais do país.
Com relação à estrutura administrativa da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), tem-se que o departamento ao qual compete coordenar o desenvolvimento de ações, objetivando a regularização e o registro das áreas indígenas, os procedimentos de levantamento, indenização e entrosamento das áreas indígenas, emitir certidões e estabelecer sistemas de controle do Patrimônio Territorial Indígena, denomina-se: 
a) De Patrimônio Indígena e Meio Ambiente 
b) De Desenvolvimento Comunitário 
c) Fundiário 
d) De Demarcação 
e) De Identificação e Delimitação
Para os efeitos da Lei, índio ou silvícola é:
a) Todo indivíduo de origem brasileira que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional. 
b) Todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional. 
c) Todo indivíduo de origem e ascendência sul-americana que se identifica como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional. 
d) Todo indivíduo de origem e ascendência colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional. 
e) Todo indivíduo de origem e ascendência estrangeira que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional. 
Aula 10 – Somos Racistas 
Em 2007, o relator especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias e arbitrárias observou que o homicídio era a principal causa de mortes entre pessoas com idade entre 15 e 44 anos, com 45 mil a 50 mil homicídios cometidos todo ano”, diz documento. “As vítimas são, em sua maioria, jovens do sexo masculino, negros e pobres.”
"O relatóriocom observações de 22 ONGs alerta para altos índices de discriminação racial e sexual e enfatiza o problema da violência. Também chama a atenção para a distância entre a legislação e sua prática. A Anistia Internacional afirma que, com a Constituição de 1988, o Brasil adotou 'as leis mais progressistas para a proteção dos direitos humanos da América Latina'. `No entanto, persiste um enorme fosso entre o espírito dessas leis e sua implementação', diz a organização."
Fonte: Folha de São Paulo, 27 de fevereiro de 2008.
A reportagem acima apresenta um fato conhecido por boa parte dos brasileiros: a persistência do racismo em diferentes esferas no Brasil. Em tese, tais práticas deveriam ter sido extintas ou, no mínimo, severamente controladas e punidas pelas autoridades estatais que, desde 1988, tem como ferramenta a Constituição brasileira. Porém, o racismo no Brasil é repleto de sutilezas que muitas vezes impedem que a lei seja cumprida.
Em 2009, uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo concluiu que o Brasil não é um país racista, mas um lugar onde existe racismo. Dentre as pessoas entrevistadas, 97% afirmaram não ter nenhum tipo de preconceito racial, mas 98% afirmou conhecer alguém que pratica ou já praticou discriminação racial. Tal constatação é uma contradição, que acaba se tonando a base das relações raciais no Brasil.
Nessa aula será abordada parte da luta contra o racismo no país, bem como as ações estatais que tentam alcançar esse objetivo.
Entendendo um pouco da influência do Samba...
O samba
Os tempos idos
Nunca esquecidos 
Trazem saudades ao recordar 
É com tristeza que eu relembro 
Coisas remotas que não vêm mais 
Uma escola na Praça Onze 
Testemunha ocular 
E junto dela balança 
Onde os malandros iam sambar 
Depois, aos poucos, o nosso samba 
Sem sentirmos se aprimorou 
Pelos salões da sociedade 
Sem cerimônia ele entrou 
Já não pertence mãos à Praça
Tempos Idos - Cartola
Já não é mais o samba de terreiro
Vitorioso ele partiu para o estrangeiro 
E muito bem representado 
Por inspiração de geniais artistas 
O nosso samba de, humilde samba 
Foi de conquistas em conquistas 
Conseguiu penetrar o Municipal 
Depois de atravessar todo o universo 
Com a mesma roupagem que saiu daqui
Exibiu-se para a duquesa de Kent no Itamaraty
Ao retratar a trajetória do samba no Brasil, o cantor e compositor Cartola mostrou que o ritmo musical que nasceu com as quitandeiras baianas na Praça Onze conseguiu vencer os preconceitos e ganhar o estrangeiro. Hoje, o samba é uma das marcas do Brasil.
Quando se fala em uma comida tipicamente brasileira, qual a primeira palavra que vem à cabeça? E um ritmo musical? E o esporte?
A feijoada, o samba e o futebol, que se tornaram símbolos do Brasil, são heranças diretas dos africanos que para cá foram trazidos. A capoeira, que no passado foi responsável pela prisão de muitos escravos e libertos, hoje se transformou em sinônimo de esporte brasileiro.
Os africanos também trouxeram diferentes tipos de tambores e outros tantos instrumentos musicais que permitiram que a música brasileira se tornasse tão diversificada. Tambores, atabaques, agogôs, cuícas, berimbaus, zabumbas são alguns dos instrumentos presentes em diferentes ritmos musicais brasileiros. Tão diversificado quanto os instrumentos são os tipos de músicas brasileiras que herdaram a harmonia, o ritmo ou a cadência de diferentes regiões da África.
O samba (palavra que também tem origem africana e significa divertir-se) talvez seja o maior exemplo disso. Ele foi criado na segunda metade do século XIX, na Pedra do Sal, que ficava no Morro da Conceição, situado na região central do Rio de Janeiro. Nesse local, escravos e libertos, africanos e crioulos se encontravam no final do dia para fazer música e conversar.
Já no século XX, o samba sofreu influências de outros ritmos musicais, como o maxixe, e introduziu outros instrumentos, transformando-se no que se conhece hoje.
O samba proporcionou a criação de uma ampla rede de amizade e solidariedade entre pessoas negras, principalmente nos morros cariocas. Porém, o ritmo do samba foi tão contagiante que costuma se dizer que ele “desceu o morro” e revelou grandes músicos brasileiros como Cartola, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Paulinho da Viola; tornando-se, assim, uma música tipicamente brasileira.
Atualmente existem diferentes tipos de samba, como o samba-enredo, tocado pelas escolas de samba, e o samba de roda, mais encontrado em regiões rurais do Brasil, onde as pessoas tocam e dançam em forma de roda.
Arte e Cultura
Maxixe, forró, maculelê, baião, frevo, pagode e o afoxé são outros ritmos musicais criados a partir de instrumentos e ritmos vindos da África e recriados no Brasil. Essas músicas criadas com as heranças africanas eram acompanhadas por tipos diferentes de danças e festividades.
O Carnaval
O Carnaval é uma das festividades mais importantes do Brasil. Desde o período colonial, o Carnaval também era brincado por, escravos e libertos, que viam nesse festejo uma das poucas oportunidades de diversão concedidas por seus senhores.Com o passar dos anos, o Carnaval foi influenciado por cada região brasileira. As escolas de samba tornaram-se a marca registrada do Carnaval de São Paulo e do Rio de Janeiro. Na Bahia, os blocos de carnaval e os trios elétricos levam multidões ao som de afoxés e da axé music. Já Recife é embalado pelo som do frevo. Os bailes e os blocos são encontrados em todo o Brasil.
Artes plásticas
A música e as festas populares brasileiras não são as únicas manifestações culturais que apontam o legado africano no Brasil. No campo das artes plásticas também é possível observar forte presença da população negra, seja ela objeto ou sujeito das obras.
Resultado das heranças
Observa-se, então, que aquilo que hoje é chamado e mundialmente conhecido como cultura brasileira é em grande parte fruto de heranças africanas e de reinvenções feitas pela população negra no Brasil. Não existiria Brasil sem as Áfricas que dele fazem parte. As populações indígenas também deixaram importantes legados na formação do Brasil República, embora tal herança seja menos visível, ou seja, mais regionalizada, melhor dizendo. Boa parte das festas populares descritas nesta aula é, na verdade, fruto da mistura de práticas africanas com costumes indígenas. Isso fica mais evidente quando se tomam as regiões norte e centro-oeste do país, locais em que a presença indígena está claramente estampada nos rostos brasileiros.
A desigualdade
Dados obtidos por diferentes órgãos de pesquisa (como o IBGE e o IPEA) indicam que a população brasileira está cindida por uma significativa desigualdade que se expressa por meio da cor. Os índices mostram que a diferença salarial, a população carcereira, a entrada nas Universidades públicas e os índices de assassinatos passam pelo crivo racial.Nas aulas anteriores foi visto como afrodescendentes e grupos indígenas vêm lutando para mudar esse quadro. Nos últimos 40 anos essa população começou a contar com a ajuda de muitos intelectuais e até mesmo com o apoio do Estado nacional.
Lei CAÓ
Em 1985, foi aprovada a Lei nº 7.437, também conhecida como Lei CAÓ, em homenagem ao seu formulador.
Esta lei:
Incluí, entre as contravenções penais, a prática de atos resultantes de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil, dando nova redação à Lei nº 1.390, de 3 de julho de 1951 ― Lei Afonso Arinos.
Art. 1º - Constitui contravenção, punida nos termos desta Lei, a prática de atos resultantes de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Art. 2º - Será considerado agente de contravenção o diretor, gerente ou empregado do estabelecimento que incidir na prática referida no art. 1º desta Lei.
Das Contravenções
Art. 3º - Recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou estabelecimento de mesma finalidade, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 3 (três) a 10 (dez) vezeso maior valor de referência (MVR).
Art. 4º - Recusar a venda de mercadoria em lojas de qualquer gênero ou o atendimento de clientes em restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes, abertos ao público, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR).
Art. 5º - Recusar a entrada de alguém em estabelecimento público, de diversões ou de esporte, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR).
Art. 6º - Recusar a entrada de alguém em qualquer tipo de estabelecimento comercial ou de prestação de serviço, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR).
Art. 7º - Recusar a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1(uma) a três) vezes o maior valor de referência (MVR).
Parágrafo único - Se se tratar de estabelecimento oficial de ensino, a pena será a perda do cargo para o agente, desde que apurada em inquérito regular.
Art. 8º - Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público civil ou militar, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - perda do cargo, depois de apurada a responsabilidade em inquérito regular, para o funcionário dirigente da repartição de que dependa a inscrição no concurso de habilitação dos candidatos.
Art. 9º - Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, sociedade de economia mista, empresa concessionária de serviço público ou empresa privada, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR), no caso de empresa privada; perda do cargo para o responsável pela recusa, no caso de autarquia, sociedade de economia mista e empresa concessionária de serviço público.
Art. 10º - Nos casos de reincidência havidos em estabelecimentos particulares, poderá o juiz determinar a pena adicional de suspensão do funcionamento, por prazo não superior a 3 (três) meses.
Art. 11º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 20 de dezembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República.
JOSÉ SARNEY 
Fernando Lyra
A necessidade de formular e aprovar essa lei aponta que as práticas racistas ainda vigoravam no país. Mas tal necessidade não parava por aí. Quando a liberdade política foi reinstaurada e um novo acordo social foi firmado, a luta contra o racismo foi apontada em diferentes momentos da Constituição brasileira de 1988.
Como visto na reportagem que abre essa aula, a Constituição brasileira está longe de garantir a extinção do racismo, mas serve como um importante instrumento de luta.
Sistemas de cotas em universidades públicas.
Além disso, tal garantia legal serviu de suporte para uma série de ações afirmativas no Brasil, sendo a instauração do sistema de cotas nas universidades públicas a mais conhecida. Tal sistema reservaria uma parcela das vagas oferecidas pelas universidades para pessoas que se auto classificassem como negras, pardas ou indígenas. De toda forma, a tentativa e a instauração do sistema de cotas revigorou o debate sobre o racismo no país e serviu como holofote para outras questões importantes, como a demarcação das terras indígenas e quilombolas. Porém, essa é uma questão que ainda está longe de ser encerrada e, cujo debate, é fundamental para a criação de um Brasil que não faça distinções de seus habitantes.
Exercicio da aula 09
		Assinale a resposta que demonstra a relação entre a escravidão e a Revolta da Chibata.
		
	
	
	
	
	Muitos dos envolvidos acabaram morrendo encarcerados ou foram executados pelas forças oficiais. Um claro resquício da escravidão.
	
	 
	Embora o uso da chibata como castigo na Armada brasileira já houvesse sido abolido em um dos primeiros atos do regime republicano, na prática, os marinheiros, cuja grande maioria era formada por homens negros e mestiços, continuavam a receber as punições. Um claro resquício da escravidão.
	
	
	Os revoltosos ameaçaram bombardear capital do país se não tivesse as suas reivindicações a atendidas. Um claro resquício da escravidão.
	
	
	O presidente Hermes da Fonseca sofreu pressões de vários setores da sociedade para encerrar o mais rápido possível o movimento revoltoso. Um claro resquício da escravidão.
	
	 
	Assim que os marinheiros se renderam, Hermes da Fonseca expulsou da Marinha todos os envolvidos e promoveu a prisão de vários deles. Um claro resquício da escravidão.
	 Gabarito Comentado
	
	
		2.
		Qual país exerceu grande pressão sobre o Brasil para a abolição da escravidão?
		
	
	
	
	 
	Portugal;
	
	 
	Inglaterra.
	
	
	Estados Unidos;
	
	
	Espanha;
	
	
	França;
	
	
	
		3.
		Nos últimos anos, o movimento negro ganhou poder e influência na sociedade brasileira, o que provocou várias mudanças na sociedade brasileira. Entre as opções abaixo, assinale aquele que apresenta uma dessas mudanças.
		
	
	
	
	
	a inauguração de um monumento em homenagem ao padre jesuíta José de Anchieta, que foi um dos principais defensores dos negros durante o período colonial.
	
	
	o reconhecimento das religiões afro-brasileiras como o sistema religioso oficial do Estado brasileiro.
	
	
	a mudança no calendário do carnaval, que desde 2007 acontece duas vezes por ano, o que é fundamental para a afirmação da identidade negra.
	
	 
	a lei 11.645, de 2008, que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira na educação básica brasileira.
	
	
	a transformação do dia 21 de março, dia do início da Revolta dos Malês (1835), em feriado nacional.
	 Gabarito Comentado
	
	
		4.
		Marque entre as opções abaixo aquela que apresente o evento histórico que marcou a resistência negra durante o governo republicano no Brasil.
		
	
	
	
	
	Revolução Mallet.
	
	 
	Revolta da Chibata.
	
	 
	Quilombo de Palmares.
	
	
	Guerra do Paraguai.
	
	
	Lei Áurea.
	
	
	
		5.
		Segundo a Lei do Ventre Livre:
		
	
	
	
	
	Todos os senhores deveriam ficar com os recém-nascidos até eles completarem dezoito anos de idade;
	
	 
	Todos os senhores deveriam escolher se queriam ou não ficar com os recém-nascidos até eles completarem dezoito anos de idade;
	
	 
	Todos os senhores deveriam ficar com os recém-nascidos até eles completarem oito anos de idade;
	
	
	Todos os senhores deveriam ficar com os recém-nascidos até eles completarem vinte e um anos de idade;
	
	
	Todos os senhores deveriam escolher se queriam ou não ficar com os recém-nascidos até eles completarem oito anos de idade;
	
	
	
		6.
		Sobre a Frente Negra Brasileira é incorreto afirmar que:
		
	
	
	
	 
	Para Frente Negra Brasileira a cultura era concebida a par¬tir de um modelo teórico que pressupunha a ideia de progresso e tinha como modelo a civilização ocidental.
	
	
	A Frente Negra Brasileira defendia a ideia, de que deveria se fomentar a raça brasileira a partir da miscigenação e, muitas vezes, considerava ser o próprio grupo atrasado culturalmente.
	
	 
	A Frente Negra trata-se de um movimento impactado pela estética e ideologia do movimento negro norte-americano e que sofria influência da luta pelaindependência de países africanos e das pesquisas sociológicas brasileiras que traziam à tona as desigualdades raciais do país. Apontando o negro como vítima da discriminação no trabalho, na abordagem policial e em outros âmbitos da sociedade.
	
	
	A Frente Negra apoiava a integração do negro por meio da aquisição de comportamentos tidos como civilizados da classe média, apontando o trabalho como meio de combater o preconceito.
	
	
	A Frente Negra, ao mesmo tempo em que denunciava o preconceito racial, estipulava como modelo as formas de comportamento próprias da classe média branca que deveriam ser adotadas pelos negros, como forma de garantir respeito social.
	 Gabarito Comentado
	
	
		7.
		Como eram propagados os ideais e as práticas abolicionistas no Brasil?
		
	
	
	
	
	Através de associações abolicionistas e do rádio.
	
	
	Através de musicais e de propaganda de rua;
	
	 
	Através de jornais e de musicais;
	
	 
	Através de associações abolicionistas e de jornais;
	
	
	Através de revistas e de musicais;
	
	
	
		8.
		Analise as afirmativas abaixo: I - Em 1871, o Senado Brasileiro promulgou a lei do ventre livre, que libertou as crianças nascidas à partir daquela data II - Os descendentes diretos de escravos eram proibidos de fazer parte dos movimentos abolicionistas. III - Em 1885 foi promulgada a lei dos sexagenários. Esta lei pouco alterou a estrutura da escravidão, pois libertava apenas as mulheres com mais de 60 anos. IV - A abolição da escravidão, ocorrida em 1888, extinguiu o cativeiro mas não significou a inclusão social dos escravos libertos. Estão corretas as afirmativas:
		
	
	
	
	
	II e IV
	
	
	III e IV
	
	 
	II e III
	
	
	I e II
	
	 
	I e IV
	
 Exercicio da Aula 10
		A implementação das Políticas de ação afirmativa no Brasil foi acompanhada por uma série de críticas na esfera acadêmica e nos veículos midiáticos. Assinale o argumento que NÃO foi utilizado pelos questionadores destas políticas:
	
	
	
	
	
	Reconhecer a existência de 'raças' na esfera pública através das políticas de ação afirmativa aumenta o racismo.
	
	 
	A racialização é constituinte da sociedade brasileira, promovendo e perpetuando a desigualdade. Portanto, torna-se fundamental tanto políticas universalistas, quanto soluções específicas no enfrentamento do racismo e das desigualdades no país.
	
	
	As políticas de ação afirmativa ferem a forma como os brasileiros pensam, a partir da democracia racial, as relações raciais.
	
	 
	É difícil mensurar brancos e negros num país marcado pela miscigenação.
	
	
	No Brasil há racismo e desigualdades sociais, mas políticas universalistas podem resolver estes problemas.
	 Gabarito Comentado
	 Gabarito Comentado
	
	
		2.
		Dentre as políticas públicas adotadas e apoiadas pelo governo brasileiro a partir da década de 90, que visavam atender a demandas específicas do movimento negro, NÃO pode ser destacado:
	
	
	
	
	
	A 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, sob os auspícios da ONU, realizada em Durban, África do Sul.
	
	 
	A Conferência Rio-Eco-92.
	
	 
	A realização do1º Seminário Nacional de Saúde da População Negra, realizado em agosto de 2004, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi instalado o Comitê Técnico de Saúde da População Negra do Ministério da Saúde.
	
	
	A instituição de cotas raciais em universidades estaduais.
	
	
	O Grupo de Trabalho Interministerial ¿ GTI (colegiado composto por oito integrantes da sociedade civil e dez representantes governamentais)
	 Gabarito Comentado
	
	
		3.
		"Dados obtidos por diferentes órgãos de pesquisa (como o IBGE e o IPEA) indicam que a população brasileira está cindida por uma significativa desigualdade que se expressa por meio da cor." Essa afirmação pode ser explicada:
	
	
	
	
	
	Porque a diferença salarial, a população carcereira, a entrada nas Universidades públicas e os índices de assassinatos passam por uma crise social, política e econômica;
	
	
	Porque o salário mínimo não atende todas as necessidades básicas do brasileiro.
	
	 
	Porque a diferença salarial, a população carcereira, a entrada nas Universidades públicas e os índices de assassinatos passam pelo crivo racial;
	
	
	Porque as cadeias brasileiras estão lotadas e em péssimas condições;
	
	
	Porque o índice de criminalidade, sobretudo nas grandes capitais brasileiras, é altíssimo;
	
	
	
		4.
		Sobre a formação social brasileira, é correto afirmar:
	
	
	
	
	 
	A constituição de uma sociedade mestiça no Brasil foi atenuada pelo fluxo imigratório europeu, de fins do século XIX e início do XX, fazendo com que o Brasil viesse a ser um país de população branca com minorias étnicas negras e índias.
	
	
	A diversidade dos grupos formadores da sociedade brasileira, ao longo do período colonial, deixou de existir com a independência, tornado o Brasil uma autêntica democracial racial.
	
	 
	A constituição de uma sociedade brasileira mestiça e multiétnica foi resultado das relações estabelecidas entre índios, africanos e brancos e, posteriormente, asiáticos, ao longo da história do Brasil.
	
	
	A diversidade dos grupos formadores da sociedade brasileira, ao longo do período colonial, deixou de existir com a independência, dado o isolamento das nações indígenas e a extinção do tráfico negreiro, sendo ingressos no Brasil apenas brancos europeus.
	
	
	A constituição da sociedade brasileira por diversos grupos formadores favoreceu a sua natureza multiétnica, ainda que de forma desigual: o Norte essencialmente índio e caboclo; o Sul Branco e europeizado; o Nordeste, Negro e africanizado.
	 Gabarito Comentado
	
	
		5.
		Entre os fatores para a permanência do racismo em nossa sociedade podemos afirmar que, exceto:
	
	
	
	
	
	Relação de exploração dos europeus sobre povos não brancos na sociedade moderna
	
	
	difusão do próprio preconceito ( teorias raciais)
	
	
	enraizamento da oposição entre brancos e não-brancos
	
	 
	politicas publicas
	
	
	desigualdade das oportunidades
	 Gabarito Comentado
	
	
		6.
		Um babalaô me contou: Antigamente, os orixás eram homens. Homens que se tornaram orixás por causa de seus poderes. Homens que se tornaram orixás por causa de sua sabedoria. Eles eram respeitados por causa de sua força. (Pierre Verger. Lendas Africanas dos Orixás. In: Negro e Negritude.) Do texto, é possível depreender que
	
	
	
	
	
	os babalaôs eram perseguidos durante a escravidão por representarem organizações políticas de resistência.
	
	 
	durante e depois da escravidão, a religião possibilitou a preservação da memória histórica dos grupos africanos no Brasil.
	
	 
	a memória histórica africana foi mantida pelos orixás nos terreiros de candomblé que proliferaram na colônia.
	
	
	candomblé e os orixás foram as tradições africanas mantidas durante a escravidão e perseguidas e suprimidas após a abolição.
	
	
	no processo da escravidão, a identidade de toda a comunidade africana foi preservada por intermédio dos orixás bantos.
	 Gabarito Comentado
	
	
		7.
		"O combate ao racismo e à desigualdade racial no país tem tido, como principal ferramenta de enfrentamento, a instituição de políticas públicas específicas, direcionadas à população negra do país e orientadas pelo princípio da equidade a partir de ações afirmativas, reparatórias e compensatórias." Assinale a opção que contém ações afirmativas:
	
	
	
	
	 
	cotas e campanhas de valorização da pessoa negrae de enfrentamento ao racismo;
	
	
	cotas e campanhas para desmitificar Zumbi como legítimo representante da resistência negra;
	
	
	cotas e campanhas para financiar o Movimento Negro;
	
	
	cotas e campanhas para fornecer transporte gratuito para toda a populção negra do Brasil;
	
	
	cotas e campanhas para eleger um presidente negro no Brasi.
	
	
	
		8.
		Entre as opções abaixo, assinale aquela que apresenta corretamente um exemplo de herança africana na cultura brasileira.
	
	
	
	
	
	Dança Flamenga.
	
	
	Música erudita.
	
	
	Macarronada.
	
	
	Ópera.
	
	 
	Samba.

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