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AULA 26 RECURSOS

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RECURSOS 
- o conceito não pertence a teoria geral do processo, se trata de conceito jurídico-positivo. 
- é um direito potestativo processual. 
Art. 994, CPC. 
 
1. Fundamento: 
Considerando a suscetibilidade dos juízes ao cometimento de erros e injustiças variados, é próprio da 
natureza humana exigir a possibilidade de se reexaminar o ato decisório. 
 
2. Natureza Jurídica: 
Duas correntes: 
a) ação autônoma e independente; 
b) extensão do direito de ação (tese acolhida, pois o recurso não tem natureza jurídica de ação autônoma, 
e sim de extensão do próprio direito de ação). 
 
3. Taxatividade: 
Os recursos admitidos no ordenamento jurídico brasileiro são somente aqueles enumerados no artigo 496 
do CPC, ou previstos em outros artigos do próprio CPC ou leis extravagantes (JEC, CLT). 
 
4. Duplo grau de jurisdição: 
O princípio do duplo grau de jurisdição não se encontra expressamente consignado na CF/88, mas decorre 
do princípio do devido processo legal. 
O princípio do duplo grau de jurisdição consiste, na possibilidade de provocar o reexame da matéria 
apreciada e decidida, isto é, de pleitear, mediante a interposição de um recurso, novo julgamento, por 
órgão hierarquicamente superior. 
Criticas – dificuldade de acesso a justiça (prolongação do processo, com a consequente elevação de custos); 
desprestígio da primeira instância; e quebra da unidade do poder jurisdicional – insegurança. 
Causas de origem no STF, inexistência de duplo grau. 
 
5. Proibição da reformatio in pejus: 
Pelo sistema recursal brasileiro veda-se a reforma da decisão hostilizada em prejuízo do recorrente e em 
benefício do recorrido. Isso porque, o órgão jurisdicional só age quando provocado e nos exatos termos do 
pedido, ou seja, é o pedido formulado pelo autor que limita a atividade jurisdicional do Estado. 
Assim, o recurso devolve a matéria impugnada ao juízo ad quem, para que este a aprecie novamente e 
profira nova decisão (acórdão) em substituição à anterior. Apenas a matéria impugnada pelo recorrente é 
devolvida ao tribunal ad quem; logo, se o recorrido não interpuser o recurso, abrindo mão do direito de 
recorrer que o ordenamento jurídico lhe confere, não poderá o tribunal beneficiá-lo, dando-lhe mais do 
que ele já tinha obtido com a sentença recorrida. 
Se a decisão for favorável em uma parte ao autor e na outra ao réu, poderão ambos interpor recursos; 
nesse caso, não há se falar em reformatio in pejus, porque o tribunal poderá dar provimento ao recurso do 
autor ou do réu ou negar provimento a ambos, evidentemente nos limites dos recursos interpostos. 
Igualmente, não pode o tribunal, ao julgar o recurso, melhorar a situação do recorrente além do que foi 
pedido, sob pena de proferir decisão ultra ou extra petita. 
 
6. Fungibilidade recursal: 
Não basta o interesse da parte em impugnar o ato decisório mediante a utilização do instrumento recursal, 
é preciso que ela utilize o recurso adequado para tal. Assim, se a parte utilizar recurso diverso daquele 
previsto para a hipótese impugnada, este não será recebido pela ausência de um dos requisitos de 
admissibilidade. Contudo, a doutrina e a jurisprudência permitem o recebimento do recurso inadequado 
como se adequado fosse quando aquele for interposto no prazo do recurso correto (tempestivo), não 
houver má-fé e nem erro grosseiro. 
 
7. Juízo de admissibilidade e juízo de mérito: 
Interposto o recurso, duas espécies de exame serão feitas pelo órgão jurisdicional competente para sua 
apreciação: primeiro, verifica-se se o recurso deve ser admitido, ou seja, se ele atende a todos os requisitos 
de admissibilidade (se o ato é recorrível, se o recurso é tempestivo, se é adequado, se foi feito o preparo, se o 
recorrente tem legitimidade, se tem interesse recursal em razão da sucumbência etc.) 
Apenas na hipótese de terem sido preenchidos todos os requisitos de admissibilidade é que poderá ser 
apreciado o mérito do recurso. 
Se o juízo de admissibilidade for positivo, fala-se que o órgão conheceu do recurso; se negativo, diz-se que 
não conheceu. 
Na hipótese do recurso ser conhecido, se o órgão julgador entender que o recorrente tem razão, dará 
provimento a ele (total ou parcial); se, nessa mesma hipótese, entender que o recorrente não tem razão, 
negará provimento ao recurso. 
A análise dos requisitos de admissibilidade do recurso é feita tanto pelo juízo a quo quanto pelo ad quem. 
Se em sede de juízo de admissibilidade o juiz a quo entender que não estão preenchidos os requisitos e 
negar seguimento ao recurso, poderá o recorrente interpor outro recurso (qual?) contra a decisão proferida 
pelo órgão a quo, hipótese em que o órgão ad quem irá se pronunciar definitivamente sobre a questão, 
conhecendo ou não o recurso. 
No que concerne ao juízo de mérito, a competência para exercê-lo é do órgão ad quem. 
 
8. Recurso Adesivo: 
Art. 997, § 2 
Requisitos: 
- sucumbência recíproca; 
- ausência de recurso principal daquele que pretende ingressar com o adesivo; 
- recurso principal interposto pela parte contrária. 
Como se trata de recurso subordinado ao principal, a desistência, inadmissibilidade ou a deserção deste 
afastará o conhecimento do recurso adesivo. 
O recurso adesivo deve ser interposto no mesmo prazo para apresentação das contrarrazões, ou seja, 15 
dias, em petição autônoma, acompanhada das razões do recurso adesivo. O prazo para resposta ao recurso 
adesivo também é de 15 dias. 
 
9. Recurso parcial ou total (classificação quanto a extensão da matéria): 
Art. 1002 
O prejudicado pode recorrer de toda a decisão se esta lhe foi totalmente desfavorável; ou de parte dela, 
caso o prejuízo não tenha sido total. Se a sentença lhe foi desfavorável apenas em parte, o recurso nunca 
poderá pretender o reexame total da sentença, pois não houve sucumbência. Assim, poderá o recurso ser 
total, se a decisão foi integralmente desfavorável; e será obrigatoriamente parcial, se a contrariedade 
resultar apenas de parte. 
- importante aqui citar a classificação quanto à fundamentação: 
a) fundamentação livre: o recorrente esta livre para deduzir qualquer crítica em relação à decisão, 
apelação, agravo, RO. 
b) fundamentação vinculada: a lei limita o tipo de crítica, ex. ED, RE e REsp. 
 
10. Protocolo: 
O recurso deverá se entregue para protocolo dentro do prazo para sua interposição. É o protocolo que 
valerá para a verificação da tempestividade. 
 
11. Preparo: 
Art. 1007 
A complementação do preparo, quando insuficiente, é permitida, somente podendo implicar deserção se o 
recorrente, intimado, não vier a complementa-lo no prazo de 05 dias. 
Justiça gratuita pode ser requerida qndo da interposição do recurso. 
 
12. Efeito substitutivo: 
Art. 1008 
A decisão do tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida. Considerando que a sentença pode ser 
impugnada de forma total ou parcial, logicamente que o recurso substituirá, do mesmo modo, de maneira 
integral ou não. 
 
13. Efeitos dos recursos: 
a) impedimento ao trânsito em julgado: 
- quando o recurso for conhecido, não há discussão, a data do transito é a data do julgado da última 
decisão. 
- quando não for conhecido, a posicionamento predominante, entende que é a data do trânsito é a data do 
trânsito em julgado da última decisão sempre, princípio da segurança jurídica, STJ EREsp 441.252: 
PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO RESCISÓRIA - PRAZO DECADENCIAL - ART. 495 DO CÓDIGO DE PROCESSO 
CIVIL - TERMO A QUO - TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO PROFERIDA SOBRE O ÚLTIMO RECURSO 
INTERPOSTO, AINDA QUE DISCUTA APENAS A TEMPESTIVIDADE DE RECURSO - PRECEDENTES - 
EMBARGOS REJEITADOS. 
I - Já decidiu esta Colenda Corte Superior que a sentença é una, indivisível e só transita em julgado como 
um todo após decorrido in albis o prazo para a interposição do último recurso cabível, sendo vedada a 
propositura de ação rescisória de capítulo do decisum que não foi objeto do recurso.Impossível, 
portanto, conceber-se a existência de uma ação em curso e, ao mesmo tempo, várias ações rescisória no 
seu bojo, não se admitindo ações rescisórias em julgados no mesmo processo. 
II - Sendo assim, na hipótese do processo seguir, mesmo que a matéria a ser apreciada pelas instâncias 
superiores refira-se tão somente à intempestividade do apelo - existindo controvérsia acerca deste 
requisito de admissibilidade, não há que se falar no trânsito em julgado da sentença rescindenda até 
que o último órgão jurisdicional se manifeste sobre o derradeiro recurso. Precedentes. 
III - No caso específico dos autos, a questão sobre a tempestividade dos embargos de declaração 
opostos contra sentença que julgou procedente o pedido do autor refere-se à alteração do serviço de 
intimação dos atos judiciais, que antes era feita pelo correio para o advogado residente em outra 
capital, e que posteriormente passou a ser por meio de publicação de edital. 
IV - Prevalecendo o raciocínio constante nos julgados divergentes, tornar-se-ia necessária a propositura 
de ação rescisória antes da conclusão derradeira sobre o feito, mesmo que a matéria pendente se refira 
à discussão processual superveniente V - Desconsiderar a interposição de recurso intempestivo para fins 
de contagem do prazo decadencial para a propositura de ação rescisória seria descartar, por completo, a 
hipótese de reforma do julgado que declarou a intempestividade pelas instâncias superiores, negando-
se a existência de dúvida com relação à admissibilidade do recurso. 
VI - Embargos de divergência rejeitados. 
(EREsp 441.252/CE, Rel. Ministro GILSON DIPP, CORTE ESPECIAL, julgado em 29/06/2005, DJ 
18/12/2006, p. 276) 
 
b) efeito suspensivo (efeito obstativo): é aquele que provoca o impedimento da produção imediata dos 
efeitos da decisão que se quer impugnar. 
- em regra os recursos não são dotados de efeito suspensivo, 995, CPC. 
 
c) efeito devolutivo: é comum a todos os recursos. 
- a interposição transfere ao órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada. 
- a extensão do efeito devolutivo determina-se pela extensão da impugnação. Só é devolvido o 
conhecimento da matéria impugnada, 1.013, CPC. 
- as normas da apelação servem como regra geral. 
 
d) efeito regressivo/retratação: possibilita o órgão jurisdicional a quo a rever a decisão recorrida, ex.: AI; 
331 CPC; 
 
e) efeito expansivo subjetivo: em regra, a interposição do recurso produz efeitos apenas para o Recorrente 
– princípio da personalidade do recurso. 
- entretanto, pode aproveitar terceiro, 1005 CPC – litisconsórcio unitário (partes devem receber tratamento 
homogêneo) 
- embargos de declaração interposto por uma das partes interrompe o prazo para a interposição de outro 
recurso, 1026 CPC.

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