Buscar

casos concretos 1 a 16 de prática simulada 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Caso 01 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVIL DA COMARCA DE ITABUNA/BA 
 
 
 
Qualificação: 
 Joana xxxxxxxxxx, brasileira, solteira, profissão técnico em 
contabilidade, inscrita no CPF xxxxxxxxxxxxxx, E-mail: xxxxxxxxxxx@xxxxx, 
residente e domiciliado na rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Itabuna BA. 
Representado pelo seu Advogado: Cláudio Ferreira, OAB/RJ xxxxxxxxxxxx, 
domiciliado a rua xxxxxxxxxxxx, Itaboraí RJ, E-mail: xxxxxxxx@xxxxxxx. para fins 
do artigo 319, II e art. 77, V do CPC. Vem a presença de V.Exª. propor a presente 
demanda. 
 
Ação: 
Ação de anulação de negócio jurídico 
 
Procedimento: 
Ação comum, em face do réu: Joaquim xxxxxxxxxxxxx, Estado civil xxxxxxxxxx, 
Profissão xxxxxxxxx, CPF xxxxxxxxxxxxx, E-mail: xxxxxxxxx@xxxxx, residente e 
domiciliado na rua xxxxxxxxxxx, Itabuna BA. De acordo com o art. 319, II CPC. 
 
Mediação/ conciliação: 
Procedimento a inclusão de mediação e conciliação segundo o art 319, VII, CPC. 
 
Fatos: 
No dia 20 de dezembro de 2016, Joana xxxxx, por motivos de premente 
necessidade, pois o seu filho Marcos xxxxxxxx, encontrava-se preso de forma 
ilegal e encaminhado equivocadamente ao presidio xxxxxxx, e por essa razão 
precisava levantar certa quantia para arcar com as custas advocacias do 
advogado para atuar no caso, valor esse que lhe cobrara 20,000,00 (vinte mil 
reais) pelos honorários. Sem nenhuma experiência e tomada de extrema 
comoção, pela situação ora do seu filho Marcos xxxxxx, chegando em sua 
residência, Joana xxxx comenta com seu vizinho, Joaquim xxxxxxxx, a sua atual 
situação, este vendo a situação de sua vizinha Joana, e se aproveitando da real 
necessidade e desespero da mesma e sem nenhuma boa-fé, aproveitando-se da 
oportunidade para obter uma vantagem patrimonial, no qual sabendo que o 
carro na qual Joana estava vendendo, estava avaliado em r$ 50,000,00. 
(cinquenta mil reais) se omite, e usado de má-fé, para enriquecimento sem 
causa, oferece a Joana o valor de 20,000,00 (vinte mil reais). 
 Sendo assim Joana celebra o negócio Jurídico. No dia seguinte a celebração 
e tradição do negócio jurídico, Joana xxxxx, é informada que avó paterna de seu 
filho Marcos xxxx, já havia contratado outro Advogado e o mesmo já havia 
conseguido a liberdade através de um Habeas Corpus. Diante destes novos 
fatos, Joana retorna a residência de seu vizinho o sr. Joaquim, e lhe comunica-
lhe os fatos acontecidos, e pede para que fosse desfeito o negócio Jurídico, pois 
a venda do carro não mais se fazia necessária, sendo que o sr. Joaquim xxxxx, 
informa a mesma que não pretende de forma alguma, desfazer o negócio 
Jurídico. 
 
Fundamentos: 
Arts. (157 vicio – lesão), (422 / 113 boa-fé) e (104 capacidade), do código civil. 
Não restando dúvidas da lesão do vício, procedente a anulação do negócio 
jurídico. 
 
O art. 178, cc. declara a validade do prazo decadencial de 4 anos, sendo o fato 
ocorrido em 20 de dezembro de 2016, estando dentro do prazo legal. 
 
Pedido: 
Diante dos fatos expostos, peço requerimento a Vossa Excelência, a designação 
de audiência de mediação e conciliação. 
A citação da parte ré, para integralizar a presente demanda. 
Seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico celebrado 
entre as partes. 
 
A condenação do ônus da sucumbência 
 
Requerimento: 
Art. 369, CPC. 
Reter folhas de prova admitidas e documento testemunhal e pessoal. 
 
Valor da causa: (art. 292, II, CPC) 
Dá-se a causa r$ 20,000,00 (vinte mil reais). 
Em razão de Joana xxxxxxxxxx. 
 
Data: 23 de Fevereiro de 2017 
Adv. Xxxxxxxxx OAB xxxxxxxx. RJ. 
Caso 2 
 
EXECELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE 
FORTALEZA- CE 
 
FREDERICO SANTANA DA SILVA, BRASILEIRO, CASADO, ENGENHEIRO, 
PORTADOR DA CARTEIRA DE IDENTIDADE N° XXX, EXPEDIDA PELO DETRAN-
CE, INSCRITO NO CPF/MF SOB O Nº XXX, FREDERICOSS@HOTMAIL.COM, 
RESIDENTE À RUA NEMÉSIO BRAVO, N° XX FORTALEZA- CE, POR 
INTERMÉDIO DE SUA ADVOGADA SUBSCRITO, COM ENDEREÇO 
PROFISSIONAL À RUA CONDE DE BONFIM N° 32 FORTALEZA-CE, PARA FINS 
DO ART. 106, I, NCPC, VEM A ESTE JUIZO PROPOR: 
 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO 
 
PELO PROCEDIMENTO COMUM EM FACE DE GEOVANA GOMES, BRASILEIRA, 
SOLTEIRA, MÉDICA, PORTADORA DA CARTEIRA DE IDENTIDADE Nº XXX, 
EXPEDIDA PELO DETRAN-BA, INSCRITA NO CPF/MF SOB O Nº XXX, 
GEOGOMES@HOTMAIL.COM, RESIDENTE A RUA FLORINDA Nº XX, 
SALVADOR-BA, PELAS RAZÕES DE FATO E DIREITO QUE PASSA A EXPOR. 
 
DOS FATOS 
 
O autor foi surpreendido com uma ligação exigindo o pagamento da 
importância de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) pelo resgate de sua filha, Julia, 
que acabara de ser sequestrada. No dia 13 de janeiro de 2014, os sequestradores 
enviaram para residência de Frederico um pedaço da orelha de sua filha, 
acompanhada de um bilhete afirmando que caso não efetuasse o pagamento da 
importância exigida sua filha seria devolvida sem vida. 
Frederico, diante do desespero por somente ter arrecado o importe de R$ 
220.000,00 (duzentos e vinte mil reais), decidiu, no dia 16 de janeiro de 2014, 
vender seu único imóvel, uma casa de quatro quartos, com piscina, sauna, duas 
salas, cozinha, dependência de empregada, em um condomínio fechado, para sua 
prima Geovana, pelo valor de 80.000,00 (oitenta mil reais), exatamente o valor que 
faltava para completar o dinheiro arrecadado para o resgate. Dado por celebrado o 
contrato no dia 16 de janeiro de 2014 mediante pagamento no ato. Ressalta-se que, 
Geovana estava ciente do sequestro de Julia e da necessidade de seu primo em 
arrecadar o dinheiro exigido para o resgate, e ainda que o imóvel tenha como valor 
venal o importe de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais). 
Ocorre que no dia 20 de janeiro, após a celebração do contrato e antes do 
pagamento do resgate, a filha de Frederico foi encontrada pela policia com vida. 
Diante do ocorrido, o autor procurou Geovana desejando desfazer o acordo, contudo 
a ré se negou, e Frederico não logrou êxito. 
 
 
DOS FUNDAMENTOS: 
 
O direito do autor encontra-se amparado no art. 156 do Código Civil. 
 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade 
de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, 
assume obrigação excessivamente onerosa. 
 
É notório o aproveitamento de tal situação por parte da ré, 
evidenciando-se o que alguns doutrinadores chamam de dolo de aproveitamento, haja 
vista a diferença exorbitante do valor pago frente ao valor venal do imóvel. 
 
Não obstante a gravidade da situação do risco enfrentado pela filha 
do autor, fez com que o mesmo se sentisse coagido a vender o seu único imóvel por 
valor inferior. Por fim, a obrigação assumida foi excessivamente onerada. 
 
Mediante ao exposto evidenciando-se a lesão ao negócio jurídico 
realizado entre autor em face da ré, deve ser anulado com base no art. 171, II, e o art. 
178, I e II, ambos do Código Civil Brasileiro: 
 
 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: 
(...) 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra 
credores. 
 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que 
se realizou o negócio jurídico; 
 
 
A doutrina tem se manifestado no sentido de que: 
 
O negócio jurídico para ter eficácia, depende da manifestação da vontade do agente.É a pressão exercida sobre alguém através de uma operação psicológica é a coação 
civil, moral. A vítima vendo-se diante de uma ameaça e tentando salvar a si mesma 
ou uma pessoa da família, ou mesmo seus bens, é obrigada a concordar com os que 
a coagem. Segundo Clóvis Beviláqua a coação civil atua como “um estado de 
espírito em que o agente, perdendo a energia moral e a espontaneidade do querer, 
realiza o ato, que lhe é exigido”; 
 
DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer a V. Exa.: 
1-Que seja designada audiência de conciliação ou mediação na forma do previsto no 
art. 334 do NCPC; 
2- A citação do réu para oferecer resposta no prazo legal sob pena de preclusão, 
revelia e confissão; 
3- Notificação ao cartório de Registro Geral de Imóveis através de oficio sobre o 
litigio do imóvel; 
4- Que seja julgado procedente o pedido, condenação do réu ao pagamento das 
custas judiciais e honorárias advocatícios. 
 
DAS PROVAS 
 
DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). 
 
Pede deferimento. 
Rio de janeiro, 05 de setembro de 2016 
Advogado 
OAB/RJ Nº XXX 
 
Caso 03 
Gerson, brasileiro, solteiro, medico, residente em Vitoria/ES, é credor de Bernardo, viúvo, 
residente em Salvador /BA, conforme nota promissória no valor de R$80.000,00 (oitenta mil 
reais), já vencida em 10/10/2016. Ocorre que, Bernardo, dias após o vencimento da dívida e o 
não pagamento da mesma, fez uma doação, de seus dois imóveis, um localizado em na cidade 
de Aracruz e o outro localizado em Linhares, ambos no Espírito Santo, no valor de R$ 
300.000,00, para sua filha Janaina , menor impúbere, residente em Macaé /RJ, com sua genitora, 
com cláusula de usufruto vitalício em seu favor do próprio Bernardo , além da cláusula de 
incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais. Cumpre salientar que as dívidas de 
Bernardo ultrapassam a soma de R$ 400.000,00, sendo certo que o imóvel doado para sua filha 
está alugado para terceiros. Diante de tal situação, Gerson contrata seu serviço advocatício, para 
defesa de seus interesses, com o fim de anular a doação dos imóveis realizada pelo devedor 
Bernardo. Elabore a peça processual cabível. 
 
 
 
 
PEÇA INICIAL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À 
VARA CÍVEL Nº__DA COMARCA DE VITÓRIA-ES 
 
 
 
 
 
 
 
 GERSON, brasileiro, solteiro, médico, residente e domiciliado em Vitoria/ES, 
inscrito no registro geral sob o correspondente número:______ e no cadastro nacional 
de pessoas físicas Nº___________, vem, mui respeitosamente, através de seu 
advogado devidamente qualificado, PROPOR, PELO RITO COMUM, AÇÃO 
PAULIANA/REVOCATÓRIA PARA ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO 
GRATUITO, EM FACE DE BERNARDO, viúvo, residente em Salvador/BA, cujo cadastros 
nos registros gerais de pessoas físicas são ignorados, PELOS MOTIVOS QUE PASSA A 
EXPOR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA 
Requer o Autor, nos termos da lei nº 1.060 de 1950, que lhe seja deferido os 
benefícios da justiça Gratuita, tendo em vista em que o mesmo não pode arcar com 
as custas processuais e com os honorários advocatícios sem o prejuízo do sustento 
próprio. 
 
I.III. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
É competente o presente foro para a propositura da presente ação, haja vista 
o objeto do caso em tela tratar-se de ação revocatória de negócio jurídico gratuito, e no 
caso em questão, tem-se a cobrança de nota promissória, reconhecida como título 
executivo, nos termos do artigo 784, inciso I do CPC. Nesses termos: 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o 
cheque; (...) (CPC) 
 
Dito isto, por tratar-se de obrigação ainda a ser satisfeita (como bem esclarece 
o artigo 53, inciso III, alínea d), do código de processo civil pátrio), é de competência 
deste foro o ajuizamento da presente ação, tendo em vista, repisa-se, ser este o lugar 
onde deva ser satisfeita, e por não conter outra estipulação senão pagar na circunscrição 
onde fora emitida. Nesse sentido: 
 
Art. 53. É competente o foro: (...) 
III - do lugar: (...) 
 d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o 
cumprimento; (CPC) 
 
 
 
 
II. DOS FATOS 
 
 Ocorre que o Autor, é legítimo credor quirografário de Bernardo, conforme se extrai 
da nota promissória emitida em favor do mesmo no valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais), 
vencida em 10 de outubro de 2016, acostada aos autos. O cerne da ação está no fato de que 
Bernardo, dias após o vencimento da dívida e o não pagamento da mesma, fizera uma doação, 
de seus dois imóveis, um localizado em na cidade de Aracruz e o outro localizado em Linhares, 
ambos no Espírito Santo, no valor de R$ 300.000,00, para sua filha Janaina, menor impúbere, 
residente em Macaé /RJ, com sua genitora, com estabelecimento de cláusula de usufruto 
vitalício em favor do próprio Executado, além da cláusula de incomunicabilidade, conforme 
Certidão de Ônus Reais. Cumpre ressaltar que as dívidas de Bernardo já ultrapassam a soma de 
R$ 400.000,00, e o imóvel doado para sua filha encontra-se alugado para terceiros. 
 
 
 
III. DO MÉRITO 
 III. I. DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 Excelência, o negócio jurídico do caso ora sob análise, não deixa dúvidas sobre 
passividade de anulação, visto tratar-se de patente meio ilícito utilizado pelo devedor 
com o fito de resguardar os imóveis de uma possível execução judicial, proveniente, pois, 
das inúmeras dívidas que o Réu possui. Tanto é que as doações se deram, de modo 
impudico, acrescente-se, logo após o vencimento da dívida contraída, tornando-se 
insolvente. Restando em nítida fraude contra os credores, sujeitando-se, assim, a 
anulação das transações, em consonância ao que dita o artigo 158 do código civil 
pátrio. Nesse sentido: 
 
 Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, 
se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, 
ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, 
como lesivos dos seus direitos. (CC) 
 
Cumpre ressaltar que o negócio jurídico também está eivado do vício de 
nulidade, haja vista a flagrante simulação da doação ocorrida a menor impúbere, com 
o estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício para o Réu, mantendo este, o 
domínio de fato sobre os bens, e que outro objetivo não seria tal cláusula, senão burlar 
a justiça e os direitos dos credores, em uma ação executiva judicial? Nesse sentido 
expõe o artigo 167 do código civil: 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas 
daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; (CC) 
 Deste modo, por todo exposto, requer o Autor, a anulação do negócio jurídico 
gratuito que ocorrera no caso aqui discutido, tendo em vista o claro objetivo de ferir o 
direito do credor. 
 
III. II. DO TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL 
 O Autor emitiu em favor do ora Réu nota promissória no valor de R$ 80.000,000 
(oitenta mil reais), sendo que o seguinte título executivo se resta vencido desde 10 de 
outubro de 2016, com isso, o Autor tornara-se legítimo credor quirografário de quantia 
líquida, certa e exigível (no atendimento do que dispõe o artigo784, II do CPC), não 
conseguindo, frise-se, até a presente data, conciliar com o devedor, meios para saldar 
a dívida contraída, muito pelo contrário, a bem verdade, fora surpreendido com os 
recursos danosos utilizados pelo Réu afim de guarnecer seu patrimônio e deixar seus 
credores sem possibilidades de recuperarem os créditos expedidos, ou em outras 
palavras, “ a ver navios”. Nesses termos: 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
 
 
III. III. DA PENHORA E ALIENAÇÃO DOS BENS DO EXECUTADO 
 Excelência, uma vez constatada a nítida fraude contra os direitos de legítimos 
credores empregada pelo Réu, e a vista de tal repugnante ato, o douto magistrado 
declare a anulação dos negócios jurídicos ocorridos, vem, o Autor, desde logo, 
requerer a alienação ou a penhora dos bens do mesmo, afim de que, deste modo, 
seja devidamente pago a dívida na quantia certa contraída, ou ainda, caso assim 
julgue o nobre magistrado, o Credor, desde logo, declara que aceita receber as 
quantias relativas aos alugueis dos imóveis até que ocorra o efetivo pagamento total 
do débito, qual seja o montante de R$ 80.000,000 (oitenta mil reais), como é sabido, 
tais bens encontram-se alugados e rendendo frutos financeiros ao Réu. Nesse 
sentido: os artigos 824, 825 e 831 do CPC: 
 
Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de 
bens do executado, ressalvadas as execuções especiais. 
Art. 825. A expropriação consiste em: 
I - adjudicação; 
II - alienação; 
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de 
estabelecimentos e de outros bens. 
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para 
o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos 
honorários advocatícios. (CPC) 
 
 
 
 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva anulabilidade do negócio 
jurídico celebrado, requer o Autor: 
I. A declaração anulatória do negócio jurídico gratuito 
que ocorrera no caso aqui discutido, tendo em vista o 
claro objetivo de fraudar o direito do credor ora Autor, 
nos termos do artigo 158 do CC; 
II. Do reconhecimento do título extrajudicial que deu 
início a ação proposta, por ocorrência de sua quantia 
certa, líquida e exigível, em atendimento ao que dispõe 
o artigo 784, II do CPC; 
III. Deixar expresso a possibilidade receber as quantias 
relativas aos alugueis dos imóveis até que ocorra o 
efetivo pagamento total do débito, qual seja o montante 
de R$ 80.000,000 (oitenta mil reais), como é sabido, tais 
bens encontram-se alugados e rendendo frutos 
financeiros ao Réu; 
IV. Protestar em provar o alegado por todos os meios de 
provas em direito admitidos, estando já em poder do 
título executivo extrajudicial devidamente assinado pelo 
devedor, acostado aos autos; 
V. Deixar expresso a possibilidade para audiência de 
mediação e conciliação; 
VI. Honorários advocatícios em 20% sobre o valor da 
causa. 
VII. O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto 
que o mesmo é pobre no sentido jurídico do termo. 
 
 
 
 
 Dar-se-á o valor da causa em R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Fortaleza-Ce, segunda-feira, 06 de março de 2017. 
 
 
OAB/CE XX.XXX-X 
 
 
 
CASO 
CONCRETO 
4 
 
Joaquim Maranhão, Antônio Maranhão e Marta Maranhão, todos residentes e 
domiciliados em Nova Friburgo/RJ, procuraram seu escritório, a fim de que promova 
medida judicial para resguardo de seus interesses, pois seus pais, Manuel Maranhão 
e Florinda Maranhão, com o objetivo de ajudar o neto, Ricardo Maranhão, filho de 
Marta, que não possuía casa própria, venderam-lhe um de seus imóveis, neste caso, 
representado por um sitio situado na rua Bromelia, nº138, Centro, Petrópolis/RJ., pelo 
preço certo e ajustado de R$200.000,00 (duzentos mil reais), através de Escritura de 
Compra e Venda lavrada no dia 20/09/2015, no Cartório do 4º Ofício da de Nova 
Friburgo e devidamente transcrita no Registro de Imóveis competente, sem que os 
demais filhos se manifestassem sobre o referido ato jurídico. Os alienantes e ao 
adquirente residem na cidade de Nova Friburgo /RJ Esclarecem ainda, que não 
concordam com o mencionada venda, visto que, o valor de mercado do imóvel, na 
época da realização do negócio jurídico, era de R$350.000,00. Elaborar a peça 
processual cabível, para invalidar a venda do imóvel e por consequência para 
resguardar os direitos de seus clientes. 
 
 
PEÇA INICIAL: 
 
 
 
 
 
 
 
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À 
VARA CÍVEL Nº__DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO-RJ 
 
 
 
 
 
 JOAQUIM MARANHÃO, ANTÔNIO MARANHÃO E MARTA MARANHÃO, 
irmãos, brasileiros, estados civis ignorados, residentes e domiciliados em Nova 
Friburgo-RJ, inscritos no registro geral sob os correspondentes números:______ e no 
cadastro nacional de pessoas físicas Nºs___________, vêm, mui respeitosamente, 
através de seu advogado devidamente qualificado em procuração acostada aos autos, 
com registro na ordem dos advogados do Brasil sob o nº: XXX-XX-CE, PROPOR, EM 
LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO UNITÁRIO, PELO RITO COMUM, AÇÃO REAL 
ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO DE COMPRA E VENDA CUMULADO COM 
PEDIDO DE CANCELAMENTO DE REGISTRO DE ESCRITURA PÚBLICA DO 
IMÓVEL ATINGIDO, em face de MANUEL MARANHÃO e FLORINDA MARANHÃO, 
pais dos autores, brasileiros, casados, residentes e domiciliados em Nova Friburgo-
RJ, identificados sob os respectivos números de registro geral de pessoas físicas 
ignorados, PELOS MOTIVOS QUE PASSA A EXPOR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA 
Requer os Autores, nos termos da lei nº 1.060 de 1950, e do artigo 98 e 
seguintes do CPC, que lhes sejam deferidos os benefícios da justiça Gratuita, tendo 
em vista em que os mesmos não podem arcar com as custas processuais e com os 
honorários advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio e de suas famílias. Nesse 
sentido: 
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com 
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas 
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da 
justiça, na forma da lei. (CPC) 
 
 
I.III. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
É competente o presente foro para a propositura desta ação anulatória, haja 
vista o cerne do caso em tela tratar-se de discursão acerca da efetiva validade de negócio 
jurídico de compra e venda, e com isso, resta-se nítido tratar-se de direito pessoal, 
podendo, pois, a presente demanda ser postulada no domicílio dos réus, conforme 
dicção do artigo 46, caput, do CPC/15. Nesses termos: 
 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre 
bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. 
(CPC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
II. DOS FATOS 
 
 Ocorre que os Réus Manuel Maranhão e Florinda Maranhão, pais dos Autores, 
com o objetivo de ajudar o neto, Ricardo Maranhão, filho de Marta, que não possuía 
casa própria, venderam-lhe um de seus imóveis, no caso em tela, um sitio situado na 
Rua Bromélia, nº138, Centro, Petrópolis/RJ., por preço certo e ajustado em 
R$200.000,00 (duzentos mil reais), venda consagrada através de Escritura de Compra 
e Venda lavrada no dia 20/09/2015, no Cartório do 4º Ofício da de Nova Friburgo e 
devidamente transcrita no Registro de Imóveis competente. O negócio jurídicofora 
celebrado sem a expressa anuência dos demais filhos acerca do referido contrato de 
compra e venda. É o que se tem de mais imperioso a relatar. Passa-se agora à análise 
do mérito da questão. 
 
III. DO MÉRITO 
 III. I. DA ANULABILIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 Excelência, o negócio jurídico do caso ora sob análise, não deixa dúvidas sobre 
a sua passividade de anulação, por inequívoco convencimento de que ocorrera a venda 
do imóvel sem o consentimento expresso dos demais descendentes, havendo, pois a 
possibilidade de anulação nos termos do artigo 496 do CC e jurisprudência pacificada 
no Superior Tribunal de Justiça. Veja-se. 
 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os 
outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente 
houverem consentido. (CC) 
 
RECURSO ESPECIAL Nº 953.461 - SC (2007/0114207-8) (f) 
RELATOR: MINISTRO SIDNEI BENETI 
RECORRENTE : PATRICK SANTOS GOMES 
ADVOGADO : ALEX SANDRO SOMMARIVA 
RECORRIDO : ARLEY GOMES E OUTRO 
ADVOGADO : CRISTIAN ESMERALDINO FERREIRA 
EMENTA 
DIREITO CIVIL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE SEM 
ANUÊNCIA DOS DEMAIS. ANULABILIDADE. REQUISITOS DA 
ANULAÇÃO PRESENTES. 
1.- Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário, 
a alienação feita por ascendente à descendente é, desde o regime 
originário do Código Civil de 1916 (art. 1132), ato jurídico anulável. 
Tal orientação veio a se consolidar de modo expresso no novo 
Código Civil (CC/2002, art. 496). 
2.- Além da iniciativa da parte interessada, para a invalidação desse ato 
de alienação é necessário: a) fato da venda; b) relação de ascendência e 
descendência entre vendedor e comprador; c) falta de consentimento de 
outros descendentes (CC/1916, art. 1132), d) a configuração de 
simulação, consistente em doação disfarçada (REsp 476557/PR, Rel. Min. 
NANCY ANDRIGHI, 3ª T., DJ 22.3.2004) ou, alternativamente, e) a 
demonstração de prejuízo (EREsp 661858/PR, 2ª Seção, Rel. Min. 
FERNANDO GONÇALVES, Dje 19.12.2008; REsp 752149/AL, Rel. Min. 
RAUL ARAÚJO, 4ª T., 2.10.2010). 
3.- No caso concreto estão presentes todos os requisitos para a anulação 
do ato. 
4.- Desnecessidade do acionamento de todos os herdeiros ou citação 
destes para o processo, ante a não anuência irretorquível de dois deles 
para com a alienação realizada por avô a neto. 
5.- Alegação de nulidade afastada, pretensamente decorrente de 
julgamento antecipado da lide, quando haveria alegação de não simulação 
de venda, mas, sim, de efetiva ocorrência de pagamento de valores a título 
de transferência de sociedade e de pagamentos decorrentes de 
obrigações morais e econômicas, à ausência de comprovação e, mesmo, 
de alegação crível da existência desses débitos, salientando-se a não 
especificidade de fatos antagônicos aos da inicial na contestação (CPC, 
art. 302), de modo que válido o julgamento antecipado da lide. 
6.- Decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina subsistente, Recurso 
Especial improvido. (Grifos nossos) 
 Deste modo, por todo exposto, requer os Autores, a declaração de anulação do 
contrato de compra e venda do imóvel aqui discutido. 
 
III. II. DO CANCELAMENTO DO REGISTRO DA ESCRITURA PÚBLICA DO 
IMÓVEL 
 Conforme se demonstrou no tópico anterior, uma vez julgado pelo ínclito 
Magistrado a nulidade do contrato de compra e venda firmado no caso ora sob análise, 
deve-se ater-se, em ato contínuo, acerca da carência de cancelamento do registro da 
escritura pública que se deu na data de 20 de setembro de 2015, em consonância ao 
dispõe o artigo 250, inciso I, da Lei de registros públicos (lei nº 6015/73), devendo 
regressar a propriedade do bem imóvel em questão aos antigos donos. 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva anulabilidade do negócio 
jurídico celebrado, requer, desde logo, os Autores: 
I. A declaração de anulação do contrato de compra e 
venda do imóvel aqui discutido, nos termos do artigo 496 
do CC; 
II. O cancelamento do registro da escritura pública, 
tendo em vista a patente ilegalidade do ato originário, 
devendo, pois, ocorrer a expedição de ofício à 
autoridade competente para que haja a efetiva 
regressão do direito de propriedade aos antigos donos 
do imóvel; 
III. Protestar em provar o alegado por todos os meios de 
provas em direito admitidos, estando já em poder de 
certidões de nascimento, cópia da escritura pública do 
imóvel; 
V. Deixar expresso a NÃO POSSIBILIDADE para 
audiência de mediação e conciliação; 
VI. Honorários advocatícios em 20% sobre o valor da 
causa. 
VII. O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto 
que os mesmos são pobres no sentido jurídico do termo. 
 
 
Dar-se-á o valor da causa em R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Advogado/oab 
Fortaleza-Ce, segunda-feira, 27 de março de 2017. 
 
CASO 
5Descrição 
Paulo, 65 anos de idade , brasileiro, viúvo, militar da reserva, residente na Rua Bauru, 
371, Brusque /SC , era proprietário de um imóvel de veraneio situado na Rua Rubi nº 
350, Balneário Camboriú/SC , juntamente com sua irmã Judite , brasileira, solteira , 
advogada , residente na Rua dos Diamantes ,123, Brusque/SC. Em 15/12/2016, 
Judite, utilizando-se da procuração outorgada por Paulo, em novembro de 2011, que 
continha poderes especiais e expressos para alienação, alienou para Jonatas, 
espanhol, casado , comerciante e sua esposa Juliana, basileira, casada , ambos 
residente na Rua Jirau, 366, Florianópolis , o imóvel do casal pelo valor de 
R$150.000,00 ( cento e cinqüenta mil reais). Ocorre que tal procuração havia sido 
revogada por Paulo em 16/11/2016 sendo certo que o titular do Cartório do 1º Ofício 
de Notas onde foi lavrada a procuração, bem como sua irmã foram devidamente 
notificados da revogação em 05/12/2016, ou seja, dez dias antes da alienação. Paulo 
só teve ciência da alienação no dia 1º de fevereiro de 2017 ao chegar no imóvel e ver 
que o mesmo estava ocupado por Jonatas e sua esposa. Diante dos fatos narrados e 
visando o desfazimento do negócio jurídico promova a ação judicial cabível para a 
defesa dos interesses de Paulo . 
 
 
 
 
PEÇA INICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À 
VARA CÍVEL Nº__DA COMARCA DE BRUSQUE-SC 
 
 
 
 
 
 
 
 PAULO, brasileiro, viúvo, militar da reserva, idoso na forma da lei, residente e 
domiciliado na Rua Bauru, 371, Brusque/SC, inscrito no registro geral sob o 
correspondente número:______ e no cadastro nacional de pessoas físicas 
Nº___________, vem, mui respeitosamente, através de seu advogado devidamente 
qualificado, PROPOR, PELO RITO COMUM, AÇÃO DECLARATÓRIA DE 
NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO CUMULADO COM REINTEGRAÇÃO DE 
POSSE E PEDIDO DE LIMINAR, EM FACE DE JUDITE, brasileira, solteira, 
advogada, residente na Rua dos Diamantes, n° 123, Brusque/SC, e de JONATAS, 
espanhol, casado, comerciante e sua esposa JULIANA, brasileira, casada, ambos 
residentes na Rua Jirau, 366, Florianópolis cujo cadastro nos registros gerais de pessoas 
físicas é ignorado, PELOS MOTIVOS QUE PASSA A EXPOR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA 
Requer o Autor, nos termos da lei nº 1.060 de 1950 e do artigo 98 e seguintes 
do CPC, que lhe seja deferido os benefícios da justiça Gratuita, tendo em vista em 
que o mesmo não pode arcar com as custas processuais e com os honorários 
advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio. 
 
I.III. DA COMPETÊNCIADO JUÍZO 
É competente este foro para a propositura da presente ação, haja vista o objeto 
do caso em tela ser o direito de moradia, da dignidade da pessoa humana do idoso, 
previsto em seu estatuto (Lei nº 10.741/03), e com clara disposição no código de 
processo civil, ao teor do artigo 53, inciso III, alínea “e”. Veja-se: 
 
Art. 53. É competente o foro: 
III - do lugar: (...) 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito 
previsto no respectivo estatuto; (CPC) 
 
I.IV. DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA 
 O Autor da presente demanda, é pessoa idosa na forma da lei, o mesmo já 
possui 65 (sessenta e cinco) anos de idade, com isso o arrimo da tramitação prioritária 
na prestação jurisdicional se faz necessário, devendo sua causa ter prioridade de análise 
e celeridade em toda a tramitação de atos, diligências e procedimentos do feito, 
Conforme o que aduz o artigo 71 da Lei nº 10.741/03 (Estatuto do idoso) e o artigo 1.048 
do CPC. Nesse ínterim: 
 
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e 
procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que 
figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior 
a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. (Lei nº 10.741/03) 
 
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou 
tribunal, os procedimentos judiciais: 
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade 
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença 
grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, 
inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988. (CPC) 
 
I.V. DA NECESSIDADE DO LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. 
 Excelência, como se verá no decorrer do presente feito, tornar-se-á 
explicitamente necessário o estabelecimento do litisconsórcio passivo necessário 
simples, tendo em vista a conexão entre os pedidos e a causa de pedir que o feito 
reclama perante os Réus, e ainda, podendo-se acrescentar o contexto fático e jurídico 
do caso exposto. Nos termos do artigo 113 e 114 e seguintes do CPC: 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo 
processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela 
causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato 
ou de direito. (CPC) 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei 
ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a 
eficácia da sentença depender da citação de todos que devam 
ser litisconsortes. (CPC) 
 
 
 
II. DOS FATOS 
Ocorre que o Sr. Paulo, já qualificado devidamente em alhures, era proprietário 
de um imóvel de veraneio situado na Rua Rubi nº 350, na cidade de Balneário 
Camboriú/SC, e outorgou procuração com poderes especiais e expressos para 
alienação a sua irmã, Judite, advogada. No seguimento dos fatos, em 15/12/2016, 
Judite, utilizando-se da procuração outorgada por Autor desta demanda, em 
novembro de 2011, alienou o imóvel em questão para Jonatas, e sua esposa Juliana. 
Entretanto, antes da concretização do referido negócio jurídico, a procuração especial 
havia sido revogada pelo Sr. Paulo, em 16/11/2016, sendo que o titular do Cartório do 
1º Ofício de Notas onde foi lavrada a procuração, bem como sua irmã foram 
devidamente notificados da revogação em 05/12/2016, exatos dez dias antes da 
alienação. O Sr. Paulo só teve ciência da alienação no dia 1º de fevereiro de 2017 ao 
chegar no aludido imóvel e ver que o mesmo estava ocupado por Jonatas e sua 
esposa. É o que se há de mais importante para se relatar. Passa-se agora a exposição 
do mérito. 
 
III. DO MÉRITO 
 III. I. DA NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 Registre-se, desde logo, que o negócio jurídico firmado no caso ora sob análise, 
padece de patente nulidade na celebração da avença referida, uma vez que a 
procuração outrora outorgada já estava revogada à época da venda, eivando a 
alienação em um nítido negócio jurídico viciado pela ilegalidade. Ilegalidade esta 
expressa pelo ato do mandatário deposto, que exercera mandato sem acatamento 
aos preceitos obrigatórios que se pode extrair do artigo 662 do código civil, quais 
sejam, ter poderes suficientes para a execução do ato, indo, dessa maneira, ao 
encontro do que se dispõe no artigo 166, inciso V, do mesmo código, ceifando 
mortalmente de nulidade o negócio jurídico entre as partes. Nesse teor: 
 
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha 
sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo 
nome foram praticados, salvo se este os ratificar. (CC) 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para 
a sua validade; (CC) 
 
III. II. DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR 
 Seguindo os princípios da economia e celeridade processuais vigentes no 
nosso código de processo civil, o Autor, desde logo, requer que uma vez reconhecida 
a patente ilegalidade da alienação do imóvel pelo douto Magistrado, em ato contínuo, 
reconheça o esbulho sofrido pelo legítimo proprietário do imóvel em questão. Levando 
em consideração que o Autor resta-se impedido de adentrar na casa que à luz de todo 
direito, lhe pertence. Nessa toada, faz-se mister o concessão de liminar, inaudita 
altera pars, para reintegração de posse em face da Senhora Juliana e seu esposo 
Jônatas, também réus no caso exposto, visto que os mesmos constituíram residência 
no local e impedem o retorno do genuíno possuidor. Contudo, não custa rememorar 
acerca da possibilidade de uma possível ação de regressiva contra o vendedor 
impróprio, haja vista o crucial motivo determinante que os levaram ao polo passivo 
desta demanda. Nesse teor: 
 
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação e reintegrado em caso de esbulho. (CC) 
 
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz 
deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de 
manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o 
autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para 
comparecer à audiência que for designada. (CC) 
 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva nulidade do negócio jurídico 
celebrado, o Autor, desde logo requer: 
 
I. A declaração de nulidade do negócio jurídico que 
ocorrera no caso aqui discutido, tendo em vista o 
claro ato ilegal que se sucedeu na venda sem 
procuração válida, à vista do que se expressa nos 
artigos 166, inciso V, e 662, todos do código civil; 
II. O reconhecimento do esbulho sofrido pelo 
legítimo proprietário do imóvel em questão, ora 
Autor, levando em conta que o Autor resta-se 
impedido de adentrar na casa que à luz de todo 
direito, lhe pertence. Assim sendo, faz-se mister 
o concessão de liminar, inaudita altera pars, 
para reintegração de posse em face dos Réus 
Juliana e Jônatas, visto que os mesmos 
constituíram residência no local e impedem o 
retorno do genuíno possuidor. Ressaltando 
acerca da possibilidade de uma possível ação de 
regressiva contra o vendedor impróprio, haja vista 
este o crucial motivo determinante que os 
levaram ao polo passivo desta demanda; 
III. Protestar em provar o alegado por todos os meios 
de provas em direito admitidos, estando já empoder da notificação sobre a revogação do 
mandato, enviada em 16/11/2016 pelo mesmo a 
autoridade competente e exatamente dez antes 
da alienação do imóvel, devidamente acostado 
aos autos do presente feito; 
IV. Deixar expresso a não possibilidade para 
audiência de mediação e conciliação; 
V. Honorários advocatícios estabelecidos em 20% 
sobre o valor da causa. 
VI. O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto 
que o mesmo é pobre no sentido jurídico do 
termo. 
VII. A tramitação prioritária da presente demanda, 
em razão de ser pessoa idosa na forma da lei, 
devendo, pois ter a prioridade de análise e 
celeridade em toda a tramitação dos atos, 
diligências e procedimentos do feito, Conforme o 
que aduz o artigo 71 da Lei nº 10.741/03 (Estatuto 
do idoso) e o artigo 1.048 do CPC. 
 
 
 Dar-se-á o valor da causa em R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
 
Fortaleza-Ce, segunda-feira, 20 de março de 2017. 
 
Advogado/OAB/CE XX.XXX-X 
 
CASO 6 
Descrição 
(EXAME ? OAB ? SP ? 130º ? 2ª fase, ADAPTADO) 
Samuel, por força de um contrato escrito, domiciliado em Campo Grande/MS, deveria 
restituir o cavalo mangalarga chamado “Tufão”, avaliado em R$ 10.000,00, para 
Bernardo, que mora na cidade de Dourados/MS, no dia 02 do mês de outubro/2016. 
Até o mês de janeiro de 2017, Samuel ainda não o havia restituído por pura desídia, 
quando uma forte chuva causou a morte do cavalo, o que foi inevitável devido à altura 
atingida pela água, bem como à sua força. 
Bernardo procura você, advogado, para ingressar com ação no Juizado Especial 
Cível, no intuito de defender os seus interesses. Desta forma, promova a medida 
judicial mais adequada, considerando o inadimplemento contratual, mora, e perdas e 
dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEÇA INICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À 
VARA CÍVEL Nº__DA COMARCA DE DOURADOS-MS 
 
 
 
 
 
 
 
 BERNARDO, brasileiro, residente e domiciliado na Rua Bauru, 371, Dourados/MS, 
inscrito no registro geral sob o correspondente número:______ e no cadastro nacional 
de pessoas físicas em Nº___________, vem, mui respeitosamente, através de seu 
advogado devidamente qualificado em procuração acostada aos autos, PROPOR, 
PELO RITO COMUM, AÇÃO INDENIZATÓRIA DE REPARAÇÃO DE PERDAS E 
DANOS, EM FACE DE SAMUEL, brasileiro, residente na Rua dos Diamantes, n° 123, 
Campo Grande/MS, cujo cadastro nos registros gerais de pessoas físicas é ignorado, PELOS 
SEGUINTES FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS QUE SE PASSA A EXPOR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA 
Requer o Autor, sob o arrimo do que expressa a lei nº 1.060 de 1950, do artigo 
98 e seguintes do CPC e do artigo 5º, LXXIV da CF, que lhe seja deferido os benefícios 
da justiça Gratuita, tendo em vista de que o mesmo não pode arcar com as custas 
processuais e com os honorários advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio. 
 
I.III. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, uma vez que 
o objeto do caso tem como característica uma obrigação de comodato gratuito (art. 579 
do CC), estabelecido em contrato escrito, donde se pode visualizar que o referido 
compromisso deveria ser satisfeito no domicílio do Autor, que, no entanto não foi 
cumprido em momento algum pelo Réu, incorrendo assim em estado de mora até o 
surgimento do caso fortuito em que ocasionou a perda do bem aqui aludido, causando 
efetivos danos ao Autor. Com isso, é expressão nítida no código de processo civil de 
2015, no artigo 53, inciso IV, alínea “a)” a competência desta jurisdição para a apreciação 
da seguinte demanda. Nesses termos: 
Art. 53. É competente o foro: (...) 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; (CPC/2015) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II. DOS FATOS 
O presente caso concreto versa sobre o estabelecimento do contrato de 
comodato escrito pelo Sr. Bernardo, ora Autor, em favor do Sr. Samuel, pertencente 
ao polo passivo desta ação, sendo o objeto da avença o cavalo de espécie manga-
larga, o qual tinha por nome “Tufão”, avaliado em R$ 10.000,00 (dez mil reais). O bem 
deveria ser restituído, conforme contrato, no dia 02 do mês de outubro de 2016. No 
entanto, até o mês de janeiro de 2017 não houvera a devolução por Samuel, 
ressaltando que fora constatado a desídia do mesmo para restituir o equino. A mora 
perdurou até a chegada de um forte temporal no local onde permanecia o animal, 
causando sua morte em decorrência da altura atingida pela água, bem como à sua 
força. Assim, se finda o relato dos fatos, passa-se agora à exposição dos fundamentos 
do direito material. 
 
 
III. DO MÉRITO 
 III. I. DA RESPONSABILIDADE ORIUNDA DA MORA 
 Excelência, como será efetivamente demonstrado no feito, e por força da 
higidez das provas acostadas nos autos, o caso em tela é oriundo de um contrato 
escrito de comodato gratuito, sendo que o objeto do acordo firmado fora um equino 
de raça manga-larga, cujo nome o dono deu-lhe “Tufão”, o animal era avaliado em 
expressiva quantia, cerca de dez mil reais, tinha utilidade para Autor na reprodução 
da linhagem, em exposições, bem como em turfes, ou seja, constata-se, de plano, a 
relevante importância do animal para o Sr. Bernardo. 
Voltando ao teor da avença firmada, fora estabelecido que o equino deveria ser 
devolvido até o dia 02 de outubro de 2016, isto é, fora firmada uma obrigação positiva, 
no entanto, até a ocorrência do evento trágico, em que o animal veio a falecer, como 
já referido, até o mês de janeiro de 2017, o cavalo não foi devolvido por pura e 
repulsiva desídia do Sr. Samuel, ora Réu. Com isso, vislumbra-se uma inequívoca 
mora de mais de dois meses, fato notório e originário da culpabilidade na causa da 
morte do animal. Afasta-se, desde logo, qualquer argumento de ocorrência de caso 
fortuito, impassível de modificação se o equino estive sob qualquer outra guarda. O 
que se constata é o grave dano sofrido pelo Sr. Bernardo, que não mais contará com 
seu animal, quando perdera um bem de importe considerável por puro desleixo do Sr. 
Samuel. 
Felizmente, o nosso código civil nos traz, de modo esclarecedor, a 
responsabilidade do devedor que se encontra em demora em sua obrigação. Nos 
termos dos artigos 394, 395, 397 e 399 do aludido regramento, aquele que estiver em 
atraso com a obrigação em que se estabeleceu, responde pelos prejuízos a que sua 
mora der causa, acrescidos de juros, correção monetários e honorários advocatícios. 
Dito isso, sem sombra para dúvidas, vê-se inequívoca a culpa do Réu no fato ocorrido. 
Se estivesse cumprida em tempo a devolução do animal, o evento fatal não se 
efetivaria. Tanto é que a chuva torrencial que se deu no lugar em que estava o cavalo, 
não ocorrera onde o Autor residia, afastando, assim, qualquer isenção na de 
culpabilidade, ou que o dano sobreviveria ainda que se fosse efetuada a devolução 
em tempo hábil. Nesse sentido: 
 
Da Mora 
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o 
pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e 
forma que a lei ou a convenção estabelecer. 
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der 
causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo 
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
Art. 397. O inadimplementoda obrigação, positiva e líquida, no seu 
termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. 
 
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da 
prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito 
ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se 
provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando 
a obrigação fosse oportunamente desempenhada. (Grifos 
nossos) 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva nulidade do negócio jurídico 
celebrado, o Autor, desde logo requer: 
 
I. A reparação do dano sofrido acrescido de 
indenização por perdas e danos, juros e 
correção monetária em decorrência da mora 
do devedor, e honorário advocatícios, a qual 
se dará em 20% sobre o valor da causa, nos 
termos do que dispõe os artigos 394, 395, 397 e 
399, todos do código civil pátrio; 
II. Protestar em provar o alegado por todos os meios 
de provas em direito admitidos, estando já em 
poder do contrato de comodato firmado entre as 
partes, o qual facilmente se extrai a lesividade da 
mora em se deu o Réu; 
III. Deixar expresso a possibilidade para audiência 
de mediação e conciliação; 
IV. Honorários advocatícios estabelecidos em 20% 
sobre o valor da causa. 
V. O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto 
que o mesmo é pobre na forma da lei. 
 
 
 Dar-se-á o valor da causa em R$ 10.000,00 (dez mil reais). 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Fortaleza-Ce, segunda-feira, 13 de abril de 2017. 
 
 
Advogado/OAB/CE XX.XXX-X 
CASO 7 
(36º Exame de Ordem – OAB/RJ – 2ª Fase – Peça Profissional – Civil) – modificado. 
Marcos, brasileiro, pedreiro, casado, domiciliado na rua Bérgamo 123, apt. 205, na 
cidade de Araçatuba – SP, caminhava por uma rua de Recife – PE quando foi atingido 
por um aparelho de ar-condicionado manejado, de forma imprudente, por Roberto, 
comerciante e proprietário de uma padaria. Encaminhado a um hospital particular, 
Marcos faleceu após estar internado por um dia. Maria, esposa de Marcos, 
profundamente abalada pela perda trágica do seu esposo, deslocou-se até Recife – 
PE e transportou o corpo para Araçatuba – SP, local do sepultamento. O falecido não 
deixou filhos. Sabe-se, ainda, que Marcos tinha 50 anos de idade, era responsável 
pelo seu sustento e de sua esposa e conseguia obter renda média mensal de um 
salário mínimo como pedreiro. Sabe-se, também, que os gastos hospitalares 
somaram R$ 3.000,00 e os gastos com transporte do corpo e funeral somaram 
R$3.000,00. No inquérito policial, após o laudo da perícia técnica apontar como causa 
da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-
condicionado, Paulo foi indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em 
primeira instância como autor de homicídio culposo. A viúva procura você advogado 
para buscar em juízo o direito à indenização pelos danos decorrentes da morte de 
Marcos. 
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado (a) 
procurado (a) pela família de Marcos, a petição inicial da ação judicial adequada ao 
caso, abordando todos os aspectos de direito material e processual pertinente. 
 
 
PEÇA INICIAL 
 
 
 
 
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À 
VARA CÍVEL Nº__DA COMARCA DE ARAÇATUBA-SP 
 
 
 
MARIA, viúva e representante legítima do Sr. Marcos, brasileira, residente e 
domiciliada na Rua Bérgamo, nº 123, apt. 205, na cidade de Araçatuba – SP, inscrita no 
registro geral sob o correspondente número:______ e no cadastro nacional de 
pessoas físicas sob o Nº___________, vem, mui respeitosamente, através de seu 
advogado devidamente qualificado em procuração acostada aos autos, PROPOR, 
PELO RITO COMUM, AÇÃO INDENIZATÓRIA DE REPARAÇÃO DE DANOS 
MORAIS E MATERIAIS, CUMULADO COM PENSÃO POR MORTE, EM FACE DE 
ROBERTO, comerciante, brasileiro, residente na Rua dos Diamantes, n° 123, Recife – 
PE, cujo cadastro nos registros gerais de pessoas físicas é ignorado, PELOS SEGUINTES 
FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS QUE SE PASSA A EXPOR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA 
Requer a Autora, sob o arrimo do que expressa a lei nº 1.060 de 1950, do artigo 
98 e seguintes do CPC e do artigo 5º, LXXIV da CF, que lhe seja deferido os benefícios 
da justiça Gratuita, tendo em vista de que a mesma não pode arcar com as custas 
processuais e com os honorários advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio. 
 
I.III. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, tendo em 
vista as circunstâncias originárias da ação, o homicídio culposo já reconhecido por 
sentença judicial. A vista disso, e conforme expressão exposta no artigo 53 do nosso 
código de processo civil cabe ao autor a possibilidade de escolher propor a ação para 
reparação de dano tanto em seu domicílio quanto no local onde ocorrera o fato. Nesse 
sentido: 
Art. 53. É competente o foro: (...) 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de 
reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de 
veículos, inclusive aeronaves. (CPC/2015) 
 
 
II. DOS FATOS 
O presente caso tem como tem como início o fato de que o Sr. Marcos, esposo 
da Senhora Maria, ora Autora, enquanto caminhava por uma Rua na cidade de Recife 
– PE, fora atingido por um aparelho de ar-condicionado que era manejado pelo Sr. 
Roberto, ora Réu, que é comerciante e proprietário de uma padaria localizada no local 
aludido. O Sr. Marcos, ainda vivo, mas gravemente ferido, fora encaminhado a um 
hospital particular. Contudo, em virtude da gravidade dos ferimentos, o mesmo veio a 
falecer após estar internado por um dia. 
A senhora Maria, esposa de Marcos, profundamente abalada pela perda 
repentina e trágica do seu esposo, tivera que se deslocar até a cidade de Recife – PE 
para poder efetivar o translado do corpo de volta para casa, na cidade de Araçatuba 
– SP, onde ocorrera o sepultamento. O falecido não deixou filhos, sendo que o mesmo 
já possuía 50 anos de idade, era o único responsável pelo seu sustento e de sua 
esposa, com uma renda nunca superior a um salário mínimo, obtida através de muita 
valentia com serviços de pedreiro. 
Todo o desenrolar do caso resultou em gastos hospitalares que somaram o 
total de R$ 3.000,00, junto com os gastos com transporte do corpo e funeral cujo valor 
consolidou-se em mais R$ 3.000,00. Cumpre relatar que no desfecho do inquérito 
policial que fora instaurado por ocasião do fato, o laudo da perícia técnica apontou 
como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-
condicionado. O Senhor Paulo fora indiciado, sendo posteriormente denunciado e 
condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo. É a suma dos 
fatos, passa-se agora à exposição dos fundamentos do direito material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III. DO MÉRITO 
 III. I. DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR 
Excelência, no caso exposto, há uma inequívoca responsabilidade do Sr. Paulo 
sobre o ocorrido, quando deixou de manejar com prudência seu aparelho de ar-
condicionado. Sendo um objeto sabidamente pesado, que a depender da altura em 
que caia, pode de todo certo machucar gravemente a quem atingir. E este fora o 
evento trágico que ocorrera. Por exclusiva culpa do Réu, o referido objeto veio a 
despencar de uma altura considerável, atingindo em cheio o Sr. Marcos, que por um 
triste e infeliz acaso do destino vinha passando naquele exatomomento. Aqui se 
demonstra o ato ilícito em que incorreu o réu, nos termos do artigo 186 do código civil 
brasileiro, valendo ainda ressaltar o teor das disposições nos artigos 927 e 938 do 
mesmo regramento, vejamos: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano 
a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde 
pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem 
lançadas em lugar indevido. (CC) 
 
O fato é extremamente triste e toma contornos ainda mais lamentáveis quando 
a vítima, um senhor já de 50 anos, era o único provedor financeiro de sua 
companheira, a Sra. Maria. O parco dinheiro que conseguia, que jamais ultrapassava 
o valor de um salário mínimo, fruto de muito esforço de trabalhos como pedreiro, não 
trouxe qualquer luxo ou conforto na vida do casal. E naquele momento, depois de ter 
perdido tão repentinamente o seu marido, a Senhora Maria vira-se devedora de um 
valor de R$. 6.000,00, já se incluindo os gastos com funeral e translado do corpo. 
Cabe lembrar que o episódio do caso em tela fora objeto de ação penal, quando 
se deu por sentença o reconhecimento da responsabilidade culposa do Réu no 
ocorrido, isto é, este fora condenado como autor de homicídio culposo. A vista disso, 
de modo feliz, o código civil traz os reflexos que a condenação penal tem em uma 
eventual indenização em ação civil reparatória. A disposição é expressa no artigo 948 
do código civil brasileiro, ao nitidamente aduzir sobre o que consiste indenização. 
Veja-se: 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem 
excluir outras reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, 
seu funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto 
os devia, levando-se em conta a duração provável da vida 
da vítima. (CC) 
Deste modo, ínclito Julgador, nota-se que o caso é passível de indenização 
afim de que mitigue as despesas que a Senhora Maria sofrera, e que a mesma não é 
capaz de saldar. Não tão somente são devidos os valores dos gastos referentes ao 
funeral e translado do corpo, de ordem de seis mil reais, mas também se resta cabido 
uma reparação contínua, do luto e das graves dificuldades que a Autora certamente 
virá a sofrer ao continuar, agora sozinha, sua vida. Dito isto, requer-se, por ocasião 
de todos os danos sofridos e vindouros, a concessão de pensão de caráter alimentício 
a viúva por período proporcional a duração de vida que a vítima teria, qual seja 74 
anos de idade como média de vida no Brasil, segundo dados do IBGE, em prestação 
de valor equivalente ao salário mínimo ou, como vossa Excelência julgar, mostre-se 
adequado a senhora Maria para manter-se em uma vida digna. 
 
 
 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 Por todo o exposto, juntamente com a efetiva condenação do réu, desde logo, 
a Autora requer: 
 
I. O ressarcimento das despesas sofridas no 
valor de R$ 6.000,00, nos termos do artigo 948 
do CC, devidamente corrigidos com juros e 
correção monetária, acrescido com o 
estabelecimento de obrigação de indenizá-la 
pelas perdas e danos materiais suportados; 
II. A concessão de pensão alimentícia em valor 
equivalente ao salário mínimo ou conforme o 
Magistrado julgar adequado, contanto que este 
não chegue a ser menor; que a pensão deva 
permanecer até a data em que o falecido 
completaria 74 anos de idade, qual seja no dia em 
que seria o seu aniversário no ano 2041; 
III. Protestar em provar o alegado por todos os meios 
de provas em direito admitidos; 
IV. Deixar expresso a não possibilidade para 
audiência de mediação e conciliação; 
V. Condenação ao pagamento dos Honorários 
advocatícios em 20% sobre o valor da causa (art. 
85 do CPC), bem como nas custas processuais a 
serem fixadas. 
VI. O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto 
que a mesma é pobre na forma da lei. 
 
 
 Dar-se-á o valor da causa em R$ 6.000,00 (seis mil reais). 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Fortaleza-Ce, segunda-feira, 21 de abril de 2017. 
 
 
ADVOGADO/OAB/CE XX.XXX-X 
 
CASO 8 
Descrição 
O Condomínio Spartacus, que fica localizado na rua Rubi, 300, no município de João 
Pessoa/PB, aprovou por meio de assembléia geral extraordinária a realização de 
obras de recuperação e manutenção do edifício; no curso da obra foi constatado o 
rompimento de tubulação de esgoto (barbará) da coluna do edifício, no apartamento 
logo abaixo da unidade 501, de propriedade de Felizberto. Diante destes fatos, o 
condomínio fez inúmeros contatos com Felizberto, seja por meio de notificações ou 
comunicação pessoal , contudo o condômino insiste em negar acesso ao 
apartamento, dificultando o trabalho de manutenção; a conduta prejudica os demais 
moradores e especialmente um idoso, e um deficiente que residem na unidade 401, 
colocando em risco a saúde e a segurança da coletividade. Em face da urgência do 
caso apresentado, redija, na qualidade de advogado (a) do Condomínio Spartacus, a 
petição inicial adequada ao caso, abordando todos os aspectos de direito material e 
processual pertinentes que possam evitar danos aos demais moradores do 
Condomínio. 
 
 
 
 
 
PEÇA INICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO 
ESPECIAL CÍVEL PERTENCENTE À VARA Nº__DA COMARCA DE JOÃO 
PESSOA/PB 
 
 
 
 
 
 
O Condomínio Spartacus, representado judicialmente pelo seu síndico 
regularmente eleito, conforme comprovação de assembleia acostada aos autos, situado na Rua 
Rubi, nº 300, no município de João Pessoa/PB, vem, mui respeitosamente, através de seu 
advogado devidamente qualificado em procuração mandamental específica juntada 
ao seguinte feito, PROPOR, PELO RITO COMUM, AÇÃO DE CONHECIMENTO, 
CUMULADO COM REQUERIMENTO DE FORMA ANTECEDENTE, A CONCESSÃO 
DE LIMINAR PARA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA, EM FACE DE 
FELIZBERTO, condômino no edifício, brasileiro, residente na unidade 501 do referido 
prédio, que se situa no endereço supra aludido, os cadastros nos registros gerais de pessoas 
físicas é ignorado, PELOS SEGUINTES FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS QUE 
SE PASSA A EXPOR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
I.II. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, tendo em 
vista as circunstâncias originárias da ação, sendo que o domicílio do réu no caso em 
tela é exatamente no foro de situação do imóvel, conforme disposição nítida na lei nº 
9.099/95, em seu artigo 4º, que assim estabelece: 
 Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o 
Juizado do foro: 
 I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde 
aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou 
mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; 
 II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; 
 III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações 
para reparação de dano de qualquer natureza. 
 Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser 
proposta no foro previsto no inciso I deste artigo. (Lei 9099/95) 
 
I.III. DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE 
 Como bem está nítido no novo código de processo civil de 2015, nas ações de 
conhecimento, pode-se restringir as peças iniciais a tão somente o pedidode concessão 
antecipada de tutela. Devendo o autor, assim é bem esclarecedor o código, relatar a lide 
e os fundamentos de fatos e direitos que o caso reclama, e que visa proteger. Sendo, 
cabe mencionar, tudo sumariamente exposto, ou seja, de forma breve, de forma mais 
objetiva possível, com o fito de assegurar a transparência do perigo de dano ou o risco 
ao resultado útil do processo. Nesse mesmo sentido: 
 
 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela 
cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, 
a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. (CPC/15) 
 
 Pelo exposto, Excelência, percebe-se que assim se dará o seguimento desta 
peça inicial, sob os lídimos ditames estritos do código de processo civil pátrio. 
 
 
II. DOS FATOS 
O presente caso versa sobre a aprovação de assembleia geral extraordinária 
no Condomínio Spartacus, já devidamente descrito em alhures a sua localização na 
cidade de João Pessoa/PB, para realização de obras de recuperação e manutenção. 
Ocorre que no curso da obra fora constatado o rompimento de tubulação de 
esgoto (barbará) da coluna do edifício, no apartamento logo abaixo da unidade 501, 
de propriedade do senhor Felizberto. 
Nesse diapasão, o condomínio fez inúmeros contatos com o Sr. Felizberto, por 
meio de notificações, comunicações pessoais, contudo o condômino insistiu em negar 
o acesso ao apartamento, de modo que obstou o trabalho de manutenção. 
 Os efeitos da conduta estão resvalando nos demais moradores e 
especialmente em um idoso, e em um deficiente que residem na unidade 401, logo 
abaixo do apartamento em questão. Tal ocorrência vem trazendo um potencial risco 
a saúde e a segurança de todos os condôminos. 
É a suma dos fatos, passa-se agora à exposição dos fundamentos do direito 
material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
III. DO MÉRITO 
 III. I. DA CONCESSÃO PROVISÓRIA DA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA 
Excelência, no caso exposto, resta-se nítido o teor do gravame e do perigo em 
que os condôminos estão passando com a suspenção na manutenção do prédio. Visto 
trata-se de vazamento de esgoto, não por ser todo exclusivo o efeito do mau cheiro 
que exala por todo o edifício, mas por ser uma considerável infiltração na estrutura do 
edifício, podendo comprometer toda a segurança de quem ali mora. 
Verifica-se, de plano, que a manutenção do prédio é dever de todos os 
condôminos, e que não se pode permitir que um só prejudique, e, em contínuo, ponha 
em risco de tal maneira toda uma coletividade. Assim é o sentido do artigo 1.336, IV 
do CC. Quando aduz sobre vedação de se utilizar o bem em prejudicial sossego, 
salubridade e segurança dos demais possuidores. Veja-se: 
 
Art. 1.336. São deveres do condômino: 
 
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas 
frações ideais, salvo disposição em contrário na 
convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) 
II - Não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; 
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias 
externas; 
IV - Dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, 
e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e 
segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. (CC) 
 Portanto, a vista do exposto, nota-se a premente necessidade de se estancar 
o vazamento, e ainda pela gravidade dos efeitos nocivos que tal ocorrência vem 
acarretando nos moradores, tendo inclusive um idoso e um portador de deficiência 
sendo diretamente afetados por morarem uma unidade abaixo do bem em questão. 
 Deste modo, se faz necessário a concessão de forma antecedente da tutela 
judicial antecipada de urgência, para que se dê, agora de forma impositiva, o 
estabelecimento da obrigação de fazer para o Sr. Felizberto, ora réu, isto é, para que 
este permita a efetiva manutenção que o condomínio requer, e com isso sane as 
agruras que os moradores estão sofrendo. 
Cumpre ainda reafirmar a nitidez da ameaça de dano insanável no imóvel, visto 
a infiltração que progressivamente está minando a estrutura de todo o prédio, assim 
dispõe o artigo 300 do CPC: 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo 
de dano ou o risco ao resultado útil do processo. (CPC) 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 Por todo o exposto, juntamente com a efetiva condenação do réu, desde logo, 
o Autor requer: 
 
I. A concessão antecipada da tutela cautelar de 
urgência, em forma de estabelecimento de 
obrigação de fazer ao réu, para que este 
permita que se adentre no seu apartamento 
afim de que se realize a premente manutenção 
e reparos nas colunas de esgoto que o edifício 
e o imóvel requerem; 
II. Protestar em provar o alegado por todos os meios 
de provas em direito admitidos; 
III. Deixar expresso a possibilidade para mediação 
e conciliação; 
IV. Condenação ao pagamento dos Honorários 
advocatícios em 20% sobre o valor da causa (art. 
85 do CPC), bem como nas custas processuais a 
serem fixadas. 
 
 
 Dar-se-á o valor da causa em R$ 1.000,00 (mil reais). 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Fortaleza-Ce, segunda-feira, 16 de maio de 2017. 
 
 
(ADVOGADO) 
OAB/UF Nº XX.XXX-X 
CASO 10 
Juliana Flores, brasileira, solteira, empresária, residente e domiciliado na Rua Tulipa, 
333, Campinas /SPJ, procura você, advogado, portando mandado de citação recebido 
no dia de ontem, expedido pelo Juízo da 1ª Vara Cível Comarca de Campinas, relativo 
ao processo n° 1234, ação de Anulação de Negócio Jurídico proposta em 20 de janeiro 
de 2017, por Suzana Marques. Na petição inicial consta que Suzana doou no dia 18 
de março de 2012, o sitio situado na Rua Melão,121, Ribeirão Preto/SP, que tem o 
valor de mercado de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), para o Orfanato Semente do 
Amanhã. Alega a autora que tal doação ocorreu em virtude da coação sofrida pelo 
mesmo já que era funcionária da empresa XYZ Ltda. Onde Juliana é sócia majoritária 
e presidente. Sendo certo também, que Juliana desempenhava a função de diretora 
do orfanato beneficiário da doação. A autora informa em sua inicial que diariamente a 
ré lhe dizia que deveria doar algum bem para a caridade a fim de que “reservasse seu 
espaço no céu”, crença da religião a qual pertencia. Receosa de ser demitida, já que 
trabalhava como gerente de recursos humanos da empresa , percebendo um 
excelente salário mensal, decidiu por doar um de seus três imóveis, o de menor valor 
à instituição supramencionada. Conclui informando que não deseja a designação de 
conciliação, requerendo a citação do réu bem como a procedência do pedido para 
anular o negócio jurídico, atribuindo à causa o valor de R$50.000,00. Juliana lhe 
informa o que se segue: Que efetivamente é sócia majoritária e presidente da empresa 
onde a autora trabalhava, que a autora percebia mensalmente o salário de 
R$15.000,00 (quinze mil reais) sendo certo, no entanto, que jamais coagiu o mesmo 
a realizar qualquer doação, sendo a liberalidade realizada por livre vontade já que a 
autora pertencia à mesma religião da ré. Esclarece que no mês seguinte à doação, ou 
seja, em abril de 2012, a autora pediu demissão por ter aceitado a proposta de 
emprego feita pela concorrente em fevereiro de 2012, em razão do melhor salário. 
Realmente a ré sugere que seus funcionários pratiquem atos de caridade. No entanto, 
jamais ameaçou quem quer que fosse como pode ser constatado por seus 
funcionários que adotam religião diversa e que jamais realizaram qualquerdoação ao 
orfanato que era dirigido pela ré. Por último esclarece que desde 2013 não é mais 
diretor do orfanato em questão. Por derradeiro esclarece que esta é a segunda ação 
intentada pela autora em face da ré com os mesmos argumentos e finalidade, sendo 
certo que a primeira, proposta em 10 de abril de 2015, tramitou perante a 2ª Vara Cível 
da Comarca de Campinas sendo julgado improcedente o pedido não sendo cabível 
mais qualquer recurso e que também não deseja participar da audiência de 
conciliação. Elabore a medida judicial cabível para defesa dos interesses do réu 
abordando as questões de direito processual e material. 
 
 
 
 
 
PEÇA CONTESTATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À 1ª 
VARA DA COMARCA DE CAMPINAS/SP 
 
 
 
 
PROCESSO Nº: 1234 
 
 
AUTORA: SUZANA MARQUES 
RÉU: JULIANA FLORES 
 
 
 
 
 
JULIANA FLORES, brasileira, solteira, empresária, cadastrada no registro 
geral de pessoas físicas sob o nº: (...), residente e domiciliada na Rua Tulipa, 333, no 
município de Campinas/SP, cep: 000-000, representada judicialmente através de seu 
advogado devidamente qualificado em procuração mandamental específica juntada 
ao seguinte feito, com endereço profissional na rua teles mendes, 124, bairro barroso, 
Campinas/SP, cep: 000-000, onde deverá ser intimado para dar andamento aos atos 
processuais, nos autos da Ação anulatória de negócio jurídico, pelo rito comum, 
movida por SUZANA MARQUES, vem com o devido respeito e acato de estilo perante 
Vossa Excelência apresentar sua CONTESTAÇÃO 
 
Para expor e requerer o que se segue: 
 
 
 
 
 
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
I.II. DA IMTEPESTIVIDADE DA AÇÃO INICIAL 
 
 Registre-se, desde logo, Excelência, que a ação inicial do caso em tela, resta-
se fulminada pela ocorrência do prazo decadencial. 
 Conforme se verificará na exposição dos fatos, a Autora alega que sofrera 
coação para que doasse o imóvel à instituição de caridade. Em outra oportunidade se 
abordará a inocorrência de tal afirmação. Contudo, se faz necessário inicialmente trazer 
a informação de que a mesma pedira demissão do cargo que obtinha no mês de abril do 
ano de 2012. 
Portanto, se realmente existira a coação por parte da Sra. Juliana, ora ré, resta-
se verificado que tal ação fora sanada no ato do seu desligamento, senão bem antes 
desse acontecimento, quiçá no dia em que se deu a efetivação do negócio jurídico em 
questão, isto é, no dia 18 de março de 2012. 
A vista do exposto, nobre Julgador, torna-se obrigatório trazer à lume a data 
em que se deu o início da ação anulatória, como bem sabemos, fora proposta em 20 de 
janeiro de 2017, como se nota, com quase 5 anos depois do estabelecimento da avença. 
O código civil de 2002, traz em seu artigo 178, caput, e no inciso I, o prazo 
decadencial de 4 anos para que se pleiteei a anulação do negócio jurídico. Com isso, 
vislumbra-se que nas duas hipóteses, tanto no que diz o caput, quanto se levarmos em 
conta o dia em se cessou a coação, conforme dispõe o inciso I, resta-se decaído o pedido 
da autora, não há como se anular um negócio jurídico já atingido pelo prazo decadencial. 
Nesse sentido: 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se 
a anulação do negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, 
do dia em que se realizou o negócio jurídico; 
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 
(CC) 
 
 Portanto, pelo exposto, douto Magistrado, constata-se de modo inequívoco 
impossibilidade de sustentação no pedido da Autora, devendo, deste modo, ser extinto 
o processo com resolução de mérito por decorrência da argumentação suprareferida. 
Nos termos do artigo 487, II, do CPC/15: 
 
 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de 
decadência ou prescrição; 
 
I.III. DA OCORRÊNCIA DA COISA JULGADA 
 Excelência, ainda que por ventura se vença a primeira questão preliminar 
levantada nesta peça contestatória, faz-se mister trazer à baila mais um tema 
explicitamente fulminante ao pedido da Autora. 
 Ocorre que em 10 de abril de 2015, restou-se em trânsito em julgado ação 
anulatória idêntica proposta pela Sra. Suzane em face da Sr. Juliana, que tramitou na 2ª 
vara cível da comarca de Campinas/SP. A referida ação foi julgada improcedente, e 
revestida pelo manto da coisa julgada, tendo em vista a impossibilidade de se propor 
recurso. 
 Portanto, ínclito magistrado, requer-se, desde logo, o reconhecimento da 
preclusão do pedido da Autora, por ser mandamento expresso no código de processo 
civil a vedação a rediscussão de matéria já preclusa pela ocorrência do trânsito em 
julgado. Conforme dispõe o artigo 507 do mesmo regramento. 
 
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as 
questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão. 
(CPC) 
 
 
 
 
II. DO MÉRITO 
 
 II. I. DA INEXISTÊNCIA DE COAÇÃO 
 
 A parte autora, alega que sofrera grave coação para efetivar a oferta do seu 
imóvel à instituição de caridade, contudo, como se verifica no caso em tela, a mesma 
não juntou provas inequívocas da ocorrência de tal vício de consentimento. Limitou-se 
a dizer que temia ser demitida caso fosse negada o pedido, assim diz, da Sra. Juliana. 
 Ocorre, Excelência, que não houve pedido algum, o que ocorrera fora nada 
mais que incentivos da Sra. Juliana que, ressalte-se, não foram exclusivos a parte Autora 
desta ação. Trata-se de motivações que corriqueiramente eram feitas a todo o plantel da 
organização. Nada mais que estímulos a atitudes altruísticas, que, de bom grado, e 
conforme queriam, os funcionários bem faziam. 
 Não se pode aceitar que simples sugestões se tornem, repentinamente, em 
ocorrências de graves vícios do consentimento, por tão somente serem proferidas pela 
parte gestora da organização, sob pena de se estar engessando a pessoa da chefia, que 
se verá receosa de até mesmo conversar com os seus subordinados. Nota-se que o teor 
do que afirma a Autora é tão carente de fundamentos que o mesmo pedido, com os 
mesmos fatos já foram julgados improcedentes em ação já atingida pelo manto da coisa 
julgada, e ainda, os demais funcionários, mesmo de religiões diferentes e recebendo as 
mesmas sugestões, não se reconheceram vítimas de coação, tanto é que jamais 
efetuaram qualquer esmola a instituição de caridade a qual a Sra. Juliana participa. 
 A bem da verdade, nobre julgado, o caso exposto trata-se de inequívoca 
liberalidade da Sra. Suzane para instituição de caridade, sendo, pois, impassível de 
desfazimento, visto que não houvera qualquer das hipóteses previstas no artigo do artigo 
555 do código civil pátrio. Ademais, caso ainda se sustente a argumentação de que 
existira coação por parte da Ré, não há como se prevalecer tal afirmação, tendo em vista 
já todo a descrição dos fatos ocorridos, e que não se passa de simples temor reverencial 
da Sra. Suzane para com a Sra. Juliana, de que não houvera efetivo temor de dano 
iminente à pessoa da Autora. Portanto, não há que se falar em vício de consentimento 
no caso em tela, devendo, assim, ser declarado improcedente o pedido de anulação do 
negócio jurídico. Nesses termos: 
 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, 
ou por inexecução do encargo. (CC) 
Art. 151.

Outros materiais