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UNIGRANRIO
 Profª:Simone Flores
(Esse material é apenas uma orientação de aula. Não é um texto original da professora. É fruto das doutrinas jurídicas de direito dos contratos. Não dispensa a leitura jurídicas.)
DIREITO DOS CONTRATOS
CONTRATO DE DEPÓSITO
NOÇÕES E CONCEITO:
 		O contrato de depósito tem conceito óbvio: é aquele pelo qual uma parte (depositante) entrega uma coisa para ser guardada e conservada por outra (depositário), com posterior restituição, quando solicitada ou pelo advento do prazo estipulado.
		Art. 627 Cc.
		Como haverá a guarda de um bem, esta será deferida com base na confiança que se tem na outra pessoa que desempenhará tal desiderato- depositum= confiança. O contrato de depósito é um contrato baseado na fidúcia =confiança.
		Então, o depósito é um negócio jurídico personalíssimo (intuitu personae), porque estabelecido a partir da probidade e da honestidade de quem assume a guarda e conservação da coisa.
		EXs: o dono do cachorro que ao sair de férias com a família, precisa deixá-lo com o vizinho para dele cuidar durante a sua ausência; tb é comum a hipótese do agricultor ou do exportador que entrega no armazém (trapiche) o cereal colhido, enquanto aguarda o seu embarque no navio; Mais habitual é o caso do cliente que confia no manobrista do restaurante, shopping centers, do salão de beleza...as chaves do seu automóvel para que seja estacionado e guardado até a sua saída
Jurisprudência:” Responsabilidade civil do depositário. Civil. Ação de indenização. Furto de veículo estacionado por manobrista de restaurante. Contrato de depósito. Responsabilidade do estabelecimento. A entrega de veículo em confiança a manobrista de restaurante caracteriza contrato de depósito e , como tal, atrai a responsabilidade do estabelecimento comercial pelo furto, ainda que na via pública, impondo-lhe o dever de indenizar o proprietário pelos prejuízos daí decorrentes.	“
		Outro exemplo: entrega do dinheiro ao banco para guarda e devolução, quando solicitado. Outros casos: conservação de sêmen num banco de esperma.
 		O que distingue dos demais contratos é o dever de custódia que o distingue dos demais contratos. Pex- se o receptor da coisa puder usar o bem – comodato, locação...Art. 640 Cc. A principal característica do depósito reside na sua finalidade, que é a guarda de coisa alheia. É o traço que distingue do comodato, pois o comodatário recebe a coisa para seu uso.
		Art. 640 CC e § único: o depositário não pode subcontratar com outra pessoa, salvo se houver prévio consentimento. O contrato de depósito, em regra, é personalíssimo.
		Descumprimento – responsabilidade civil contratual do depositário – art. 389 + dano emergente (perdeu) e lucros cessantes (deixou de ganhar) – art. 402 CC. 
		§ único: princípio da boa fé objetiva.
		Em vários outros contratos um dos contraentes assume tb a obrigação de guardar a coisa recebida Ex: locação- art. 569, I, CC; comodato- art. 582 CC e até no mandato para recebimento e guarda do bem. Nesses contratos, essas obrigações são secundárias.
		
AS PARTES NO CONTRATO DE DEPÓSITO:
		Aquele a quem se designará a guarda do bem é denominado depositário, enquanto que a outra parte que a outorga denomina-se depositante.
2- NATUREZA JURÍDICA:
 		O contrato de depósito é, em regra, unilateral, já que apenas uma das partes apresenta obrigação a ser cumprida. Essa parte é exatamente o depositário, que tem o dever de restituir o objeto posto em sua guarda.
		Contrato gratuito- já que o depositante nada terá que pagar ao depositário. Art. 628 CC. Assim, em caráter excepcional, o depósito poderá ser remunerado, caso em que o contrato se tornará bilateral e oneroso.
		Contrato real – uma vez que se aperfeiçoa somente com a entrega da coisa.- tradição.
		Como o contrato de depósito é inspirado pela confiança que uma parte tem na outra, tal contrato deve ser considerado pessoal ou intuitu personae.
		Em regra, o contrato de depósito é informal, uma vez que não há determinada forma prevista em lei para a sua elaboração. Porém, depósito voluntário – art.646 CC – provado por escrito. A forma escrita é necessária ad probationem (ou seja, para a sua prova), mas não é solenidade essencial , a ponto de influir na validade do contrato de depósito voluntário. Por isso, cuida-se de negócio informal, não solene. O depósito é válido seja celebrado por escrito ou verbalmente. A comprovação efetiva da existência do depósito, para fins de exigibilidade jurídica, pex, impõe a forma escrita. Não havendo forma escrita, o interessado pode se valer de prova testemunhal -401 Cpc. Qualquer doc- tíquete ou cupom do estacionamento. Ausência do instrumento escrito retira do depositante o direito do procedimento especial, valendo do rito ordinário. 
OBS: 1ª) O contrato não fica desnaturado, se o depositário realizar algum serviço na coisa depositada. Ex: garagens e estacionamentos, onde se procede a lavagem, lubrificação do veículo entregue para ser guardado;
	2ª) Não caracteriza o depósito o recebimento de um bem como ato de tolerância ou benevolência- determinado objeto em área de domínio de outrem. Ex: posto de gasolina que tolera a parada de caminhões durante a noite. Jurisprudência: “ Posto de gasolina. Caminhão deixado com o vigia do estabelecimento num domingo, fora do horário de expediente. Contrato de depósito ou de guarda inexistente. Estacionamento por conta e risco do proprietário do veículo. Achando-se o posto fechado sob correntes, com a fiscalização apenas de um vigia, não se considera aperfeiçoado o contrato de depósito ou de guarda com o simples fato de haver o proprietário do veículo ali estacionado o caminhão sob sua conta e risco.”
3- OBJETO DO DEPÓSITO:
		Somente se admite-se o depósito de bens móveis: art. 627 CC. Apesar do art. 627 Cc falar em bem móvel, doutrina – depósito de bem imóvel – art. 659§5CPC – não se entende a razão pela qual o legislador vedou o depósito de bens imóveis, até mesmo pela prática habitualmente encontrada no processo de nomeação pelo juiz, de um depositário para os bens de raiz (imóveis) que servem de objeto a uma execução. Nesse caso, ao depositário nomeado judicialmente incumbirá a conservação de bens penhorados...., inclusive imóveis.
		Nada impede que o depósito tenha como objeto bens incorpóreos, pex, em títulos representativos, como ações de empresas e apólices.
4- ESPÉCIES:
		Duas são as categorias:
1ª) DEPÓSITO VOLUNTÁRIO OU CONVENCIONAL
2ª) DEPÓSITO NECESSÁRIO OU OBRIGATÓRIO:
2.1- Depósito legal;
2.2 Depósito miserável;
2.3 Depósito hoteleiro/hospedeiro
DEPÓSITO VOLUNTÁRIO OU CONVENCIONAL- manifestação de vontade. Decorre da autonomia privada. O depósito voluntário pode ser irregular, a depender da fungibilidade ou não ao seu objeto.
Regra: o contrato de depósito convencional deve recair sobre bens infungíveis- não podem ser substituídos por outro de ...at. 85 Cc, em razão da obrigação de restituição imposta ao depositário. Apesar de esta ser a regra geral, é admitido o depósito de bens fungíveis, apelidado de depósito irregular – disciplina jurídica- mútuo – art. 645 Cc. Ex: depósito bancário – banco é depositário da quantia em dinheiro – bem fungível. 
Convencional- é aquele que não é imposto por lei, dependendo, portanto, da vontade das partes. A pessoa do depositário é livremente escolhida pelo depositante. É provado por escrito, dependendo ser feito por escritura pública ou instrumento particular. A regra, informal, salvo depósito voluntário: art. 646 CC- provado por escrito. 		
		Para alguém ser depositário é necessário ter a capacidade de se obrigar. O menor e o interdito não podem receber depósitos – art. 641 CC. 
		A responsabilidade do depositário pela coisa não se estende aos casos de força maior – art. 642 CC.Mas, se tiver recebido outra coisa, para substituir a coisa perdida pela força maior, deverá entregá-la ao depositante, bem como lhe ceder as ações que tenha contra o terceiro que indenizar a coisa originária. Art. 636 CC.
		EX: O vizinho aceita tomar conta do cão de Caio.1ª) um raio cai sobre o animal e causa sua morte; 2º) o cão corre pela rua e é atropelado por um motorista que dirigia acima do limite de velocidade.
		Na primeira hipótese, o depositário nada deverá ao depositante. Na segunda, supondo que o terceiro tenha dado ao depositário um outro cachorro, a título de indenização, este deverá entregar o animal ao depositante, que assumirá contra terceiro.
DEPÓSITO NECESSÁRIO OU OBRIGATÓRIO: imposição legal ou circunstâncias imperiosas, independente da vontade do depositário. Não há caráter personalíssimo.
 		Art. 647 e 648 Cc
Depósito legal- imposta por uma norma jurídica. Ex: art. 1233 CC- descoberta – encontrar coisa móvel alheia perdida.; tb art. 634 e 641 CC
Depósito miserável- resulta de situações extraordinárias que justificam a necessidade de uma pessoa socorrer a quem se encontra em perigo, diligenciando a guarda de bens que estão na iminência de serem destruídos por uma calamidade- fundamento; solidariedade social – art. 3ºCF. Enchente, maremoto EX: tragédia pela chuvas na região serrana. Dever legal de guarda. Art. 647, II CC
DO CONTRATO DE MANDATO
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS:
	O mandato é um contrato de grande utilidade prática, desde situações corriqueiras – ex: quando pedimos a algum colega que faça, em nosso lugar, a matrícula na escola), até hipóteses de grande repercussão individual/social (ex: ajuizamento de demandas judiciais ou a celebração de vultosos negócios.
Art. 653 /692 CC.
Conceito: Mandato é o negócio jurídico pelo qual uma pessoa, chamada mandatário recebe poderes de outra, chamada mandante, para, em nome desta última, praticar atos ou administrar interesses.
Distinções terminológicas:” não confundir”:
1ª) Mandato com mandado: o mandado é uma ordem judicial; uma formalização, por escrito, de uma ordem judicial, sendo decorrente de uma relação jurídica processual, nada tendo que ver com a celebração de um negócio jurídico;
2ª) A doutrina em geral entende que o que caracteriza o mandato é a ideia de representação. A base do contrato de mandato repousa na figura da representação. Só que esta é um instituto afeto na parte geral do C.C. – arts 115/120. Os representantes podem ser legais ( quando a lei lhes confere mandato para administrar bens e interesses alheios, como os pais, tutores, curadores..), judiciais (quando nomeados pelo juiz, como inventariante e o síndico da falência0 e os convencionais (quando recebem procuração para agir em nome do mandante). É que o mandato ensejará aquilo que se denomina representação convencional, não se confundindo com a representação legal ou judicial. Não resta dúvida de que esta se encontra presente na grande maioria dos casos, mas não é essencial à configuração do mandato.
3ª) A procuração- art. 653, parte final CC- é o instrumento do mandato.Não se pode confundir a procuração com o mandato. O mandato é o contrato, enquanto que a procuração, o modo pelo qual o contrato se instrumentaliza. Como o mandato é um contrato, há nele um acordo de vontades. Já a procuração não é um contrato, sendo apenas um negócio jurídico unilateral, pois contém apenas a vontade do mandante. A procuração é um ato dispensável, já que o mandato pode ocorrer até mesmo tacitamente – art. 659/ 656 Cc. Sendo de natureza consensual, o mandato não exige requisito formal para a sua validade, nem para a sua prova. Pode, assim, ser tácito ou expresso, e este verbal ou escrito – art. 656 CC. O mais comum é o mandato escrito tendo como instrumento a procuração. Quando a outorga de poderes tomar a forma de documento escrito, haverá procuração.
2- CAPACIDADE PARA CELEBRAR MANDATO:
 	Art. 654 CC- a lei deixa claro que o mandante deve ter a capacidade civil plena. E o mandatário? Art. 666 CC- esse deve ser, no mínimo, relativamente capaz. O risco é do mandante, ao admitir mandatário relativamente incapaz, não podendo arguir a incapacidade deste para anular o ato. O mandatário, por sua vez, não responderá por perdas e danos em razão de má execução do mandato. Reconhecida a validade da relação de mandato com o mandatário de 16 ou 17 anos, é irrelevante para o terceiro que com ele celebrou contrato a sua relativa incapacidade,uma vez que é o mandante que responderá ao final. Ex: o pai outorga poderes para o filho de 17 anos comparecer à reunião de condomínio. Se , dentro dos limites estabelecidos no mandato, o mandatário não cumpriu bem a tarefa, o prejuízo será, única e exclusivamente do mandante
3- CARACTERÍSTICAS:
Contratos personalíssimos ou intuitu personae: porque se baseia na confiança, lealdade do mandatário. Uma pessoa somente outorgará poderes à outra em razão da confiança que lhe deposita.
Consensual- porque se aperfeiçoa com o consenso das partes, em oposição aos contratos reais, que se aperfeiçoam somente com a entrega do objeto;
Não solene- podendo ser admitido o mandato tácito ou verbal – art. 656 CC.
Gratuito ou oneroso – dependerá se foi estipulada remuneração a ser paga pelo mandante ao mandatário. O mandato confiado a advogado, corretor ou despachante, p.ex., presume-se oneroso. Art. 658 CC.
Unilateral ou bilateral – será unilateral, se gerar obrigações somente para o mandatário – não remunerado- caberá apenas ao mandatário o cumprimento da obrigação de representar o mandante. Será bilateral devido à possibilidade da remuneração ou a obrigação de reparar as perdas e danos sofridas pelo mandatário. Toda vez que se convenciona a remuneração, o mandato passa a ser bilateral e oneroso.
4- DO SUBSTABELECIMENTO:
	O substabelecimento ocorre quando o mandatário transfere os poderes que lhe foram outorgados a um terceiro, podendo manter-se como mandatário ou afastar-se de tal condição.
		Quando há o substabelecimento surgirão duas partes no ato: o substabelecente – aquele que transfere os poderes e o substabelecido- aquele que absorve os poderes.
		O substabelecimento poderá ocorrer com ou sem reservas de poderes: COM RESERVAS: tal ato significará a conservação dos poderes ao substabelecente a mesmo tempo em que são transferidos poderes ao substabelecido; SEM RESERVA DE PODERES: o substabelecente se retirará da representação transferindo por completo os poderes ao substabelecido. Uma verdadeira renúncia ao mandato.
Como fica a responsabilidade pelos danos eventualmente causado pelo substabelecido? ART 667 e seus parágrafos CC:
 		1ª) Se o contrato de mandato for silente quanto à possiblidade de substabelecimento( nem autoriza e nem proíbe) : o substabelecimento poderá ocorrer, porém o substabelecente se responsabilizará por qualquer ato culposo do substabelecido – art. 667, caput e § 4º CC. Então, sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o procurador será responsável se o substabelecido proceder culposamente. (Art. 932, III e 933 CC);
	2º) Se o contrato de mandato vedar o substabelecimento: caso ocorra o substabelecimento, tal ato representará violação contratual, podendo ser exigido pelo mandante indenização por todos os prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, embora provenientes de caso fortuito, salvo provando que o fato teria sobrevindo, ainda que não tivesse havido substabelecimento –a RT. 667,§ 1º CC. Então, se não obstante a proibição do mandante, o mandatário se fizer substituir na execução do mandato, responderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, embora provenientes de caso fortuito. No entanto, se provar que o caso fortuito teria sobrevindo ainda que não tivesse havido substabelecimento – ou seja, que o prejuízo ocorreria de qualquer forma - mandatário não será responsabilizado.
3ª) Se o contrato de mandato autorizar o substabelecimento: caso ocorra o subst. e o substabelecido venha a causar prejuízo ao mandante, este somente poderá exigir indenização do substabelecente se tiver agido com culpa na escolha do substabelecido ou nas instruções dadas a ele – art. 667 §2º CC. Ao procurador nenhuma responsabilidade advirá da conduta do substabelecido, salvo se elegeu mal – carecer de qualidades necessárias. Ex: culpa in eligendoseria o caso de um advogado especializado em sucessões que substabelece na pessoa de um advogado sabidamente criminalista, que reconhecidamente não tem experiência na área cível, nem conhecimento suficiente em matéria de sucessões.
5- MODALIDADES DO CONTRATO DE MANDATO:
5.1 Quanto ao conteúdo:
a) mandato em termos gerais: é aquele em que os poderes são outorgados para a prática de atos genéricos na administração – art. 661, caput CC.
b) mandato com poderes especiais: engloba determinados direitos, estando, por isso, restrito aos atos ou negócios especificados expressamente no mandato. Art. 661§ 1º. Ex: receber e dar quitação, vender imóvel
5.2 Quanto a finalidade:
a) mandato ad negotia: é aquele em que o mandatário atuará fora da esfera judicial; 
b) mandato ad judicia: judicial- art. 692 – art. 38 CPC
Obs: quanto ao objeto do mandato, este não se limita aos atos patrimoniais. Reconhecimento de filho e o casamento podem ser celebrados mediante procuração. 
DO CONTRATO DE FIANÇA
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS:
 		O contrato de fiança é aquele por meio do qual uma das partes se compromete a cumprir obrigação assumida por terceiro, caso este não a cumpra.
		A palavra fiança vem de fidis, “ ter confiança. Assim, confia-se que alguém poderá cumprir com a obrigação assumida pelo devedor.
		A fiança é uma espécie de garantia. É que a garantia dada a um credor poderá ser real, quando a base garantidora é um bem, por exemplo, uma hipoteca, ou então, a garantia será ser pessoal, em que o garante é o patrimônio de uma pessoa. Aqui encontramos a fiança, trata-se portanto, de garantia pessoal ou fidejussória. 
		No contrato de fiança: Tartuce: “ o contrato é celebrado entre o fiador e o credor, assumindo o primeiro uma responsabilidade sem existir um débito propriamente dito. – Haftung sem Schuld. 
2. NATUREZA JURÍDICA:
 		O contrato de fiança é consensual por se formar a partir do simples consenso entre as partes;
		Tb é acessório, uma vez que a sua própria existência se subordina à existência de outro contrato que poderá ser, porex, um contrato de locação ou mútuo.
		Tb é unilateral, já que apenas o fiador caberá o cumprimento da obrigação.
		Tb é gratuito, já que apenas uma das partes, o fiador, sofrerá sacrifício patrimonial.
		Tb é formal, uma vês que a lei claramente impõe a forma escrita para a sua celebração – art. 819 CC. A fiança não admite a forma verbal para a sua celebração e lembre-se que a fiança jamais poderá ser presumida, isto é, ainda que uma pessoa pague a dívida de outrem, não se pode presumir que uma seja fiadora da outra, se a obrigação não estiver formalizada por escrito.
		Tb é personalíssimo, já que é celebrado exatamente em virtude dos caracteres do fiador, havendo todo um conteúdo de confiança que será depositado nele.
Excepcionalmente, podemos encontrar o contrato de fiança se manifestando de maneira bilateral e onerosa, p.ex, o que ocorre com as fianças prestadas por instituições financeiras.
Art. 819 CC – Súmula 214 STJ
3. PARTES NO CONTRATO DE FIANÇA:
 		O contrato de fiança é celebrado entre o fiador, pessoa que assume a responsabilidade pelo cumprimento da obrigação do devedor, e o credor. 
		A figura do devedor não participará do contrato de fiança. – art. 820 CC. 
		Conclusão: existência de dois contratos: um entre o credor e devedor e outro entre o credor e fiador.
 		O que certamente o credor exigirá do fiador é a sua idoneidade moral e financeira. ARt. 825 CC. Na prática- tartuce: essa idoneidade é provada pela ausência de protestos, de inscrição em cadastro de inadimplentes, pela existência de bens imóveis ou móveis, pela inexistência de demandas em geral. Art. 826 CC
Fiador casado- Vênia conjugal – art. 1647, III CC. Súmula 332 STJ. Prazo de 2 anos – art. 1649 CC
Porém, importa notar que , se o fiador cumpre como pagamento da obrigação, nascerá uma relação entre fiador e o devedor. Essa relação se delineia da seguinte maneira: é que o fiador se sub-rogará na posição de credor em relação ao devedor. Isto significa que o fiador que pagou passará a ocupar o lugar do credor com todos os seus direitos e ações.
Art. 824 CC- permanece a fiança -=art. 588 CC.
4. DOS EFEITOS DA FIANÇA: O BENEFÍCIO DE ORDEM:
 		É direito do fiador demandado, primeiro, ver executados os bens do devedor. Eis o benefício de ordem, que se traduz exatamente na vantagem que tem o fiador de ser cobrado subsidiariamente- art. 827 CC.
		Há uma hierarquização da responsabilidade, que é desdobrada em principal , que é a do devedor principal,e subsidária, tb chama da de reflexa, que é a do fiador.
	Uma vês manifestado pelo fiador o benefício de ordem, caberá a ele nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
Afastamento do benéfico de ordem- O benefício de ordem é uma prerrogativa do fiador. Porém, existem situações excepcionais em que tal prerrogativa será afastada e o fiador deixará de ser responsável subsidiariamente, podendo ter os seus bens excutidos em primeiro plano. As causas que afastarão o benefício de ordem – art. 823 CC.
Pluralidade de fiadores: a fiança conjunta: é possível que várias pessoas assumam a obrigação de adimplir a obrigação principal, situação essa em que haverá a chamada fiança conjunta. Por força de lei, haverá entre os fiadores responsabilidade solidária – art. 829 CC. A solidariedade apenas poderá ser afastada se os fiadores no contrato de fiança ser reservarem o benefício da divisão, isto é, o quantum que a cada um caberá arcar. Conclua-se, por oportuno, que o benefício da divisão não é presumido.
5. DA EXTINÇÃO DA FIANÇA:
 		Algumas situações: 1º) pelo próprio cumprimento da obrigação principal. Uma vez extinta a obrigação principal, como a fiança traz em si o caráter de acessoriedade, extinta será a fiança; 2º) pelo término do prazo estabelecido no contrato ou, se a fiança tiver sido estabelecida por prazo indeterminado, pela manifestação do fiador de se lhe colocar fim, mediante notificação ao credor – art. 835 CC. Nesse caso, o fiador continuará responsável pela fiança pelos próximos 60 dias após a notificação. 3º) Pela morte do fiador. Como a fiança se trata de contrato personalíssimo, é evidente que com o falecimento do fiador extingue-se o contrato de fiança. Porém, deve-se salientar que os herdeiros ficarão responsáveis pelas obrigações já vencidas a cargo do fiador, dentro das forças da herança – ART, 836 CC.
6. DA (IM)PENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA DO FIADOR:
 		A questão mais polêmica no universo da fiança manifesta-se quanto à possibilidade de penhora do bem de família do fiador em virtude do inadimplemento do afiançado.
		É que o art. 3º da Lei 8.009/90 apresenta as exceções em que se admite a penhora do bem de família; dentre elas está o inciso VII acrescentado por força da Lei 8.245/91-c/c art. 82, trazendo a possibilidade de penhora do bem de família do fiador.
		Doutrina: inconstitucional por ferir o princípio da isonomia. EX: “A” presta fiança em relação a um imóvel comercial que seu amigo “B” está alugando. Depois de algum tempo, o imóvel comercial alugado por “B” apresenta três aluguéis atrasados. O resultado diante do indigitado inciso é que o locador do imóvel poderá requerer até mesmo a penhora da casa em que “A” – o fiador- reside com sua família. Entretanto, por mais um desses absurdos legislativos, a casa em que reside “B” – o locatário estará plenamente protegida pela impenhorabilidade trazida pela Lei 8.009/90.
		Em poucas palavras, a residência do locatário responsável pela dívida estará protegida, mas a de seu fiador, não. Assim, o que temos é uma clara violação ao princípio da isonomia posto que, neste ponto, o que a lei faz é tratar desigualmente duas obrigações que possuem um mesmo fundamento.
		Inconcebível é um contrato acessório – fiança – gerar mais obrigações do que o contrato principal – locação.
		Princípio da dignidade da pessoa humana- moradia – direito civil constitucional.
		Pesquisa: Recurso Extraordinário no STF RE352.940/SP Mario Velloso; REn407.688 – Cesar Peluso
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
NOÇÃO GERAL:
 	 A prestação de serviços é gênero enorme que a depender de caracteres próprios pode ser regida pelo Código Civil, por leis especiais ou por leis trabalhistas. 
 	CC/2002: disciplina residual, destinada a um espectro mais restrito de negócios jurídicos. O grande universo da prestação de serviço é regulado pela legislação trabalhista. Desse modo, qualquer pessoa pode ser obrigar a desempenhar determinada atividade para outrem mediante uma retribuição. Perceba que para que as regras aplicáveis sejam as do CC é imprescindível que não haja qualquer subordinação hierárquica do prestador de serviço em relação à outra parte que o toma.
 	 Objeto – art. 594 CC ex: pintura de uma casa, a realização de uma apresentação musical, a preparação de um jantar, o ensino de um idioma ou de música,...
2-CONCEITO E PARTES CONTRATANTES:
 		 O contrato de prestação de serviço é aquele em que uma das partes se compromete a fornecer à outra a prestação de uma atividade, mediante remuneração. Trata-se, portanto, de um contrato no qual o prestador se obriga a prestar serviços (obrigação de fazer), mediante remuneração por parte do tomador (obrigação de dar). 
		Por meio do contrato de prestação de serviços, uma das partes contrata a outra para que execute uma determinada atividade, por certo prazo mediante remuneração ou gratuitamente.
		As partes contratantes são chamadas de prestador de serviços e de tomador de serviços. Tomador: credor do serviço e devedor da remuneração; Prestador de serviço: credor da remuneração e devedor do serviço.	
NATUREZA JURÍDICA:
 		O contrato de prestação de serviço é oneroso, sendo que ambas as partes contratantes sofrerão sacrifícios patrimoniais.
		É contrato bilateral, já que as duas partes terão obrigações a cumprir, realçando que a obrigação do prestador de serviço se traduz no desempenho de uma atividade, isto é, uma obrigação de fazer, enquanto que a prestação da outra parte se limitará a um dar na medida em que deverá haver o pagamento da retribuição devida.
		O contrato de prestação de serviço é consensual, já que se aperfeiçoa com o simples consenso das partes, podendo ser pessoal ou impessoal, a depender da natureza da obrigação ou da estipulação contratual. 
		O contrato de prestação de serviço é informal – o CC não exige qualquer forma para sua celebração. Ex: verbal. 
		Deve-se frisar que a obrigação gerada para o prestador de serviços, é de meio, ou seja, ele se obriga a executar diligentemente a atividade, sem que se responsabilizar pelo resultado.
		O prestador de serviço que se obriga a resultado, na verdade, é um empreiteiro- contrato de empreitada.
4 -RETRIBUIÇÃO:
 		A retribuição representa a contraprestação com que deverá arcar aquele que toma o serviço. Sobre ela, não se tendo estipulado, nem chegado o acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade- art. 596 CC
		A retribuição só poderá ser exigida pelo prestador de serviço após a prestação de serviço, se nada foi estipulado em sentido contrário no contrato, ou então, se por força de costume não houver de ser adiantada, ou paga em prestações.
		Geralmente, a retribuição se materializa em dinheiro, porém não há óbice a que seja dada em espécie.
		ART- 606 CC - Caso o serviço tenha sido prestado por pessoa inabilitada para o desempenho da atividade ou que não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá ser exigida pelo prestador de serviço a remuneração. Esta será devida, todavia, se a outra parte se beneficiar da prestação de serviço e se o prestador de serviço tiver atuando de boa-fé, cabendo-lhe uma compensação razoável, sob pena de configuração de indevido enriquecimento em favor de outra parte.
		EX: uma parteira, sem habilitação fornecida pelo conselho de medicina, em pequena cidade do interior, na noite de natal, realiza o parto de uma criança, posto não haver médicos obstetras disponíveis no momento para a realização do parto. É evidente que a parteira merecerá tal retribuição.
5- TEMPORARIEDADE:
 		Prazo determinado: não superior a 4 anos. Art. 598 CC;
6- ART- 608 CC- TUTELA EXTERNA DO CRÉDITO
DA EMPREITADA
1.NOÇÕES GERAIS:
		Oportuno lembrar, de início, que no Direito Romano a locação comportava a seguinte classificação;
-locação de coisas, contrato esse já estudado.
- locação de serviços- hoje- prestação de serviços;
-locação de obra- contrato de empreitada.
		É o contrato pelo qual uma das partes (empreiteiro) obriga-se a executar por si só, ou com auxílio de outros, porém, sem vínculo de subordinação ou de dependência, determinada obra ou serviço, compelindo-se a outra parte (empreitante) a pagar o preço integral ou proporcional ao trabalho realizado.
CONCEITO: o contrato de empreitada é aquele por meio do qual um dos contratantes se obriga, sem qualquer relação de subordinação, a realizar determinada obra a outrem, mediante o pagamento de uma remuneração integral ou proporcional ao trabalho desempenhado.
PARTES: Aquele que se obriga a realização da obra se denomina empreiteiro; a outra parte responsável pelo pagamento da remuneração é denominada dono da obra ou comitente.
2- NATUREZA JURÍDICA:
Contrato bilateral –obrigações de ambas as partes – um realiza a obra o outro paga a remuneração;
Contrato oneroso – equivalência econômica da prestação, pois a remuneração é proporcional ao trabalho realizado ou a serviço prestado;
Contrato consensual – se aperfeiçoa com o simples consenso das partes; mera manifestação de vontade das partes;
Contrato informal – a lei não exige nenhuma forma para a sua realização- pode ser verbal; ressalva-se a necessidade de forma escrita apenas para a situação de exigência de acréscimo no preço, caso haja modificações no plano da obra – 
Contrato poderá ser pessoal ou impessoal, a depender se a atividade somente poderá ser desempenhada pelo empreiteiro ou por outrem. Se o contrato for impessoal, poderá haver a subempreitada, que se trata de um contrato acessório decorrente do contrato de empreitada em que o empreiteiro delega sua atividade a terceiros, continuando,porém responsável integralmente perante o dono da obra.
 		Vale lembrar ainda que em se tratando de contrato de empreitada impessoal, havendo a morte do empreiteiro, não se extinguirá o contrato, devendo os herdeiros do empreiteiro responderem por suas obrigações dentro das forças da herança. O mesmo se diga se o falecimento for do dono da obra – art.626 CC.
4 – CLASSIFICAÇÃO DA EMPREITADA:
		MODALIDADES:
De acordo com o critério da EXECUÇÃO do trabalho pelo EMPRETEIRO:
EMPREITADA DE LAVOR OU DE MÃO DE OBRA: é aquela em que o empreiteiro disponibiliza apenas a sua força de trabalho. O empreiteiro assume uma obrigação de fazer. Incumbe ao proprietário o fornecimento de materiais e o pagamento da mão de obra, cabendo ao empreiteiro desenvolver, fiscalizar e dirigir os trabalhos. Não responde pela oscilação dos preços e dos materiais. Empreiteiro: contrata as pessoas que irão executar a obra;
EMPREITADA MISTA OU GLOBAL: é aquela em que o empreiteiro fornece tanto a mão de obra quanto os materiais, comprometendo-se a executar a obra inteira. Obrigação de dar e fazer. ART. 610, §1º CC: a obrigação de fornecer materiais não pode ser presumida, resultando da lei ou da vontade das partes. A responsabilidade do empreiteiro é bem superior nesta espécie. ART. 610,§2º CC: não se pode confundir o contrato de empreitada com o de elaboração de um simples projeto de uma obra, assumindo por um engenheiro ou arquiteto. Nem sempre a pessoa que elabora o projeto é o que “toca” a obra. Isso reforça a ideia de que a própria empreitada não pode ser presumida. Nessas hipóteses em que um profissional executa esse projeto, haverá uma prestação de serviço, que pode ou não ser caracterizada como relação de consumo ou relação de trabalho.
De acordo com o critério de determinação do PREÇO:
EMPREITADA DE PREÇOFIXO: é aquela em que o preço é estipulado para a realização da obra inteira, sem qualquer consideração a seu desenvolvimento. O preço é fixado previamente, em montante certo e invariável. Neste caso, ter-se-á a empreitada a preço fixo absoluto, não podendo exigir o empreiteiro qualquer acréscimo em relação ao valor: art. 619 CC. Existe , porém, a empreitada a preço fixo relativo, em que são permitidas variações em decorrência de fatos ainda não constatados. Em casos extremamente graves, quando há ocorrência de acontecimentos imprevisíveis e extraordinários, aplica-se a teoria da onerosidade excessiva (cláusula rebus sic standibus) – art. 478/479 Cc. . cláusula Hardship clause, ou seja, uma cláusula que possibilita a revisão contratual em casos em que ocorra desequilíbrio econômico das prestações, sendo uma nova técnica para a solução de situações supervenientes para impedir a rescisão do contrato e obter a renegociação das cláusulas. Art. 619,§único CC- objetivo da norma é evitar a onerosidade excessiva, por meio da revisão contratual – aplicação da teoria da quebra da base objetiva do negócio jurídico – Larenz. ARt. 6º , V, CDC; art. 317 e 478 CC. ; art. 621 CC- função social dos contratos ; art. 620 CC- ( cai o preço).
EMPREITADA POR MEDIDA OU AD MENSURAM ( marche sur devis): Art. 614 CC- é aquela em que na fixação do preço se observa fracionamento da obra, considerando-se as partes em que ela se divide. O pagamento pode ser feito por unidade ou no final da obra.
5- RESPONSABILIADE:
ART. 611 CC- riscos do contrato na empreitada mista: quando o empreiteiro se obriga a entregar o produto final com a utilização dos materiais por ele adquiridos, correm pro sua conta os riscos até o momento da entrega da obra- obrigação do empreiteiro- resultado.
Consequências da mora do credor na empreitada de materiais ou mista- a mora do credor se verifica quando este se recusa a receber a coisa no tempo, lugar e modo convencionados – art. 394 e 400 CC. nO artigo mencionado, temos uma consequência específica para a mora do dono da obra, que ocorre quando este se recusa injustificadamente a receber a coisa ou dar quitação na forma devida. Desta maneira, a partir do momento em que ficar caracterizada a mora do credor, cessa para o empreiteiro a responsabilidade pelos riscos da coisa. Importa reconhecer que o credor não estará em mora se o bem a ser entregue é diverso ao pactuado ou apresenta defeitos estruturais que justificam o não recebimento. Se o empreiteiro quiser evitar discussões acerca da mora , poderá fazer o pagamento em consignação – art. 335, I CC.
ART. 612 CC- nas empreitadas de lavor ou de mão de obra , em que o empreiteiro apenas se compromete com a força de trabalho para chegar ao produto final, temos que todos os riscos correrão à conta do dono, que é o proprietário do material, salvo se houver negligência, imprudência ou imperícia do empreiteiro. Aplica-se o princípio res perit domino – a coisa perece para o dono. Culpa do empreiteiro na guarda dos materiais- responsabilidade contratual –art. 393 CC. 
Art. 618 CC- Logo, como a ação decorrente dos defeitos construtivos busca a condenação do construtor, resta evidente que se aplica a prescrição e não a decadência.
Assim, caso aplicável seria o art. 206, § 3º, V: Prescreve:… §3o Em 3 (três) anos: … V – a pretensão de reparação civil.
Por fim, resta verificar que o parágrafo único, do art. 618, do Código Civil, estabelece que;
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá durante o prazo irredutível de cinco anos pela solidez e segurança do trabalho, assim como em razão dos materiais e do solo.
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
O prazo decadencial de 180 dias, portanto, somente poderá ser aplicado a uma ação desconstitutiva, ou seja, de resolução do contrato, jamais nas ações que visam a indenização (condenação) pelos danos decorrentes do inadimplemento contratual do construtor quanto à segurança e solidez da obra, que respeitam o prazo prescricional de três anos do art. 206, § 3º, V, do Código Civil.
Todavia, resta importante observar que esse dispositivo somente se aplica se não houver relação de consumo, o que se afirma na exata medida em que, havendo, o prazo é de cinco anos a partir do surgimento do defeito.
DO CONTRATO DE TRANSAÇÃO
Noções introdutórias:
 		A doutrina não é assente quanto à natureza exata da transação. Há quem situe a transação como uma forma de pagamento indireto, colocando-a, desse modo, como modalidade extintiva de uma obrigação. No atual CC/2002 – transação como manifestação contratual.
		A transação é um contrato em que as partes envolvidas, por meio de concessões recíprocas, extinguem litígios ou os previnem de acontecer.
		Art. 840 CC.
Elementos constitutivos:
Existência de relações jurídicas controvertidas; b) intenção de extinguir as dúvidas para prevenir ou terminar o litígio; c) o acordo de vontades; d) concessões recíprocas.
 		Há o espírito conciliador; não é ceder, do contrário, haveria uma renúncia.
Natureza Jurídica:
Bilateral – gera obrigações de não fazer para ambas as partes, uma vez que concluem o negócio por meio de concessões mútuas;
Oneroso – diante do sacrifício experimentado pelas partes.
Modalidades de transação:
Transação extrajudicial – nitidamente caráter preventivo, tendo por escopo evitar e prevenir litígio. Ex: dois vizinhos divergem a respeito da exata divisa entre os seus terrenos, mas acabam celebrando um acordo, mediante instrumento público, afastando as dúvidas até então existentes. Como não havia ainda nenhum litígio instaurado, a transação é definida como extrajudicial. Forma : art: 842 CC – escritura pública – imóveis; ou instrumento particular – bens móveis. Dispensa-se a homologação, uma vez que sua eficácia, entre as partes, independe desse ato judicial, indispensável apenas para efeitos processuais, isto é, para a extinção do feito. 
Transação judicial – é realizada no curso do processo. Poderá ser feita por instrumento público (quando a lei exigir) ou a termo nos autos. Nesse ultimo caso depende de homologação judicial. Homologação pelo juiz – aprovar a forma do ato e não julgar o mérito do negócio realizado – art. 269 III CPC.
Objeto da transação:
 		Art. 841 Cc – o objeto da transação se restringe aos direitos patrimoniais de caráter privado. Desse modo, não poderão ser objeto de transação questões que versem sobre direitos da personalidade, ações de estado, direito de família (relações de parentesco, validade de casamento, deveres conjugais.). também bens fora do comércio não são objeto de transação – indisponíveis.
 		Todo direito de que o titular não pode dispor é insuscetível de transação (Orlando Gomes).
 Art. 846 CC – A responsabilidade civil é independente da criminal – art. 935 CC. Mesmo que o fato seja, ao mesmo tempo, ilícito penal e civil, por ter o ato criminoso causado danos patrimoniais à vítima, pode a reparação ser objeto de transação, sem acarretar-lhe a extinção da ação penal. Assim, a composição amigável, pela qual o motorista causador de um acidente de veículos indeniza a vitima, não produz necessariamente o efeito de sustar o andamento da ação penal.
DO CONTRATO DE JOGO E APOSTA:
Noções Introdutórias:
 		Jogo e aposta são contratos aleatórios.
		No jogo, duas ou mais pessoas se dedicam a uma mesma atividade, buscando cada qual a obtenção do êxito. Aquela que conseguir vencer às demais receberá determinada retribuição.
		Na aposta, duas ou mais pessoas com opiniões diversas se vinculam a pagar determinada retribuição àquela cuja opinião sobressair. O resultado não depende das partes, mas de um ato ou fato alheio e incerto.
		São, pois, contrato aleatório, bilateral e oneroso.
Espécies de jogos:
 		Classificam-se em jogos ilícitos (jogos proibidos) e lícitos(tolerados ou autorizados).
Jogos proibidos (jogos de azar) – o resultado depende exclusivamente da sorte. Ex: jogo do bicho, roleta, bacará. São incriminados pela Lei das Contravenções Penais. Também é proibida a aposta sobre corrida de cavalos fora dos hipódromos.
 Nos Jogos tolerados – são aqueles que a lei não proíbe expressamente. Na verdade, embora não sejam proibidos, não são bem vistos pela sociedade como um todo. Trata-se de jogo que depende de sorte e também da habilidade do jogador. Ex: prática de carteado entre amigos;
Para os jogos proibidos e para os tolerados, as dívidas decorrentes de sua prática não obrigam ao pagamento. Portanto, ainda que se aufira algum êxito, p.ex., em um jogo que seja tolerado, o ganhador não poderá exigir do perdedor qualquer pagamento. Trata-se daquilo que se convencionou chamar de obrigações naturais. Nessas obrigações, existe apenas o elemento débito ou schuld, prescindindo do elemento responsabilidade ou haftung. 
Jogos permitidos – são aqueles autorizados por lei e que de alguma maneira apresentam algum interesse para a sociedade, seja porque trazem algum benefício a quem os pratica ou para o próprio Estado. Exs: jogos promovidos por loterias oficiais, como a loteria esportiva. 
Nesse caso, é evidente que assiste ao vencedor o direito de exigir o que lhe cabe. Como se trata de jogo autorizado por lei, a atividade do jogador se torna digna de tutela, diferente da atividade do jogador de jogos proibidos ou tolerados, já que ambos são malvistos pelo ordenamento jurídico.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
Assinale V ou F:
( ) o contrato de prestação de serviço não termina com a morte de qualquer das partes, devendo ter seguimento por seus herdeiros, dado seu caráter meramente pessoal;
( ) no contrato de prestação de serviço a retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações.
( ) salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, como regra não terá direito a exigir acréscimo no preço, mesmo que introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra.;
( ) se o empreiteiro só forneceu mão de obra, todos os riscos correrão por sua conta, haja ou não culpa de sua parte;
( ) os riscos da obra correrão por conta do dono se este estiver em mora de a receber, mesmo que o empreiteiro tenha fornecido os materiais.;
( ) Depósito irregular é o realizado em razão de calamidade pública, como por exemplo, inundação ou incêndio.;
( ) O depositário, que por força maio houver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhe as ações que no caso tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira.;
( ) Pelo contrato de depósito o depositário recebe um bem, móvel ou imóvel, para guardar, até que o, depositante o reclame.
GABARITO: F,V, V,F,V, F,V,F
	
	Curso: Direito – 
	Valor da avaliação: 10,0 (Peso 3) 
	Disciplina-Turma: DIREITO DOS CONTRATOS
	 AV
	Professor: SIMONE FLORES
	Data: 
	Aluno(a):
	Matrícula:
	OBS: Trabalho para composição da nota do2º instrumento da 2ª avaliação.
	Rubrica do coordenador:
	
	Nota e data da entrega da avaliação:
DO CONTRATO DE SEGURO
1ª QUESTÃO: Defina:
Conceito de contrato de seguro:
Partes no contrato de seguro:
Natureza jurídica/características no contrato de seguro:
2ª QUESTÃO: Disserte sobre a tormentosa questão do suicídio do segurado. 
3ª QUESTÃO: Manoel fez um contrato de seguro para garantir o seu veículo contra danos. O valor do veículo à época em que o contrato foi celebrado é de 50 mil reais. Após dois anos do contrato, Manoel se envolve em um acidente, ocorrendo o sinistro.Nesse momento o carro já não vale mais os 50 mil reais e sim, 35 mil reais. Qual será o valor da indenização a ser paga? Explique. Fundamentação legal.
4ª QUESTÃO: Paulo fez um seguro de vida para o caso de morte, estipulando Cristina como beneficiária. Paulo vem a falecer. O capital segurado consiste no valor de 100 mil reais. Paulo possui algumas dívidas e os seus credores pretendem acionar a seguradora e se habilitarem no inventário para o recebimento do valor e pagamento das dívidas deixadas pelo de cujus (Paulo). 
		 Cristina, beneficiária e herdeira, procura seu escritório para maiores esclarecimentos, pois as dívidas de Paulo giram em torno de 60 mil reais. 
 CONTRATOS: COMISSÃO, AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO, CORRETAGEM E CONSTITUIÇÃO E RENDA
QUESTÕES: 
1ª) No contrato de comissão, o que significa a cláusula del credere?
2ª) Qual a finalidade dos contratos de agência e distribuição?
3ª) Em relação ao contrato de corretagem, é estabelecida a remuneração do corretor? Analisar o art. 725 do Código civil. A corretagem é uma obrigação de meio ou resultado?
4ª) Quanto à duração do contrato de constituição de renda, explique a natureza personalíssima desse contrato. Analisar o art. 806 Cc.

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