Buscar

Tanatologia trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

VIVER OU MORRER: EIS A QUESTÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Gonçalo 
2017 
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA 
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA 
CURSO DE ENFERMAGEM 
ENFERMAGEM CIRÚRGICA, CENTRO 
CIRÚRGICO 
 
 
 
 
 
DANIELLE DOS SANTOS AMARAL MANHÃES 
EVELIN DA SILVA LEANDRO 
INGRID CASTILHO DESENNA 
MARTHA BARBOSA DA SILVA 
VINÍCIUS NUNES IGLESIAS 
1- INTRODUÇÃO 
Entende-se como eutanásia a conduta em que alguém, deliberadamente e movido 
por fortes razões de ordem moral, causa a morte de outrem, vítima de uma doença 
incurável em avançado estado e que está parecendo de grande sofrimento e dores. A 
eutanásia seria justificada como uma forma de libertação do sofrimento acarretado por 
um longo período de doença. 
 A Constituição Brasileira de 1988 estabelece que todos têm direito à vida, que 
deve ser gozado em toda a sua plenitude e, por isso, tal instituto abrange também o 
conceito de dignidade. Viver em circunstâncias adversas impede que o indivíduo exerça 
plenamente esse direito, sejam tais situações derivadas de caráter econômico, moral ou 
social. 
O debate acerca do tema morte envolve aspectos jurídicos, sociológicos e 
religiosos. É inevitável perceber a influência da religião na construção do Direito como 
meio de exteriorizar o pensamento humano. 
A eutanásia, moralmente proibida e suscetível de penalização no direito brasileiro, 
caracteriza-se como um método de abreviação da vida alheio à nossa realidade. O direito 
à vida, em tese indisponível, poderia sofrer alterações, permitindo a sua disponibilidade 
em casos excepcionais? Nosso ordenamento jurídico diz que, em regra, não. Todavia, 
abre exceção no caso de guerra declarada (art. 5°, inciso XLVII, da CF/88). 
Morrer tornou-se algo distante para a sociedade moderna. Não se discute a morte, 
apenas silencia-se a respeito, até que haja a sua concretização e seu posterior 
esquecimento. Aqueles que sobreviveram, sejam amigos ou parentes da vítima, seguem 
suas vidas, diminuindo gradualmente o impacto de um funeral na família. Ignorá-la, 
postergá-la é também apreciá-la de forma macabra, é impor uma linha de pensamento a 
toda uma sociedade, como se esta não fosse composta de ideias heterogêneas. 
Surge a necessidade de definir o termo eutanásia. De origem grega, pode ser 
traduzida por “morte sem sofrimento”, “morte tranquila” ou “boa morte”. Ferreira 
(2001) diz que é a “prática, sem amparo legal, pela qual se busca abreviar sem dor ou 
sofrimento a vida dum enfermo incurável e terminal”. Nesse contexto, pode-se dizer que 
é o ato de provocar a morte da forma menos dolorosa possível, ou sem prolongar a dor e 
o sofrimento. Na prática, é uma situação em que o moribundo, está sob um sofrimento ou 
dor extenuante, oriundo de um agravo a sua saúde, e que deseja por termo a sua vida, pois 
em seu pensamento, não há mais sentido para viver e considera-se um inútil dentro de 
uma sociedade. 
Objetivos: 
 Analisar em periódicos da BVS como a sociedade percebe a eutanásia. 
Justificativa: 
 Esse tema foi escolhido como parte do processo de avaliação da disciplina de 
Centro Cirúrgico do curso de Enfermagem da Universidade Salgado de Oliveira, será 
abordado em forma de sessão pôster sobre Tanatologia. 
 
2-REFERENCIAL TEÓRICO 
Código Penal - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 
Art. 121 - Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de 
pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, 
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o 
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três 
anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único - A pena é duplicada: 
Aumento de pena 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
 
O princípio da autodeterminação moral do indivíduo 
No art. 5º da Constituição Federal de 1988 temos: 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto 
e a suas liturgias; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção 
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
 O primeiro inciso garante a chamada liberdade de pensamento. Os outros dois, a 
liberdade de consciência e crença religiosa. Juntos, eles são manifestações do princípio 
da autodeterminação moral do indivíduo ou princípio da independência moral. Em linhas 
gerais, toda pessoa tem o direito de pensar o que quiser e como quiser, bem como exercer 
esse ou aquele credo, ter essa ou aquela convicção política ou filosófica, assim como 
pautar a sua conduta com base nos princípios que escolheu para si, sem ter medo de 
punição por parte do Estado por assim pensar ou por assim agir. 
 “O primeiro inciso garante a chamada liberdade de pensamento. Os outros dois, a 
liberdade de consciência e crença religiosa. Juntos, eles são manifestações do princípio 
da autodeterminação moral do indivíduo ou princípio da independência moral. Em linhas 
gerais, toda pessoa tem o direito de pensar o que quiser e como quiser, bem como exercer 
esse ou aquele credo, ter essa ou aquela convicção política ou filosófica, assim como 
pautar a sua conduta com base nos princípios que escolheu para si, sem ter medo de 
punição por parte do Estado por assim pensar ou por assim agir”. (RONALD DWORKIN) 
Declaração Universal de Direitos Humanos: 
Art. 18. - Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; 
este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar 
essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada 
ou coletivamente, em público ou em particular. 
Art. 19 - Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui 
a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir 
informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras. 
"Sob este aspecto, em torno das dimensões internas e externas da liberdade de consciência 
e de crença, gravitam a liberdade de crer ou de não crer (liberdade de religião e a liberdade 
ideológica), a liberdade de manifestação pública das crenças ou convicções pessoais (a 
liberdade de culto) e o direito de se comportar de acordo com as suas crenças religiosas e 
convicções pessoais (direito de objeção de consciência)." (EDÍLSON FARIAS) 
3-METODOLOGIA 
 Revisão bibliográfica eletrônica e manual realizada na biblioteca virtual de saúde 
(BVS) na base de dados Scielo, LEI nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940, art. 5º da 
Constituição Federal de 1988, Declaração Universal de Direitos Humanos, internet e 
livros, no período de setembro a outubro de 2017. 
4-DISCUSSÃO 
 Antigamente, culturas como os celtas e indígenas, tinham por hábito a eutanásia 
social, isto é, eliminação dos doentes sem chance de cura ou com incapacidade física e/ou 
mental. Com o advento do Cristianismo, a maneira de pensar foi recomposta, devido o 
mandamento divino de “não matarás”, (BÍBLIA -2003). 
 Porém, na sociedade contemporânea, observa-se umpensamento contrário aos 
princípios bíblicos. A partir da metade do século XX começaram a surgir organizações 
pró-eutanásia. Em 1980, é fundada a instituição Hemlock Society (“Sociedade Cicuta”) 
em Los Angeles, Califórnia, sem fins lucrativos, que tem “(...) declarado propósito de 
fazer campanha pelo direito de uma pessoa terminalmente enferma recorrer à eutanásia 
voluntária (...)” (HUMPHRY (1994, p. 221)). 
 A partir de então, percebe-se uma dicotomia na sociedade, onde uns defendem e 
outros repudiam. E por isso, é considerada como uma temática polêmica em nossa 
sociedade e cultura. A corrente favorável está alicerçada no princípio da autonomia e 
compaixão e no Princípio da Qualidade de Vida (PQV). O primeiro defende que em 
situações limítrofes de sofrimento e/ou dor, onde o paciente terminal está fora das 
possibilidades terapêuticas e uma “cura milagrosa” é improvável, através da expressão de 
seu desejo de morrer, é direito inalienável do paciente de optar por abreviar sua vida. 
EUTANÁSIA, DISTANÁSIA, ORTOTANÁSIA E O SUICÍDIO ASSISTIDO 
Segundo o dicionário Aurélio, é o “ato de proporcionar morte sem sofrimento a 
um doente atingido por afecção incurável que produz dores intoleráveis”. Caracteriza-se 
como um ato de compaixão por aquele que sofre de enfermidade severa e sabidamente 
sem cura. Do contrário, seria crime de homicídio doloso. 
A eutanásia pode ser classificada em passiva ou ativa. Na primeira há uma ação 
positiva do agente, ou seja, este se utiliza de meios para provocar a morte do indivíduo, 
seja pelo uso de injeção letal ou pela aplicação de dosagem excessiva de medicamentos. 
Já a passiva ocorre por omissão daqueles que são responsáveis pelo tratamento do doente, 
por meio da privação dos recursos que o manteriam vivo, como água e alimentos. 
Outra classificação se refere à vontade do paciente quanto à prática da eutanásia. 
Será voluntária quando a opção do indivíduo pelo método for de conhecimento de todos. 
Já no caso de eutanásia involuntária, a vontade do enfermo não é levada em consideração, 
ou seja, ele não está de acordo com a situação. Por último, a eutanásia não voluntária 
ocorre quando a escolha do paciente pelo método não é sabida por seus familiares ou pela 
equipe médica, pois este não expressara em momento anterior opinião acerca do assunto. 
A mistanásia ou eutanásia social se opõe ao conceito da eutanásia (boa morte), 
pois visa apenas à eliminação do paciente com base em critérios políticos, econômicos 
ou sociais. 
Hoje podemos citar também os casos de pacientes que são negligenciados por seus 
médicos, não recebendo o tratamento adequado, seja por erro no diagnóstico ou mesmo 
por falta de recursos para custear o tratamento. A omissão de socorro também caracteriza 
a mistanásia. 
A distanásia ou obstinação terapêutica seria uma morte sofrida e lenta. Aqui se 
prolonga a vida de um paciente em estado terminal, porém de forma artificial, seja por 
meio da ingestão de medicamentos e sedativos que amenizem a sua dor ou mesmo com o 
auxílio de aparelhos. Apenas as funções essenciais do organismo continuam a “trabalhar”, 
mantidas muitas das vezes por equipamentos. 
Já o conceito de ortotanásia refere-se à morte natural. Tem como objetivo a morte 
digna, o bem-estar do paciente. Nela, evita-se o uso de meios artificiais que prolonguem 
a vida do enfermo, uma vez que já não há tratamento cabível nem melhora esperada em 
seu quadro clínico. O médico opta pela não interferência invasiva no processo de 
desenvolvimento da doença do indivíduo, limitando-se apenas a aplicação de 
procedimentos paliativos. Equivale a uma aceitação da natureza humana, o ciclo de 
nascimento até a morte do ser humano, sem alteração por meios tecnológicos. Seria o 
método mais próximo da morte como era conhecida pelas sociedades primitivas. 
O suicídio assistido é muitas vezes confundido com a eutanásia. No primeiro, o 
paciente, impossibilitado de praticar por si mesmo o ato, recebe auxílio de terceiro para 
concretizar a sua vontade. Tal ajuda pode se dar pela administração de drogas, 
medicamentos ou outras substâncias que contribuam para a alteração clínica do paciente, 
levando-o à morte. Também pode acontecer o encorajamento para a prática da ação. 
 
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A eutanásia é um assunto complexo que sempre gerará novas discussões e muitas 
indagações ainda não esclarecidas. Para isso, portanto, faz-se necessário o 
desenvolvimento de novas pesquisas que visam elucidar mais amiúde essa questão tão 
polêmica. 
A grande dissidência é que não se pode generalizar este assunto por ser 
extremamente relativo, ora objetivo, ora subjetivo, visto que possui diferentes vertentes 
de discussão e peculiaridades inerentes a cada caso. Por ser um ato incontornável, não 
pode ser tratado com indiferença ou displicência. Devem-se analisar as questões legais, 
religiosas, bioéticas e culturais para chegar num entendimento mais próximo a 
convivência. 
O processo de aprovação de uma lei, por vezes é demasiadamente demorado, pois 
envolve além de outros motivos, interesses políticos, religiosos e sociais. 
Antagonicamente a essa velocidade é a ligeireza com que os avanços tecnológicos e as 
discussões bioéticas ocorrem, de modo que na prática, a atuação profissional ao levar em 
consideração o sistema legislativo vigente sente-se apreensivo para inferir qualquer 
decisão, pois este se encontra defasado. A atualização da lei é condição sine qua non. 
Diante de inúmeras divergências no modo de pensar é necessário que o 
profissional, defronte a situações dilemáticas, sobretudo no campo da bioética, adote uma 
posição ética e em conformidade com a legislação vigente. No entanto, é imprescindível 
que se compreenda a importância de discussões crítico-reflexivo e que oportunize 
movimentos nesta área. 
 
 
 
6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BÍBLIA. Bíblia Sagrada: Sociedade Bíblica do Brasil, 2003. 
BRASIL. CONSTITUIÇÃO (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui-
caoCompilado.htm> Acesso em: 19 out. 2017. 
BRASIL. Presidência da República. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. 
Institui o Código Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ 
decreto-lei/del2848.htm> Acesso em: 21 out. 2017. 
DWORKIN, Ronald. Uma questão de princípio. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 
p. 525. 
FARIAS, Edílson. Liberdade de expressão e comunicação: teoria e proteção 
constitucional. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004. p. 156-157. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio: dicionário da Língua 
Portuguesa. 8. ed. São Paulo: Positivo, 2012. 
FREDERICO JÚNIOR, José Luizilo. A Constituição brasileira proíbe a eutanásia? 
Disponível em http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/constituição-brasileira-proíbe-
eutanásia> Acesso em: 22 out. 2017. 
HUMPHRY, Derek. Trad. Ênio Silveira. A solução final: justificativa e defesa da 
eutanásia. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1994. 
MARTINS, Marcio Sampaio Mesquita Direito à morte digna: Eutanásia e morte 
assistida. Âmbito Jurídico – Portal da Internet. Acesso em: 22 out. 2017.

Outros materiais