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Desenvolvimento como liberdade, liberdades instrumentais
Economistas clássicos como Adam Smith, evidencia o crescimento econômico através do aumento de capital, da renda e da oferta de mão de obra em conjunto com o livre mercado internacional. Então, até a década de sessenta, os conceitos de desenvolvimento estavam ligados apenas ao crescimento econômico, baseado no acumulo de capital e no avanço da industrialização, só a partir da Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos, passou a ser visto através do progresso econômico e social. 
A Organização das Nações Unidas, criada após a Segunda Guerra Mundial, se preocupou em promover o desenvolvimento, em sua criação dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio em 2000, onde os países membros assumiram a responsabilidade de erradicar a pobreza e a fome, atingir o ensino fundamental básico, promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, a sustentabilidade ambiental e combater as doenças contagiosas. Assim como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, criada para promover o desenvolvimento, através do Índice de Desenvolvimento Humano, índice que foi desenvolvido em 1990, pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, em parceria com Amartya Sen, que a partir disso, busca soluções para os países menos desenvolvidos através de "discernimentos sociais", envolvendo a saúde, educação e a expectativa de vida. 
Para Amartya Sen, um dos principais expositores do conceito do desenvolvimento humano atual, Aristóteles já associava economia aos fins humanos, pois, mesmo a economia sendo o estudo da riqueza, ela estaria ligada a outros estudos, como a ética e a filosofia politica, assim ele evidencia que o acumulo de riqueza está ligado com a possiblidade das pessoas ter mais liberdade e levar o estilo de vida que valorizam. Sen complementa dizendo que, a riqueza não oferece a possibilidade de viver pra sempre, mas de viver bem, com uma vida longa e boa, sem miséria e com liberdades, motivos desejados por todos. Portanto a concepção correta de desenvolvimento vai além da acumulação de riqueza, "o desenvolvimento tem de estar relacionado sobre tudo com a melhora de vida que levamos e das liberdades que desfrutamos" (SEM, 2010. Pág. 29).
Sem critica o papel do desenvolvimento relacionado unicamente com fatores como renda particular, industrialização, avanços tecnológicos ou o crescimento do PIB, essas questões podem, apenas, contribuir para a expansão das liberdades individuais das pessoas em uma sociedade, ou seja, o desenvolvimento não pode ser considerado como um fim em si mesmo, mas deve estar relacionado com as melhorias da vida e o fortalecimento das liberdades dos indivíduos. 
No seu livro Desenvolvimento como Liberdade, introduz dizendo que a globalização possibilitou a ligação em vários âmbitos entre as diferentes regiões, só que, infelizmente, existem privações e problemas sociais, pois a economia global gerou prosperidade em várias áreas do mundo, porém continua existindo pobreza em algumas áreas. Entretanto o desafio da globalização está na desigualdade representada pelas disparidades de riqueza, poder e oportunidades politicas, sociais e econômicas, o que acarreta as privações de liberdade no mundo, que seriam a fome coletiva e subnutrição, a escassez de saneamento básico e água tratada.
"O desenvolvimento requer que se removam as principais fontes de privação de liberdade: pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destituição social sistemática, negligência de serviços públicos e intolerância ou interferência excessiva de Estados repressivos (SEM, 2010. PÁG. 16). 
Tai problemas socais faz parte do processo de desenvolvimento, onde Sen vai busca demonstrar a importância do papel das diferentes formas de liberdade no combate a esses males. Onde o desenvolvimento é visto "como um processo de expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam"(SEN, 2010. Pág. 16). 
Portanto Amartya Sen acredita que o desenvolvimento de um país não está unicamente ligado ao crescimento econômico, mas sim, pelo processo de expansão das liberdades que as pessoas usufruem, relacionado com as escolhas dos indivíduos e seu exercício de cidadania, dependendo também, dos direitos básicos, como os serviços de saúde e educação, como também a segurança, habitação, a liberdade, a cultura e a participação politica. Essa expansão de liberdade, é chamando, respectivamente, de papel constitutivo, como fim primordial e papel instrumental, com o principal meio do desenvolvimento. 
"A expansão da liberdade é vista [...], como o principal fim e o principal meio do desenvolvimento. O desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de agende (SEN, 2010. Pág. 10) 
No desenvolvimento como liberdade, os fatores sociais, são requisitos dos indivíduos de obterem capacidade e assim usufruir de liberdade, ou seja, o desenvolvimento decorre em atribuir capacidades às pessoas para realizarem as várias coisas que consideram valiosas de fazer ou ter, e ao mesmo tempo exercendo a sua condição de agente. Para compreender a relação entre desenvolvimento e liberdade é necessário conhecer a eficácia instrumental de liberdades especificas na promoção de outras liberdades que se inter-relacionam, onde as "liberdades não são apenas os fins primordiais do desenvolvimento, mas também os meios principais" (SEN, 2010. Pág. 25)
O papel instrumental da liberdade refere-se a diferentes tipos de direitos e oportunidades, contribuindo para a expansão da liberdade humana em busca do desenvolvimento e promover a capacidade da pessoa, essa capacidade permite que as pessoas possam levar o tipo de vida que elas valorizam, podendo ser ampliada através de politicas publicas, como também, as ações dessas politicas podem ser influenciadas pelas participações do povo.
Amartya Sen faz a divisão em cinco tipos diferentes de liberdade na perspectiva instrumental: 1- Liberdades politicas; 2- facilidades econômicas; 3- oportunidades sociais; 4- garantias de transparência e 5- segurança protetora.
 A eficácia desse papel instrumental da liberdade, que depende da ação livre das pessoas, foca no fato de existir diferentes tipos de liberdades, mas cada uma tendo inter-relações entre si, elas obtém uma importância conjunta, onde busca demonstrar a importância do papel das diferentes formas de liberdade no combate aos problemas sociais e a promoção do desenvolvimento. 
Portanto a eficácia da liberdade deve ser encarada não apenas como um fim primordial do desenvolvimento, mas também, como um meio para o desenvolvimento. Relacionando e fortalecendo uma liberdade com a outra, como também, proporcionando a ampliação das capacidades das pessoas, ou seja, a "eficácia da liberdade como instrumento reside no fato de que diferentes tipos de liberdade apresentam inter-relação entre si, e um tipo de liberdade pode contribuir imensamente para promover liberdades de outros tipos". (San, 2010. Pág. 57)
Referências
SILVA, João O. Correia da. Amartya Sen: "Desenvolvimento como Liberdade". Dissertação (Programa de Doutoramento em Economia) - Faculdade de Economia do Porto
Hoffamann, Fabio. O desenvolvimento para Amartya San. Disponível em: fabiohoffmann.com. Acesso em: 23 de novembro de 2017
SAN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. 
SANTOS, Andrea dos. Desenvolvimento como liberdade em Amartya Sen. Dissertação (Monografia) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013
COSTA, Fernando Nogueira da. Desenvolvimento como Liberdade. Disponível em: https://www.google.com.br/amp/s/fernandonogueiracosta.wordpress.com/2012/12/29/desenvolvimento-como-liberdade/amp/. Acesso em: 24 de novembro de 2017

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