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Universidade Federal do Tocantins - UFT Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Coordenação Pedagógica Programa Escola de Gestores RECREIO DIRIGIDO: DIVERSÃO E APRENDIZADO PARA CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS DO ENS. FUNDAMENTAL 1 IONE MILHOMES DE CASTRO2 Resumo: O presente estudo versará sobre estratégias de intervenção da equipe escolar, sob a orientação da coordenação pedagógica para a dinamização do recreio e o disciplinamento dos alunos na escola municipal Getúlio Vargas, com o objetivo de torná-lo um momento de interação e aprendizado, minimizando assim conflitos e brincadeiras indesejadas que muitas das vezes causam discussões e acidentes. Este estudo buscou verificar as atividades lúdicas praticadas pelos alunos durante o recreio e em seus momentos de lazer. São sujeitos desta pesquisa 304 estudantes de uma escola municipal de São Valério, com idades entre 6 e 17 anos, de ambos os sexos. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um questionário junto aos alunos. Verificamos que as brincadeiras que mais se destacam no recreio são o 21% de futebol, (20,80%) pega-pega 19%,e 17%pular corda. Os locais mais utilizados para as brincadeiras são barracão e a área gamada, durante o recreio escolar.Concluímos que as brincadeiras que predominam durante o recreio escolar, são atividades simples, sem muitas regras e que não necessitem de materiais ou grandes espaços.Além disso, idéias como proporcionar materiais,brinquedos aos alunos é estratégias de intervenção durante o recreio seriam ações que poderiam enriquecer as atividades desenvolvidas durante este período. Palavras Chave: Recreio escolar, atividades dirigidas, disciplinamento e interação. 1 Trabalho de conclusão de curso apresentando como requisito avaliativo do curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Coordenação Pedagógica pela escola de gestores-Universidade Federal do Tocantins, sob orientação da profa. mestre Lina Maria Gonçalves. 2 Pedagoga . Coordenadora Pedagógica da Escola Municipal Getúlio Vargas, no município de São Valério. TO. 1. INTRODUÇÃO O recreio é um momento de diversão e interação, entretanto esse momento nem sempre é bem aproveitado pelos alunos dos anos inicias (1°ano A e B) por isso, O projeto de intervenção teve como objetivos, compreender e implantar coletivamente brincadeiras durante o recreio, explicitando os aspectos relevantes na disciplina e brincadeiras orientadas para a formação integral dos alunos; Promover atividades diferenciadas durante o intervalo que estimulem uma convivência harmoniosa; Desenvolver valores humanos, tais como respeito, solidariedade, amizade, compartilhar e brincar com o outro. A pesquisa iniciou-se com o trabalho de análise de diversos problemas na unidade escolar. Esta análise foi realizada juntamente com os coordenadores e professores da escola. Após reuniões e discussões concluiu-se que um dos vários problemas, que causam grandes transtornos é a correria na hora do recreio. Crianças correm desordenadamente pelo pátio da escola, envolvem-se em discussões e inúmeras intrigas. Diante dessa problemática foi escolhido tema: recreio dirigido, para ser aplicado na unidade escolar. Para iniciar as atividades de pesquisa-ação foram feitas pesquisas bibliográficas relacionados ao assunto. Daí deu-se então a organização do projeto. Para coleta de dados, foi elaborado um questionário a ser aplicado para os alunos dos anos iniciais e finais do ensino fundamental com perguntas sobre o interesse e gosto por brincadeiras na hora do intervalo. Para o 1º ano do ensino fundamental, crianças de 6 e 7 anos, a coleta de dados foi através de conversa direcionada, com o acompanhamento da professora em sala. Com base na análise desses dados coletados, constatou-se que as brincadeiras mais solicitadas foram os jogos: futebol, vôlei, xadrez e dama. Também tiveram sugestões voltadas para área da cultura e lazer como: espaço para pinturas, desfiles, cantinho da beleza, brinquedoteca e rádio escola. O resultado da coleta foi apresentado à equipe da escola municipal Getúlio Vargas e todos foram convidados a participarem da organização e implantação do projeto de intervenção para o recreio escolar. A intencionalidade pedagógica dessa intervenção foi a apreensão sociológica dos mecanismos disciplinares presentes no espaço escolar, das estratégias, movimentos e adaptações destes mecanismos em prol da disciplina, da ordem e do controle. O presente artigo, além dessa introdução, está assim constituído: revisão da literatura; processo de pesquisa-ação e metodologia, discussão dos resultados, por meio de descrição e análises dos resultados do questionário aplicado e da observação direta, bem como das sugestões para intervenções para todo o grupo da Escola Municipal Getúlio Vargas através da participação ativa deste. 2. RECREIO INTERATIVO NA ESCOLA O recreio, como espaço e tempo livre do aluno pressupõe uma livre escolha sobre o que fazer e como fazer. Entretanto a prática tem demonstrado a necessidade de um planejamento desse tempo livre, pois a liberdade nem sempre tem sido bem utilizada pelas crianças. Para Telma Scott, (2009, p.32) a “livre escolha” do aluno é delimitada por algumas variáveis: Tempo: qual a duração do recreio? O que é possível fazer nesse intervalo de tempo? Espaço físico: a céu aberto? Coberto? Isso condiciona as escolhas às condições climáticas. Cimentado ou gramado? Emparedado ou arborizado? As possibilidades de escolha são influenciadas por essas características. Organização do espaço: se o espaço é vazio, as opções dos alunos ficam entre vivências corporais que envolvem correr, perseguir, lutar, empurrar e, por vezes, terminam em conflitos. Vozes experientes diziam que “brincadeiras de mão não acabam bem!” Se no espaço há materiais, eles mediam as relações e estabelecem algumas regras. Por exemplo: se há uma bola, o jogo pode ser futebol e formam-se dois times, com uma meta estabelecida: fazer gol. Se há uma corda, uma dupla bate para uma ou mais crianças pularem. Tocou na corda dá a vez para outra criança. Pessoas que interagem nesse espaço-tempo: o recreio é organizado por faixa etária? Todas as turmas podem interagir nesse momento? É possível escolher com quem brincar ou conversar? Irmãos podem ficar juntos? Como as crianças se relacionam nessa hora? Como elas se relacionam com os bedéis ou responsáveis pelo recreio? Isso significa que as opções de lazer coletivas, que propiciam inter-relações dão maior segurança e gosto pelo brincar ao aluno. Além disso, a oferta dessas atividades oferece a possibilidade de compreensão de permanências e mudanças no desenvolvimento dos alunos e dão aos educadores (inspetores, Coordenação, Direção e professores), um novo momento de observação da criança, fora da sala de aula. Segundo Klisys (2010, p. 32) Para privilegiar a interação da garotada no intervalo e demais horários livres, é preciso investir em propostas diversificadas, como jogos de tabuleiro, atividades com bola e leituras variadas. Porém, antes da implantação de um projeto institucional em que estejam contempladas essas e outras possibilidades de lazer, é importante avaliar como a escola tem lidado com a questão do brincar. A proposta de brincar na hora do intervalo, tem que ser direcionada e acompanhada por professores, coordenadores, mas é preciso que a criança tenha a liberdade de escolher a brincadeira mais prazerosa. A liberdade dessa escolha favorece fundamentalmente o desenvolvimento social, além de explicitar as habilidades individuais, como defendeFerreira (2000, p.115) As atividades lúdicas, pelas suas próprias características, podem possibilitar o convívio com as mais diversas habilidades. Elas poderão atender tanto as crianças que tem pendores para a arte, como aquelas que têm muita destreza física. Dessa forma, a criança passa a interessar e mudar posturas, diante dos colegas, diminuindo as brigas e atritos ocorridos no pátio e no interior das salas de aula. Assim a escola estará contribuindo para o desenvolvimento social e cultural, consequentemente para uma melhor sociedade. O recreio torna-se um espaço lúdico podendo, através dos jogos, proporcionar a aquisição de regras, a expressão do imaginário, a exploração e solução de problemas, bem como, a apropriação do conhecimento além de desenvolver atitudes construtivas, o senso crítico, valorizando o uso da expressão de cortesia, favorecendo a capacidade de liderança. A criança que interage com os colegas, passa então a se interessar por ouvir opiniões e sentimentos, estimulando a inteligência, curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. No que se refere à questão das brincadeiras e jogos, durante o recreio, pode-se dizer que também possibilitam a integração dos alunos das diversas turmas e idades em um momento de lazer, o que é oportuno ao desenvolvimento de postura mais harmoniosa no interior da escola, uma vez que estes estão presentes desde muito cedo na vida dos estudantes, como destaca Oliver (2000, p.11). Foi constatado que desde o primeiro ano de escolarização as brigas e as discussões surgem muito cedo entre as crianças, tanto no pátio da escola como dentro da sala de aula. Manifestações espontâneas da vontade de apropriar-se de um objeto ou de um território, de impor seu projeto, são, com freqüência, a única maneira, embora arcaica, que a criança encontra para regular seus conflitos. Analisando a citação anterior, constata-se a relevância do recreio dirigido como espaço em que se passa a proporcionar aos alunos momentos de diversão, alegria e interação entre as classes, mantendo a respeito e organização em acordo entre professores e crianças de acordo com regras pré-estabelecidas pelos professores. Dessa forma foi estimulada a coletividade, autonomia e habilidades de cada aluno, utilizando os materiais disponíveis. Acredita-se que os alunos também se tornarão mais conscientizados quanto à conservação do espaço e de cada material, as crianças poderão brincar com bolas, além de petecas, bambolês, jogos de xadrez e damas, giz de cera, cordas e inclusive foi traçado e pintado no chão do pátio da escola, jogo de amarelinha. Essas ações tendem a melhorar o relacionamento e o convívio dos estudantes e estimulando a criatividade, o sentido ético e estético da vida, por meio de jogos interativos. Entre os objetivos de um recreio orientado ou dirigido, estão o de melhorar o relacionamento e o convívio dos estudantes e estimular a criatividade, o sentido ético e estético da vida, por meio de jogos interativos, música, dança. Quando a criança participa do jogo, ela tem o objetivo de obter prazer, os jogos e brincadeiras são um veículo capaz de levar à criança uma mensagem educacional, de valores, atitudes e regras. Dentre todos os objetivos o principal está em fazer com que os alunos aproveitem de uma forma sadia o tempo do intervalo. Além disso, quando os alunos, acompanhados pelos professores, funcionários e inspetores de alunos, evitam a ocorrência de incidentes graves. De acordo com Rocha de Souza (2008), Ao brincar a criança tem uma aprendizagem exploratória, que favorece o seu pensamento cognitivo. Sabe-se que a brincadeira tem papel preponderante na perspectiva de uma aprendizagem exploratória. E, tem mais: ao participar de jogos e brincadeiras as crianças desenvolvem a sua autonomia, favorecendo a noção de responsabilidade na adoção de posturas favoráveis ao sucesso. A criança aceita as regras quando as compreende e concorda com elas. Concordando com Dohme, (2003, p.80), os jogos colaboram com o desenvolvimento de habilidades onde se empregam a força: puxar, levantar, empurrar, a agilidade: cores, saltar, rastejar; a destreza; atirar, mirar, esquivar. Também desenvolvem habilidades físicas que exigem maior sensibilidade, como por exemplo, jogos onde as crianças necessitam se ocultar ou executar alguma atividade ligada a psicomotricidade fina, como: enfiar uma agulha, equilibrar um ovo e etc. Quando a criança participa do jogo, ela tem o objetivo de obter prazer, os jogos e brincadeiras são um veículo capaz de levar à criança uma mensagem educacional, de valores, atitudes e regras. Dentre todos os objetivos o principal está em fazer com que os alunos aproveitem de uma forma sadia o tempo do intervalo. 3. CAMINHOS PERCORRIDOS PARA A IMPLANTAÇÃO DO RECREIO DIRIGIDO A pesquisa-ação com o tema “recreio dirigido”, desenvolvida juntamente com docentes e alunos do 1º ao 9º ano da escola municipal Getúlio Vargas, situado no município de São Valério, tiveram como sujeitos envolvidos 380 (trezentos e oitenta) alunos da faixa etária entre 6 aos 16 anos, uma vez que, em observação anterior constatou-se que os mesmos não interagiam com os demais alunos da escola. Como procedimentos foram adotadas pesquisas bibliográficas, com objetivo de descobrir as diferentes possibilidades de estratégias recreativas que favorecessem a interação de alunos no espaço escolar. Também foi realizada pesquisa de campo para coleta de dados in loco. Os dados foram coletados através de questionários, para discernir o gosto e o interesse deles pelas brincadeiras. Professores e funcionários da escola, bem como representantes de pais e da comunidade participaram e foram consultados, por meio de entrevista semiestruturada, sobre as metodologias para o recreio. Os dados coletados foram analisados através de gráficos e por fim, essa análise foi apresentada à equipe da escola municipal Getúlio Vargas, e todos foram convidados a participarem da organização e implantação do projeto de intervenção para o recreio escolar. Foram inclusos no desenvolvimento desse projeto, funcionários, o pessoal dos serviços gerais e 02 guardas municipais, coordenadores, diretor e secretária. De acordo com uma escala, esses ajudariam no desenvolvimento das atividades recreativas e ao mesmo tempo instrutivas, previamente planejadas pelos docentes durante as horas atividades. Os 15 (quinze) minutos trabalhados durante o recreio seriam compensados no final de cada turno. Com base na coleta, as brincadeiras mais solicitadas foram os jogos: futebol, vôlei, xadrez e dama. Também tiveram sugestões voltadas para área da cultura e lazer como: cantinho de pinturas, desfiles, cantinho da beleza, brinquedoteca e rádio escola. Como formas de intervenção estão sendo realizadas brincadeiras, jogos educativos com o intuito de minimizar a agressividade entre os alunos e para que eles cheguem mais tranquilos em sala de aula, além de promover uma interação maior entre todos. As brincadeiras escolhidas pelos alunos e já realizadas no mês de setembro/2011 foram às seguintes: Futebol Pular corda Amarelinha Bilboquê Vai e vem Bambolê Vôlei Dança da cadeira Bonecas Carrinhos Queimada 4. BRINCADEIRAS E DESCANSO: COM A PALAVRA OS ALUNOS Ao serem indagados sobre o que mais gostam na escola, os 12 alunos do primeiro ano (1º) (A) dos anos iniciais do Ensino Fundamental que são o foco da pesquisa, responderam, como demonstra o gráfico 1, a seguir. Gráfico 1: Interesse dos alunos do 1º ano do EF, na escola. fonte: questionárioaplicado ao 1º ano A Constata-se que, apenas 17% dos alunos afirmam gostar das aulas e outros 17% das professoras, ao passo que 33% gostam de jogar bola. 17% 17% 17% 8% 8% 33% 1-O QUE MAIS GOSTA NA ESCOLA? RECREIO AULAS PROFESSORAS DANÇAR LANCHE JOGAR BOLA Continuando o questionário, ao serem indagados se gostam do recreio e por quê? 73% dos alunos responderam que sim, para brincar e 27 % responderam que não porque as crianças correm e se machucam, como demonstra o gráfico 2, a seguir. Gráfico 2: Gosto pelo recreio. fonte: questionário aplicado ao 1º ano Esse resultado demonstra a importância da implantação do recreio dirigido, bem como de criar outros momentos lúdicos na escola, pois, apesar da maioria gostar do recreio, esses justificam seu gosto por ser, esse um momento de brincadeira. Por outro lado, nem todos pensam assim, e quase 30% dos alunos temem se machucar. Isso confirma o que afirma Klissys (2010) sobre a necessidade de a escola avaliar como tem lidado com a questão do brincar. Seria o recreio o único momento disponível para as brincadeiras, especialmente com crianças ainda tão pequenas? Na terceira parte do questionário ao serem indagados sobre que tipos de brincadeiras conhecem e gostam, obteve-se as brincadeiras preferidas, como mostra o gráfico 3, a seguir: Gráfico 3: Gosto pelas brincadeiras 73% 27% 02-SE GOSTA DO RECREIO E POR QUÊ? Sim,para brincar Não porque as crianças correm e se machucam 14% 36% 7% 14% 22% 7% 3-QUE TIPOS DE BRINCADEIRAS CONHECE E GOSTA? CARROS PEGA PEGA BONECA MORTO VIVO PULAR CORDA JOGAR BOLA Fonte: Questionário aplicado ao 1º ano A Analisando os dados do gráfico anterior observa-se que 36% dos alunos gostam de brincar de pega – pega, 22% de pular cordas, 14% gostam da brincadeira do morto vivo e carros e 7% respectivamente gostam de brincar de boneca e jogar bola. Esse gráfico representa alunos de 5 anos e essa brincadeiras condizem com sua realidade e idade. Diante dos dados, conclui-se, portanto, que seja de suma importância que se desenvolva na escola um recreio dirigido, para proporcionar um recreio sem correrias e agressões físicas, sendo assim, fez necessário apresentar novas brincadeiras e jogos que deixem o recreio mais divertido. E finalmente ao serem indagados que atividades gostariam de fazer durante o recreio? 31% responderam que gostariam de brincar de bonecas, 23 % de pular corda, 23% de pular amarelinha, 8% de brincar de polícia-ladrão, 8% de pique - esconde e 7% gostariam de jogar bola, como mostra o gráfico 4, a seguir. Gráfico 4: Gosto pelas brincadeiras na hora do recreio. fonte: questionário aplicado ao 1º ano A Sendo que 31% querem brincar de bonecas e 23 % de pular corda e amarelinha objetiva-se um recreio que os alunos aproveitem de uma forma sadia o tempo do intervalo. As brincadeiras são adequadas em relação ao tempo e espaço já que esses fatores são de suma importância para um recreio. As brincadeiras recreativas distinguem-se por terem regras simples e flexíveis, não se necessitando de quadras, tabuleiros, instruções, treinamento, peças ou dispositivos especiais para delas se participar. 23% 31% 7% 23% 8% 8% 4- QUE ATIVIDADES GOSTARIA DE FAZER DURANTE O RECREIO? PULAR CORDA BONECAS JOGAR BOLA AMARELINHA POLICIA LADRÃO PIQUE-ESCONDE Os alunos são acompanhados pelos coordenadores, funcionários, para que não ocorra nenhum incidente grave. Sabemos que a brincadeira tem papel preponderante na perspectiva de uma aprendizagem exploratória, ao participar de jogos e brincadeiras as crianças desenvolvem a sua autonomia, favorecendo a noção de responsabilidade na adoção de posturas favoráveis ao sucesso. 4.1. Com a palavra os alunos dos anos finais do ensino fundamental Também foram sujeitos dessa pesquisa os demais alunos da U.E do 2º ao 9º ano do ensino fundamental. Esses, perguntados sobre o que mais gostam na escola responderam assim: 32% gostam do recreio, 14% das professoras, 12 % de jogar futebol, 10% do lanche, 8% de brincar, 7% vôlei, 7% da piscina, 4% de estudar, 3% da sala de vídeo, 1% das amigas, 1% de dançar, 1% do aprendizado transmitido. Geralmente, durante o recreio a criança quer apenas se divertir, e quando o espaço não é preparado elas ficam ociosas. No entanto essa diversão é interrompida devido às brincadeiras desorganizadas, que fazem com que os alunos briguem ou se machuquem correndo, e, esta prática tem se tornado rotina, fazendo parte do cotidiano da escola. Gráfico 5: Interesse dos alunos do 2º ao 9º anos do EF, na escola. Fonte: Questionário aplicado do 2º ano ao 9º ano do ensino fundamental. Sendo que 32% gostam do recreio, Subentende que as brincadeiras com regras pré-estabelecidas e com objetivos estimulam a responsabilidade, a disciplina, entre 32% 8% 7% 1% 12% 14% 10% 3% 1% 7% 1% 4% 1-O QUE VOCÊ MAIS GOSTA NA ESCOLA? RECREIO BRINCAR VÔLEI NÃO OPINOU FUTEBOL DAS PROFESSORAS DO LANCHE SALA DE VÍDEO DAS AMIGAS APRENDIZAGEN TRASMITIDO PISCINA DANÇAR ESTUDAR outros valores sem que as crianças se sintam obrigadas a cumprir. As responsabilidades na vida da criança irão favorecer o seu convívio na sociedade. Gráfico 6:Gosto pelas brincadeiras Fonte: fonte: Questionário aplicado do 2º ano ao 9º ano do ensino fundamental. Ao serem indagados se gostam do recreio e por que 48% responderam que sim para brincar. Além do conhecimento de uma maneira espontânea, as brincadeiras trazem vantagens em todas as etapas da vida das crianças. O desenvolvimento da criatividade do aprendizado e da coordenação motora, o estimulo da imaginação e das habilidades das podem ser trabalhadas nas brincadeiras independente da faixa etária das crianças. Gráfico 3: Brincadeiras que conhece e gosta. Fonte: fonte: Questionário aplicado do 2º ano ao 9º ano do ensino fundamental. Ao serem indagados sobre as brincadeiras que conhece e gosta, responderam com a relação de brincadeiras apresentadas no gráfico, a seguir. 48% 16% 16% 6% 5% 3% 1% 5% 2-SE GOSTA DO RECREIO E PORQUÊ ? SIM,PARA BRINCAR SIM,É DIVERTIDO NÃO ,PORQUE NÃO TEM BRINCADEIRAS NÃO ,AS CRIANÇAS CORREM E SE MACHUCAM SIM,PARA DESCANSAR SIM,PARA LER SIM,PARA DANÇAR SIM,PARA JOGAR FUTEBOL 21% 17% 3% 8% 15% 5% 14% 3% 1% 2% 6% 2% 2% 1% 3-QUE TIPO DE BRINCADEIRAS VOCÊ CONHECE EGOSTA? JOGAR BOLA PULAR CORDA 3 CORTES DO PEGA VÔLEI CIRANDA-CIRANDINHA AMARELINHA POLÍCIA LADRÃO BOM BARQUINHO CARROS BONECAS ESCONDE-ESCONDE Fonte: fonte: Questionário aplicado do 2º ano ao 9º ano do ensino fundamental. E finalmente ao serem indagados os sobre as atividades que gostariam de fazer durante o recreio 20% querem jogar bola, 2% brincar da pega, 11%querem um cantinho da beleza, 7% querem dançar, 3%querem brincar com jogos de memória, 14% querem jogar vôlei, 10% amarelinha, 19% pular corda, 1% piscina, 1% karaokê, 1% xadrez, 1% dama, 4% bonecas, 3%ler e 4% querem brincar de ciranda cirandinha.As brincadeiras são por faixa etária sendo adequadas e podem ser compartilhada com os menores sem riscos. 4.2 . Com a palavra os professores No questionário aplicado aos professores, foi possível observar que, para eles, o recreio é: “um tempo onde as crianças podem brincar interagir com os colegas e descansar das atividades escolares." Ao serem indagadossobre que sugestões teriam para a melhoria desse recreio. Aproximadamente, 85% gostariam que tivesse joguinhos de tabuleiro, som no pátio e atividades educativas para que os alunos se divertissem e aprendessem de forma saudável e também que toda a equipe escolar interagisse para proporcionar um recreio prazeroso para as crianças. Ao serem indagados sobre a finalidade do recreio, os professores responderam da forma mostrada no gráfico 9, a seguir: Gráfico 9: Finalidade do recreio para os docentes. 20% 2% 11% 7% 3% 14% 10% 19% 1% 1% 1% 1% 3% 3% 4% 4-QUAIS ATIVIDADES GOSTARIA DE FAZER DURANTE O RECREIO? JOGAR BOLA PEGA PEGA CANTINHO DA MODA DANÇAR JOGOS DE MEMÓRIA VÓLEI AMARELINHA PULAR CRDA PISCINA KARAOKÊ XADREZ Fonte: questionário aplicado aos docentes. Brincar é uma atividade essencial para que as crianças se desenvolvam de forma saudável e, até mesmo, para que iniciem seu aprendizado desde os primeiros anos de vida. Lembrando que a interação é importante para conhecer melhor os alunos, firmar laços de amizade e conversar com os mesmos de forma mais tranqüila; na U.E Getulio Vargas tem sido possível desenvolver várias atividades, pois tem espaço físico compatível com as escolhas das crianças tem áreas cobertas e cimentada e áreas gramadas para futebol. Nessas vivências eles interagem brincando e se divertindo. Cada brincadeira é organizada por idade e gosto pela brincadeira tendo assim um recreio satisfatório para todos. Argumentando se estão satisfeitos com o recreio e porque, mais da metade dos docentes responderam que não, como mostra o gráfico 10, a seguir: Gráfico 10: satisfação dos docentes em relação ao recreio Fonte: questionário aplicado aos docentes. 50% 25% 25% 1- PARA VOCÊ ,QUAL A FINALIDADE DO RECREIO? BRINCAR INTERAGIR DESANSAR 37% 13% 25% … 2-ESTÁ SATISFEITO COM O RECREIO ? PORQUE ? NÃO,PRECISA SER DINAMIZADO SIM,AS COORDENADORAS TRABALHAM COM AS POSSIBILIDADES NÃO PORQUE AS CRIANÇAS CORREM MUITO E SE MACHUCAM NÃO,PRECISA MUDAR Essa insatisfação ocorria devido os alunos não terem nada para fazer na hora do recreio e corriam de forma desordenada, voltavam cansados, suados e sem vontade de estudar após o recreio.O recreio é de suma importância para os estudantes por ele proporcionar momentos de prazer, espontaneidade de comunicação sem repressões. Para Barros "Nosso cérebros são capazes de se concentrar e de prestar atenção por períodos de 45 a 60 minutos, e esse tempo é ainda mais curto no caso de crianças. Para que elas sejam capazes de adquirir todas as capacitações acadêmicas que desejamos que aprendam, é preciso que tenham uma pausa que lhes permita liberar a energia e exercitar seu lado social". Gráfico 11: Contribuição dos docentes para a melhoria do recreio. Fonte: questionário aplicado aos docentes. Ao serem questionados como poderiam contribuir com essa melhoria, obteve-se sugestões foram importantes para a organização do projeto de intervenção. Os professores demonstraram compreender que recreio dirigido leva o aprendizado também para o intervalo. A metodologia acaba trabalhando alguns valores, como o respeito de esperar a vez de cada um brincar, a respeitar o espaço do outro. 12% 12% 25% 13% 13% 25% 4-COMO VOCÊ PODERIA CONTRIBUIR COM ESSA MELHORIA? AJUDAR NA ORGAIZAÇÃO AUILIAR NAS BRINCADEIRAS AUXILIAR NA CONFECÇAO DE JOGOS AUXILIAR NA PRATICA DAS BRINCADEIRAS NÃO OPINOU DOAÇÃO DE BRIQUEDOS 4.3. Propostas para intervenção: Após analise de dados coletados na U.E conclui-se que alunos e professores responderam que querem um recreio dirigido com atividades simples, sem muitas regras e que não necessitem de materiais ou grandes espaços. A tradicional brincadeira de pega-pega ocupou lugar de destaque entre as preferidas, durante o recreio escolar. Atividades mais comuns foram citadas nos dados como futebol, vôlei amarelinha e pular corda. Analisamos também que, durante o recreio, meninas e meninos têm suas preferências na escolha dos companheiros para as atividades, ou seja, as meninas, em sua maioria, preferem brincar com outras meninas, assim como os meninos preferem brincar com outros meninos. Isto ocorre talvez pelo fato de muitas atividades e brincadeiras estarem taxadas como sendo brincadeiras exclusivas de meninos ou de meninas. No que se refere a questão das brincadeiras e jogos durante o recreio, houve uma interação entre os alunos dos anos iniciais e anos finais , além da aproximação de turmas diferentes, embora o gosto das brincadeiras entre meninos e meninas sejam diferentes, mas, com a intervenção, pode-se perceber uma aproximação do gênero, unindo –se na hora de brincar. Essa interação proporcionou um momento de lazer desenvolvendo postura mais harmoniosa entre eles. Detectou-se que os acidentes (como brigas, quedas e machucados) reduziram significamente. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A utilização de jogos e brincadeiras durante os minutos de recreio torna-se uma maneira de evitar comportamentos indesejados. Apoiado por atividades prazerosas, o recreio é instituído e prontamente aceito pelos alunos. Desta forma, ele se configura como um mecanismo eufemizado de disciplina, pois objetiva inibir hábitos e atitudes preteridos por meio de atividades lúdicas. No recreio organizado, os monitores impedem os alunos de correrem pelo pátio. A observação sobre o outro é amplamente utilizada. Além disso, o recreio organizado pressupõe um espaço onde os alunos possam brincar sem tumulto, correria, gritaria, enfim, bagunça. Por meio dos jogos e da supervisão de coordenadores e monitores, o recreio passou a ser denominado pedagógico. Tal definição se deve ao fato de anteriormente o recreio ser um momento onde os alunos faziam o que queriam. Com sua organização, este tempo, considerado “perdido”, é potencializado. O brincar organizado é valorizado em detrimento do espontâneo como fonte segura de desenvolvimento e aprendizagem. As brincadeiras organizadas pelas crianças, a forma de interação com os colegas o exercício da afetividade, da liderança, da competitividade enfim, da relação com o outro têm sido vistos aos olhos dos adultos como bagunça, indisciplina, perda de tempo e interrupção do processo de aprendizagem. Brigar e correr são considerados atividades negativas pelos adultos. Parece haver um ideal de infância perpassado por um brincar ingênuo, passivo e sossegado. A aprendizagem curricular instituída e organizada é privilegiada em detrimento do brincar espontâneo. O tempo para brincar também se torna restrito diante de atividades curriculares e extracurriculares desenvolvidas pelas crianças. Neste sentido, o recreio organizado é, além de aceito sem nenhuma resistência, considerado melhor do que o anterior, de acordo com alunos que participam dele: “O recreio da escola está excelente. Antes quase não tinha graça, agora tem várias atividades para brincar. O recreio assim é bem melhor” Há um convencimento de que agora o recreio é melhor, mais divertido, com brinquedos, onde ninguém briga, corre ou se machuca. Esta fala é incorporada e reproduzida pelos alunos e reforça o próprio convencimento. REFERÊNCIAS BENNDLIN, Ana Carolina. Recreio Organizado evita choro. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo. Phtml?Id=756227. Acesso em: 12 de maio de 2011. FERREIRA, Oliveira e Inácio. Narrativas Docentes. Uma experiência que tem ressignificado.Campinas: Mercado de Letras, 2007. GROPPA, Júlio Aquino. (org). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e praticas. 10 ed. São Paulo: Summus editorial, ano1992. LOPES, Noêmia. Lugar de brincar, interagir e conviver. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/espacos-lazer-lugar-brincar- interagir-conviver-582340.shtml acesso em 23 de maio de 2011 O Estado de S. Paulo: Escolas adotam o “recreio dirigido”. Disponível em http://vidaeducacao.com.br/?p=1040 ,Acesso em 17 de julho de 2011. OLIVIER, Jean-Claude. Das brigas aos jogos com regras: enfrentando a indisciplina na escola/Jean-Claude; trad. Heloísa Monteiro Rosário. -Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. ROCHA DE SOUZA, Daniela. O recreio dirigido: novas aprendizagens. Disponível em: http://ninanlic.blogspot.com/2008/11/o-recreio-dirigidonovas-aprendizagens.html acesso em 20 de maio de 2011. SCOTT, Telma. Recreio brincar do que quiser ou do que for possível? Disponível em: http://www.sidarta.g12.br/i-ta-brincar.aspx acesso em 20 de maio 2011. BARROS, Romina. Recreio escolar melhora comportamento das crianças: Disponível em http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI3497800-EI8266,00- Recreio+escolar+melhora+comportamento+das+criancas.html. Acesso em 18 de novembro de 2011.
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