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Point of care testing

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Point of care testing – Teste Laboratorial Remoto 
Kaíque Magno Scandian dos Santos; Thallys de Pádua Nascimento Santos 
1) INTRODUÇÃO 
O “Point of care testing” (POCT) é a denominação inglesa para o Teste 
Laboratorial Remoto (TLR), equipamento este que não tem a necessidade de estar 
dentro de um laboratório de análises clinicas, ou seja, é feito a beira do leito em 
hospitais, emergências médicas e até pelo próprio paciente. (DIRETRIZES 
SBPC/ML, 2015). 
Os estudos mostram que os exames point of care não são novos, acredita-se que 
os testes remotos tiveram início com os exames de urina, que era observada pelo 
médico ao lado do paciente. Há registros datados de 4000 a.C sobre essa 
observação. (DIRETRIZES SBPC/ML, 2015). 
Em 2005 a ANVISA lançou uma resolução para o manejo e uso dos testes 
remotos, onde a execução destes testes deve estar vinculada a um laboratório de 
referência, além do responsável técnico do laboratório ser responsável pelos testes 
remotos também (ANVISA, 2005). Uma exceção é que o Ministério da Saúde 
publicou uma portaria em 2007 que permite o auto monitoramento de pacientes 
diabéticos pela glicemia capilar em sua casa, porém com algumas ressalvas, como a 
avaliação da necessidade do monitoramento e o treinamento do paciente (MS,2007). 
1.1) OBJETIVOS 
O presente trabalho, tem como objetivos descrever “Point of care testing” (POCT) 
e demonstrar seu histórico e a legislação brasileira a cerca desses exames. Além de 
apresentar três testes remotos, com suas aplicações, vantagens e desvantagem, 
discutindo-se o valor para realização de cada exame; e comparar os testes POCT 
com teste de laboratórios não remotos. 
1.2) MATERIAIS E MÉTODOS 
Trata-se de uma revisão bibliográfica baseada na literatura, através de consulta a 
artigos científicos selecionados por meio de busca no banco de dados do Pubmed e 
Scielo. Além, da Diretriz da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina 
Laboratorial (SBPC/ML), base de dados da Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul e o eBook de Diabetes nas práticas clínicas. 
 
Primeiramente, no PubMed foi utilizado o descritor “Point of Care Testing” 
onde foram encontrados 7.324 artigos; esse descritor foi usado em associação com 
mais 3 descritores (“glucose”, “coagulation test”, “hcg tests” e “quality”) e as buscas, 
após aplicação de filtros de: Revisão de Literatura; artigos publicados há menos de 5 
e 10 anos, respectivamente e estudos realizados em humanos, concluíram em 20; 
13; 20 e 179 artigos respectivamente. Na base de dados Scielo foi realizada a 
mesma pesquisa com os mesmos descritores. Além dos filtros foi realizada a leitura 
dos títulos dos artigos, após leitura foram eliminados parte do que foi encontrado, a 
partir disso foi feita a leitura dos resumos onde foram selecionados 10 artigos. 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1. FASES PRÉ-ANALÍTICA, ANALÍTICA E PÓS ANALÍTICA 
A fase pré-analítica é de grande importância no processo do exame, representa 
32% dos erros que são observados nos testes. Esse erro tem impacto no paciente 
de forma exorbitante. Considera-se como fator de erro a escolha do equipamento, 
competência do operador; manuseio, identificação e obtenção da amostra; entre 
outros. (O’KANE et al). 
Na fase analítica, onde o material coletado do paciente será analisado, possui 
65,3% dos erros, este maior que na fase pré-analítica, também é de extrema 
importância se evitar, e está relacionado como o equipamento estar preparado de 
forma adequada, por exemplo. (O’KANE et al). 
A fase pós analítica representa 2,7% e como já foi mencionado será quando se 
tem o resultado do teste realizado, onde se deve prezar pelo registro correto dos 
resultados e comunicação e eficiência de todo o processo. (O’KANE et al). 
2.2. GLICOSE 
De acordo com Gomez (2014) as dosagens de glicose por meio dos 
glicosímetros correspondem à 74,4% dos testes Point of care hospitalares nos EUA. 
Nesse exame é utilizada uma fita reagente que através de reações químicas de 
glicose oxidase ou glicose desidrogenase faz a mensuração dos níveis de glicose 
sanguínea. No Brasil existem aproximadamente 12 milhões de portadores de 
Diabetes Melitus (DM), e metade desses pacientes ainda desconhecem seu 
diagnostico. Desse montante 90% são tipo 2, 8 a 9% tipo 1 e 1 a 2% DM secundário. 
 
Desde 2006 a ADA considera o auto monitoramento da glicose como parte do 
tratamento e controle do DM. (DIRETRIZES SBPC/ML, 2015). 
O teste Point of care para medir a glicemia deve possui uma alta exatidão e uma 
acurácia baseada na ISO 15197/ 2013, que atende a dois critérios: >95% dos 
resultados deve apresentar variação inferior a 15 mg/ dl, para resultado abaixo de 
100mg/dl ou variação inferior a 15% para resultado superiores a 100mg/dl. 
(DIRETRIZES SBPC/ML, 2015). Estudos realizados mostraram que quando o nível 
de glicose no sangue é menor que 5,5 mmol/L sua sensibilidade é de 53,3% e 
especificidade de 94,4% e quando esse valor é maior que 12,2 mmol/L a 
sensibilidade vai para 83,3% e especifidade chega a 99,3% (MARLEY, 2007). 
As vantagens no uso do TLR são basicamente o auto monitoramento, a 
realização na beira do leito, podendo ser realizado por profissional de saúde 
capacitado com uma avaliação e intervenção rápida pelo clínico (GOMEZ, 2014). 
2.3. TESTE DE COAGULAÇÃO – RNI 
Segundo Dusse et al. (2012), o teste POC permite que o monitoramento 
periódico das terapias anticoagulantes orais empregadas na profilaxia antitrombótica 
primária e secundária onde é necessário um teste de monitoramento, como a 
Relação Internacional Normalizada (RNI) (ARAUJO; DOMINGUES, VAN BELLEN, 
2014). 
Dusse et al (2012) coloca que os principais princípios utilizados para mensuração 
do RNI por meio dos equipamentos são a monitorização da capilaridade do fluxo de 
sangue e a monitoração da capilaridade do fluxo de sangue. 
O teste Point of care teve sensibilidade de 96,6% (IC95% 88,4-99,1) e 
especificidade de 60,0% (IC95% 38,6-78). (BRUCH et al., 2014) 
As principais vantagens do uso do RNI POC são: a facilidade de uso, o 
desempenho do teste no sangue capilar em pacientes com acesso venoso difícil e a 
capacidade de obter rapidamente o resultado (BARCELLONA; FENU; MARONGIU, 
2016). 
“O principal problema relacionado à RNI-POCT é a acurácia em relação ao 
método de referência, o tempo de protrombina convencional (DUSSE et al., 2012) ”. 
Os resultados do INR são considerados confiáveis quando a diferença com os 
valores INR fornecidos pelo coagulômetro de laboratório de referência não excede ± 
0,5 INR. (BARCELLONA; FENU; MARONGIU, 2016) 
 
Dusse et al. (2012) afirma que al critério pode não ser apropriado em pacientes 
em uso de inibidor da vitamina K, já que resultados com diferença de ± 0,2 RNI da 
faixa terapêutica requerem alteração de dose da medicação. Outras dificuldades 
associadas à utilização da RNI POCT são o alto custo do exame e a obtenção de 
volume de sangue suficiente na punção digital. 
2.4. DOSAGEM DE hCG 
Segundo a Diretriz para a Gestão e Garantia da Qualidade de testes laboratoriais 
remotos (2016), os ensaios qualitativos de hCG são subdivididos em POC, que 
destinam-se a uso profissional, e em Over the conter (OTC) QUE são vendidos 
diretamente a leigos em farmácias para uso domiciliar. 
Segundo Greene et al. (2013), O teste POC de hCG é rotineiramente realizado 
em amostras de urina obtidas nos serviços de Urgência e Emergência para excluir a 
gravidez e prevenir lesões fetais ou a morte. 
Um estudo realizado por Moraes, Cristovam e Savaris (2011), analisou o 
desempenho diagnóstico de três marcas de testes imunocromatográficos de 
gravidez na urina disponíveis no mercado brasileiro. A acurácia dos testes foi83% 
(BioEasy®), 84% (Visitect®) e 91% (Strip Test Plus®). 
O estudo realizado por Greene et al. Mostrou que os dispositivos de teste POC 
de hCG não conseguem detectar hCG em uma gravidez muito precoce (2-5 
semanas de gestação), gerando muitos falsos-negativos. 
3. CONCLUSÃO 
O uso do Point of care tem grande potencial de benefício em situações em que o 
resultado rápido influencia a tomada de decisão clínica, como nas situações 
relatadas. 
O uso desses testes é um novo mercado em diagnóstico, e a equipe do 
laboratório clínico é a que deve geri-lo, por meio da garantia da qualidade, para não 
colocar em risco a segurança do paciente. 
O custo-efetividade do TRL ainda é discutível, já que o custo unitário do teste 
chega a ser de 2 a 20 vezes maior do que se realizado por meio de tecnologias 
tradicionais. 
 
 
4. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS 
1. Anvisa – RDC n. 302, de 13 de outubro de 2005. 
2. ARAUJO, André Camacho Oliveira; DOMINGUES, Rodrigo Borges; VAN 
BELLEN, Bonno. Comparison between the conventional method and a 
portable device for determination of INR. J. vasc. bras., Porto Alegre , v. 
13, n. 2, p. 88-93, June 2014 . Available from < goo.gl/qnC2oX >. access 
on 09 Nov. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/jvb.2014.051. 
3. BARCELLONA, Doris; FENU, Lara; MARONGIU, Francesco. Point-of-care 
testing INR: an overview. Clinical Chemistry and Laboratory Medicine 
(CCLM), Berlim, 55.6 (2016): 800-805. Access on 10 Nov. 2017. 
https://doi.org/10.1515/cclm-2016-0381. 
4. 
BRUCH, Tatiana P. et al . Is point-of-care accurate for indicating thrombolysis 
in anticoagulated patients on oral anticoagulation treatments?. Arq. Neuro-
Psiquiatr., São Paulo , v. 72, n. 7, p. 487-489, July 2014 . Available from 
< https://goo.gl/zxZAZZ >. access on 09 Nov. 2017. 
http://dx.doi.org/10.1590/0004-282X20140075. 
5. Diretrizes para a gestão e garantia da qualidade de Testes Laboratoriais 
Remotos (TLR) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina 
Laboratorial (SBPC/ML). – 2.ed. – Barueri, SP: Minha Editora, 2015. 
6. DUSSE, Luci Maria Sant'Ana et al . RNI Point-of-care test (POCT): esperança 
ou ilusão?. Rev Bras Cir Cardiovasc, São José do Rio Preto , v. 27, n. 2, p. 
296-301, jun. 2012 . Disponível em < https://goo.gl/LgGBk3 >. acessos em 
09 nov. 2017. http://dx.doi.org/10.5935/1678-9741.20120047. 
7. EIZERIK, DAUANA PITANO. Análise comparativo de dois métodos de 
mensuração de glicose, colesterol e triglicérideos: sangue venoso em 
laboratório de bioquímica e sangue capilar em aparelho ACCUTREND GCT. 
Porto Alegre, 2012. 
8. GOMEZ, ANA MARIA, GUILLERMO E. UMPIERREZ. Continuous Glucose 
Monitoring in Insulin-Treated Patients in Non-ICU Settings. Journal of 
Diabetes Science and Technology. p.930–936, 2014. 
9. GREENE, Dina N et al. Limitations in qualitative point of care hCG tests for 
detecting early pregnancy. Clinica Chimica Acta. Vol. 415, p. 317-321, 2013. 
https://doi.org/10.1016/j.cca.2012.10.053. 
10. MARLEY, Julia V et al. Point-of-care testing of capillary glucose in the 
exclusion and diagnosis of diabetes in remote Australia. The Medical Journal 
Of Australia, [s. L.], v. 186, n. 10, 21 maio 2007. Disponível em: 
<http://bit.ly/2hoLzsh>. Acesso em: 07 nov. 2017. 
11. MORAES, Gisele Silva de; CRISTOVAM, Rafael do Amaral; SAVARIS, 
Ricardo Francalacci. Análise comparativa da acurácia in vitro de testes de 
detecção de hCG urinário. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 57, n. 
5, p. 516-522, Oct. 2011 . Available from < https://goo.gl/xAMe8H >. access 
on 09 Nov. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302011000500008. 
12. PORTARIA Nº 2.583, DE 10 DE OUTUBRO DE 2007 – Ministério da Saúde 
(MS)

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