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GEOLOGIADA REGIÃODAS MINAS DO CAMAQUÃ
Paulo Sérgio Gomes Paim
Ricardo Cunha Lopes
RESUMO
As minas do Camaquã, um clássico distrito mineiro do RS, inserem-se no contexto
evolutivo da bacia do Camaquã, bacia essa que registra, no Rio Grande do Sul, os
episódios vulcano-sedimentares do Estágio de Transição da Plataforma
Sul-americana e está geneticamente relacionada aos processos tectono-magmáticos
tardios do Cinturão Dom Feliciano (evento Brasiliano no sul do Brasil). A bacia
do Camaquã representa um lócus deposicional onde foi preservado o registro da su-
perposição de diversos tipos de bacias, com características geológicas próprias e meca-
nismos de subsidência distintos.
A sucessão vulcano-sedimentar aflorante na região das minas do Camaquã engloba
três unidades aloestratigráficas relativamente mais deformadas (alogrupos Bom Jar-
dim, Cerro do Bugio e Santa Bárbara) sobrepostas por uma unidade dominante-
mente horizontal (Alogrupo Guaritas). De modo similar ao que ocorre no interior
de toda a Bacia do Camaquã, o contato entre essas unidades na região é também de-
lineado por discordâncias angulares. Essas unidades registram a porção preservada
de sucessões sedimentares vinculáveis a quatro distintas bacias que se formaram, fo-
ram preenchidas e tiveram seus depósitos deformados no decorrer das fases finais da
orogênese Brasiliana. Nesse sentido incluem o registro parcial das bacias transcor-
rentes de retroarco Bom Jardim (Alogrupo Bom Jardim) e Acampamento Velho
(Alogrupo Cerro do Bugio), da bacia transcorrente Santa Bárbara (Alogrupo San-
ta Bárbara) e do hemi-graben Guaritas (Alogrupo Guaritas).
Sistemas fluviais e deltaicos, caracterizados por canais entrelaçados (porções subaéreas) e
turbiditos (porções subaquáticas), transportando sua carga sedimentar para NE, domi-
naram o cenário geológico na região das minas do Camaquã no decorrer do preenchimen-
to das bacias transcorrentes Bom Jardim, Acampamento Velho e Santa Bárbara.
Durante a evolução do hemi-graben Guaritas, por outro lado, tem-se o registro de uma
importante atividade vulcânica básica, associada a um contexto desértico dominado por
depósitos eólicos. Sobre essa sucessão vulcano-sedimentar, sobrepõem-se, na área das mi-
nas do Camaquã, depósitos de leques aluviais gerados a partir do bordo leste da bacia.
As minas do Camaquã, ativas até 1996, incluemmineralizações disseminadas e fi-
loneanas de Cu, Pb, Zn (Au e Ag) que ocorrem em rochas hospedeiras pertencentes
aos alogrupos Bom Jardim (“Arenito Inferior”) e Cerro do Bugio (“Conglomerados
Inferior e Superior e Arenito Intermediário”). A origem e época de formação desses
depósitos metálicos, bem como a fonte dos metais, constituem temas científicos de im-
portância econômica, amplamente estudados mas ainda sujeitos a controvérsia, os
quais são abordados em outros capítulos deste livro.
111
GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
INTRODUÇÃO
Este capítulo tem como principal objetivo apresentar as principais
características relacionadas à sucessão estratigráfica aflorante na região das minas
do Camaquã, situada na porção sul da sub-bacia Guaritas (Figura 1). Apesar de res-
trita, a área é caracterizada por uma geologia relativamente complexa, namedida em
que inclui diversas unidades geradas em contextos tectônicos e paleogeográficos
distintos. Por outro lado, este capítulo serve também como um apoio geológico
para situar as mineralizações de Cu, Pb e Zn (Au e Ag) ocorrentes na região.
Deve-se ressaltar que as características litológicas da sucessão estra-
tigráfica, somadas à atuação de processos endógenos (deformação tectônica) e
exógenos (intemperismo e erosão), acabampor produzir óbvias e importantes im-
plicações em termos geomorfológicos, drenagem, vegetação e uso do solo. Nesse
sentido, este capítulo constitui também um subsídio relevante para a caracteriza-
ção domeio físico sobre o qual a região das minas do Camaquã encontra-se assen-
tada e, dessemodo, como um apoio à proposição de políticas de gestão ambiental,
uso do solo e organização de roteiros eco e geoturísticos.
Neste capítulo procurar-se-á situar as rochas aflorantes na região
das minas do Camaquã dentro de um contexto geológicomais amplo, apresentar os
trabalhos anteriores que versaram sobre a estratigrafia local, fácies sedimentares e
sistemas deposicionais, mostrar a concepção dos autores acerca desses mesmos te-
mas, e finalizar apresentando uma síntese evolutiva para a área fundamentada nos
aspectos tectônicos, estratigráficos e sedimentares previamente discutidos.
Por fim, considera-se adequado tecer algumas considerações concei-
tuais relativas ao uso de alguns termos definidos em trabalhos anteriores (Paim et
al., 1999). Nesse sentido, Bacia do Camaquã é utilizado de forma a englobar todas
as áreas do Escudo Sul-rio-grandense onde se encontram preservadas as suces-
sões vulcano-sedimentares representativas doEstágio de Transição da Plataforma
Sul-americana (Almeida, 1969). Por outro lado, cada uma dessas áreas representa,
de forma individual, uma sub-bacia namedida em que essas possuemuma história
deposicional, erosional e tectônica diferenciada mas correlacionável. Nesse senti-
do, os termos Bacia do Camaquã e sub-bacia possuem uma forte conotação fisio-
gráfica. Já os termos bacias transcorrentes de retroarco, bacia transcorrente e
hemi-graben referem-se ao contexto tectônico e geológico sob o qual as distintas
sub-bacias, de forma individual ou não, foram geradas e evol uíram. Nesse senti-
do, esses últimos termos agregam um caráter genético mais do que fisiográfico.
O termo aloestratigrafia e seus derivados (alogrupo, aloformação, etc.) referem-se
a uma abordagem formal que procura delimitar os distintos pacotes sedimentares
(unidades aloestratigráficas) que compõem uma sucessão sedimentar qualquer a
partir da ocorrência de discordâncias para, com isto, facilitar a discussão acerca da
evolução geológica de uma bacia, tanto em termos de episódios deposicionais
112
PAULO SÉRGIO GOMES PAIM • RICARDO CUNHA LOPES
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GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
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como daqueles de caráter erosional ou não deposicional que pontuaram seu regis-
tro geológico.
CONTEXTOGEOLÓGICOREGIONAL
A Bacia do Camaquã repousa por sobre os terrenos ígneos e meta-
mórficos do Escudo Sul-rio-grandense, o qual engloba os cinturões (1) Graníti-
co-Gnáissico Dom Feliciano, (2) Tijucas e (3) Vila Nova, bem como o (4)
ComplexoGranulítico SantaMaria Chico e rochas granito-gnáissicas de fácies an-
fibolito associadas (Chemale Jr., 1997). As rochas dos cinturões Tijucas e Vila
Nova e do ComplexoGranulítico SantaMaria Chico formamo embasamento das
associações plutono-vulcano-sedimentares que constituem o registro geológico
da bacia do Camaquã (Figura 1).
O Cinturão Tijucas, sobre o qual a sub-bacia Guaritas encontra-se
assentada, inclui as rochas metavulcano-sedimentares do Grupo Porongos, com
vulcanismo entre 800 e 770 Ma e protólito de idade transamazônica, e o Gnaisse
Encantadas e rochas correlatas, geradas no Paleoproterozóico (2.3-2.1Ga) e retra-
balhadas em torno de 800 Ma (Chemale Jr., 1997).
As concepções propostas acerca do regime tectônico responsável
pela geração e evolução da Bacia do Camaquã são bastante variadas e incluem (a)
hipóteses desvinculadas da teoria da tectônica de placas (Loss & Roisen-
berg,1972); (b) modelos relacionando a gênese da bacia a uma tectônica colisional
das unidades litotectônicas brasilianas, e conseqüente subsidência flexural (Issler,
1982, 1983, 1985; Jost, 1984; Gresse et al., 1996); (c) hipóteses vinculadas a um
episódio final do ciclo brasiliano caracterizado por reativações transcorrentes de
escala regional e/ou continental e conseqüente formação de bacias do tipo stri-
ke-slip (Almeida et al., 1976; Wernick et al., 1978; Almeida et al., 1981; Machado &
Fragoso-César, 1987; Brito Neves & Cordani, 1991; Oliveira & Fernandes, 1991,
1992; Fernandes et al., 1992, eMachado& Sayeg, 1992); e (d) modelos compostos,
partindo de uma tectônica colisional seguido por uma fase de deformação trans-
tracional e/ou extensional (Fragoso-Cesar et al., 1982, 1984, 1992; Beckel, 1990,
1992; Sayeg et al., 1992; Sayeg, 1993; Chemale Jr., 1993; Paim et al., 1999).
A Bacia do Camaquã, geneticamente relacionada aos processos tec-
tono-magmáticos tardios do Cinturão Dom Feliciano, é aqui entendida como um
lócus deposicional onde foi preservado o registro da superposição de diversos ti-
pos de bacias sedimentares, com características geológicas próprias e mecanismos
de subsidência distintos (Paim et al., 1999). Segundo esses autores, as unidades
aflorantes na região das minas do Camaquã incluem o registro geológico parcial
das bacias transcorrentes de retroarcoBom Jardim (590-573Ma) e Acampamento
Velho (573- 559Ma), da Bacia Transcorrente Santa Bárbara (559-540Ma) e do he-
mi-graben Guaritas (470-450? Ma).
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PAULO SÉRGIO GOMES PAIM • RICARDO CUNHA LOPES
TRABALHOSANTERIORES
Estratigrafia
Neste item serão abordados apenas os trabalhos desenvolvidos ex-
clusivamente na região das minas do Camaquã e aqueles outros que, mesmo ten-
do tratado de uma área mais ampla, abordaram, de forma explícita, a sucessão
estratigráfica aflorante na área em questão.
Coube a Carvalho (1932) a proposição da Série Camaquan, incluin-
do toda a sucessão aflorante na região da minas do Camaquã. Essa unidade englo-
baria os depósitos contidos entre as “Erupções de Andesitos e Tufos Vulcânicos”
(definidos na região de Lavras do Sul, mas identificados também “nas costas do rio
Camaquã, na jazida de cobre desse mesmo nome, no município de Caçapava”) e a sucessão
permiana da Bacia do Paraná.
Leinz et al. (1941) subdividiram a Série Camaquã de Carvalho (1932)
em duas unidades, uma caracterizada por camadas fortemente mergulhantes e a
outra por camadas horizontais. Na região das minas do Camaquã, esses autores
concluíram por uma gradativa diminuição da inclinação enquanto em outras áreas
essa passagem seria brusca (p. ex., Cerro dos Martins). Coube, no entanto, a Ro-
bertson (1966) a primazia na caracterização da importante discordância angular
que delineia o contato entre as formações Santa Bárbara (camadas inclinadas) e
Guaritas (depósitos horizontais), registrada a norte das minas do Camaquã.
Em um trabalho demapeamento daQuadrícula de Caçapava do Sul,
Ribeiro et al. (1966) individualizaram, na região das minas do Camaquã, os grupos
Bom Jardim e Camaquã, separados entre si por uma discordância. Segundo esses
autores, a unidade mais antiga (Grupo Bom Jardim) seria representada na área
pela Formação Arroio dos Nobres (membros Mangueirão e Vargas), enquanto o
Grupo Camaquã seria constituído pelas formações Santa Bárbara (incluindo o
membro Rodeio Velho na sua base) e Guaritas, essas últimas limitadas por uma
discordância angular. Proposta similar foi posteriormente apresentada por Ribei-
ro & Lichteberg (1978) e Ribeiro & Fantinel (1978), com a diferença de que esses
últimos autores situaram a Formação Acampamento Velho (exposta no Cerro da
Cruz) entre as formações Arroio dos Nobres e Santa Bárbara e em discordância
angular com ambas.
As excelentes exposições encontradas na área, somadas aos mapea-
mentos de detalhe executados na região por geólogos da Companhia Brasileira do
Cobre (CBC), permitiram a Teixeira et al. (1978) e Gonzalez & Teixeira (1980) a
proposição de uma coluna estratigráfica de maior detalhe, principalmente no que
concerne às unidades mineralizadas. Para esses autores, a sucessão aflorante na
área inclui, da base para o topo, os membros Mangueirão e Vargas (transicionais
entre si) da FormaçãoArroio dos Nobres de Ribeiro et al. (1966), a qual é recober-
115
GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
ta, através de uma discordância angular, pelas rochas doGrupoCamaquã (Forma-
ção Guaritas). Para esses autores, o membro Vargas pode ser subdividido nos
seguintes níveis estratigráficos informais que se sucedem verticalmente: (1) Areni-
to Inferior (350-400 m); (2) Conglomerado Inferior (80-100m); (c) Arenito Inter-
mediário (20-25 m); Conglomerado Superior (200-300m); e Arenito Superior.
Em trabalhomais recente, Fambrini (1998) utilizou-se de uma nova
proposta estratigráfica para a sucessão aflorante na região das minas do Camaquã.
Segundo esses autores, as exposições sedimentares na região incluem uma unida-
de estratigráfica basal – Grupo Camaquã, constituído da base para o topo, pelas
formações Mangueirão, Vargas e João Dias – discordantemente sobreposta pelo
Grupo Guaritas, esse subdividido, da base para o topo, pelas formações Guarda
Velha, Pedra Pintada e Varzinha.
Segundo a proposta adotada neste capítulo, baseada em trabalho de
cunho mais abrangente (Paim et al., 1999), as exposições registradas na região das
minas do Camaquã incluem uma série de unidades limitadas entre si por discor-
dâncias (unidades aloestratigráficas) assim dispostas, da base para o topo: Alogru-
po Bom Jardim; Alogrupo Cerro do Bugio (representado na área apenas pela
Aloformação Santa Fé); Alogrupo Santa Bárbara (constituído localmente pela
Aloformação Serra dos Lanceiros); e Alogrupo Guaritas, composto na região pe-
las aloformações Pedra Pintada e Varzinha.
As várias proposiçõesestratigráficas utilizadas para compartimentar
a sucessão aflorante na região das minas do Camaquã são apresentadas e correla-
cionadas na Figura 2.
Fácies sedimentares e sistemas deposicionais
Os conceitos relativos a fácies sedimentares e sistemas deposicionais
foram pioneiramente introduzidos na região das minas do Camaquã por geólogos
da Companhia Brasileira do Cobre - CBC (Teixeira et al., 1978; Gonzalez & Teixei-
ra, 1980; Ribeiro et al., 1980). A estratigrafia local proposta por esses autores (arenito
inferior/conglomerado inferior/arenito intermediário/conglomerado superi-
or/arenito superior - Figura 6a) foi interpretada como representando fácies mais
proximais (conglomerados) ou mais distais (arenitos) de sistemas de leques deltai-
cos desenvolvidos na área. Essa nova abordagem influenciou a interpretação acer-
ca da gênese e zonação dos minérios de Cu - Pb - Zn, na medida em que foram
propostos modelos associados diretamente a um controle sedimentar (Teixeira et
al., 1978) ou à percolação de fluidos diagenéticos direcionados pela disposição es-
pacial das fácies sedimentares (Gonzalez & Teixeira, 1980).
Uma detalhada descrição das fácies sedimentares e a proposição de
ummodelo de evolução paleogeográfica para toda a sucessão sedimentar exposta
na região das minas do Camaquã foram temas tratados por Facinni et al. (1987).
116
PAULO SÉRGIO GOMES PAIM • RICARDO CUNHA LOPES
Na concepção desses autores, a região foi inicialmente caracterizada por pulsos de
progradação deltaica, os quais teriam evoluído, pelo menos em suas fases finais,
de forma simultânea com sistemas praiais e eólicos instalados em regiões de me-
nor aporte fluvial. O último episódio deposicional na região seria caracterizado
por depósitos aluviais que se interdigitariam com os depósitos eólicos no bordo
leste da bacia e recobririam, de forma discordante, as fácies deltaicas no bordo
oeste da mesma.
Fambrini (1998) concentrou-se na sucessão sedimentar basal (Gru-
po Camaquã, segundo o autor) discordantemente sobreposta pela Aloformação
Guaritas. Para o autor, o Grupo Camaquã seria composto por três unidades estra-
tigráficas transicionais entre si (formaçõesMangueirão, Vargas e João Dias). Esse
autor discrimina cinco associações de fácies na FormaçãoMangueirão, relaciona-
das a turbiditos, tempestitos, inunditos e depósitos de frente deltaica. Propôs ain-
da três associações de fácies na Formação Vargas, representando porções
subaquáticas de leques deltaicos e porções subaéreas de leques aluviais (depósitos
canalizados e depósitos proximais), e, por fim, três outras associações de fácies na
Formação João Dias, incluindo tempestitos e depósitos de planície deltaica e flú-
vio-deltaicos.
ASUCESSÃOESTRATIGRÁFICA
Genericamente pode-se dizer que a Bacia do Camaquã caracteri-
zou-se pela alternância entre episódios de subsidência e sedimentação e de soer-
guimento e erosão. Quanto ao tipo de preenchimento, este também foi alternado,
pois, ora a atividade vulcânica dominava o contexto geológico, sendo representa-
da por lavas e depósitos piroclásticos e epiclásticos, ora a deposição era dominan-
temente siliciclástica. Tais eventos ígneos, sedimentares e tectônicos geraram um
preenchimento complexo, onde unidades mais deformadas são sobrepostas por
unidades cada vez menos deformadas, comumente separadas entre si por discor-
dâncias angulares de maior ou menor magnitude. Desse modo, a abordagem alo-
estratigráfica, que focaliza com maior atenção a presença de quebras no registro
geológico via identificação de discordâncias, torna-se fundamental na comparti-
mentação da sucessão estratigráfica ora abordada.
A sucessão vulcano-sedimentar aflorante na área objeto deste traba-
lho engloba três unidades aloestratigráficas relativamente mais deformadas (alo-
grupos Bom Jardim, Cerro do Bugio e Santa Bárbara), com dobras abertas e falhas
normais, inversas e transcorrentes, sobrepostas por uma unidade dominantemen-
te horizontal (Alogrupo Guaritas), afetada principalmente por uma deformação
rúptil que produziu falhas transcorrentes e normais (Figura 3). De modo similar
ao que ocorre no interior de toda a Bacia do Camaquã, o contato entre essas uni-
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GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
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dadesaloestratigráficas na região das minas do Camaquã é também delineado por
discordâncias angulares (Figura 4).
Alogrupo Bom Jardim
OAlogrupo Bom Jardim (592 ± 5 a 573 ± 18Ma), a unidade estrati-
gráfica mais antiga da área, possui uma espessura mínima de 1.200m na área (son-
dagem CQP-03) e é sobreposto discordantemente pelo Alogrupo Cerro do
Bugio. Tanto o truncamento erosional dos estratos do Alogrupo Bom Jardim pe-
las unidades inferiores do AlogrupoCerro do Bugio como a relação de discordân-
cia angular entre essas unidades são evidentes (Figura 4).
O Alogrupo Bom Jardim é composto por uma sucessão grano- e es-
trato-crescente, representada em sua base por ritmitos pelíticos e areno-pelíticos
que gradam verticalmente para ritmitos arenosos (Figura 6b), esparsos corpos are-
nosos sigmoidais e níveis pelíticos com gretas de contração.Essas fácies represen-
tam turbiditos distais (ritmitos pelíticos e areno-pelíticos) e proximais (ritmitos
arenosos) associados a depósitos de frente deltaica (arenitos sigmoidais), sujeitos
esporadicamente a exposição subaérea. Medidas de paleocorrentes efetuadas nos
turbiditos indicam um padrão de dispersão sedimentar dominante para NNE
(Figura 5), sugerindo a progradação de um sistema deltaico longitudinal em rela-
ção ao eixo da bacia na área em questão. A porção superior do Alogrupo Bom Jar-
dim, representada por ritmitos arenosos e esparsos corpos sigmoidais,
corresponde ao “Arenito Inferior” da nomenclatura estratigráfica local (Figura
6A).
Alogrupo Cerro do Bugio
OAlogrupo Cerro do Bugio (573 ± 18 a 559 ± 7 Ma), representado
na área apenas por sua unidade superior (Aloformação Santa Fé), possui uma es-
pessura mínima de 300 metros (sondagem CQP-02) e é limitada no seu topo por
uma superfície de “downlap” com o Alogrupo Santa Bárbara (Figura 4).
Essa unidade estratigráfica é composta por duas seqüências deposi-
cionais caracterizadas internamente por dois conjuntos de parasseqüências retro-
gradacionais, limitados por uma discordância erosiva (Figura 6A). Cada seqüência
é constituída por conglomerados (Conglomerado Inferior e Superior na no-
menclatura estratigráfica local), ricos em clastos de rochas vulcânicas e plutônicas de
composição ácida, que gradam para arenitos com estratificação cruzada tangencial de
médio porte e ritmitos areno-pelíticos (Arenito Intermediário e Superior na no-
menclatura estratigráfica local - Figura 4). Tanto os arenitos como os conglomera-
dos caracterizam-se estratos tabulares com gradação normal (Figuras 6C e 7A). A
119
GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
geometria tabular e a gradação normal dos estratos são indícios de fluxos efême-
ros e espraiados (sheet-floods), marcados pelo desenvolvimento apenas incipiente
de barras longitudinais.
Dados de paleocorrentes (Figura 5) e informações faciológicas suge-
rem que na região das minas do Camaquã o cenário paleogeográfico, no decorrer
da deposição dessa unidade, teria sido caracterizado pelo desenvolvimento de sis-
temas fluviais e flúvio-deltaicos entrelaçados longitudinais, segundo o alonga-
mento da bacia, os quais dispersavam os sedimentos para NE.
Alogrupo Santa Bárbara
OAlogrupo Santa Bárbara (559± 7 a 540 ± 11Ma) compreende cer-
ca de 2.000metros de espessura de depósitos siliciclásticos. Esses se encontram li-
mitados, no topo, por uma discordância angular que demarca o contato com o
Alogrupo Guaritas e, na base, por uma superfície de downlap com os depósitos do
AlogrupoCerro do Bugio (Figura 4). Na área estudada, apenas as porçõesmédia e
inferior da unidade basal do alogrupo (AloformaçãoLanceiros) encontram-se ex-
postas.
A Aloformação Serra dos Lanceiros é representada por um conjun-
to de parasseqüências progradacionais (sucessão grano e estrato-crescente) do
qual apenas as parasseqüênciasmais basais encontram-se expostas. Essas parasse-
qüências são compostas por ritmitos pelíticos e areno-pelíticos, secundariamente
arenitos, representando turbiditos de águas rasas das porções distais de sistemas
deltaicos.
Medidas de paleocorrentes (Figura 5) indicam que a Aloformação
Serra dos Lanceiros foi gerada através da progradação de um sistema deltaico en-
trelaçado arenoso longitudinal em relação ao eixo da bacia, o qual descarregava
sua carga sedimentar para NNE em um sistema lacustre raso.
Alogrupo Guaritas
O Alogrupo Guaritas, com cerca de 800 metros de espessura e dis-
posto horizontalmente por sobre as demais sucessões, representa o último grande
episódio deposicional da bacia do Camaquã (Figura 4). Essa unidade pode ser
subdividida em duas aloformações (Pedra Pintada e Varzinha) que se encontram
separadas por uma discordância erosiva angular.
A Aloformação Pedra Pintada é dominantemente caracterizada por
arenitos finos-médios, bem selecionados, com estratificação cruzada acanalada de
grande emuito grande porte (Figura 7B), comumente interpretados como depósi-
tos residuais de pequenas dunas eólicas crescentes simples (dunas barcanas e cris-
120
PAULO SÉRGIO GOMES PAIM • RICARDO CUNHA LOPES
tas barcanóides). Secundariamente, ocorrem arenitos grossos, pelitos e arenitos
finos/médios, com laminação cruzada por corrente e por onda, interpretados
como depósitos de interdunas e de planícies de nível de base (Paim, 1994; 1996).
Na região das minas do Camaquã encontra-se exposta principalmente a porção
inferior da Aloformação Pedra Pintada, para a qual as paleocorrentes eólicas indi-
cam paleoventos dominantemente para NE (Paim, 1994).
A Aloformação Varzinha é representada na área por arenitos (finos
a muito grossos) com estratificação cruzada acanalada de médio e grande porte e
estratificação plano-paralela. Os aspectos faciológicos e petrológicos que caracte-
rizam essas litologias sugerem depósitos de sistemas aluviais efêmeros (Figura 7c),
sujeitos a longos períodos de inatividade, e conseqüente exposição subaérea, re-
trabalhamento eólico, dissecação de lama e precipitação de silcretes e calcretes
(De Ros et al., 1994; Paim, 1993).
Regionalmente, os dados de paleocorrentes (Paim, 1995) provenien-
tes das fácies aluviais indicamuma associação lateral de dois distintos sistemas alu-
viais: (1) sistema fluvial entrelaçado, no lado oeste da sub-bacia Guaritas; (2)
sistema de leques aluviais, representado por pelo menos dois lobos, no lado leste
desta mesma sub-bacia (Paim, 1995). Na região analisada, os dados de paleocor-
rente disponíveis (Figura 5) são compatíveis com fluxos provenientes de ESE, ou
seja, do sistema de leques aluviais que dominava o cenário geológico do bordo les-
te da sub-bacia Guaritas durante a deposição dessa unidade aloestratigráfica.
121
GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
122
PAULO SÉRGIO GOMES PAIM • RICARDO CUNHA LOPES
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123
GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
Alogrupo Santa Bárbara
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Afloramento descrito
Legenda
20
Acamamento horizontal
Direção e mergulho
Discordância angular
Estrato ("refletor")
Afloramento descritoContato transicional
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Figura 4 - Fotomontagem (escala original 1:25000) da região das minas do Camaquã, salientando as
discordâncias (estratos em discordância angular) e as atitudes das camadas (medições de campo).
VerlocalizaçãodaáreaabrangidapelasfotosaéreasnaFigura3).
124
PAULO SÉRGIO GOMES PAIM • RICARDO CUNHA LOPES
Figura 5 - Mapa geológico da região das minas do Camaquã, elaborado a partir da interpretação da
fotomontagem(Figura4)edadosdecampo.
5
1
1
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1
1
Alogrupo Guaritas - Aloformação Varzinha
Alogrupo Guaritas - Aloformação Pedra Pintada
Alogrupo Santa Bárbara - Aloformação Serra dos Lanceiros
Alogrupo Cerro do Bugio - Aloformação Santa Fé
Alogrupo Bom Jardim ("Arenito Inferior")
Alogrupo Bom Jardim
5
3
Paleocorrente aluvial (vetor médio e número de medidas)
Paleocorrente turbiditos (vetor médio e número de medidas)
Afloramento descrito
Falhas e fraturas
Contato discordante
Caminho
Estrada não pavimentada
Mina a céu aberto
Anticlinal
Contato transicional
125
GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
Figura 6 - Vista geral para ESE (a) de parte da sucessão estratigráfica, salientando a terminologia es-
tratigráfica de uso local; (b) dos turbiditos arenosos e areno-pelíticos, que compõem grande parte do
“Arenito Inferior”; e (c) dos conglomerados e arenitos conglomeráticos tabulares que constituem o
“Conglomerado Superior”.
(b)
Arenito
Superior
Conglomerado
Superior
Arenito
Intermediário
Conglomerado
Inferior
Arenito
Inferior(a)
Conglomerado
Superior
Arenito
Intermediário
(c)
126
PAULO SÉRGIO GOMES PAIM • RICARDO CUNHA LOPES
Figura 7 - (a) Vista de detalhe do “Conglomerado Superior”, salientando a tabularidade dos estratos e a
lenticularidade das camadas que compõem cada estrato; (b) vista geral para sul dos depósitos eólicos
que constituem a maior parte da Aloformação Pedra Pintada (foto do cerro homônimo); e (c) vista de
detalhe de fácies fluviais conglomeráticas e arenosas que caracterizam a Aloformação Varzinha, real-
çando a bimodalidade granulométrica que ocorre localmente (retrabalhamento de depósitos eólicos
(a)
(C)
1 m
(c)
(b)
SÍNTESEEVOLUTIVA
Como afirmado anteriormente, a Bacia do Camaquã teve sua evolu-
ção vinculada aos processos tectono-magmáticos tardios do Cinturão Dom Feli-
ciano e representa um lócus deposicional onde ficou preservado o registro da
superposição de diversos tipos de bacias. Especificamente na região das minas do
Camaquã tem-se preservado o registro geológico parcial de quatro dessas bacias
(Figura 8) cuja evolução tectono-sedimentar é sumariamente descrita a seguir (os
nomes em itálico referem-se àqueles comumente utilizados na nomenclatura es-
tratigráfica local):
(1) Bacia transcorrente de retroarco Bom Jardim (Figura 8a): os depósitos
vinculáveis a essa bacia estão representados por turbiditos are-
no-pelíticos e pelíticos (Membro Mangueirão) e turbiditos arenosos (Are-
nito Inferior) que representam os depósitos distais e proximais,
respectivamente, das porções subaquáticas do sistema deltaico que, na
área, progradava para NE, ao longo do eixo da bacia. Esporádica expo-
sição subaérea dos depósitos proximais ficou registrada pela ocorrên-
cia comum de níveis argilosos ressecados. As atuais sub-bacias
Guaritas e Santa Bárbara, separadas entre si pelo Alto de Caçapava,
guardavam sua individualidade durante este episódio deposicional en-
quanto que a contribuição vulcânica, expressiva, e mesmo dominante,
nasub-baciaSantaBárbara,foimínimanaregiãodasminas;
(2) Evento de deformação transcorrente (aprox. 580 Ma), erosão parcial do
registro sedimentar prévio e geração da discordância que limita o Alo-
grupoBomJardimdoAlogrupoCerrodoBugio;
(3) Bacia transcorrente de retroarco Acampamento Velho (Figura 8b): nas
minas, essa bacia é representada fundamentalmente por depósitos flu-
viais associados a um sistema fluvial entrelaçado conglomerático (Con-
glomerados Inferior e Superior) e, secundariamente, arenoso (Arenito
Intermediário) que também fluía para NE. Aparentemente, o alto topo-
gráfico que atualmente separa as sub-bacias Guaritas e Santa Bárbara
não afetou o padrão deposicional durante este episódio deposicional. A
importante atividade vulcânica ocorrida no lado oeste da Bacia do Ca-
maquã (Aloformação Acampamento Velho) não foi registrada na área
abordada;
(4) Novo evento de deformação transcorrente (aprox. 570 Ma) e erosão
parcial do registro sedimentar prévio (discordância entre os alogrupos
CerrodoBugioeSantaBárbara);
(5) Bacia transcorrente Santa Bárbara (Figura 8c): esta bacia é registrada na
área por depósitos deltaicos subaquáticos, principalmente na forma de
turbiditos arenosos e, secundariamente areno-pelíticos, ambos infor-
malmente designados como Arenito Superior. Como nos casos anterio-
res, o padrão de dispersão de sedimentos foi dominantemente
influenciado por correntes dirigidas para NE e uma bacia na qual o
AltodeCaçapavaaparentementeestavarecoberto.
127
GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
(6) Evento de deformação transcorrente (aprox. 470 Ma) com erosão par-
cial do registro sedimentar prévio e formação da discordância que limi-
taabasedoAlogrupoGuaritas;e
(7) Hemi-graben Guaritas (Figura 8d): representado inicialmente por de-
pósitos desérticos e rochas vulcânicas básicas sobrepostos por depósi-
tos aluviais. Na região das minas, as fácies eólicas aflorantes
representam a base da Aloformação Pedra Pintada e foram depositadas
por paleoventos dirigidos dominantemente para NE enquanto as fáci-
es fluviais que se sobrepõem em discordância erosiva (Aloformação
Varzinha) representam fundamentalmente as porções distais de um le-
quealuvialdesenvolvidojuntoaobordolestedasub-baciaGuaritas.
128
PAULO SÉRGIO GOMESPAIM • RICARDO CUNHA LOPES
129
GEOLOGIA DA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ
Legenda
Aluviais
Turbiditos
Paleocorrentes
Sistemas aluvias e deltaicos
entrelaçados conglomeráticos
Sistemas aluvias e deltaicos
entrelaçados arenosos
facies subaquosas rasas (tonalidades mais
claras) gradando para mais profundas
(tonalidades mais escuras)
Alogrupo Santa Bárbara
(570-560 Ma)
Aloformação Serra dos Lanceiros
Alogrupo Bom Jardim
(590 - 580 Ma)
Alogrupo Guaritas
(470-450? Ma)
Aloformação Varzinha
Alogrupo
Cerro do Bugio
(580-570 Ma)
Aloformação Santa Fé
(a) (b)
(c) (d)
Localização aproximada da
região das minas do Camaquã
Figura 8 - Esboço de evolução paleogeográfica situando regionalmente a região das minas do Cama-
quã com a indicação das variações faciológicas, depocentros e dispersão de sedimentos associados
aosepisódiosdeposicionaispreservadosnaáreadeestudo(adaptadodePaim et al.,1999).
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