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DAS GARANTIAS DO PODER JUDICIÁRIO - DOC

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DAS GARANTIAS DO PODER JUDICIÁRIO
JULIANA ALVES DE LIMA
Bacharel em Direito pela Universidade de Salvador – UNIFACS
1. Do Poder Judiciário 1.1 Intróito 1.2 Das garantias e o Direito Comparado 1.3 Das espécies de garantias do Poder Judiciário 1.3.1 Garantias Institucionais do Judiciário 1.3.2 Garantias funcionais do Judiciário 1.3.3 Das prerrogativas do juiz na Lei de Organização da Magistratura Nacional. 
1. Do Poder Judiciário
1.1 Intróito
Segundo a clássica teoria da separação das funções estatal, versada por Montesquieu em Espírito das Leis, o judiciário é o derradeiro dos “poderes”, agindo após a atuação do Legislativo, com a criação das leis, e do Executivo, visto que lhe é incumbido à missão primordial de trazer justiça aos casos concretos, aplicando as leis para dirimir litígios; e suas decisões, diferentemente do Executivo, no contencioso administrativo, e do Legislativo, no impeachment, possuem força definitiva de coisa julgada.
Neste ponto reside a importância da função judiciária, na definitividade de suas decisões, trazendo segurança aos particulares por meio da imutabilidade do quanto sentenciado pelo Estado Juiz.
Apesar de parte da doutrina não distinguir a função executiva da judiciária, visto que ambas aplicam a lei aos casos particulares, é necessário afirmar que não se confundem essas funções, como bem estabelece Manoel Gonçalves Ferreira Filho�:
Esse conceito já sugere quão problemática é a colocação do Judiciário como executante de uma função, por sua natureza distinta, do Estado. De fato, em sua substância essa função é executar ou aplicar a lei a casos particulares. Ora, executar a lei é objeto de outra função, a executiva, ou administrativa. Destarte, limitando-se a pôr em prática, em casos concretos, decisões anteriores de caráter geral, o Judiciário exerceria uma função por sua natureza igual à desempenhada pela administração. É essa a lição de inúmeros autores modernos, como Burdeau, Wade etc., que podem abonar-se em Locke, o qual não a considerava função à parte, mas sim enquadrava o Judiciário no Poder Executivo.
...
Rejeitar-se a afirmação que o Judiciário desempenha uma função de natureza distinta das demais do Estado, ou reconhecer que ela, por sua natureza, se confunde com a administrativa, não significa que se recomende sua fusão com o Executivo nem que não se enxerguem as vantagens de sua separação.
Afirma, ainda, José Afonso da Silva�, a esse respeito, que para distinguir a função judiciária da executiva há que se considerar o que fora estatuído na constituição pelo poder legislativo originário a cada uma dessas funções e seus respectivos órgãos.
 
Para a proteção dos direitos humanos e a liberdade dos cidadãos, inclusive em desfavor do governo e da administração, é necessário a existência de uma função estatal independente, não sujeita aos poderes e desmandos do chefe do executivo, nem aos interesses particulares dos parlamentares, e para tanto se sobrepõe o Poder Judiciário, como função autônoma, cuja imparcialidade se erige em direito constitucionalmente previsto, como garantia de plena justiça.
E para o bom desempenho das atividades a que estão responsáveis, o judiciário e seus integrantes, é que lhes são conferidos garantias que, segundo José Afonso da Silva� são constituídas por: 1) garantias institucionais, que resguardam o Poder Judiciário como uma das funções do Estado, e que por sua vez separa-se em garantias de autonomia orgânico-administrativa, e financeira; e 2) garantias funcionais, ou de órgãos, que garantem a independência e a imparcialidade.
1.2 Das garantias e o Direito Comparado
Antes de adentrarmos no cerne da questão, qual seja as garantias concedidas ao Poder Judiciário, cabe trazer à baila um rápido escorço histórico do Direito Comparado acerca de tais prerrogativas, cabendo salientar, primordialmente, que as garantias não são as mesmas em todos os países diversificando-se de acordo com a cultura política de cada nação.
Em países europeus como a Bélgica, Espanha, Holanda, Portugal e Alemanha, além da garantia da inamovibilidade, que abrange a vitaliciedade, são concedidos aos magistrados privilégio de jurisdição e liberdade de associação, sendo que apresentam entre si algumas diferenças.
Na Espanha, a liberdade de associação é restrita, admitindo-se tão somente a união com os membros da própria magistratura. Já na Alemanha é garantido constitucionalmente o direito de greve, além de poderem fazer parte de partido político e exercer funções eletivas, sendo que tomando posse da nova atividade aposenta-se automaticamente da magistratura.
Em regra geral, os países de cunho político democrático, asseguram também a prerrogativa do juiz natural e a independência no desempenho das funções outorgadas pelo Poder Constituinte originário.
Difere o sistema inglês e norte – americano do que ocorre nos países que assumem carreiras organizadas em relação ao judiciário, justamente por causa do seu pragmatismo, não havendo maiores preocupações no respeito a direito e garantias da magistratura, conforme fica claro do trecho extraído de trabalho acadêmico de universitários da UNIRP�:
Até o séc. XVII encontrava-se à discrição do rei nomear e revogar juízes. Lei de 1701 (“Act of Settlement”) instituiu liberdade definitiva destes últimos em face do rei e da administração. Hoje, quando a referida lei já não se encontra em vigor, o seu princípio básico (Quamdiu se bene gesserint) foi assimilado por lei de 1981 (Supreme Court Act).
Em face da natureza da sua designação, os juízes de paz, embora seja importante o seu papel sobretudo no juízo criminal, não gozam de garantias semelhantes. No entanto, são raras as destituições dos juízes de paz.
Como se pode verificar, o sistema inglês é pragmático, lógico, simples e eficaz. Berço das garantias da magistratura, não se empolgou o país com elas a ponto de chegar ao paternalismo. Praticamente elas são as mesmas dentro do princípio básico segundo o qual valerão “enquanto o magistrado bem servir”. 
 
Relativamente às garantias conferidas ao Poder Judiciário e seus órgãos, nos países de regime político socialista, há profundas diferenças de tudo quanto exposto até agora. As prerrogativas para a magistratura russa, por exemplo, são a não intromissão dos demais poderes ao exercício de suas funções, além de que a independência dos juízes esta baseada no fato de serem estes eleitos e não designados, e de que para tomarem suas decisões não se encontram presentes, no mesmo recinto, representantes das demais funções estatais.
No respeito à magistratura brasileira sempre houve proteção para o desempenho de suas funções, desde as primeiras Cartas Constitucionais até os dias atuais. A Constituição do Império de 1824, por exemplo, estatuía no seu artigo 153 que os juízes de direito terão a garantia da perpetuidade em seus cargos, ressalvado, no mesmo preceito, que os juízes poderiam ser removidos ao tempo e de acordo com determinação legal.
Neste ínterim, resta claro que, em se tratando de Direito Comparado, ao Poder Judiciário e seus órgãos é concedido prerrogativas básicas à sua perfeita atuação com vistas aos interesses da sociedade na proteção de seus direitos. 
1.3 Das espécies de garantias do Poder Judiciário
1.3.1 Garantias Institucionais do Judiciário
A Carta Constitucional de 1988, reportando-se ao princípio da separação dos poderes, assegura ao Judiciário a garantia de autonomia orgânico – administrativa e a garantia da independência financeira, conforme se depreende dos artigos 96 e 99�, in verbis:
 
Art. 96. Compete privativamente:
I – aos tribunais:
eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
organizar suas secretarias e serviços auxiliares e dos juízos que lhes foremvinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
propor a criação de novas varas judiciárias;
prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
a criação e extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seus membros, dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver, dos serviços auxiliares e os dos juízes que lhes forem vinculados;
a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
a alteração da organização e da divisão judiciárias
...
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
 
Segundo lições do professor José de Albuquerque Rocha�, acerca das garantias constitucionalmente previstas para o poder Judiciário no âmbito administrativo - financeiro, a autonomia administrativa, chamada de autogoverno da magistratura, significa a capacidade conferida ao Judiciário de ministrar seus órgãos, abrangendo o pessoal e os meios financeiros, necessários ao desempenho das funções jurisdicionais.
	 
1.3.2 Garantias funcionais do Judiciário
Os privilégios funcionais conferidos constitucionalmente em favor dos juízes para a manutenção de sua autonomia e para o exercício de sua função jurisdicional com a respeitabilidade e confiança a que este múnus público exige, segundo José Afonso da Silva�: “... podem ser agrupadas em duas categorias: (a) garantias de independência dos órgãos judiciários; (b) garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários”. 
		
As garantias de independência, seguindo a classificação de José Afonso da Silva, são a vitaliciedade, a inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos, e estão presentes no texto constitucional no artigo 95, in verbis: 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I.
A vitaliciedade�, conforme depreende-se do artigo supra – mencionado, garante ao titular nomeado ou concursado a perpetuidade no cargo que exerce na Administração Pública. Deve restar claro que não se trata de prerrogativa da pessoa do juiz e sim do poder Judiciário, como um todo, pois pensada para resguardar esta instituição concedendo-lhe condições favoráveis ao bom desempenho da função a que esta responsável.
O exercício da função judiciária, através da prerrogativa da vitaliciedade concede a permanência e a definitividade necessárias, para que os juízes não se sintam jungidos às decisões a serem tomadas nas demandas que se lhe apresentam.
A perda de tal garantia com a desvinculação ao cargo só ocorre a pedido do magistrado; por meio de processo judicial, geralmente penal, em que se comprova infração com abuso de poder ou violação do dever inerente à função pública, sendo que é facultado ao juiz a ampla defesa e o contraditório; bem como por aposentadoria compulsória, que é a garantia de inatividade remunerada aos setenta anos de idade, com subsídios proporcionais; ou por disponibilidade.
		
Já a inamovibilidade, prevista no artigo 95, II, da Carta Magna, se refere a fixação do juiz ao cargo e ao local para onde foi designado para a prática de suas funções, não devendo ser removido sem o seu prévio consentimento, garantindo-lhe que exercerá sua atividade sem pressões político – econômicas, pois, do contrário, o magistrado estaria à mercê de remoções “arranjadas”, tudo para que não contrarie interesses do “poder” vigente no local de suas atividades jurisdicionais. 
Inclusive, pode também o magistrado, por meio desta prerrogativa, recusar promoção na carreira, quando restar claro que se trata de manobra política para afastá-lo da prática de sua função naquela localidade determinada. 
Nem mesmo o tribunal a que o magistrado esta vinculado poderá envia-lo para desempenho da função judiciária em outro local diferente, a não ser por interesse público, mediante voto de dois terços do tribunal, assegurada a ampla defesa. 
		
A irredutibilidade de subsídios é a terceira das garantias instituídas pela Constituição Federal à magistratura, e significa que não poderão ser reduzidos os proventos percebidos pelo desempenho de sua função, sendo que ficam adstritos aos limites fixados no artigo 37, X a XII da Carta Magna. 
Esta prerrogativa tem ligação direta com a imparcialidade do juiz quando de suas decisões judiciais, pois este tem a segurança de que seus julgamentos e suas posições não se vincularão ao recebimento de seus proventos, como afirma Marcus Vinícius Amorim de Oliveira�: “Com efeito, a mera hipótese de o magistrado sofrer redução em seu salário em decorrência de algum ato judicial implicaria em motivo de inibição no exercício da judicatura.”
	
No respeito às garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários, estão presentes no texto constitucional, no artigo 95, parágrafo único, sob a forma de impedimentos, com o fim de salvaguardar a independência e a imparcialidade do magistrado. Senão vejamos:
Art. 95.
...
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político – partidária. 
				
Ademais, a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, Lei 35/76, também trás em seu artigo 36 algumas vedações ao magistrado, como a proibição para o exercício do comércio ou participação em sociedade comercial, o exercício de cargo de direção de sociedade civil, associação ou fundação, ou manifestar opinião sobre processo pendente de julgamento�.
1.3.3 Das prerrogativas do juiz na Lei de Organização da Magistratura Nacional
Há ainda as prerrogativas estatuídas pela Lei de Organização da Magistratura, lei Complementar nº 35, de 14.03.1976, em seu artigo 33, que mais se assemelham às imunidades parlamentares, tratadas em capítulo posterior, e que, juntamente com as demais garantias já abordadas anteriormente, garantem a independência e livre desempenho da função jurisdicional, são elas: 
Art. 33. 
I – ser ouvido como testemunha em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade ou o juiz de instância igual ou superior;
II – não ser preso senão por ordem escrita do tribunal ou do órgão especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do magistrado ao presidente do tribunal a que esteja vinculado;
III – ser recolhido à prisão especial, ou à sala especial de Estado Maior, por ordem e à disposição do tribunal ou do órgão especial competente, quando sujeito à prisão antes do julgamentofinal;
IV – não estar sujeito à notificação ou à intimação para comparecimento, salvo se expedida por autoridade judicial;
V – portar arma de defesa pessoal.
Neste ínterim, prescreve o parágrafo único do artigo acima mencionado que se houver indício de crime praticado pelo juiz, quem será responsável pelas investigações será o Tribunal competente ou órgão especial e não a autoridade policial, civil ou militar.
Ademais, estas prerrogativas, além da proteção à Função Jurisdicional, se destinam a proteção do magistrado, devido à função estatal que executa estando sujeito a incidentes por resolver conflitos que muitas vezes vão contra interesses políticos e econômicos, pois sem tais garantias ficaria sujeito a vinganças daqueles que tiveram seus ideais contrariados por decisões judiciais. 
Resta claro, portanto, a importância de tais prerrogativas, ou seja, para a incolumidade física e intelectual do juiz em relação aos julgamentos, devendo estar sujeito somente ao quanto esta prescrito em lei. 
Ademais, aos executores das funções estatais devem ser concedidas garantias que demonstrem a importância do cargo que exerçam, importando na credibilidade do magistrado no desempenho de suas atividades, desta forma não podendo estar submetido a condutas que diminuiriam a confiança dos cidadãos em seus atos, como, por exemplo, serem presos sem ordem expressa do tribunal a que estão subordinados, em caso de crime afiançável, devendo ser respeitado a independência funcional do Judiciário, bem como a autonomia deliberativa do magistrado. 
Cabe aqui, as sábias palavras de Marcus Vinícius Amorim de Oliveira� sobre a necessidade das garantias concedidas ao Judiciário e seus órgãos:
Assim, através de uma conduta independente, o juiz estará apto a legitimar-se a si mesmo e ao próprio Poder Judiciário. A independência do juiz constitui viga mestra do processo político de legitimação da função jurisdicional. Independência não significa dizer que o juiz não responda por seus atos. Haja vista que a atividade jurisdicional encontra fundamento na legalidade, qualquer comportamento do juiz contrário às diretrizes legais importará em responsabilidade. Ressalva seja feita, no entanto, que em conseqüência de sua função estratégica, o juiz não pode ser inibido no exercício de seu munus.
Poder-se-ia acrescentar a prerrogativa contida no artigo 41, que deixa claro que o juiz não pode ser punido ou prejudicado pelas suas opiniões, bem como pelos julgamentos que proferir, salvo se por uso inapropriado de linguagem.
 
Cabe, para concluir, esclarecer que as prerrogativas não foram criadas para a proteção de indivíduos específicos, mas sim para a manutenção da instituição que tem como dever precípuo o amparo da Constituição Federal e da sociedade. 
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SOUZA, Silvia Bednarski de; SOUZA, Silvio Geraldo de; NAGATA, Leila; HERNANDES, Rodrigo Carlos; FARIAS, Edmundo José Dantas. Direitos e garantias dos magistrados na reforma do judiciário. Disponível em: http :// www.jus.com.br. Acesso em: 30 abr 2002.
 
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� FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 27 ed. São Paulo: Saraiva. 2001. p. 243/244
� SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 16 ed. São Paulo: Malheiros. 1999.
� Op. Cit.
� FRANCO, Humberto; MARTINS, Israel; ESTENIO, Jean; BELON, Juliano; CERA, Marcos. Idade mínima para ingresso na magistratura e vitaliciedade. Disponível em: http :// www.jus.com.br. Acesso em: 30 abr 2002
� BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
� José de Albuquerque Rocha apud Marcus Vinícius Amorim de Oliveira.
� SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 16 ed. São Paulo: Malheiros. 1999. p. 577/578
� Há um projeto de reforma, na Casa legislativa, no respeito às garantias da magistratura, que tenciona mudar de dois para três anos de exercício para que o juiz tenha garantida a vitaliciedade, sendo que durante o período probatório será designado como juiz substituto. 
� OLIVEIRA, Marcus Vinícius Amorim de. Garantias da magistratura e independência do Judiciário. Disponível em: http :// www.jus.com.br 
� Embora não exista rigor nesta última vedação, devido aos vários pronunciamentos feitos por magistrados nas emissoras de televisão nacionais, inclusive membros da mais alta cúpula do Judiciário.
� Op.cit.

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