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AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família ENFERMAGEM EM SAÚDE DA FAMÍLIA Aula 01: Da reforma sanitária ao SUS AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família • Identificar os objetivos e normas da disciplina; • Reconhecer a importância da disciplina para o curso de Enfermagem; • Reconhecer a importância do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira e da 8ª Conferência Nacional de Saúde para a criação do Sistema Único de Saúde; • Explicar, à luz da Constituição Federal de 1988, os artigos que discorrem sobre saúde. Objetivos 1. Gênese do Termo Reforma Sanitária; 2. Desenvolvimento da Reforma Sanitária; 3. Resultados da Reforma Sanitária; 4. 8ª Conferência Nacional de Saúde; 5. Constituição Federal de 1988. AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Reforma Sanitária • O termo “Reforma Sanitária” foi utilizado pela primeira vez no Brasil em função da Reforma Sanitária Italiana; • Foi proposta em um momento de intensas mudanças e sempre pretendeu ser mais do que apenas uma reforma setorial. Não abarcava, nesse sentido, apenas a saúde e buscava integrar diferentes setores da sociedade; • Almejava, desde seus primórdios, que pudesse servir à democracia e à consolidação da cidadania no País. Gênese do termo reforma sanitária AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Reforma Sanitária • O movimento da Reforma Sanitária nasceu no contexto da luta contra a ditadura, no início da década de 1970; • A expressão ficou esquecida por um tempo até ser recuperada nos debates prévios à 8ª Conferência Nacional de Saúde, quando foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da Saúde. Desenvolvimento da reforma sanitária AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Reforma Sanitária • Profissionais da área da Saúde, movimentos sociais organizados, intelectuais e representantes da sociedade civil, preocupados com a saúde pública, começaram um amplo processo de discussão sobre a saúde que contribuiu para elaboração de importantes documentos, como relatórios de plenárias, conferências e entrevistas com atores protagonistas do Movimento da Reforma Sanitária; • É importante destacar que as mudanças esperadas pela Reforma Sanitária não abarcavam apenas o sistema de saúde, mas todo o setor saúde, introduzindo uma nova ideia na qual o resultado final era entendido como a melhoria das condições de vida da população. Desenvolvimento da reforma sanitária AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Reforma Sanitária Proposições do Movimento da Reforma Sanitária: • Saúde como direito de todo o cidadão; • Garantia de acesso da população às ações de saúde de cunho preventivo e/ou curativo com integração das ações em um único sistema; • Descentralização da gestão, tanto administrativa, como financeira; • Controle social das ações de saúde. Desenvolvimento da reforma sanitária AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Reforma Sanitária • O médico sanitarista Sérgio Arouca destacou-se na luta pela Reforma Sanitária tornando-se conhecido nacionalmente; • Sua tese de doutorado, intitulada “O dilema preventivista: contribuição para a compreensão e crítica da medicina preventiva”, forneceu fundamentos teóricos estruturantes para a constituição da base conceitual da saúde; • Sérgio Arouca costumava dizer que o movimento da reforma sanitária nasceu dentro da perspectiva da luta contra a ditadura. Existia uma ideia clara na área da saúde de que era preciso integrar as duas dimensões: ser médico e lutar contra a ditadura. Desenvolvimento da reforma sanitária AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Reforma Sanitária Sérgio Arouca participou de perto de todas as conquistas que envolveu a Reforma Sanitária: • Apresentou o documento “Saúde e Democracia” (documento com propostas para melhoria da saúde da população); • Presidiu a 8ª Conferência Nacional de Saúde. O Movimento da Reforma Sanitária propôs alternativas para um novo sistema de saúde com características democráticas. Os envolvidos com o movimento tiveram a oportunidade de expressar, em 1979, suas insatisfações durante o I Simpósio Nacional de Política de Saúde. Houve elaboração de uma proposta de reorientação do sistema de saúde, tendo como finalidade a estruturação de um Sistema Único de Saúde. Desenvolvimento da reforma sanitária AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Reforma Sanitária Resultados do Movimento da Reforma Sanitária: • A conquista da universalização na saúde (o princípio constitucional que estabelece que todo brasileiro tem direito à saúde), com definição do dever do Estado e a função complementar da rede privada; • A ideia de que a saúde deve ser planejada com base nas conferências de saúde; • A formalização dos Conselhos de Saúde como parte do SUS, tendo 50% de usuários na sua composição; • Formação da Comissão Nacional da Reforma Sanitária, que transformou o texto da constituinte na Lei Orgânica 8080. Desenvolvimento da reforma sanitária AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Reforma Sanitária • No ano de 1986, intensificou-se o Movimento Sanitário, sendo convocada a 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), visando discutir a nova proposta de estruturação da política de saúde para o país. • O encontro resultou em propostas de reformulação do sistema nacional de saúde que foram documentadas e ficaram conhecidas como Projeto da Reforma Sanitária Brasileira. Gênese do termo reforma sanitária AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Está em curso uma reforma democrática não anunciada ou alardeada na área da saúde. A Reforma Sanitária brasileira nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia, e estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de organização de serviços. Esse movimento social consolidou-se na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual, pela primeira vez, mais de cinco mil representantes de todos os seguimentos da sociedade civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. O resultado foi garantir na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado. Sérgio Arouca (1998) Desenvolvimento da reforma sanitária “ “ AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Sobre a conferência • Aconteceu em março de 1986 em Brasília e foi considerada um dos eventos político-sanitários mais importantes da história da saúde; • Foi o Marco do Movimento da Reforma Sanitária; • Reuniu mais de 5.000 pessoas; • Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988; • Aprovou texto sobre saúde que seria posteriormente incluído na CF 1988. 8ª Conferência nacional de saúde AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Propostas básicas • Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado; • Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde; • Descentralização administrativa e financeira para os Estados e Municípios; • Promoção do Controlesocial pelo Estado. 8ª Conferência nacional de saúde AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Resultados da 8ª Conferência Nacional de Saúde Como resultado central da 8ª Conferência Nacional de Saúde, tivemos o estabelecimento de um consenso político que permitiu a conformação do projeto da Reforma Sanitária, através de quatro aspectos principais: • O conceito abrangente de saúde; • Saúde como direito de cidadania e dever do Estado; • A instituição de um Sistema Único de Saúde; • A participação da comunidade exercendo o controle social. Resultados da reforma sanitária AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Saúde “Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.” O conceito abrangente de saúde AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família A consagração do Movimento da Reforma Sanitária e das discussões realizadas na 8ª Conferência Nacional de Saúde foi possível com a Constituição Federal de 1988. Nesta, a saúde se tornou um direito inalienável de todos os cidadãos; Como está escrito na Carta Magna: "A saúde é direito de todos e dever do Estado". A saúde presente na Constituição • A consagração do Movimento da Reforma Sanitária e das discussões realizadas na 8ª Conferência Nacional de Saúde foi possível com a Constituição Federal de 1988. Nesta, a saúde se tornou um direito inalienável de todos os cidadãos; • Como está escrito na Carta Magna: "A saúde é direito de todos e dever do Estado". Constituição federal de 1988 AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Artigo 196 “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Constituição federal de 1988 AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Artigo 197 e 198 Art. 197: “São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.” Art.198: “As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade.” Constituição federal de 1988 AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Artigo 199 “A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º podem participar de forma complementar do sistema único mediante contrato convênio com preferência para as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para às instituições privadas com fins lucrativos. § 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde do País, salvo nos casos previstos em lei.” Constituição federal de 1988 AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Artigo 200 “Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições: • Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; • Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; • Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; • Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; • Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; • Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.” Constituição federal de 1988 AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família Vídeo: “O Sistema Único de Saúde no Brasil” O vídeo conta a história da construção do Sistema Único de Saúde no Brasil, com ênfase na participação de Sérgio Arouca nesse processo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Cb-cslNmGnE Saiba mais AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família ANDRADE, L. O. M.; PONTES, R. J. S.; JUNIOR, T. M. A descentralização no marco da Reforma Sanitária no Brasil. Rev. Panam. Salud Pública, v. 8, n. 1, jul./ago., 2000. BRASIL. 8ª Conferência Nacional de Saúde – relatório final. Brasília: Ministério da Saúde, 1986. ______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília/DF: Senado, 1988. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. A construção do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo/Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Referências AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família FIGUEIREDO NETO, M. V.; SILVA, P. F.; ROSA, L. C. S.; CUNHA, C. L. F.; SANTOS, R. V. S. G. O processo histórico de construção do Sistema Único de Saúde brasileiro e as novas perspectivas. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII, n. 76, maio 2010. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7781>. Acesso em: 02 fev 2017. LIMA, N. T. (Org.). Saúde e Democracia: história e perspectivas do SUS. Organizado por Nísia Trindade Lima, Sílvia Gerschman e Flávio Coelho Edler. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005. Leituras complementares AULA 1: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Enfermagem em saúde da família VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Carta de Ottawa; Conceito de promoção de saúde; Os princípios da Carta de Ottawa; Os pré-requisitos para a saúde. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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