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BIOQUÍMICA FUNCIONAL Carboidratos - glicídios, sacarídios, açúcares ou hidratos de carbono (CH2O)n onde n > 3 Estrutura genérica Glicose FONTE DE ENERGIA Glicose fonte de energia universal essencial para o ser humano armazenamento (glicogênio, amido) aerobiose 36 ATP anaerobiose 2 ATP [glicose]plasm.= 70 -100 mg/dL Importância Biológica da Glicose Cadeia respiratória O2 ATP + H2O Acetil-coA Glicose Amino ácidos Ác. Graxos piruvato Ciclo de Kreb’s NADH2 FADH2 NAD+ FAD+ 2H+ + 2 e- nutrientes produto comum da degradação hemáceas córnea SNC medula renal gônadas tecido embrionário fibras musculares brancas tecidos dependentes de glicose x independentes Glicose é essencial para: Importância Biológica da Glicose 0 30 60 90 120 150 180 0 50 100 150 200 250 minutos gl ic em ia m g/ dL glicose circ. gliconeogênese glicogênio dieta Metabolismo da Glicose Interconversão de “oses” - reserva de glicose (grânulo intracitoplasmático) - ubíquo [ ] - [ ] fígado e músculos - duração máxima de 12 horas Glicogênio - síntese de glicose a partir de precursores não glicídicos - fígado - gasto energético (ATP) - precursores: - a.a. (degradação proteica) - lactato (músculos, hemáceas) - glicerol (lipólise) JEJUM PROLONGADO 120 g glicose/dia 1 Kg músculo Gliconeogênese a.a. a.a. a.a. lactato hemáceas/músc. esquelético tecido adiposo jejum ácidos graxos + glicerol músc. esquelético a.a. ATP lactato glicerol gliconeogênese gliconeogênese glicogênio Fígado glicose Fígado órgão central do metabolismo de carboidratos glicose circ. no jejum Hormônios pancreáticos: Hormônios não pancreáticos: - Insulina - Glucagon - Cortisol - Adrenalina - GH Sistema Glicorregulador Insulina - peptídeo dimérico = 21 a.a. + = 30 a.a. [glicose] secreção insulina [a.a.] (cél. pâncreas) ( - ) inibição ativação ( + ) captação de gliconeogênese glicose no músculo e t tecido adiposo glicogenólise glicólise insulina síntese de glicogênio lipólise cetogênese síntese de lipídios síntese protéica proteólise captação de íons Ação multifocal da insulina Glucagon peptídeo (29 a.a.) [glicose] secreção glucagon (cél. pâncreas) • • gliconeogênese • s síntese de glicogênio • glicogenólise • glucagon glicólise • lipólise • síntese proteica • cetogênese • proteólise ( + ) ativação inibição ( - ) gliconeogênese síntese de glicogênio glicogenólise glicólise lipólise síntese proteica cetogênese proteólise glucagon Ação multifocal do glucagon glicogenólise fígado, músculo esquelético e cardíaco medula da adrenal Adrenalina “stress” agudo adrenalina hipoglicemia abrupta Cortisol “Stress” Físico infecção, trauma, cirurgia, hipoglicemia, alimento, ciclo sono/acordado “Stress” Químico (SNC) acetilcolina, serotonina, endorfinas, etc “Stress” Emocional ansiedade, depressão córtex da suprarenal Hipotálamo-hipófise cortisol ACTH Cortisol lipólise ác. graxos glicerol proteólise (a.a.) fígado gliconeogênese (ATP) Síndrome de Cushing Doença de Addison HIPOGLICEMIA [ GLICOSE ] < 2,5 mmol/L (< 50 mg/dL) - patologia Tríade de Whiplle’s - sintomas - [glicose] - remissão dos sintomas por administração de glicose GLICEMIA EFEITOS 70 mg/dL 50 mg/dL 40 mg/dL 20 mg/dL < 20 mg/dL normal adrenérgi- neuroglico- alterações COMA cos pênicos eletroencef. - convulsões - suor frio - ansiedade - taquicardia - tremor - cefaléia - agressividade - incoordenação de fala e motora - confusão mental - amnésia TIPOS DE HIPOGLICEMIA 1- Hipoglicemia na DM (99%) - ingestão insuficiente de carboidratos - excesso de insulina ou hipoglicemiantes orais - exercício físico intenso - ingestão de álcool - infecções 2- Hipoglicemia Reativa ou Pós-Prandial - resposta insulínica exagerada após a ingestão de alimentos ricos em glicose - relativamente freqüente, menos severa - sintomas adrenérgicos - cirurgias de estômago (esvaziamento gástrico acelerado) (“síndrome de dumping”) 3- Hipoglicemia de Jejum - menos frequente, mais severa - sintomas neuroglicopênicos - associadas a outras patologias: insulinoma, lesão hepatocelular, insuficiência adrenal, câncer, doença de Addison, septicemias, etc - intoxicação alcoólica aguda - medicamentos hipoglicemiantes orais, salicilatos, - bloqueadores não seletivos, quinina, pentamidina, disopiramida* * Pedrazzi, A.H.P. Laes e Haes, 138-148, 1995. 4- Hipoglicemia Neonatal - filho de mãe diabética: hiperplasia de ilhotas de Langerhans hiperinsulinemia - prematuro e de peso*: imaturidade hepática + de substratos ( tecido adiposo, massa muscular) [glicogênio], [gliconeogênese] e [corpos cetônicos] - erros inatos do metabolismo: glicogenoses [glicogênio] - prematuro*: imaturidade hepática de enzimas hepáticas [glicogênio] e [gliconeogênese] * Devlin et al, 2003 DIABETES MELLITUSum velho problema... 1550 aC 130-200 dC 2015 dC DIABETES MELLITUS (DM) desordem metabólica por deficiência na secreção ou ação da insulina ou de ambos pandemia incidência (10 % população mundial) OMS,1999; Diretrizes da Sociedade Brasileira Diabetes, 2009 responsável por 5% da mortalidade mundial CLASSIFICAÇÃO DA DM TIPO 1: - destruição da célula beta (natureza auto-imune ou idiopática) DIABETES GESTACIONAL OUTROS TIPOS ESPECÍFICOS TIPO 2: - resistência insulínica ou - defeito predominantemente secretório OMS,1999; Diretrizes da Sociedade Brasileira Diabetes, 2009 susceptibilidade genética para regulação imune alterada + insulto ambiental (vírus, toxinas, componentes dietéticos) auto-imunidade (Ac contra células das ilhotas) destruição das células insulina da glicemia Patogenia da DM tipo 1 Etiologia: desconhecida, porém fortemente influenciada por: - fatores genéticos - fatores ambientais (obesidade e sedentarismo) - envelhecimento DM tipo 2 é caracterizada por resistência tecidual à insulina (RI). Patogenia da DM tipo 2 DM tipo 1 x tipo 2 a primeira usuária de insulina: a menina Elizabeth Hughes... aos 14 anos anos depois 1922 - uso clínico da insulina COMPARAÇÃO DOS DOIS TIPOS DE DM Sinônimo juvenil, DMID do adulto, DMNID TIPO 1 TIPO 2 Idade de início infância, puberdade após 35 anos Gravidade severa moderada Prevalência 10 % 90 % Estado nutricional desnutrido geralmente obeso Predisposição genética moderada muito forte Cetose comum rara Insulina plasmática baixa a ausente normal a elevada Complicações agudas coma cetoacidótico coma hiperosmolar Tratamento com insulina sempre não necessário TIPO 1 TIPO 2 - Hiperglicemia - Glicosúria - Poliúria - Polidipsia - Fraqueza muscular - Polifagia - Perda de peso exagerada (tipo 1) - Associada ao envelhecimento e obesidade (tipo 2) Características clínicas da DM - * Lipólise cetoacidose: depressão miocárdica coma acidótico * [ác. graxos] circulantes: risco cardíaco ** (aterosclerose) - * Proteólise gliconeogênese * (Tipo 2) * (Tipo 1) COMPLICAÇÕES AGUDAS - Hiperglicemia > 400 mg/dL * (Tipo 2) - Desidratação desequilíbrio osmótico (Na+, K+, Cl-) coma hiperosmolar * Cetoacidose insulina ou horm. hipergli- cemiante (cortisol, glucagon, GH, adrenalina, etc) precipitada por: - infecções - omissão do uso de insulina - estresse agudo - abuso de álcool e/ou cocaína - medicamentos: corticóides, diuréticos tiazídicos, bloqueadores e adrenérgicos, agonistas colinérgicos (dopamina, albuterol, terbutalina) etc COMPLICAÇÕES AGUDAS - Microangiopatias - rim nefropatias - retina cegueira - Macroangiopatias - aterosclerose precoce - úlceras e gangrenas (extremidades inferiores) - Neuropatias (SN autônomo) Complicações crônicas da DM - Neuropatias (SN autônomo) - diarréia crônica - retenção gástrica - impotência sexual masculina - esvaziamento incompleto da bexiga - perda de sensibilidade das extremidades Complicações crônicas da DM Impacto clínico da DM Causas das Complicações Crônicas Sorbitol Glicação de Substâncias Hiperosmola- ridade Hiperglicemia Persistente Complicações Diabéticas lesões teciduais* Posicionamento Oficial 2004 * tecidos insulino independentes: cristalino, nervos periféricos e glomérulo renal glicose + aminogrupo = proteínas glicadas (aldeído) fosfolipídios glicados . ác. nucleicos glicados Produtos Finais de Glicação Avançada (AGE) * base de Shift produto de Amadori - reação de Maillard - “browning” process - Maillard browning - lento e reversível + E.R.O. AGEs (Advanced Glycation End-products) - irreversível - lenta (meses, anos) (colágeno, mielina, C3, fibrinogênio, etc) - alteração estrutural(cross-links)/funcional de macromoléculas -proteínas glicadas e AGEs ativadores de fagócitos (RAGEs) migração de monócitos resposta inflamatória Importância da Formação de AGEs lesões celulares Singh et al., Diabetologia, 44: 129-146, 2001. Filho, F.F.R., Mariosa, L.S., Ferreira, S. R. G. et al. Arq. Bras. Endocrin. Metab. 50(2):230-238, 2006 Representação esquemática do tecido adiposo como um órgão endócrino.PPAR: peroxisome proliferator-activated receptor; GH:hormônio do crescimento; IGF-1: insulin growth factor 1;AGL: ácidos graxos livres; PAI-1: plasminogen activator inhibitor 1; IL: interleucina; TNF: fator de necrose tumoral;HSD: hidroxiesteróide desidrogenase. resistência a insulina Tecido Adiposo Visceral x DM 2 adipocinas DM tipo 2 incidência hiperinsulinemia resistência a insulina síndrome plurimetabólica Síndrome Metabólica - resistência à insulina - glicemia de jejum - circunferência abdominal (> 88 cm mulher e > 102 cm homem) - hipertensão - dislipidemia ( TG, HDL) OMS, 1999 DM tipo 2 X Síndrome Metabólica Posicionamento Oficial SBD nº 01/2014 - Conduta Terapêutica no Diabetes Tipo 2: Algoritmo SBD 2014 Diagnóstico da DM Posicionamento Oficial SBD nº 01/2014 - Conduta Terapêutica no Diabetes Tipo 2: Algoritmo SBD 2014 Metas para tratamento da DM Atualmente vivemos mais Vigitel 2007 - Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis Viver mais favorece a DM tipo 2 Porque ??? estamos engordando... Atualmente estamos engordando Sobrepeso no Brasil... Obesidade no Brasil... estamos engordando... DM como pandemia 1995 - 2025 - de 170% em países em desenvolvimento - de 41% para países desenvolvidos 0 50 100 150 200 250 300 350 1995 2000 2025 Projeção da DM de 1995-2025 King, H., Aubert, R.E., Herman, W.H. Diabetes Care 21(9) 1414-31, 1998.
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