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Universidade Estadual da Paraíba, Campus V
Maria Eduarda Peres Bezerra
Abandono do paradigma liberal-conservador 
(1930-1947)
João Pessoa
Novembro-2017
Abandono do paradigma liberal-conservador 
(1930-1947)
	O assunto tratado neste texto refere-se à transição da concepção do modelo da política externa dos países Latinos Americanos, anteriormente de caráter primário exportadores, e influenciados por grandes potências pela política liberal do laissez-faire. Tal modelo vinha a ser reforçado a sua perpetuação a esses países, para atendimento dos interesses dos países centrais, que visavam atribuir e manter o papel de primário exportador aos países da América Central e Sul. 
	O abandono do paradigma liberal-conservador do período (1930-1947) vinha a ser substituído pelos Estados Nacionais submissos a este, para o modelo de Estado desenvolvimentista. A essa transição, foi conscientizado que esses países necessitavam de uma mudança de suas políticas exteriores, principalmente a do seu antigo modelo de exportação primária. 
	Além disso, outras medidas a serem firmadas para essa manutenção seria a proteção de seus mercados, e o desenvolvimento das industriais Nacionais. Também a autonomia das relações diplomáticas com quaisquer outros países sem interferências de outras hegemonias nessas cooperações. O país que mais buscava interferir na política externa dos Estados Latinos americana foi os Estados Unidos da América. 
	Como exemplos históricos dessa intervenção, temos dois importantes casos como o da agência secreta da União Soviética a Luyamtorg na América do Sul a partir de 1931, e também o impedimento da construção da influência do Japão na América Latina. A primeira foi inicialmente impedida pelos próprios países latinos americanos a partir do discurso de ‘’contaminação’’ comunista influenciado ideologicamente pelos Estados Unidos. E no caso do Japão foi interferido pela ‘’guerra comercial americana’’. O mercado europeu também dificultava a importação de produtos primários. 
	A Luyamtorg apresentava o interesse de fomentar o comércio com o Brasil, já operava nos Estados Unidos como (Amtorg), Argentina, Chile e Uruguai. Encontrava dificuldades de créditos bancários e da não existência de uma base da agência no Rio de Janeiro. Esta pretendia comprar café, cacau e borracha do Brasil. Getúlio Vargas foi recomendado pelo ministro das Relações exteriores a negar autorização do funcionamento da agência no país por desconfiança de atuação política. 
	Na Argentina foi suspensa a autorização de atuação da Luyamtorg, a imprensa acusava de propaganda comunista e foi contra a concretização do restabelecimento do comércio formal. Igualmente o México e a Colômbia. Apenas foi estabelecido relações diplomáticas com o Uruguai. Mesmo com a depressão do capitalismo e a limitação de seus negócios, os países estavam contra a agência e a sacrificar seus interesses comercias às ameaças da ‘’contaminação comunista’’. 
	Todas as intervenções e influências externas impediam o propósito de desenvolvimento econômico dos países latino americanos, que buscou nesse período (1930-1947) se abster do modelo. A crise de 1929 influenciou diretamente na capacidade de importação dos países primários exportadores que foi reduzida, inclusive a do Brasil. A segunda Guerra também influenciou na mudança dessa estrutura. As próprias elites latinas americanas não tinham mais seus direitos atendidos. 
Por tal razão a crise do capitalismo foi um dos motivos que favoreceu as mudanças nas estruturas do poder. México e Brasil trabalharam suas diplomacias de barganha, resultando em uma diplomacia cooperativa que trouxe resultado ao desenvolvimento, enquanto a Argentina era alheia ao tratado de comércio com a Grã-Bretanha que exigia o livre comércio e câmbio livre. A Argentina também tinha a Holanda como seu segundo comprador em 1931, que importava um montante cinco vezes superior a sua exportação para o local, e sem desequilibrar a sua balança de pagamentos, pois o frete era favorável ao comprador.
 A política norte americana evitou o imperialismo japonês nas regiões do pacífico por meio de um sistema coletivo como o tratado de Washington. Reagiram aos negócios da América latina com a União Soviética e o Japão, como ameaça aos seus interesses políticos. A URSS optou pela composição de alianças de libertação, e o Japão insistia em obter o fornecimento de lã, algodão, couros, trigos, carnes e outros produtos. 
Na segunda metade de 1930 o Brasil e outros países da America latina reformularam a política de comércio exterior. Primeiro aproveitar as rivalidades dos blocos antagônicos para provocar a competição interna e elevar as vantagens nas negociações externas. Permanecer com o comércio liberal ao lado dos Estados Unidos coagindo a agir de acordo com as condições de competição provocadas, e por último incrementar intercâmbio com a Alemanha e Itália por meio de comércio compensado. O Brasil negou a entrar em discussão com os Estados Unidos sobre as relações comercias do país com outras nações. 
Os Estados Unidos declaravam quatro pontos que dificultavam o desenvolvimento comercial entre os dois países, segundo os brasileiros eram as restrições cambiais, escassez de créditos para o comércio, inexistência, no Brasil, de indústrias com a capacidade de produção em escala para atender o mercado norte-americano, deficiência dos transportes marítimos. 
Dentre esses obstáculos as restrições cambiais foi o mais determinante para a paralisia do comércio com os Estados Unidos. A adoção de restrições cambiais foi necessária para equilibrar as suas contas externas. Eliminar essas restrições não viriam a beneficiar o Brasil economicamente nessa relação, ficava esclarecido que os EUA tinham interesse de monopólio na America Latina. 
No inicio da segunda guerra as atenções latino americanas voltam-se aos Estados Unidos. Seriam feitos investimentos em cerca de 194 milhões de dólares em 1936, para investimentos privados em produção mineral, transportes e serviços públicos. O mercado seria abastecido por produtos como bauxita, cromo, carvão, cacau, ferro, vegetais, carnaúba, tabaco, peles, seda, entre outros. 
Os países latinos americanos necessitavam da proteção de suas indústrias locais, pois era indispensável para o fortalecimento da economia nacional e o rumo para as estruturas ao capitalismo moderno. Foi um desafio harmonizar os interesses antagônicos de sua relação comercial com os EUA. Era reconhecimento deles de que o Brasil era uma liderança na América Central e Sul. 
O rumo do paradigma das relações Internacionais na América Latina primeiramente precisaria atender os interesses da região. Estruturar a base econômica na agroexportação não viria a desenvolver economicamente esses países e nem favorecer uma competição no mercado internacional. A industrialização defendida por Vargas se tornou objetivo para política nacional e também para a política exterior. Era uma necessidade quebrar o paradigma liberal conservador do século XIX..

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