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AULA 18 MEIOS DE PROVA ATA DEPOIMENTO E CONFISSÃO

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PROCESSO CIVIL – Prof. Alexandre Magno 
PROVA – Provas em espécie 
 
I – MEIOS DE PROVA 
- art. 369, CPC. 
- ata notarial, depoimento pessoal das partes, testemunhas, documentos, periciais e inspeção judicial. 
 
II – ATA NOTARIAL 
- art. 384, CPC – documento em que foram narrados os fatos presenciados pelo tabelião. 
- é espécie de documento público, encartando-se no disposto no art. 405 CPC, ou seja, é dotado de fé pública – 
presunção juris tantum, admite prova em contrário. 
- serviço notarial e de registro, Lei 8935/94. Tem regulamentação na Lei 8935/94. Arts. 6º, III e 7º, III
1
. 
- enquanto a escritura pública documenta declarações de vontade (215
2
, CC), através da ata notarial o tabelião registra 
outros fatos jurídicos. 
- deve ser requerida pelo interessado – princípio da instância, vigente no sistema de registros públicos. 
- importante meio para concretização de prova em ambiente virtual. 
- ex.: diligência de constatação; reuniões assembleares; confissão (389, CPC) 
 
III – DEPOIMENTO PESSOAL/DEPOIMENTO DA PARTE 
- 385-388, CPC. 
- depoimento pessoal é o interrogatório requerido pelo adversário, por ocasião da AIJ # interrogatório/interrogatório 
livre que pode ser determinado de ofício pelo juiz, em qualquer momento processual, art. 139, VIII, CPC. 
- dever da parte, 379, I, CPC (art. 77, I, CPC). 
- depoimento da parte por provocação, § 1º, 385 – confissão ficta. 
- a parte não pode requerer o seu próprio depoimento (existe entendimento em contrário
3
). 
- interrogatório – determinado ex officio pelo juiz, 385 e 139, VIII, CPC – não aplica a pena de confissão ficta. 
- ordem em que deve ser tomado os depoimentos pessoais, § 2º, 385 – alegar o vício de imediato, sob pena de 
preclusão (STJ, REsp 202.829
4
) 
- ele é antes da testemunha – ordem lógica, 361, CPC. Já se considerou mera irregularidade a oitiva de testemunha 
antes do depoimento pessoal das partes (STJ, REsp 261.892
5
). 
 
1
 Art. 6º Aos notários compete: [...] 
 III - autenticar fatos. 
Art. 7º Aos tabeliães de notas compete com exclusividade: III - lavrar atas notariais; Parágrafo único. É facultado aos 
tabeliães de notas realizar todas as gestões e diligências necessárias ou convenientes ao preparo dos atos notariais, 
requerendo o que couber, sem ônus maiores que os emolumentos devidos pelo ato. 
2
 Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. 
3
 a) o depoimento pessoal é meio de prova e, como tal, pode ser proposto pela parte que tiver interesse em obter a 
confissão do adversário ou aclarar os fatos convertido. Sempre que necessário à instrução da causa o próprio juiz 
poderá ordena-lo, de ofício (Cód. Proc. Civil, arts. 130, 342, e 343). Por outras palavras, o depoimento pessoal pode ser 
requerido por qualquer dos litigantes, ou ordenado de ofício pelo juiz [...] 
4
 NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA. INVERSÃO DA PROVA DURANTE OS TRABALHOS DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E 
JULGAMENTO. NÃO IMPUGNAÇÃO OPORTUNA E AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL. MATÉRIA 
DE PROVA. 
- Não havendo a autora oferecido impugnação oportuna contra o fato de o réu, advogado em causa própria, ter 
assistido ao seu depoimento pessoal, operou-se a respeito a preclusão (art. 245 do CPC). 
Ausência, ademais, de prova de qualquer prejuízo. 
- Acolhimento parcial da apelação interposta pela autora. Não esclarecimento pelo Relator acerca da extensão em que 
restou vencido. Incidência da súmula nº 207-STJ. Acórdão que, além disso, contém mais de um fundamento suficiente e 
o REsp não abrange todos eles (súmula nº 283-STF). Necessidade, ainda, quanto ao mérito da causa, de apreciação da 
matéria probatória (súmula nº 07-STJ). 
Recurso especial não conhecido. 
(REsp 202.829/PI, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 16/12/1999, DJ 20/03/2000, p. 77) 
5
 1. Testemunha. Inversão da colheita da prova. 
A tomada das declarações das testemunhas arroladas pela autora, antes do depoimento pessoal do seu representante, 
é simples irregularidade que não prejudicou a defesa das partes e, por isso, não é considerada causa de anulação do 
processo. 
2. LOTEAMENTO. Administração. Despesas comuns. Enriquecimento injusto. 
Deve contribuir para as despesas comuns o proprietário de imóvel integrante de loteamento administrado por entidade 
que presta diversos serviços no interesse da comunidade (distribuição de água, conservação do calçamento, portaria, 
segurança, etc.), sob pena de enriquecimento injusto. 
Recurso não conhecido. 
- o depoimento é personalíssimo
6
. 
- incumbe à parte intimada: comparecer em juízo e prestar o depoimento pessoal. 
- a intimação deve ser feita pessoalmente e no mandado constar a advertência da pena de confesso, art. 385, § 1º. 
- não é possível o depoimento pessoal do representante do incapaz – testemunha. 
- é possível o depoimento da pessoa jurídica pelo seu representante
7
 (sócio ou preposto que tem conhecimento dos 
fatos) 
- não é possível o depoimento do presentante (órgão da pessoa jurídica que a torna presente, indicado no seu estatuto 
social). 
- interrogatório por carta ou videoconferência, § 3º, 386 – direito da parte (STJ, REsp 161438
8
). 
- O Advogado não pode ser preposto e advogado ao mesmo tempo, art. 3º, Lei 8906/94. 
- recusa em depor (negativa direta e frontal/omissão/evasivas - 386): 
 Há situação em que é licita 379, caput, 386, caput e 388 (motivo justificado); 
 Em alguns casos o direto ao silêncio é um dever, ex. sigilo profissional; 
 Dever de dizer a verdade, art. 77, I e 80, II – ilícito processual civil – inexiste conduta criminosa; 
 388, CPC – regras que prestigiam o direito à autopreservação. Em verdade a parte não tem obrigação ou dever 
de depor, mas ônus processual. 
 Direito à não auto-incriminação, 379, caput, CPC. 
 A exigência do processo civil não ofende a garantia constitucional do direito ao silencia, art. 5º, LXIII, CF e 8º, 2, 
g
9
, Pacto de São José da Costa Rica, até porque é uma hipótese de se recusar. 
 Proteção do sigilo, art. 5º, XIV, CF. Em hipóteses excepcionais admite-se. 
- há uma regra geral de escusa – motivo justo – conceito jurídico indeterminado. 
- procedimento, §§ 2º e 3º, 385 e 387. 
- o advogado do depoente não pode formular perguntas. Isto não impede a sua intervenção para pedir ao juiz que 
esclareça dubiedade ou pontos obscuros no relato do depoente. 
 
IV. CONFISSÃO 
a) Elementos 
- diz respeito a fatos. 
- chamada de rainha das provas. 
- o confitente adere à versão dos fatos afirmada pela parte contrária, admitindo-se como verdadeira. 
- expressa ou ficta. 
 
(REsp 261.892/SP, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 24/10/2000, DJ 18/12/2000, p. 
206) 
6
 Processo civil. Recurso especial. Depoimento pessoal. Mandatário com poderes especiais. 
- O depoimento pessoal é ato personalíssimo, em que a parte revela ciência própria sobre determinado fato. Assim, 
nem o mandatário com poderes especiais pode prestar depoimento pessoal no lugar da parte. Recurso parcialmente 
provido. (REsp 623.575/RO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/11/2004, DJ 07/03/2005, 
p. 250) 
7
 Processo civil. Recurso especial. Depoimento pessoal. Mandatário com poderes especiais. 
- O depoimento pessoal é ato personalíssimo, em que a parte revela ciência própria sobre determinado fato. Assim, 
nem o mandatário com poderes especiais pode prestar depoimento pessoal no lugar da parte. 
Recurso parcialmente provido. (REsp 623.575/RO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,julgado em 
18/11/2004, DJ 07/03/2005, p. 250) 
8
 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. DEPOIMENTO PESSOAL. RÉUS RESIDENTES FORA DA COMARCA. PENA DE 
CONFISSÃO. PRESUNÇÃO RELATIVA. 
– A parte, intimada a prestar depoimento pessoal, não está obrigada a comparecer perante o Juízo diverso daquele em 
que reside. 
– A pena de confissão não gera presunção absoluta, de forma a excluir a apreciação do Juiz acerca de outros elementos 
probatórios. Prematura, assim, a decisão do Magistrado que, declarada encerrada desde logo a instrução, dispensa a 
oitiva das testemunhas arroladas. 
Recurso especial não conhecido. 
(REsp 161.438/SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 06/10/2005, DJ 20/02/2006, p. 341) 
9
 Art. 8º. Garantias judiciais. 
[...] 
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua 
culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: 
[...] 
g. direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; 
 
- art. 389 e 394, CPC – ela pode ser feita em juízo ou fora dele (judicial ou extrajudicial) – pode ser escrita ou oral, 
perante a parte contrária ou terceiros ou ainda por meio de testamento. A confissão verbal fora dos autos só se prova 
com testemunhas. 
 Art. 394, CPC -> arts; 107, 107 e 108, CC – prova de negócio jurídico que exija instrumento escrito. 
- a lei processual distingue fato admitido como incontroverso e fato confessado, 374, II e III, CPC. 
- a confissão não conduz necessariamente à procedência do pedido. Confissão # reconhecimento. 
- conceito: confissão é a declaração, judicial ou extrajudicial, provocada ou espontânea, em que um dos litigantes, capaz 
e com ânimo de se obrigar, faz da verdade, integral ou parcial, dos fatos alegados pela parte contrária, como 
fundamentais da ação ou da defesa. 
- dever de veracidade e lealdade processual, arts. 5º e 77, I, CPC. 
 
b) Confissão espontânea ou provocada 
- art. 390, CPC. 
- espontânea (judicial ou extrajudicial – pode ser feita por mandatário, § 1º) ou provocada, quando obtida através do 
depoimento pessoal da parte, § 2º, 390. 
- a diferença é no modo como se manifesta. 
- a confissão, espontânea ou provocada é expressa/real. 
- A pena de confesso é o não comparecimento ou a recusa em responder, confissão ficta/presumida. 
 
c) prova contra o confitente 
- art. 391. 
- os atos ou omissões de um litisconsorte não prejudicam o outro, art. 117, CPC. 
- evidente que a confissão de um dos litisconsortes será levada em consideração pelo juiz ao proferir sentença. 
 
d) Direitos disponíveis 
- art. 392, CPC. 
- é admissível a confissão apenas em relação a direitos disponíveis. 
- É admissível a confissão por parte da Fazenda Pública? 
- § 1º, 392 (213
10
, CC) – quem não pode dispor dos direitos relacionados aos fatos confessados, feita por incapaz. 
- § 2º, 392 (213, paragrafo único
11
, CC) - confissão por representante – quem confessa é o representado - é necessário 
que tenha poder especial para tanto (105 c/c 390, § 1º, CPC) 
 
e) requisitos 
- só as pessoas maiores e capazes tem legitimidade para confessar 
- os representantes legais de incapazes nunca podem confessar por eles. 
- inexigibilidade de forma especial. 
 
f) anulação da confissão 
- 393, CPC – erro de fato ou coação.. 
- art. 214
12
, CC. 
- irrevogável por sua natureza negocial. 
- admite-se por erro de fato e por coação, arts. 136-144 e 151-155, CC. 
- ajuizar ação de anulação, cuja legitimidade é apenas do próprio confitente, parágrafo único, 393. 
 
g) indivisibilidade 
- 395, CPC. 
- a confissão é indivisível para não ser aceita em parte, e rejeitada em parte, se outra prova não houver. 
 
BIBLIOGRAFIA 
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. São Paulo: Saraiva, 2015. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil. v. I e II. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. 
MEDINA, José Migual Garcia. Novo Código de Processo Civil comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. vol. III. 48. ed. rev., e atual. e ampl. Rio de Janeiro: 
Forense, 2016. 
 
 
 
10
 Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos 
confessados. 
11
 Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o 
representado. 
12
 Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.

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