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conceito de ética (1)

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Objetivos da aula
Conceituar ética e moral 
Conceituar normas, regras e normalidade
Definir campo de atuação da ética e da moral 
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Metodologia 
Aulas expositivas 
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Importância 
Como passaremos o semestre discutindo ética é importante termos clareza quanto ao que é ética e quais são suas áreas de ação. 
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Textos base para a aula
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Capitulos I e II
ZAGO, Luis Henrique. Das normas a normalidade: uma reflexão ética sobre os conceitos de norma, regras e normalidade.
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Autor 
Adolfo Sanchez Vázquez
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Adolfo Sánchez Vázquez
Algeciras, 17 de setembro de 1915 - Cidade do México, 8 de julho de 2011) 
foi um filósofo, professor e escritor espanhol. Viveu exilado no México.
Sua vida foi marcada pela guerra e luta pela liberdade
Nasceu em meio a primeira Guerra mundial 
Nasceu em Algeciras, Província de Cádiz. Estudou filosofia na Universidade de Madrid. 
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Adolfo Sánchez Vázquez
Durante a guerra civil espanhola defendeu o governo constitucional 
Se posicionou contra as tropas de Franco e as nazistas de Hitler na revolução espanhola 
Sua vida a partir daí foi marcada pela luta contra as tiranias. 
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Guernica
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No, la pintura no está hecha para decorar las habitaciones. Es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo.
— Pablo Picasso, sobre Guernica
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Adolfo Sánchez Vázquez
Após a derrota na guerra civil foi para o México, em 1939, juntamente com outros companheiros intelectuais da época em busca de exílio
Na Universidade Nacional Autônoma do México, obteve doutorado em Filosofia, 
Sobre o marxismo chegou a dizer que é uma doutrina viva, antidogmática, que trata da crítica a injustiça.
Crítico da ortodoxia stalinista, Sánchez Vázquez ajudou a considerar a renovação dessas ideias com teses humanistas e democráticas
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morte
discípulo de José Ortega y Gasset e renovador do Marxismo
 morreu em sua casa na Cidade do México, aos 95 anos, "tranquilo e cercado pela família“
8 de julho de 2011
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CONCEITOS
Imagem
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Cotidiano
Cotidianamente lidamos com situações que exigem que nos posicionamos.
Devemos sempre falar a verdade?
Se sabemos de alguém que prejudica o outro devemos denunciar?
Todas estas questões envolvem um posicionamento ético. 
Veremos que a moral e a ética lidam com o certo e o errado.
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ÉTICA
Ética é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais.
Diferencia-se da moral, pois, enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano
Podemos entender a ética como reflexão sobre a moral
As pessoas geralmente caracterizam a própria conduta e a de outras pessoas empregando adjetivos como "bom", "mau", "certo" e "errado".
 A ética investiga justamente o significado e escopo desses adjetivos tanto em relação à conduta humana como em seu sentido fundamental e absoluto
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Segundo Vázquez p. 23
“A ética é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento humano.”
Vazquez insiste que a ética é uma ciência.
Outros teóricos afirmam que a ética é uma filosofia e não uma ciência.
Vázquez insiste que a ética é uma ciência por que para ele a filosofia é uma ciência.
Temos de lembrar que ele é um filósofo marxiano
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Os que defendem que é filosofia
A ética é uma filosofia, não uma ciência.
A ciência pressupõe experimentos randomizados o que no campo ética não se realiza.
A filosofia é um processo de reflexão sobre os pressupostos subjacentes ao pensamento irrefletido
A ética é um processo de reflexão
A ética não tem um carater normativo, mas sim reflexivo. 
Mesmo que ela influencie o agir moral ao estabelecer o que é bom.
Para Vázquez a ética é mais do que isso (p.25)
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Moral não é ciência
Apesar de considerar a ética uma ciência Vázquez não atribui esta característica a moral
A moral é a prática e muitas vezes uma prática distante do agir científico.
A moral pode ser baseada na religião ou no costume e ir mesmo contra a ciência. 
Vázquez p.24 
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Motivos para tratar a ética como ciência
Desconsiderar a ética como ciência é confundir moral e ética
Um código moral não é ciência,mas pode ser explicado cientificamente 
Se a moral não é ciência seus fundamentos e evolução podem ser investigados racional e objetivamente. 
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Vázquez 
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Etimologia 
êthica possuía, para os gregos, dois sentidos complementares: 
derivava de êthos e significava, numa palavra, a interioridade do ato humano
aquilo que gera uma ação genuinamente humana e que brota a partir de dentro do sujeito moral
êthos remete-nos para o âmago do agir, para a intenção.
2. êthica significava também éthos, remetendo-nos para a questão dos hábitos, costumes, usos e regras, o que se materializa na assimilação social dos valores.
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Não é natural 
A postura ética e o comportamento moral se referem as condutas não naturais, mas que são adquiridas socialmente
Vivendo em sociedade as pessoas devem construir um agir que controle seus desejos naturais
As pessoas devem ser polidas (ver polido como metáfora) 
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ética
Muitas vezes a ética foi encarada como uma metafísica dos costumes
Busca comportamentos universalmente validos 
A ética está preocupada em detectar os princípios de uma vida conforme à sabedoria filosófica
A moral está preocupada em assegurar um conjunto de regras para uma vida comum
O agir moral pressupõe um juízo ético. 
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Vazquez p.17
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Ética e cotidiano escolar
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Ética e psicanálise
Onde entraria a ética na psicanálise?
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Formação ética 
Ao longo da sua vida o individuo vai assimilando valores que passam nortear sua vida.
O sujeito assimila normas que passam a ser suas e a compor seu modo de ver a vida
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as três instâncias
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Superego 
Superego (al. Überich, "supereu") designa na teoria psicanalítica uma das três instâncias dinâmicas do aparelho psíquico.
É a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade.
O superego nem sempre é consciente, muitos valores e ideais podem ser despercebidos pelo eu consciente.
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Partes do superego
v O superego divide-se em dois subsistemas:
o ego ideal, que dita o bem a ser procurado; 
consciência moral (al. Gewissen), que determina o mal a ser evitado.
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Superego objetivos:
Inibir: através de punição ou sentimento de culpa qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele ditados (consciência moral);
forçar o ego a se comportar de maneira moral (mesmo que irracional) 
conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras (ego ideal)
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formação
O superego forma-se após o ego, durante o esforço da criança de introjetar os valores recebidos dos pais e da sociedade a fim de receber amor e afeição. 
Ele pode funcionar de uma maneira bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas, mas também por pensamentos
outra característica sua é o pensamento dualista (tudo ou nada, certo ou errado, sem meio-termo)
o superego é o herdeiro do complexo de Édipo, uma vez que é nesse ponto que se dá a primeira censura ou corte através do tabu do incesto. 
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Disputa com o pai
Ao perceber que não pode competir com o pai
Ao perceber que é ameaçador competir com o pai
A criança desenvolve formas alternativas de sobrevivência
Uma destas formas é assimilar as regras
Isso não significa que a competição tenha se extinguido
Ex imagem agradando
pai
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psicopatas
Os psicopatas têm um id dominante e um superego muito reduzido
o que lhes tolhe o remorso, sobressaindo a falta de consciência moral.
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CAMPOS DA ÉTICA 
Na filosofia clássica, a ética não se resumia à moral 
buscava a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver e conviver
Busca o melhor estilo de vida, tanto na vida privada quanto em público.
Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, às vezes política, e até mesmo educação física
campos direta ou indiretamente ligados ao que influi na maneira de viver ou estilo de vida.
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CAMPOS DA ÉTICA 
com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento os campos que eram objeto de estudo da filosofia, foram estabelecidos como disciplinas científicas independentes. 
Atualmente é "a área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas" 
busca explicar os costumes de um determinado agrupamento humano
e fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. 
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O interesse pessoal
Ela busca relacionar os interesses morais, a necessidade e os interesses sociais 
A ética tenta explicar o que é o bom 
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Dever Responsabilidade Vontade
A ética está intimamente ligada ao dever, a responsabilidade e a vontade
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Dever
Aquilo que tem que ser feito
O dever nunca é algo forçado, mesmo que seja algo que tenha que ser feito.
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Responsabilidade
Um ato só pode ser considerado moral se somos responsáveis por ele
É a obrigação a responder pelas próprias ações
O termo aparece em discussões sobre determinismo e livre-arbítrio
A ética discuti quando um sujeito é responsável por suas ações ou não. 
A discussão a respeito da maioridade penal é ética
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VÁZQUEZ 18
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Exemplo 
Ataram uma bomba a uma empresária e a obrigaram a assaltar uma joalheria.
O comportamento da empresária foi moral ou imoral?
O comportamento foi imoral
Temos de considerar que sua conduta vai contra as normas estabelecidas
O comportamento é mesmo ilegal
Seu agir no entanto não foi ético. Ela não pode ser responsabilizada pelo crime. 
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Liberdade
O ato responsável pressupõe a liberdade
Se algo condiciona nosso agir não podemos ser responsabilizados plenamente por ele.
É comum as pessoas afirmarem que a liberdade delas termina onde começa a do outro.
Isso é um profundo engano.
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Vivendo em sociedade
Vivendo em sociedade não há um espaço que seja nosso e outro dos demais 
Vivemos todos no mesmo espaço 
Assim meu agir acaba afetando aos demais. 
O espaço é o mesmo para todo um grupo de pessoas e isto deve ser considerado
Neste sentido somos responsáveis pelo bem estar de toda a comunidade e a comunidade pelo nosso bem estar, como lembra Sartre em “O existencialismo é um humanismo”
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Accountability
Ligado ao termo responsabilidade está a palavra Accountability
Accountability é um termo da língua inglesa, sem tradução exata para o português,
O termo remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados. 
Outro termo usado numa possível versão portuguesa é responsabilização
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Vontade
Vontade ou intencionalidade é a capacidade através da qual tomamos posição frente ao que nos aparece. 
Diante de um fato, podemos desejá-lo ou rejeitá-lo. 
Ante um pensamento, podemos afirmá-lo, negá-lo ou suspender o juízo
Tive vontade de fazer isso, ou seja, tive a intenção de fazer isso
Remete ao dolo ou não de uma ação
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Documentário ética
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Discutindo o vídeo
O que é um dilema ético?
Quando duas possibilidades possuem qualidades e defeitos. Momento de encruzilhada 
A ética está no cotidiano das pessoas?
Existe ética absoluta? 
No século XX percebeu-se que há uma diversidade muito grande de costumes
A palavra chave segundo Janine é a reciprocidade. (principio Kantiano)
Devo aceitar os diferentes. Vivemos a ética da busca, dos encontros e da diferença
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Discutindo o vídeo
Quando você diz sim para alguma coisa isso implica um não para muitas outras coisas
Toda escolha significa fechar-se para outras possibilidades
A escolha envolve a angustia da liberdade
Ser é ético é simplesmente não fazer coisas ruins?
Para Janine ser ético significa também fazer o bem
O povo brasileiro é um povo ético?
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Discutindo o vídeo
Um dos maiores problemas éticos na atualidade é as pessoas desejarem se isentar das escolhas que fazem
Quando escolhemos não estamos apenas decidindo por algo estamos escolhendo quem somos
Somos as escolhas que fazemos
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Discutindo o vídeo
As pessoas são capazes de mudança?
As crises são algo ruim?
O que são crises?
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Moral 
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moral
Moral deriva do latim mores, "relativo aos costumes". 
a palavra "moral", se originou da tentativa dos romanos de traduzirem a palavra grega êthica.
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Romanos mais práticos
Para os gregos ética se referia tanto aos costumes quanto a universalidade e interioridade do ato humano
A tradução latina do termo êthica para mores "esqueceu" o sentido de êthos (a dimensão pessoal do ato humano)
 privilegiou o sentido comunitário da atitude valorativa. 
Os romanos eram mais práticos e não tinham “tempo” para grandes elaborações metafísicas
Dessa tradução incompleta resulta a confusão que muitos, hoje, fazem entre os termos ética e moral.
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Moral variante
 A moral varia conforme a sociedade
Podemos afirmar que temos uma moral capitalista
Ex: moral capitalista tirinha
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Ética e moral 
não é a ética que cria a moral 
Em diversos momentos a moral surge premida pela necessidade e anterior a um pensamento ético. 
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No dia a dia 
Os problemas éticos são caracterizados pela sua generalidade
Se na vida real um indivíduo concreto enfrenta um problema deverá resolver por si mesmo, com a ajuda da norma que reconhece como valida 
O agir moral sempre é solitário, mesmo que tenha consequencias sociais 
A ética tem apenas diretrizes, mas em última instancia é o sujeito que decide
Ademais a ética não tem uma norma para todas as situações da vida
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Momento ético 
Janine Ribeiro chama de momento ético aquele que somos premidos a tomar uma decisão sem que haja um parâmetro 
Ex: 
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Limites normas e regras
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limite
“... a extremidade de uma coisa, isto é, do primeiro ponto além do qual não mais é possível apreender em nada a coisa e o primeiro ponto aquém do qual está seu todo.” (Aristóteles apud, Zago 2012:01)
Limite tem sua origem na palavra latina limes que pode ser traduzida como muralha. 
assim limite seria o que separa duas regiões, coincidindo com o conceito de fronteira; 
limite pode ser também o ponto final de algo; 
colocar fim a algo, obstar, impedir. 
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o que seria limite?
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Problema em limitar
Entendemos o humano como ser em constante desenvolvimento, o que o incompatibiliza com as tentativas de impor limites.
 Como por fim ao que por essência está em transformação incessante?
 Colocar limites seria possível se pudéssemos barrar o processo de humanização. 
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Rompendo limites
homens e mulheres sempre encontram formas de elidir os limites
às vezes de forma genial, às vezes de forma agressiva e violenta. 
O importante é que sejam quais forem as muralhas elas serão ultrapassadas e não mais responderão aos anseios e problemas porque os humanos serão outros e a realidade também. 
Exemplo de soluções geniais
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Solução artística genial
Sem grana
Em cima da hora
Com pouca gente para trabalhar 
Ele deu um jeito
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Joãozinho 30
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Limites 
Diante da impossibilidade de estabelecer limites duradouros à tendência
pode ser não colocar padrão algum de comportamento
será possível vivermos em sociedade sem que hajam condutas pautadas por um padrão, sem que existam limites? 
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Usando Hobbes
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Hobbes
Hobbes afirma que os limites sociais surgem da necessidade de organizar a sociedade e de impedir que os homens e mulheres se destruam
Eles não devem ter a pretensão de serem intransponíveis 
não podem ser impedimento ao desenvolvimento. 
Os limites sociais devem transmutar-se em regras.
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regras
Etimologicamente regra possui a mesma origem da palavra régua, vem do latim regula, que podemos traduzir como instrumento usado para colocar reto. 
As regras serão os procedimentos que regulam o desenvolvimento eficaz de uma determinada atividade
mecanismos que colocam a ação na direção correta para a obtenção de seus objetivos. 
Estes mecanismos surgem do embate entre o domínio empírico (real/moral) e o domínio racional do dever (ideal/ética). 
Como estamos em constante processo de mutação o real e o ideal humanos estarão sempre em alteração
 o que fará com que o conceito de regra implique movimento e não coincida com limite.
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Regras, norma e normalidade
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NORMAS E REGRAS
Etimologicamente a palavra norma está muito próxima de regra.
Em latim norma era o nome que se dava ao esquadro usado pelos carpinteiros para demarcar os ângulos retos. 
Encontramos a imagem deste esquadro entre os símbolos da maçonaria. 
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REGRAS E NORMAS
Enquanto a regra tem por escopo colocar os elementos no caminho reto
a norma serviria para estabelecer um padrão
o que está em conformidade com a palavra normal
que se origina do latim normalis, feito de acordo com o esquadro do carpinteiro, e que serve de base para a edificação.
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NORMAS E LEIS
Ante a dificuldade para estabelecer regras, as normas emergem como critérios de juízo, como modelos,
As normas são distintas das leis por não possuírem o caráter coercitivo destas. 
Por não serem leis, o que valida as normas não é sua aplicabilidade, mas somente o dever ser que exprimem
as normas se aproximam do campo ético, distanciando-se da moral.
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mística
Mesmo que sejam dotadas de certa transcendência em relação as situações que regulam 
uma vez que são independentes da aplicação direta
 isso não significa que as normas são entendidas como possuindo uma origem mística ou metafísica e distante da experiência que buscam regular.
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. Segundo Abbaganano (1982:686) 
“As normas exprimem, habitualmente, a disciplina mais conveniente de determinadas atividades, em vista de dar a tais atividades a maior eficiência e precisão possíveis.”. 
Apesar de teóricas as normas são dotadas de uma vinculação direta com a prática
surgem da relação dialética entre prática e teoria, com a pretensão de tornar a teoria experiência vivida e a prática atividade teorizada. 
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Norma e normalidade
Com estas características a norma emergiria como critério para a regra e para o que deveria tornar-se normal. 
Apesar disto é comum, que se tornem normais condutas contrárias a norma. 
Na atividade política partidária, por exemplo, tornam-se normais ações que são distantes do que poderia ser elencado como norma. 
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Norma e normalidade
Com isso o costume perde a possibilidade de ser padrão para a regra
A regra baseada na norma não consegue se normalizar, uma vez que a normalidade é distante do comportamento que deveria ser mais funcional e eficiente
o padrão acaba sendo o comportamento que não está de acordo com “o esquadro do carpinteiro”.
O que, para continuar na metáfora, faz com que todo o edifício social que deveria ser erigido com fundamento na norma seja fragilizado e comprometido. 
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Exemplo em imagens
Tudo pela beleza
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A Tribo Mursi na Etiópia 
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A cirurgia plástica e a normalidade
Exercício
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Objetivo 
Discutir com base em algo cotidiano o conceito de ética e normalidade
Discutir a ética na vida privada 
Entender o comportamento dos homens e mulheres modernos 
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Leitura do texto
Em busca da vagina perfeita 
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Discutindo o texto 
É significativo o aumento do número de intervenções cirúrgicas em vaginas. A que se deve este aumento?
“Como não há evidências de que os lábios vaginais cresceram nos últimos anos, especula-se que o aumento de cirurgias redutoras esteja ligado à uma nova busca de medidas genitais ‘padrão’.” (Folha)
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Discutindo o texto 
E o que é uma vagina normal? 
“Segundo estudo no "British Journal of Obstetrics and Gynaecology", a diversidade de tamanhos observada nos lábios vaginais da população é imensa, o que amplia o espectro de normalidade.”
Se é assim o que estabelece a normalidade ou o padrão? (ver próximo slide) 
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Discutindo o texto 
diz a antropóloga Thais Machado-Borges, do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Estocolmo, Suécia no estudo "Um olhar antropológico sobre a mídia, cirurgia íntima e normalidade", 
as mulheres consideram atrativas as formas que correspondam a esse modelo, criadas por técnicas cirúrgicas. 
"Será que essas cirurgias podem transformar zonas erógenas em 'paisagens' onde reina o prazer?", questiona.
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Riscos 
E a pergunta que não quer calar: há perda de sensibilidade nessa zona erógena do corpo feminino?
"Querendo ou não, você está tirando áreas sensíveis, cheias de terminações nervosas e vasinhos. Alguma coisa vai perder", diz Lopes.
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Pensando na sociedade atual
É mais importante parecer que ser!!!
“Tanto que, para mim, no pós-operatório foi mais difícil ficar sem malhar do que sem poder transar." psicóloga Júlia, 27
A modelo Andressa Urac, 24
"Meus lábios não eram grandes a ponto de me deixar constrangida. Não atrapalhava no sexo, não incomodava. Mas [a vagina] não é um órgão muito bonito. Dá para ficar melhor." 
E o namorado, gostou? "Ele disse que o resultado foi muito bom, que estava tudo ótimo. Mas, na verdade, acho que ele não se incomodava nem um pouco com o tamanho dos meus lábios. A incomodada era eu." 
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Pensando na sociedade atual
O modelo desejado 
"É o modelo imaginário do órgão de menininha, o formato 'sou virgem'", interpreta a psicóloga Rachel Moreno.
Por que este modelo? 
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A arte discutindo
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Normas, regras e a subjetividade
As normas surgem com a pretensão de organizar a vida em sociedade. Mas e quando a norma entra em choque com a individualidade? 
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Individualismo
Quando a medida de todas as coisas é o individuo o choque é inevitável. 
Não há uma norma absoluta que consiga se adequar perfeitamente a todas as pessoas e a todas as coisas. 
Se o homem for a medida de todas as coisas não será possível adequar a norma a ele.
As normas são um padrão universal, a individualidade não cabe perfeitamente nos padrões
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Um exemplo
Simão Bacamarte
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Simão Bacamarte 
Em sua busca Bacamarte, estabeleceu como norma que loucos seriam aqueles em que o equilíbrio das faculdades da razão não fosse perfeito e absoluto. 
Os que não se adequavam à norma eram internados para pesquisa. 
Depois de internar quatro quintos da população ele decidiu rever seus critérios
passou a considerar como normais todos os casos em que o equilíbrio fosse constante. 
Contudo o número de pacientes era bem menor e, com pouco tempo de internação, por vários motivos, os internados quebravam a norma, curando-se. 
Diante disso, Bacamarte concluiu que na cidade não havia um único cérebro organizado e por tanto não havia sequer um louco a não ser ele mesmo que mantinha um equilíbrio constante e científico. 
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Adequação a norma
Entendendo como sadio aquele que se adéqua perfeitamente a norma, dificilmente acharemos alguém nesta condição
 pois as normas, enquanto conceitos universais,
não conseguem ser limites perfeitos da subjetividade.
Elas não podem ser “cama de Procusto” que simplesmente exigem a adequação perfeita e total, impedindo o fluir da vida e a divergência
 elas devem permitir um espaço para a negociação, para o dissenso e a diversidade. 
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Norma absoluta
Se propusermos uma norma absoluta e universal que engesse o movimento, encontraremos a mesma dificuldade de Bacamarte
a impossibilidade de estabelecer um padrão de conduta geral. 
Os padrões universais nunca traduzem com perfeição a individualidade. 
Seus batimentos cardíacos podem estar diminuídos e esta ser sua medida, os meus podem estar no mesmo compasso e isto não ser adequado
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Há um limiar 
Considerarmos a diversidade não significa negar a possibilidade de normatizar. 
Há um limiar, mesmo para essa desaceleração de batimentos cardíacos
pois se eles diminuírem a ponto de comprometer o funcionamento do organismo fazem-se necessários procedimentos médicos para regularizá-los
o que não significa atingir um número determinado de batimentos por minuto, mas um número que permita o bom funcionamento do organismo. 
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Não há limites absolutos
Jamais encontraremos limites, sempre normas não absolutas, que variam de contexto para contexto.
 Cada pessoa deve encontrar seu padrão de conduta, mas este padrão deve permitir o bom funcionamento do organismo social
estando inserido no lócus criado pela legislação para a manifestação individual e livre. 
No convívio social deve haver um espaço além do qual o indivíduo não pode avançar. 
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O criminoso
O criminoso é aquele que tenta sobrepor seus desejos individuais a coletividade
passando, de forma egoísta, por cima dos outros, por sobre o que foi estabelecido para que todos consigam viver.
Evidentemente deve haver também um espaço além do qual o Estado, como representante da coletividade, não deve transcender resguardando com isso a liberdade e privacidade dos indivíduos. 
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Exemplo artístico
Filme Eu robô
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INDIVIDUAL x SOCIAL
No cinema o filme “Eu robô” pode servir de base para discutir a aporia vivida pelos legisladores que buscam construir leis que garantam o bom funcionamento social e ainda assim permitam a liberdade individual. 
Há uma dificuldade no lidar com o individual e o social
Onde começa o direito de proibir onde termina o a liberdade individual?
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Eu robô
Este filme é baseado em uma série de contos escritos por Isaac Asimov.
 O autor imagina leis para gerir a convivência entre robôs e humanos e brinca com as diferentes implicações lógicas das leis, criando situações absurdas e perigosas para as pessoas. 
As leis elaboradas pelo autor estabelecem que um robô não pode fazer mal a humanidade e nem permitir por inação que ela sofra algum mal. 
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O SOCIAL É MAIS QUE O INDIVIDUAL???????
As leis levam a conclusão lógica de que os indivíduos são menos importantes que a humanidade
em nome de preservar a coletividade é correto limitar a liberdade mesmo que de forma radical. 
Esta conclusão lógica torna possível o surgimento de uma ditadura das máquinas que suprime a ação individual. 
Teríamos se o social prevalece uma sociedade de formigas.
As formigas não são seres individuais mas coletivos
A legislação adequada é aquela que consegue criar um espaço que permita o desenvolvimento social e dos indivíduos, onde as pessoas possam conviver pacificamente com os outros e ainda assim continuarem sendo elas mesmas. 
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