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RESUMÃO – DIREITO PENAL II – ILICITUDE: formal e material. Excludentes: art. 23 - estado de necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito CAUSAS LEGAIS - exclui ilicitude formal. consentimento do ofendido - quando bem jurídico disponível - CAUSA EXTRA-LEGAL - ilicitude material. parte da doutrina considera PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (bagatela) e ADEQUAÇÃO SOCIAL como excludentes da ilicitude material, outros da tipicidade. – CULPABILIDADE: juízo de reprovação que recai sob conduta de imputável que tem ou pode ter consciência da ilicitude, sendo-lhe exigível comportamento adequado ao direito (Heleno Fragoso). Requisitos: a) imputabilidade – imputável: é aquele que ao tempo da ação ou omissão, era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse entendimento. Excludentes: arts. 26 e 27. art. 26 - Caráter BIO-PSICOLÓGICO. capacidade intelectiva: de entender - capacidade volitiva: determinar-se de acordo” - art. 27 - Caráter BIOLÓGICO: único requisito: ser menor de 18 anos. Inimputáveis: internação - reclusão; internação ou tratamento ambulatorial - detenção (art. 97). Embriaguez completa caso fortuito (art. 28 §1) e dependentes de tóxicos (Lei 6368/76) Inimputabilidade. Semi-imputáveis: aplica-se medida de segurança e pena diminuída de 1/3 a 2/3 (diminuição igual a da tentativa) Embriaguez parcial por caso fortuito (art. 28 §2) recebe diminuição de pena, mas não recebe medida de segurança. OBS: embriaguez voluntária não exclui IMPUTABILIDADE. b) consciência potencial da ilicitude Excludentes: erro sob ilicitude do fato (art. 21). ex: achar que levar arma no carro não é porte. Conduta de lesão corporal não é punível, pois sujeito presumia estar agindo dentro da lei. c) exigibilidade de comportamento adequado ao direito Excludentes: Coação moral irresistível (vis compulsiva) - art. 22. Coação resistível, responde autor e coator. Coação será causa ATENUANTE (art. 65 III “c” ) (não é minorante - causa de diminuição de pena). Obediência hierárquica exclui CULPABILIDADE. Excesso de legítima defesa (proveniente de pânico ou medo) - é discutível - Causa extra-legal excludente da culpabilidade (não é legítima defesa putativa). Estado de Necessidade: Parte da doutrina diz que poderia exclui CULPABILIDADE ao invés da ilicitude. – Teoria Unitária Objetiva: estado de necessidade é causa excludente da ilicitude, em qualquer caso. (art. 23). Ex: VIDA x PATRIMÔNIO - VIDA x VIDA – Teoria Diferenciadora Objetiva ou Dualista: Ora exclui ilicitude, ora exclui culpabilidade. Ex: VIDA x PATRIMÔNIO - exclui ilicitude. VIDA x VIDA - exclui culpabilidade. - CONCURSO DE PESSOAS: Título IV - arts. 29 a 31 Autor mediato: aquele que se utiliza de outra pessoa, que age sem culpabilidade, como mero instrumento para o cometimento do crime. Coator responde pelo crime. É agravante- Art. 62 II - Concurso de Pessoas Sujeitos e Objetos do Crime: – Sujeito Ativo (agente do crime): pessoa que realiza conduta descrita na norma incriminadora, ou concorre para sua concretização (definição Walter Coelho). Autor: realiza conduta. Partícipe: contribui (induz, auxilia). Co-autoria é quando duas ou mais pessoas realizam a conduta descrita no tipo penal. Critérios para definir o autor do crime: Critério formal objetivo (Teoria Restritiva): pessoa que realiza conduta descrita no tipo. Demais pessoas são partícipes (participação moral ou material). Moral: induzimento: incute idéia, nasce pretensão delituosa; instigação: reforça idéia delituosa, que já existia. Material: auxílio secundário - fornece instrumento do crime. Critério ou conceito extensivo de autor (material-objetivo): autor é aquele que realiza conduta descrita no tipo, bem como toda pessoa que colabora, seja moral ou materialmente. (conforme definição Walter Coelho). Critério ou Teoria do domínio final do fato (final objetivo): autoria seria aquele que tem o poder de decisão acerca da realização da conduta. (Mandante seria autor; quem executa seria partícipe) (Welzel, Wessels). OBS: Pena é aplicada proporcional à culpabilidade do agente, portanto não existe diferença prática entre os critérios. Pessoas Jurídicas: societas delinquere non potest Não podem delinquir. Quem delinque não é o membro coletivo, mas seus membros por meio do ente. Pessoa jurídica é instrumento do crime (Emílio Onpei). SÓ PODEM RESPONDER POR CRIME AMBIENTAL!!! Capacidade Especial do Sujeito Ativo: crimes comuns: qualquer pessoa pode realizar (exigida apenas a imputabilidade ou semi- imputabiliade). crimes próprios ou especiais: lei exige condição especial de fato ou jurídica do autor. Exemplos: condições de fato: 124 - aborto - condição: ser gestante. 123 - matar sob estado puerperal - condição: estar sob estado puerperal, senão será homicídio. condições jurídicas: 312 - peculato - condição: ser funcionário público, senão será apenas furto. crimes de mão própria ou atuação pessoal: somente podem ser executados pelo autor em pessoa (não podem servir-se de intenção de outro sujeito). Ex: 342 - falso testemunho; 240 - adultério. Capacidade Especial em face das Normas permissivas: ex: Art. 128 - aborto - permitido: I) quando vida gestante corre perigo; II) gravidez resultante de estupro. Condição: sujeito ser médico. OBS: parteira poderia ser beneficiada, caso houvesse estado de necessidade (art. 24). Art. 181 - isenta determinados sujeitos por crime contra o patrimônio. a) crimes unissubjetivo, monossubjetivo ou unilateral: podem ser praticados por uma só pessoa, embora possa ocorrer a co-autoria, ou participação. ex: furto, roubo, homicídio, etc. b) crimes pluri-subjetivos: necessariamente tem que haver concurso de pessoas. ex. 288 - quadrilha ou bando. – Sujeito Passivo: a) constante, geral, genérico, formal ou indireto: é o ESTADO. Sempre será sujeito passivo, visto que o crime é desrespeito à norma, cujo titular é o Estado. b) particular, eventual, acidental, material ou direto: é a sujeito (pessoa física ou jurídica) que foi lesado pela conduta do agente, pela realização do fato. Atingida no seu bem ou interesse. Pluralidade de Sujeitos Passivos Diretos: (crimes pluri-subjetivos passivos, ou de dupla subjetividade passiva). ex: 125 - aborto - sem o consentimento da gestante - sujeitos passivos: gestante e feto. (somente um crime - não responde por lesão corporal na gestante, apenas aborto - pode ser qualificado - art. 127). 235 - bigamia - sujeitos passivos: cônjuge do primeiro casamento e contraente de boa-fé do segundo casamento. – AUTO-LESÃO não é considerada crime. Assim, um sujeito não pode ser ativo e passivo ao mesmo tempo. Vitimologia: se preocupa com o sujeito passivo da infração penal, estudando a colaboração que este deu para a existência do delito (Von Hentig). Ex: 213 - estupro + 224 a - mulher menor de 14 anos. ATO SEXUAL com menor de 14 anos = ESTUPRO (violência presumida). É de fundamental importância a análise do comportamento da vítima. Caso a presunção de violência seja absoluta, não admite prova em contrário. Sendo relativa, admite. Doutrina divergente: predomínio da presunção relativa. – Distinção entre Sujeito Passivo e Prejudicado pelo crime: Quando agente quer atingir bem de certo indivíduo, porém atinge de outro, não isenta sujeito de pena, mas responde com CULPA. vide art. 20 §3; arts. 73 e 74. ex: Sujeito A tenta matar B, erra e causa dano a C. Sujeito A responde por tentativa de homicídio e por dano civil devido ao dano culposo (não se pune penalmente o dano culposo). Sujeito B é sujeito passivo. Sujeito C é prejudicado. Petrocelli: sujeito passivo tem titularidade do interesse atingido pelaação como ilícito penal; enquanto o prejudicado tem a titularidade do interesse atingido pela ação como ilícito civil.
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