Buscar

TCC Michele Cavalcante (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO FINANCEIRA: A IMPORTÂNCIA DE SER APLICADA NO ENSINO 
INFANTIL DAS ESCOLAS DE FORTALEZA – CE
Michele Lopes Cavalcante1
Mônica Maria Bezerra Farias2
RESUMO
Este estudo aborda a educação financeira no ensino infantil A pesquisa teve como objetivo
geral mostrar a importância da educação financeira no ensino infantil das escolas de Fortaleza
– CE. Para atingi-lo, foram traçados os seguintes específicos: 1) Listar exemplos de
instituições de ensino em Fortaleza - CE que já incluíram em suas grades escolares a
disciplina de Educação financeira; 2) Elencar os benefícios adquiridos pelas crianças
fortalezenses estudantes dessas escolas, que incluíram em seu currículo a disciplina Educação
financeira; 3) Relatar a metodologia aplicada sobre finanças para as crianças; 4) Descrever o
impacto causado pelas aulas de Educação financeira para as crianças nas famílias
fortalezenses com o resultado. A metodologia abordada pela pesquisadora classificou o estudo
como bibliográfico, de campo, exploratório, descritivo e quali-quanti. Foram definidas as
seguintes hipóteses: As escolas privadas de Fortaleza – CE são as primeiras a oferecerem a
disciplina de finanças para as crianças em seu curriculum escolar; As crianças fortalezenses
que cursam a disciplina de finanças poupam mais que as outras, de acordo com a base de
dados coletada na pesquisa de campo; As famílias dos filhos que cursam a disciplina de
finanças percebem os impactos positivos no controle financeiro familiar. A pesquisa ocorreu
com alunos da terceira, quarta e quinta série de uma escola particular localizada em Fortaleza-
CE e seus respectivos pais. Por meio da pesquisa de campo, concluiu-se que os pais das
crianças não receberam orientação sobre finanças quando pequenos e acharam de suma
importância a escola se preocupar em trazer aos alunos esses conceitos.
Palavras-chave: Adulto. Consumismo. Educação financeira infantil.
ABSTRACT
1 Graduanda em Administração pelo Centro Universitário Estácio do Ceará.
2 Professora Orientadora – Mestre em Administração pela Universidade de Fortaleza –UNIFOR.
2
This study addresses Financial Education theme in children's education The survey aimed to:
Show the importance of financial education in child education schools of Fortaleza - CE. To
achieve it Were OS following routes Specific: 1) List examples of educational institutions in
Fortaleza - CE que already included in School degrees your discipline Financial Education; 2)
list the benefits Bought for Children fortalezenses Students of these schools, que included in
his resume Financial Education discipline; 3) Report Applied Methodology About Finance
paragraph as children; 4) Describe the impact caused the financial education classes for
Children families in fortalezenses with the result. The methodology discussed For Researcher
classified the study as literature, field, exploratory, descriptive and qualitative and
quantitative. Were defined as the following assumptions: the Private Schools of Fortaleza -
CE are as First one to offer a finance discipline to the school curriculum in Your Children;
Children are studying fortalezenses que one Finance discipline save more than as to, for
According to a baseline of data collected in the field of research; As families of que Children
are studying a discipline of Finance realize The Positive Impacts not familiar Financial
Control The search took place with third-party Students, fourth and fifth grade of a private
school located in Fortaleza-Ce and their parents. By Means of Field Research, concluded que
OS parents Children not this received guidance About Finance When Small and May, found
extremely importance to school to worry about bringing students These concepts.
Keywords: Adult .Consumerism. children's financial education.
1 INTRODUÇÃO
Diante do cenário econômico em que se vive, saber administrar os ganhos é
primordial, pois o número de pessoas inadimplentes no Brasil aumenta consideravelmente ano
após ano. 
É notório que o adulto desta geração, da passada e provavelmente da próxima, não
conhece o real valor do dinheiro, pois não aprendeu quando criança.
Entretanto, vários fatores podem contribuir para esse comportamento. Um deles é
o consumismo exagerado, que vem causando fortes danos não somente financeiros, mas
psíquicos. 
Em função dessa realidade, algumas pesquisas foram realizadas e, a partir de seus
resultados, surgiram projetos que defendiam a inserção da disciplina de educação financeira
nas escolas de ensino público em Fortaleza. Todavia, até os anos de 2010 e 2011 eram apenas
projetos-piloto, sem grandes escalas.
3
Nesse mesmo espírito, algumas escolas particulares aos poucos passaram a inserir
a referida disciplina em sua grade curricular, tentando levar aos seus alunos a importância do
equilíbrio entre o uso do dinheiro e do consumo.
Em meio aos fatos, a pesquisa trará caminhos para tentar esclarecer a seguinte
indagação: Qual a importância de se aplicar a Educação financeira no ensino infantil nas
escolas de Fortaleza - CE?
Diante disso, traçou-se o seguinte objetivo geral: Mostrar a importância de se
aplicar a disciplina educação financeira no ensino infantil das escolas de Fortaleza – CE. Para
atingi-lo, foram definidos os seguintes objetivos específicos: 1) Listar exemplos de
instituições de ensino em Fortaleza - CE que já incluíram em suas grades escolares a
disciplina de Educação financeira; 2) Elencar os benefícios adquiridos pelas crianças
fortalezenses estudantes dessas escolas, que incluíram em seu currículo a disciplina Educação
financeira; 3) Relatar a metodologia aplicada sobre finanças para as crianças; 4) Descrever o
impacto causado pelas aulas de Educação financeira para as crianças nas famílias
fortalezenses com o resultado. 
Foram definidas as seguintes hipóteses: As escolas privadas de Fortaleza – CE são
as primeiras a oferecerem a disciplina de finanças para as crianças em seu currículo escolar;
As crianças fortalezenses que cursam a disciplina de finanças poupam mais que as outras, de
acordo com a base de dados coletada na pesquisa de campo; As famílias dos filhos que
cursam a disciplina de finanças percebem os impactos positivos no controle financeiro
familiar. 
O tema foi escolhido em virtude de a pesquisadora atuar na área financeira e
desejar aprimorar seus conhecimentos no campo infantil, no qual a discussão dessa temática é
incipiente na realidade das crianças de Fortaleza - CE. 
Todo o estudo voltou-se para entender as maneiras de se ensinar a criança a dar o
devido valor ao dinheiro e como aplicá-lo.
A pesquisa buscou mostrar que o planejamento financeiro não é algo apenas para
acadêmicos, mas para todo indivíduo que precisa sobreviver em uma sociedade capitalista.
Ensinar aos pequenos a importância de se ter um planejamento, desde o modo de
poupar, guardando suas moedas num cofrinho, até a uma decisão de não gastar sua mesada
mensal para poder adquirir um bem no futuro próximo, torna-se primordial para o seu
desenvolvimento. Essa postura das crianças poderá contribuir para mudar o cenário de um
país sem altas taxas de endividamento financeiro, com maiores números de pessoas investindo
ao longo prazo e mais conscientes de seus atos. 
4
A metodologia abordada pela pesquisadora classificou o estudo como
bibliográfico, de campo, exploratório, descritivo e quali-quanti. A pesquisa ocorreu com
alunos da terceira, quarta e quinta série de uma escola particular localizada em Fortaleza-CE,
por meio de um censo e seus respectivos pais.
Este artigoé composto por seis seções. A primeira se trata desta introdução. A
segunda aborda o referencial, enquanto a metodologia aplicada para realização desta pesquisa
está apresentada na terceira seção. A análise dos dados coletados está exposta na quarta seção,
enquanto que as considerações finais e as referências estão dispostas nas quinta e sexta
seções.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Consumismo
Vive-se em um sistema de vida capitalista, desde o início do Mercantilismo, em
que consumir é o hábito de se estabilizar. Bauman (2008) afirma ser histórico o consumo
fornecer às pessoas uma maneira de viver, de estruturar uma forma ou até mesmo consolidar
padrões nas relações sociais. Acrescenta que o consumo “é uma condição, e um aspecto,
permanente e irremovível, sem limites temporais ou históricos; um elemento inseparável da
sobrevivência biológica que nós humanos compartilhamos com todos os outros organismos
vivos” (BAUMAN, 2008, p.37).
 “O consumo é basicamente uma característica e uma ocupação dos seres
humanos como indivíduos, o consumismo é um atributo da sociedade” (BAUMAN (2008,
p.41). No entanto, com aumento do consumo foi necessário a criação de normas que
determinam o direito e o dever do cidadão. Essas foram condensadas em um único documento
denominado Código de Defesa do Consumidor Brasileiro. Este, em seu Art. 2º da Lei
8.078/90, define o consumidor como toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Assim, pode-se afirmar que o consumidor é qualquer pessoa natural ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, ou seja, para o seu
uso pessoal ou de sua família, não comercializando o serviço ou produto. No entanto, não
existe problema em consumir, mas em consumir em excesso, desequilibrando a estabilidade
do indivíduo.
5
Ainda sobre o assunto, Cypriano (2008) confirma que o consumo se divide em
dois aspectos, um está associado às relações que propiciam algo construtivo, e outro vem em
contra partida na existência de relações destrutivas. Dessa forma, o autor exemplifica que
quando a criança consome o leite, isto lhe fortalece, auxiliando no seu desenvolvimento. Já no
caso do fogo consumindo a madeira, pode-se extinguir a madeira, representando uma relação
destrutiva.
Assim, Leal (2008, p.72) diz: somente os consumidores que “estão inseridos no
novo contexto mundial em evidência são aqueles que podem consumir, porque os produtos e a
sua consequência ostentação incluem o indivíduo na arena de visibilidade e importância
social”.
Contudo, no cenário atual, a sociedade só considera a pessoa em seu meio se
adquirir bens. Assim, fica cada vez mais difícil designar uma pessoa pelo que ela é como
pessoa, quando a maioria impõe que seu valor é o quanto ela tem e pode ter. A criança é o
espelho do adulto, o filho reflete o pai, se em seu lar for vivido à ideologia de que ter é mais
do que ser, já é verídico a confirmação de que se tem mais um consumista impulsivo, com
transtornos compulsivos e cheio de dívidas por não saber designar os limites de seu desejo.
Vonsohsten (2008) disse que dinheiro não representa tudo na vida, ou seja, não
poderá ser visto como objetivo final. Para o autor, a riqueza é algo mais amplo. Diante disso,
Vonsohsten (2008, s/p) reforça alguns princípios:
a) Dinheiro não compra felicidade. Nem saúde. Nem amor. As coisas mais valiosas
da vida não são conquistadas por meio do dinheiro. b) Ser “rico” não é apenas “ter”
dinheiro ou outras coisas materiais. Há pessoas que são “ricas” de família, de
amigos, de valores nobres, de consciência limpa, de caráter, de alegria. c) Aprender a
lidar com dinheiro não significa acumular dinheiro ou ficar milionário. d) Quando
mal utilizado, o dinheiro pode ser fonte de problemas e de infelicidade. e) Ter
controle do dinheiro independe de ter muitos ou poucos recursos financeiros.
Educação financeira é uma questão de qualidade de vida. f) Aprender mais sobre
economia doméstica implica aprender a dar valor ao que se tem, desenvolver
disciplina financeira, controlar os gastos e evitar dívidas, fazer um orçamento, gastar
somente o que se ganha e ainda ser econômico e poupador. g) Quem cuida bem das
finanças pessoais também está cuidando do planeta. h) Entender esse assunto é
respeitar o próximo e compreender o significado das diferenças – podendo agir para
mudar o que não está bom para todos. i) Jovens que desenvolvem consciência
financeira pensam no futuro, planejam, tornam-se mais responsáveis, olham para o
longo prazo de suas vidas. Também fogem do consumismo, não valorizam o que é
fútil, ficam longe de atividades que possam comprometer seus objetivos e futuro
(VONSOHSTEN, 2008, s/p).
Portanto, Bauman (2008) afirma que na sociedade de consumo “a participação
ativa nos mercados de consumo é a principal virtude”. E que a felicidade é comprada; cada
vez mais, as pessoas, os afetos e as próprias relações interpessoais vêm apropriando o valor de
6
mercadoria e os indivíduos convertem-se em produtos, outrora, quanto maior o seu status
social, mais valorizada, exaltada se torna a sua marca. 
Entendido o que é consumir, seus efeitos e limite, então, vê-se a necessidade de
explorar o assunto no campo do aprendizado. Desse modo, no próximo tópico deste estudo
será abordada a temática educação financeira, com foco nas pessoas que não conhecem o
dinheiro e estarão descobrindo um novo mundo, em que o resultado poderá ser positivo ou
negativo, mediante o conhecimento da teoria e da aplicação do valor da moeda.
2.2 Educação Financeira
Conforme explica Pereira (2009), com o desenvolvimento da economia
capitalista, a partir do século XIX, as pessoas foram forçadas a conviver com a concentração
de dinheiro e poder nas mãos de uma fatia mínima da população.
D’Aquino (2008, p.4) complementa: “(...) nessa nova perspectiva, as pessoas
deixavam de ser identificadas pela maneira como produziam e passavam a ser comparadas e
avaliadas a partir dos produtos que exibiam”, surgindo a necessidade de se aprender a lidar
com duas palavras-chave: querer e precisar.
Assim, a “sociedade capitalista”, que está presente em quase todos os países, faz
com que as pessoas cresçam tendo que lidar com tudo que o dinheiro pode proporcionar.
Sendo o dinheiro algo que representa valor e traduz o que você pode conquistar com ele. Para
aprender a manipulá-lo em qualquer lugar, tempo e espaço, as pessoas passam,
necessariamente, por uma educação financeira, por menor que seja. 
Para D’ Aquino (2008, p.8), no Brasil, “(...) a relação com o dinheiro conseguiu
ganhar contornos ainda mais preocupantes. A razão disso tem a ver com o fato de que o Brasil
foi palco de pelo menos duas décadas de um inacreditável pesadelo inflacionário. O país
atropelou oito mudanças de moedas”. Isso fez com que houvesse uma maior preocupação com
o poder aquisitivo do que com o planejamento financeiro de longo prazo. Sobre esse fato
D’Aquino (2008, p.9) destaca que “numa economia sufocada pela inflação, qualquer tentativa
de planejamento financeiro, por mais sério e bem intencionado que fosse, tinha resultados
frágeis e um bocado desanimadores. Se não era possível saber o que esperar da economia para
o dia seguinte, que dirá planejar os próximos cinco ou dez anos”.
Com essa intercalação na economia, geraram-se duas consequências que
acompanham os brasileiros ainda hoje, as quais foram destacadas pelo autor já mencionado:
7
Em primeiro lugar, o fato de que vários de nós, adultos sobreviventes desse período,
de alguma maneira continuamos assombrados pelo fantasma da instabilidade. São
marcas de desconfiançaem relação ao dinheiro – cicatrizes - que perduram. (...) a
segunda consequência herdada do período da inflação foi a ausência de uma
educação financeira sólida em nossa formação. E, como não aprendemos,
precisamos agora esforçar-nos em dobro para ensiná-las a nossos filhos (D’Aquino,
2008, p.9).
Entretanto, estudos realizados pelo SERASA, em 2014, mostram que as regiões
Norte e Centro-Oeste do Brasil são as que mais apresentam inadimplentes, 31,1% e 26,4%,
respectivamente, com incidência maior na faixa etária de 26 a 30 anos. A Região Nordeste
aparece com a taxa de 23,6%.
No entanto, a pesquisadora trouxe esses dados para mostrar que o número de
adultos sem controle nas compras pode retardar o crescimento local e nacional. A tarefa de
conscientização deve vir no início, enquanto crianças, sendo estimuladas tanto pelos pais
quanto pelas escolas infantis.
Segundo D’Aquino (2008, p.10) apud Ferreira (2010, p. 23):
Educar não é tarefa fácil. Sobretudo quando se trata de educar num cenário em que a
ética do consumo, as rápidas transformações dos vínculos familiares e a novidade de
viver num ambiente de economia estável se juntam para nos confundir. (...) Ensinar
os filhos a lidar com o dinheiro é parte fundamental nesse processo.
De fato a cultura de educação brasileira é muito precária, pois não se tem o
investimento necessário por parte do governo e isso é um fator externo desde geração em
geração. Quando se fala em educar, o que se remota são pais e escola; os dois são muito
limitados ou mesmo omissos ao falar sobre como lidar com o dinheiro. Ao verificar que o
problema parte da família, deve se buscar alguma forma de trabalhá-lo, como talvez a ideia da
educação mudar de cenário, em muitos casos os filhos são quem levam esta orientação aos
pais ao terem esee acesso em suas atividades escolares.
Nesse sentido, Domingos (2008, p. 24) relata que:
Assim, de um jeito ou de outro, não teremos um referencial seguro em que nos
espelharmos e ampararmos. Bem, uma vez estabelecida a falha no seio familiar,
haverá ainda a possibilidade de termos acesso a tal conhecimento na escola. Eis que
surge, aqui, outro problema: as escolas brasileiras, de modo geral bastante precárias
no desenvolvimento de outros saberes fundamentais, são ainda mais displicentes no
que se refere à Educação Financeira. Por sua vez, as escolas mais modernas têm, no
máximo, algo muito superficial a que chamam de “economia doméstica”, matéria
que se resume a levar os alunos a fazer visitas aos supermercados, comparar preços,
e olhe lá (DOMINGOS, 2008, p.24). 
Contudo, as dificuldades sobre o tema serão abordadas, a seguir, pois trata de
reflexões sobre como se está educando as crianças. Dessa forma, tem-se que trazer exemplos
que relatem soluções, ou seja, que representem o primeiro passo para o processo seguir seu
8
rumo. A educação financeira vem para auxiliar as famílias a se reeducarem, a ser um suporte
para poder organizar o orçamento.
2.3 As dificuldades de se aplicar a educação financeira no ensino infantil
O que se mais escuta no cenário são as pessoas falando sobre a falta de dinheiro.
Escuta-se muito sobre aproveitar e criar oportunidade em meio a tantos reflexos negativos,
como o desemprego e a crise econômica. Entretanto, trazendo o assunto ao que se está
abordando, muitas famílias não sabem o que fazer com a rescisão que recebem. Alguns
bancos até mostram algumas ideias sobre investimentos, renegociação de dívidas, algo que
faça o cidadão ser mais consciente em relação às suas finanças.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC, 2016), no Brasil, o tema
educação financeira aos poucos está conquistando espaço como política de Estado. Isso vem
ocorrendo após a publicação do Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, que instituiu a
Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef). A partir daí, as ações referentes ao
assunto são compartilhadas, de forma integrada, por órgãos e entidades públicas e da
sociedade, nos âmbitos federal, estadual e municipal.
Entretanto, com a publicação desse decreto, a atuação nas escolas nesse sentido,
inclusive em Fortaleza – CE, é muito escassa. Projetos pilotos são compartilhados, segundo o
MEC (2016), porém ainda sem amplitude.
Peretti (2007, p.05) explica ser “importante despertar nas crianças a
conscientização para o fato de que uma das leis primárias da prosperidade é a definição de
objetivos”.
D’ Aquino (2009) esclarece que o maior desafio da educação financeira é educar
visando aos resultados futuros, não os presentes. Explica que devido às transformações
rápidas e complexas que vêm ocorrendo no mercado de trabalho, é necessário “desenvolver o
espírito empreendedor e estimular modos inovadores de raciocínio, por exemplo, são
ferramentas essenciais à preparação de nossas crianças e jovens para o futuro”. (D’AQUINO,
2009, p.1)
Um dos principais problemas dessa área é a deficiência de educadores, que não se
preparam para passar os conhecimentos sobre administração financeira ou utilizam a carga
horária de outra disciplina para mencionar algo sobre o assunto de finanças.
Portanto, o importante é que, para enfrentar as dificuldades, algo já está em anda-
mento por parte do órgão maior da educação no Brasil, MEC, e suas aplicações, apesar de se-
9
rem em nível de teste, já existem. Ainda de acordo com o Ministério da educação (2016), a
disciplina educação financeira está entre os temas da atualidade sugeridos para compor a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Trata-se do conjunto de conhecimentos entendidos
como essenciais para o fortalecimento da cidadania e voltados para ajudar a população a to-
mar decisões financeiras mais autônomas e conscientes.
Peretti (2007) ressalta que o desejo das pessoas é aproveitar muito bem suas vidas.
Para isso tem-se que iniciar em pensar e planejar um plano para o futuro o quanto antes, pois
maiores serão as chances de aproveitá-lo de uma forma mais concreta. Jamais deixar de lado a
garantia de renda em seus planos. Para construir essa situação financeira sólida, é de extrema
importância ter determinação nas ações ao pôr em prática o controle de gastos e o
estabelecimento de metas a curto e longo prazo. (PERETTI, 2007).
Ao prosseguir com este estudo, será apresentada, a seguir, a metodologia
relacionada a disciplina educação financeira, abordada nas escolas que a ministram.
2.4 Métodos abordados para o ensino da disciplina educação financeira para o público
infantil
Não há um consenso entre os especialistas sobre a idade ideal para que as crianças
comecem a ter noções de educação financeira. Alguns defendem que o conteúdo deve entrar
no currículo escolar já a partir da educação infantil, outros acreditam que o melhor é começar
no ensino fundamental.
Nesse contexto, Peretti (2007, p.09) afirma “tirar as pessoas do analfabetismo
financeiro através da educação financeira é uma necessidade, para que elas possam controlar
suas finanças e prosperarem em suas vidas”(PERETTI, 2007, p. 09).
Entretanto, a forma de expor as ideias sobre as classes mais consumistas e o
dinheiro devem ser analisadas e adequadas ao tempo, assim diz a autora Stuart (2009), a qual
orienta sobre a melhor postura diante do dinheiro: o ideal é não forçar o aprendizado precoce,
mas ficar alerta para as oportunidades que surgirem.
Ao pensar nisso, várias formas foram criadas até mesmo pelos pais para poder
driblar a situação. Uma delas é a mesada, que quando dada aos pequenos sem orientação
perde o sentido que deveria ter, isto é, quanto a dar valor ao que se ganha.
Conforme esclarece D’Aquino (2008, S/P):
(...) é inegável que, nos últimosanos, a moda de dar mesada aos filhos pegou. E,
pena, pegou muito mal. Funcionando muitas vezes, e de modo especial na classe
média, como modismo inconsequente e fútil, ela atropela todos os “para quê, por
10
quê, quando, quanto e como” da intenção da mesada. Disso tudo, a “moda da
mesada” resultou, no melhor dos casos, em prática inócua à educação financeira dos
filhos e, no extremo oposto, num desastre completo, com repercussões em diversas
áreas do desenvolvimento infantil. É um fato de que estamos acostumados no Brasil,
por incompreensão do capitalismo, a lidar com assuntos relacionados a dinheiro de
modo displicente, irresponsável e preconceituoso.
Com a criação da (Enef) Estratégia Nacional de Educação Financeira no final de
2010, o MEC (2016) fortaleceu ainda mais o desejo de se aplicar esse ensino nas escolas
disponibilizando em seu portal um material didático que serve de apoio aos professores que
queiram explorar esse conhecimento em sala de aula, inserido em alguma disciplina como
matemática, ciência, história, geografia. O acervo expõe conteúdos lidados com jogos,
esportes e turismo. A (AEF) Associação de Educação Financeira do Brasil promoveu no mês
de Maio de 2016 uma conferência para se debater a inclusão desse estudo no ensino básico.
Dentre as diversas metodologias utilizadas para repassar o conteúdo da disciplina
de educação financeira para o público infantil destaca-se a DSOP- Diagnosticar, Sonhar,
Orçar, Poupar. De acordo com a DSOP, uma administração financeira eficiente é capaz de
proporcionar estabilidade nos relacionamentos, melhor qualidade de vida e, especialmente, a
realização de sonhos. A partir de uma abordagem comportamental do tema, a Metodologia
DSOP oferece motivação e técnica para que as pessoas possam reavaliar sua relação com o
dinheiro e encontrar, por méritos próprios, os caminhos para sua independência financeira
(DSOP, 2008).
Fundamentada nesses quatro pilares, a Metodologia DSOP desenvolve
competências fundamentais para que as pessoas aprendam a lidar com as questões financeiras,
com segurança e consciência. O objetivo dela é mudar os hábitos e os comportamentos
arraigados sobre o dinheiro, substituindo-os por nova atitude, mais saudável e sustentável.
Ao assimilar o conhecimento integrado proposto pela Metodologia DSOP,
correlacioná-lo e empregá-lo nas situações e necessidades impostas pela vida prática, é
possível conquistar o equilíbrio financeiro, fundamental para o bem-estar individual e social.
A seção seguinte apresentará a metodologia utilizada para elaboração desta
pesquisa.
3 METODOLOGIA
Para a concretização deste estudo foi realizada uma pesquisa que segue a seguinte
classificação: bibliográfica, de campo, exploratória, descritiva e quali-quanti.
11
Esta pesquisa é bibliográfica por conter informações de fontes de estudos, livros,
revistas, jornais, artigos científicos, etc.
Segundo Gil (2008, p. 50), a pesquisa bibliográfica é:
desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de
trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de
fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios pode ser definida como
pesquisas bibliográficas, assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a
partir da técnica de análise de conteúdo.
Esta pesquisa também é qualificada como de campo pelo fato da pesquisadora
abordar os pesquisados nas escolas, em contato direto.
Para Marconi e Lakatos (2010, p. 169), a pesquisa de campo
é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos
acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese,
que se queira comprovar, ou, ainda, de descobrir novos fenômenos ou as relações
entre eles (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 169).
Este estudo é considerado exploratório, pois a pesquisadora investigou um tema
que não foi ainda explorado de forma exaustiva por demais estudiosos.
Segundo Malhotra (2011, p.57), “as pesquisas exploratórias têm como objetivo a
descoberta de ideias e percepções. É explorar ou examinar um problema ou situação para
conhecimento ou compreensão. Além de ser bem flexível e versátil”.
A pesquisadora descreveu com base na coleta de dados junto às crianças e seus
pais sobre o impacto que causa no cotidiano familiar o fato de seus filhos participarem de
situações relacionadas à tomada de decisão sobre suas finanças.
Quanto à pesquisa descritiva, Malhotra (2011, p. 59) expõe que esse tipo de
pesquisa se caracteriza com o objetivo de descrever determinada população, fenômeno ou
estabelecimento de relações entre variáveis.
No quesito quali-quanti, percebe-se a necessidade de buscar essas duas formas de
investigação por se complementarem.
Sobre a pesquisa qualitativa, Malhotra (2011, p. 122) afirma que ela
proporciona melhor visão e compreensão do cenário do problema. Ela investiga o
problema com algumas noções preconcebidas sobre o resultado dessa investigação.
Além de definir o problema e descrever uma abordagem, a pesquisa qualitativa
também é adequada só se deparar com uma situação de incerteza, como quando os
resultados conclusivos diferem das expectativas.
Já a quantitativa, Malhotra (2011, p. 122) também vem mostrar que “ela procura
quantificar os dados. Esta busca uma evidência conclusiva baseada em amostras grandes e
representativas e normalmente envolve alguma forma de análise estatística”.
12
Nesta pesquisa os seus dados foram trabalhados estatisticamente com base na
amostra calculada por métodos estatísticos.
A população desta pesquisa foi composta de escolas privadas de Fortaleza - CE
que adotam o ensino da disciplina Educação financeira em sua grade curricular.
Segundo Malhotra (2006, p. 322), “a população-alvo é a coleção de elementos ou
objetos que possuem a informação procurada pelo pesquisador e sobre os quais devem ser
feitas inferências”.
A amostra desta pesquisa foi composta por três turmas de uma escola particular
localizada em Fortaleza-CE, que ministra a disciplina educação financeira, totalizando 55
alunos com idades entre 08 e 11 anos por meio de um censo e seus respectivos pais.
Gil (2010) classifica a amostra em dois tipos: Probabilística - são científicos e se
baseiam nas leis da regularidade estatística, dos grandes números, da inércia dos grandes
números e da permanência dos pequenos números - e não probabilística, que não possui
fundamentos matemáticos ou estatísticos, depende apenas de critérios do pesquisador. Assim,
a amostra desta pesquisa foi caracterizada como probabilística. 
Para a coleta de dados desta pesquisa foi utilizado como instrumento um
questionário. Malhotra (2011, p. 240) o nomeia como "um conjunto formalizado de perguntas
para obter informações do entrevistado". 
A coleta de dados ocorreu em dois momentos. O primeiro aconteceu com um
censo tendo a aplicação de questionário junto aos alunos, composto por onze (11) perguntas,
sendo três (03) abertas, seis (06) fechadas com múltiplas escolhas e duas (02) mistas, aplicado
no dia 05 de Maio de 2016, pessoalmente pela pesquisadora na referida escola. O segundo
momento ocorreu com o envio do questionário por meio eletrônico para os pais das crianças,
sendo composto por quatro (04) indagações abertas e quatro (04) fechadas. A tabulação foi
realizada utilizando-se a planilha eletrônica Excel e análise subjetiva.
4 ANÁLISE DE DADOS
4.1 Pesquisa com crianças
Com base na aplicação dos questionários com crianças, a amostra que compõe o
censo foi constituída por estudantes do ensino infantil regularmente matriculados,totalizando
cinquenta e cinco (55), pertencentes às turmas de Terceiro, Quarto e Quinto ano da escola
estudada. 
13
4.1.1 Turma do Terceiro Ano
Participaram desta amostra vinte e um (21) alunos que estão cursando a terceira
série e cursam a disciplina de educação financeira. Inicialmente perguntou-se “O que é
dinheiro?”. Dos vinte e um alunos, 29% informaram que serve para comprar coisas; 24%
disseram que é um algo de valor; 14% citaram que era para fazer pagamentos; 14% não
opinaram; 10% informaram ser necessário; 5% responderam que serve para ajudar pessoas;
outros 5% disseram que não compra tudo. 
 As crianças foram indagadas se recebiam dinheiro da família, 86% disseram que
sim e 14% que não. Sobre quem os forneciam dinheiro, 33% informaram ser o pai; 29% a
mãe; 21% o avô e 17% a avó.
As crianças foram perguntadas como denominavam o dinheiro recebido, 57%
informaram que recebem mesada; 33% semanada e 10% outra forma como, por exemplo,
festas, aniversário e etc.
Foi questionado se a criança recebia explicação do que deve fazer com o dinheiro
que recebe; 52% disseram sim e 48% disseram não.
Perguntou-se a criança se quando ela vai fazer compra, realiza a conferência do
troco? Dos pesquisados 71% fazem, 19% não e 10% nulos.
No questionamento sobre saber poupar, 90% indicaram que sim e os outros 10%
não. Também foram indagados se poupavam dinheiro para o futuro: 90% responderam sim e
10% não. Dos que responderam positivo, 29% desejam algo com relação à categoria
eletrônico; 14% à viagem; 10% querem possuir casa, carro; 5% algum brinquedo e 19%
coisas diversas.
Questionados se gostavam das aulas de educação financeira, 70% informaram que
sim e 30% não.
As crianças foram perguntadas se comentavam com os seus pais sobre o que
aprendiam nas aulas de finanças, 74% afirmaram falar e 26% não falam com os pais. Das que
falaram sim, os pais informaram ser interessante e educativo terem essas aulas.
Finalizou-se com a pergunta, “o que você aprendeu nas aulas de Educação
financeira?”, a qual obteve as seguintes respostas: 33% aprenderam a poupar, orçar,
diagnosticar e sonhar; 19% a economizar; 19% a cuidar do dinheiro; 14% outros e 14% não
participaram.
14
4.1.2 Turma do Quarto Ano
Nesta amostra teve-se a participação de dezoito (18) alunos. Para a primeira
pergunta “O que é dinheiro”, 61% responderam que serve para comprar; 17% informaram ser
algo de valor; 11% alegaram ser algo necessário, 6% disseram efetuar pagamentos; 6% não se
compra tudo. 
Perguntados se recebiam dinheiro da família; 94% disseram que recebiam e 6%
não recebiam. Aos que responderem que recebiam dinheiro, indagou-se quem os forneciam:
40% informaram receber dinheiro da mãe; 27% do pai; 17% do avô e 16% da avó.
Indagados como chamam o dinheiro que recebem, as crianças responderam: 73%
mesada e 27% semanada.
No questionamento sobre receber explicação dos familiares sobre o que fazer com
o dinheiro que recebiam, 53% informaram que não e 47% que sim.
Também se questionou as crianças se quando fazem uma compra, elas conferem o
troco: 63% informaram que checam se está certo e 38% não.
As crianças foram indagadas se poupam o dinheiro que ganhavam e 89%
afirmaram que sim, 11% não sabem ainda poupar.
Na indagação sobre planejar poupar dinheiro para o futuro, 89% planejam e 11%
não. Dos que mencionaram sim, 28% querem comprar uma casa, um carro; 22% algo
eletrônico; 22% querem algum brinquedo; 17% não quiseram falar; 6% reservarão algo para
estudar; 6% outros. Ao questionar se os alunos gostam das aulas de educação financeira, 89%
disseram que gostam e 11% não gostam.
Na penúltima questão, as crianças foram questionadas se comentavam com seus
pais sobre o que aprendem em sala sobre finanças, 59% responderam sim, enquanto 41% não.
Respondendo sim, os pais elogiaram a iniciativa e pediram para ter atenção nas aulas.
Na última questão responderam o que aprenderam nas aulas de educação
financeira: 50% informaram que aprenderam a poupar, orçar, diagnosticar e sonhar: 28% a
cuidar do dinheiro que ganha; 11% informaram outros; 6% a economizar e 6% não
responderam.
4.1.3 Turma do Quinto Ano
Essa turma era composta por dezesseis (16) estudantes. Respondendo a pergunta
sobre o que é dinheiro, 44% informaram que é utilizado para fazer compras; 25% disseram ser
15
algo que tem valor; 19% disseram ser necessário; 6% falaram pagar alguma coisa e 6% não
participaram.
Quanto à questão de receber dinheiro dos familiares, informaram: 71% recebem e
29 não recebem. Indagados sobre quem dá o dinheiro para eles, 46% é a mãe quem dá; 35% é
o pai; 11% é o avô e 8% a avó.
Na pergunta sobre como é o nome do dinheiro recebido, 75% afirmaram mesada e
25% semanada.
As crianças foram indagadas se recebem explicações sobre o uso do dinheiro que
recebem de seus familiares: 64% dos pesquisados responderam que recebem explicação do
que fazer com o dinheiro recebido e 36% não recebem a devida orientação.
Os pesquisados foram questionados se quando fazem compra, eles conferem o
troco, 93% conferem e 7% não têm este costume.
Nessa turma todos os alunos mostraram, ou seja, 100%, que sabem poupar.
No que se refere a planejar o dinheiro poupado para comprar algo no futuro, 93%
disseram sim e 7% que não. Quanto aos que disseram sim, 12% querem usar esse dinheiro em
uma viagem; 25% almejam comprar uma casa ou um carro; 19% não quiseram responder;
12% algo eletrônico; 13% querem comprar brinquedo; 13% outros; 6% algo sobre os estudos.
No tocante se gostam das aulas de educação financeira, 82% responderam que
gostam e os outros 18% mencionaram que não.
A respeito de falar com os pais sobre o que aprendem em sala de aula sobre
finanças, 53% dialogam e 47% não falam. No diálogo os pais disseram ser importante
aprender a poupar, administrar o dinheiro desde cedo. Acharam muito bom a escola incluir
esse conhecimento em seu ensino.
E para finalizar sobre a pergunta “o que você aprendeu nas aulas de educação
financeira?”, 44% responderam cuidar do dinheiro; 25% que aprenderam sobre poupar, orçar,
diagnosticar e sonhar; 13% economizar; 11% não responderam e 6% informaram outros
assuntos. 
4.1.4 Comparação entre as turmas
Inicialmente foi perguntado o que é dinheiro, com o intuito de conhecer a
percepção de todos os alunos das três séries. Assim, tendo as maiores porcentagens em todas
as turmas pesquisadas, respectivamente 29%, 61% e 44%, os alunos entendem dinheiro como
16
algo utilizado para comprar e, em segundo lugar, que ele tem seu valor, é algo valioso, citado
também em alguns casos que não compra tudo, mas é necessário à sobrevivência. 
Além disso, os pais optam em repassar o dinheiro ao filho pela forma de mesada,
liderando em todas as turmas com mais de 55%, outros dão em Semanada. Quanto à opção de
escolha “outros”, significa aniversário, festas comemorativas, como, por exemplo, o Dia das
crianças, Páscoa, Natal e etc: 10% de uma turma fez esta escolha, as crianças mais novas, que
estão cursando o terceiro ano. 
No tocante à questão sobre poupar, mais de 88% alunos e em uma das turmas com
unanimidade, chegando a 100%, as crianças entendem de fato o que é poupar e sua
importância para a vida. 
Mesmo sabendo que as aulas envolvem números e cálculos exigindo uma maior
compreensão, mais de 70% dos alunos pesquisados gostam e muitos até mencionam ser
empreendedores com o que vêm aprendendo sobre finanças.
Para analisar a interação da família sobre o assunto, as crianças comentam sobre o
que aprenderam na disciplina com seus pais; a turma de terceiro ano não comentaem 74%
sobre o que vêm aprendendo sobre finanças, mas esse número vai diminuindo na proporção
que o ano vai passando. Ao se comparar essa turma com a de Quinto ano, observa-se um
número maior de 53% que já conseguem dialogar sobre os assuntos da disciplina educação
financeira.
Para finalizar, foi questionado sobre o que o aluno aprendeu em sala acerca da
educação financeira, o mais descriminado foi o método transmitido por um autor Reinaldo
Domingos, e utilizado pela escola, chamado DSOP, o qual lida com o Diagnosticar, Sonhar,
Orçar e Poupar. Logo após, a questão de economizar e cuidar do dinheiro é bastante
mencionada em todas as turmas.
 4.2 Pesquisa com os pais
A coleta de dados com os pais foi realizada por meio eletrônico e se conseguiu
coletar um total de dez (10) respostas. Os pesquisados foram indagados sobre assuntos
abordados na disciplina de educação financeira do seu filho. Informaram que seus filhos
recebem instruções sobre a questão da sustentabilidade, do consumo, do valor do dinheiro e
seu poder de compra. 
17
Os pais foram questionados se quando eram crianças receberam orientações dos
seus pais sobre o assunto, 60% relataram que não receberam orientação dos seus pais,
enquanto 40% receberam.
Quando perguntados se realizam planejamento de seus gastos, 80% dos pais
disseram que fazem, 20% ainda necessitam ter consciência de que precisam verificar tudo o
que ganham e gastam, criando um fluxo de caixa.
Questionou-se sobre a importância para os pais sobre o repasse em casa sobre a
Teoria de Finanças, 70% responderam que sim, enquanto 30% disseram não.
Aos pais foi questionado: “Você está de acordo que além dos pais a escola deve
orientar seu filho sobre dinheiro?” Com 100% do resultado, todos acharam excelente a escola
ter tido essa iniciativa. Para uns, só fortificou o que era repassado em casa, para outros ainda
não é possível ver um retorno palpável. O que 10% mencionaram também foi a questão da
metodologia ir ao encontro as crianças com Síndrome de DOWN, facilitando sua
compreensão e familiaridade com o dinheiro e o valor que ele tem.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A presente pesquisa trouxe um aprendizado com relação a várias vertentes que se
remete ao devido tema, já que se abordou o consumo, suas causas e efeitos perante as pessoas,
bem como a educação financeira, sua necessidade de inserção na sociedade de maneira mais
concreta e fidedigna, de forma que traga uma segurança sobre o real valor do dinheiro,
principalmente para o ensino infantil. Também se mostrou a dificuldade de se agregar
finanças no ensino regular das escolas públicas e privadas. Contudo, mesmo assim as escolas
particulares vêm procurando e aderindo esse tema à sua grade curricular. Destacaram-se, neste
estudo, autores conceituados da área, como, por exemplo, Reinaldo Domingo, Cassia
D'Aquino que trabalham com métodos, alguns já utilizados pelos pais, como a mesada e
sugestões de métodos aplicados nas referidas escolas, a exemplo do DSOP.
Esta pesquisa teve como objetivo geral mostrar a importância de se aplicar a
disciplina educação financeira no ensino infantil das escolas de Fortaleza – CE. A partir dele,
foi elaborado alguns específicos como: 1) Listar exemplos de instituições de ensino em
Fortaleza – CE, que já incluíram em suas grades escolares a disciplina de educação financeira;
2) Elencar os benefícios adquiridos pelas crianças formadas nessas escolas; 3) Relatar a
metodologia aplicada sobre finanças nessas instituições e 5) Descrever o impacto nas famílias
com o resultado das aulas de seus filhos.
18
Foram propostas as seguintes hipóteses: As escolas privadas de Fortaleza – CE
são as primeiras a oferecerem a disciplina de finanças para as crianças em seu currículo
escolar. Esta hipótese foi confirmada, pois que mesmo existindo o Decreto 7.397 de 22 de
Dezembro de 2010 do MEC que cria a ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira),
abordando temáticas e conferências sobre o tema em questão, para incluir a disciplina na
grade das escolas públicas. Nestas ainda estão sendo estruturados projetos pilotos, enquanto
que as escolas particulares tomaram a iniciativa de incluírem em seus currículos a disciplina
educação financeira, ainda que de forma incipiente, mas efetiva.
No tocante à segunda hipótese: As crianças fortalezenses que cursam a disciplina
de finanças poupam mais que as outras. De acordo com a base de dados coletada na pesquisa
de campo, comprovou-se que, independentemente da idade, quando aplicada a metodologia
de acordo, a criança absorve o conhecimento desejado e, conforme a comparação entre as
turmas, a grande parte dos estudantes sabe poupar e entende a importância e o valor do
dinheiro. Logo, essa hipótese também foi aprovada.
Já terceira hipótese: As famílias dos filhos que cursam a disciplina de finanças
percebem os impactos positivos no controle financeiro familiar. Constatou-se na análise com
os pais ser fato verídico, uma vez que as crianças têm adquirido o conhecimento de se ter um
consumo mais consciente, como, por exemplo, querer comprar algo e mediante conversa
compreender que no momento não é tão importante, que, com um certo tempo, poderá
conseguir formas de trabalhar com a sustentabilidade e assuntos afins. 
Assim, acredita-se que as famílias fortalezenses precisam de orientação e apoio da
escola no tocante a administrar a relação de como lidar com o dinheiro e repassar esses
ensinamentos para seus filhos. 
Diante do exposto, sugere-se que esta pesquisa seja aplicada em outras escolas
que incluíram a disciplina educação financeira em seus currículos para se obter resultados
mais confiáveis.
REFERÊNCIAS
BAUMAN, Z. Vida para o consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
CYPRIANO, C.P. Nada tão fútil que não possa dizê-lo útil: a atividade de consumo na
experiência contemporânea. Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Humanas da
Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2008.
19
D’AQUINO, Cássia. Educação Financeira: como educar seus filhos. Coordenação Gustavo
Cerbasi. Rio de Janeiro; Elsevier, 2008. In: FERREIRA, Andréia de Jesus. A importância do
controle de gastos domésticos. Monografia (Especialização em Finanças e Gestão
Coorporativa). Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2010.
DOMINGOS, Reinaldo. Terapia financeira como método para realizar seus sonhos. São
Paulo: Gente, 2008.
______. Educação financeira: como educar seus filhos – São Paulo: Campus, 2008,
Disponível em: <http://www.educacaofinanceira.com.br/tcc/impactoconsumoconsciente.pdf>
Acesso em: 7 abr. 2016
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas 2010.
______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas 2008.
LEAL, M. A cidadania desafiada: o direito de consumir consumiu o cidadão. Dissertação a
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008, 141p.
<http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0299.pdf > Acesso em: 2 abr. 2016
MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4ª. Ed. Porto
Alegre: Bookman. 2006.
______. Pesquisa de Marketing: foco na decisão. 3ª. Ed. Porto Alegre: Pearson. 2011.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia
científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 297 págs.
PEREIRA, Débora Hilário... [et al.]. Educação financeira infantil e seu impacto no
consumo consciente. Apresentação de monografia. São Paulo 2009.
PERETTI, Luis Carlos. Aprenda a cuidar do seu dinheiro. 1.ed. Dois Vizinhos, PR
Vizinhos, PR. Impressul, 2007.
______. Educação financeira na escola e na família. 2 ed. Dois Vizinhos, PR. Impressul,
2007.
STUART, Susana. Ensine seu filho a cuidar do dinheiro: um guia para desenvolver a
inteligência financeira desde a pré-escola. Trad. de Sonia Augusto. São Paulo: Gente, 2009.
VONSOHSTEN, Carlos. E o que é educação financeira. 2008. Disponível em:
<http://www2.escolainterativa.com.br/canais/40_amplie_seus_conhecimentos/arquivos/Educ_
financeira.pdf> Acesso em: 04 abr. 2016
DIREITO DO CONSUMIDOR. Disponível em:
<http://www.direitodoconsumidor.org/2011/09/o-que-e-consumidor.html> acesso em: 2 abr.
2016
PORTAL DSOP. Disponível em: <http://www.dsop.com.br/institucional/dsop-educacao-
financeira/metodologia-dsop> Acesso em: 30 mai. 2016
20
PORTAL MEC. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/busca-geral/211-
noticias/218175739/34351-mec-apoia-insercao-da-tematica-educacao-financeira-no-
curriculo-da-educacao-basica> Acesso em: 16 abr. 2016.
SERASA. Disponível em: <https://www.serasaexperian.com.br/estudo-inadimplencia/>.
Acesso em: 04 abr. 2016.

Outros materiais