Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HELMINTOSES DE RUMINANTES Introdução Helmintos gastrintestinais e pulmonares – concomitantemente Prevalência – clima e suscetibilidade Principais endoparasitos de ruminantes . Espécie Hospedeiro preferencial Localização verme adulto Haemonchus placei e H. similis Bovinos abomaso Haemonchus contortus Ovinos e caprinos abomaso Trichostrongylus axei Bovinos abomaso Ostertagia ostertagi Bovinos abomaso Trichostrongylus colubriformis Ovinos e caprinos Intestino delgado Cooperia spp. Ruminantes Intestino delgado Bunostomum phlebotomum Bovinos Intestino delgado Bunostomum trigonocephalum Ovinos e caprinos Intestino delgado Oesophagostomum radiatum Bovinos Intestino grosso Oesophagostomum columbianum Ovinos e caprinos Intestino grosso Dictyocaulus viviparus Bovinos Pulmão Continuação Vermes chatos em formato de folha (Trematodas) Fasciola hepatica Ruminantes Fígado Eurytrema sp. Ruminantes Pâncreas Vermes chatos em formato de fita, Tênias (Cestodas) Moniezia expansa (adultos) Caprinos e ovinos Intestino Delgado Moniezia benedeni Bovinos Intestino Delgado Cistycercus (larva) Bovinos Músculo Estratégia de vida Fase parasitária- rota de migração Fase não parasitária – ovos no bolo fecal L1 – L2 – bactérias e microrganismos L3 – retém a cutícula: resistência, migração e ingestão Continuação Disponibilidade de larvas nas pastagens – migração, chuva, invertebrados Evaporação natural – morte de milhares de larvas Continuação 4 a 8 dias – L4 na mucosa gástrica ou entérica, ou nas glândulas gástricas (Ostertagia) Fase histotrófica – L5 ou adultos jovens Produção de ovos – 3 semanas após a ingestão PPP – 4 a 6 semanas Postura (*adaptado de vários autores) Ovopostura diária estimada para helmintos parasitos de bovinos* Haemonchus 5.000 a 15.000 Trichostrongylus 200 Cooperia 1.000 Oesophagostomum 5.000 a 10.000 Obs.:Imunidade do hospedeiro e cepa do parasito Interpretação Fêmeas diferentes - postura em números diferentes Postura semelhante – patogenia diferente OPG – interpretado!!! Carga parasitária!!! – Potencial patogenia e conveniência da aplicação de anti-helmínticos (AH) Atenção! 4 e 18 meses são mais susceptíveis diferentes raças grau de sangue sistema de manejo zootécnico - rotação de pastagens Dinâmica da sazonalidade Ações sobre o hospedeiro Gerais: – Aguda ou crônica – Parasito espécie, carga parasitária – Hospedeiro Idade, estado fisiológico e nutricional Mais comuns: – Diarreia, anemia, edema, emagrecimento, produtividade Patogenia Boa relação parasito- hospedeiro Qualidade da pastagem Melhoramento genético - taxa de lotação Fase livre Continuação Alimentação de helmintos adultos – mucosa Lesão circular Destruição de epitélio adjacente Grandes infecções: úlceras, exsudação de polimorfonucleares – perda celular Continuação: classificação das alterações patológicas Traumática: dilaceração de células ou tecidos Mecânica: compressão de células ou tecidos Espoliadora direta: ingestão de células e tecidos Espoliadora indireta: absorção de nutrientes digeridos Ação tóxica: eliminação de catabólitos pela saliva e excreção Início da patogenia Migração de L4 no epitélio Hiperemia local - Inflamação catarral Necrose e erosão ou ulceração do epitélio – exposição a bactérias Atrofia de mucosa Edema - Hipersecreção de muco – espessamento da lâmina própria Continuação Infiltração de eosinófilos – cél. Plasmáticas Vasculite – permeabilidade vascular Em Haemonchus e Bunostomum: severa perda de sangue e proteínas plasmáticas (albumina – hipoalbuminemia) – edema submandibular Visualização no pos morten Casos agudos: mucosa intestinal edemaciada, pouco hemorrágica e coberta de muco – Pode-se observar helmintos – raspando-se a mucosa Casos crônicos: carcaça emaciada – mucosa espessada, inflamada e ulcerosa – Histopatológico – atrofia das vilosidades Haemoncose: + patogênica das helmintoses Etiologia: Haemonchus spp. – Abomaso (2-3 cm) – Anemia hemorrágica aguda 0,05mL sg/dia 5000 vermes – 250 mL sg/dia Importância: – Gdes perdas em ovinos/caprinos – Hematófagos – Hipoptnemia, Anemia, Morte Haemoncose- Sintomas, Patogenia Forma hiperaguda - Primo infecção: grande número de larvas (10.000-35.000 L3) petéquias pelo hematofagismo – erosões hemorrágicas no local de sucção severa perda de sangue e a morte pode ocorrer de forma súbita. Continuação 2) Forma aguda – adultos entre 1.000 e 10.000 hematopoise compensatória – reduzindo ferro e albumina pode ocorrer hipoalbuminemia, com severo processo de anemia edemas e morte. Continuação 3) Forma crônica - pequeno número de adultos em parasitismo constante (100 – 1000) leve perda de sangue – constante – meses Eritropoiese, exaure as reservas de ferro e proteínas pobre oferta de gramíneas ou situação de estresse desidratação e anemia. Haemonchus: epidemiologia O Haemonchus é encontrado em quase todos os países do globo Temperatura média elevada; Estação seca prolongada - hipobiose Umidade do ambiente elevada; Viabilidade da larva infectante por até três meses; Grande produção de ovos pela fêmea Coperiose Etiologia: Cooperia punctata C. pectinata (até 1 cm) Pequena vesícula cefálica Importância / Sintomatologia: Desidratação por diarreia e anorexia por inapetência Apetite reduzido e perda de peso Coperiose - Patogenia Somente em infecções maciças – segue patogenia geral diarreia Atrofia das vilosidades Redução da absorção de nutrientes Processo inflamatório com espessamento da mucosa do intestino. Duodeno – inflamação catarral - exsudato Tricostrongilose Etiologia: T. axei (7mm) Abomaso – úlceras na mucosa T. colubriformis ID Tricostrongilose - Patogenia Em infecções leves é assintomático; Em infecções maciças: ph – diarreia e anorexia Animais Jovens: diarreia aguda; Animais Adultos: diarreia crônica; Ticostrongilose - Importância Anorexia e diarreia pH eleva-se Má absorção dos nutrientes Má digestão proteica e metabolismo das proteínas Desidratação Ganho de peso Morte ou depreciação da carcaça Oesofagostomose Etiologia: Verme nodular – IG (1-2 cm) Oesophagostomum radiatum - Bovinos O. columbianum - Peq. ruminantes Oesofagostomose – Patogenia e importância L3 penetra na parede do IG Formação de nódulos fibrosos - calcificados Hipersecreção de muco Colite ulcerativa – migração larvar – patogenia geral Hiperplasia da mucosa intestinal Queda na conversão alimentar Prejuízo econômico Bronquite verminótica ou Dictiocaulose D. viviparus - Bovinos D. filaria - Peq. ruminantes Broncopneumonia verminótica DispneiaDictiocaulose - Epidemiologia Comum em regiões de clima temperado Planaltos com clima ameno Larvas susceptíveis à condições ambientais adversas - dessecação Dictiocaulose – Patogenia e importância No início, as vias aéreas superiores são bloqueadas por exsudato – atelectasia Enfisema e edema pulmonar Tosse Frequência respiratória Produção Diagnóstico geral: História clínica Sintomas Técnicas coproparasitológicas – Ovos com superfície lisa – Elípticos – Fase de mórula Larvas pulmonares lentas, robustas e com grânulos em seu interior trichostrongilídeos Morfologia das larvas L3 obtidas em coprocultura: morfologia da extremidade anterior e comprimento da cauda da bainha. Tri Oste Buno Haem Coop Oeso Fasciolose Baratinha do fígado Etiologia: Fasciola hepatica – Bovinos - + resistentes – Ovinos - + susceptíveis Reação tecidual com fibrose e calcificação do tecido hepático (cirrose) Fasciolose- Patogenia e importância Síndrome aguda: traumatismo hepático devido à migração pode resultar em insuficiência hepática e hemorragias na cavidade peritonial; Sínrome crônica: adultos nos ductos biliares, obstrução, fibrose hepática; perda de peso; ↓ producão e condenação do fígado; Fasciolose- Epidemiologia Áreas alagadiças e pantanosas, propriedades com numerosos córregos e áreas inundadas por cheias de rios ou riachos. Fatores climáticos, como temperatura, umidade, disponibilidade de água e a presença de hospedeiros intermediários, moluscos semi- aquáticos do gênero Lymnaea. Fasciolose- Diagnóstico Detecção de ovos no exame de fezes por método de sedimentação. Ovo de F. hepatica Fasciolose- profilaxia No homem: evitar o consumo de alimentos sem lavar; Controle das populações do caramujo Lymnaea – mulusquicidas; Controle biológico através da criação do molusco Solicitoides sp. que é predador das formas jovens do Lymnaea. Látex de coroa-de-cristo, Euphorbia splendens, em valas de irrigação, alcançando 95% de eliminação Lymnaea, sem matar peixes. Cisticercose – Etiologia e Importância Taenia saginata (musculatura esquelética e cardíaca - bovinos) – No animal: prejuízo econômico, descarte de peças infectadas Regiões endêmicas, segundo condições sociais, econômicas e culturais CONTROLE Químico Seleção de Animais Manejo do ambiente O controle estratégico da verminose é preventivo e seus efeitos são notados a médio e longo prazos. Manejo Influência na disseminação e gravidade Qualidade do pasto Suplementação Superlotação Rotação de pastagens Profilaxia e controle Reduzir larvas na pastagem: Pastejo alternado entre espécies Vermifugar antes de trocar de piquete Rotação entre animais resistentes e susceptíveis Confinamento Vermifugação Quando realmente necessário Início do pastoreio Com exame de fezes O tratamento estratégico das verminoses prevê aplicações de vermífugos nos meses de janeiro (auge da estação chuvosa), maio (início da estação seca), julho (meio da estação seca) e outubro (início da estação chuvosa) Nas vacas, a vermifugação é recomendada no periparto, período de aumento de susceptibilidade a verminoses. Objetivos Redução da contaminação das pastagens por larvas e ovos, o uso racional de vermífugos e a manutenção de uma carga parasitária compatível com a máxima produção animal. PROGRAMAS DE CONTROLE DE HELMINTOS PARA BOVINOS NO BRASIL CONTROLE ESTRATÉGICO Idade dos bovinos Tratamento durante os meses do ano Maio Julho Setembro Outubro Novembro Dezembro Até 30 meses (a) Após 30 meses (b) (b) Vacas (c) (c) (a) - o tratamento ou dosificação no mês de dezembro, anteriormente adotado tem sido eliminado ou deixado a critério de avaliação relacionada ao desempenho dos animais. Ganha em 2 anos 457,46% sobre o custo do anti-helmíntico. (b) - um único tratamento ou dosificação ao ano, variando entre outubro ou novembro, período em que os animais são transferidos para pastos de engorda. (c) - um único tratamento ou dosificação ao ano, durante o período de parição, concentrado nos meses de julho a setembro. CONTROLE TÁTICO No desmame (reduz 2% na mortalidade e ganha 41Kg/animal) Periparto(vermifuga todas as vacas 1 vez/ano) Bois de engorda (antes da entrada no pasto ou confinamento) Na transferência de lotes de animais para pastagens recém formadas Chuvas fora de época Introdução de novos animais no plantel CONTROLE PREVENTIVO Visa a descontaminação das pastagens Prevenção das infecções através do uso contínuo de vermífugos durante períodos longos. Premix ou uso de bolus de liberação lenta. Desvantagem???? CONTROLE CURATIVO É o tratamento de animais que já apresentam sintomatologia clínica, verminose clínica. Quando isto acontece as perdas econômicas já se estabeleceram demasiadamente. Deve ser evitado a todo custo, é muito oneroso e os resultados podem não ser satisfatórios. Controle baseado no o.p.g. e cultura de larvas - McMaster a cada 15 ou 30 dias. países com pecuária altamente produtiva complementada pela cultura de larvas ferramenta complementar ao exame clínico, na tomada de decisão sobre a necessidade de vermifugar os animais. McMaster e conhecimentos epidemiológicos fornecidos pela pesquisa para cada região. CUSTO DE TRATAMENTO: Resultados de programas de controle estratégicos de helmintos, seguindo os resultados de custo benefício: Dados relacionados a 100 bezerros* (todos os dados foram transformados em equivalência por Kg de peso vivo). Custos do controle................................... - 650 Kg de bezerros (3,5 bezerros de 180 Kg) Incremento no ganho de peso.................. + 30% maior = 30 bezerros de 180 Kg Redução de mortalidade.......................... + 30% menor = 30 bezerros de 180 Kg Relação custo/benefício.......................... 60 bezerros - 3,5 bezerros = 56,5 bezerros de ganho QUE TIPOS DE VERMINOSE EXISTEM? Clínica: – Diarreia, pelo arrepiado, anorexia, anemia, edema submandibular e outros. Neste caso a recuperação dos animais após o tratamento é lento. Deve ser evitada a todo custo. Subclínica: – Nem o produtor nem o veterinário “enxergam”, e acometem a maior parte do rebanho. Onde ocorrem as maiores perdas. QUAL A IMPORTÂNCIA DA VERMINOSE PARA O REBANHO BOVINO? Os parasitos podem agredir os bovinos da seguinte forma: – Competir com o alimento ingerido pelo animal – Ingestão de sangue e fluidos tissulares – Produção de substância tóxicas para o hospedeiro – Destruição do tecido do animal – Determinam debilidade orgânica nos animais favorecendo a instalação de infecções oportunistas A agressão dos parasitos ao rebanho bovino se traduz em: Menor ganho de peso Menor conversão alimentar Menor produção de leite Menor fertilidade Maior tempo para o abate Menor rentabilidade COMO ESCOLHER O ANTI-HELMÍNTICO (VERMIFUGO) Características de um bom anti-helmíntico: – Amplo e largo espectro de atividade de ação contra vermes, atingindo formas adultas, imaturas e o maior númerode espécies. – Longo período de proteção contra a reinfecção – Ser de fácil administração – Ter um bom custo (relação custo benefício) – Ser compatível com outros compostos farmacológicos – Ausência ou pequeno período de carência no leite e carne. – Segurança no uso, ser atóxico para todas as faixas etárias PRINCIPAIS FORMAS DE EMPREGO DOS ANTI-HELMÍNTICOS (VERMIFUGOS) – Suspensão ( via oral) – Aditivos alimentares (premix) – Injetável – Pour-on (ao longo do dorso) – Bolus de liberação lenta (via oral) PRINCIPAIS ANTI-HELMÍNITICOS EMPREGADOS NO CONTROLE DA VERMINOSE BOVINA NO BRASIL Grupamento/ Principio Espectro de atividade Mecanismo de ação Formas de aplicação Triclorfon (Organofosforado) Pequeno Inibição da acetilcolinesterase Injetável Levamizole (Imidotiazolis) Amplo, atingindo vermes redondos Paralisia neuromuscular Injetável Tetramizole (Imidotiazolis) “ “ “ “ “ “ Albendazole (Benzimidazolis) Amplo, atingindo vermes redondos e chatos Interferem no mecanismo de captação de energia Via oral, suspensão Febendazole (Benzimidazolis) “ “ “ “ “ “ Sulfóxido de albendazole (Benzimidazolis) Amplo, atingindo vermes redondos “ “ Injetável Oxifendazole (Benzimidazolis) “ “ “ “ Via oral, suspensão Tricabendazole (Benzimidazolis) “ “ “ “ “ “ Lactonas Macrocíclicas Ivermectina (Avermectinas) Endectocidas, amplo espectro, atingem tanto os ecto como os endoparasitos Paralisia neuromuscular oral, injetável, pour-on, premix, bolus Abamectina (Avermectinas) “ “ “ “ injetável, pour-on, premix Doramectina (Avermectinas) “ “ “ “ injetável Eprinomectina (Avermectinas) “ “ “ “ pour-on Moxidectin (Milbemicinas) Endectocidas, amplo espectro, atingem tanto os ecto como os endoparasitos Paralisia neuromuscular Injetável BENEFÍCIOS OBTIDOS COM UM BOM PROGRAMA DE CONTROLE ESTRATÉGICO E TÁTICO DA VERMINOSE EM BOVINOS Maior conversão alimentar Maior ganho de peso Menor perda de peso no período de seca Menor tempo para o abate Maior taxa de concepção Maior produção de leite “Descontaminação das pastagens de forma progressiva ao longo dos anos” OBRIGADA! vanessarural@hotmail.com
Compartilhar