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Direito penal III

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Direito penal III
Professora: Cíntia Asevedo
Bibliografias: Curso de Direito Penal, vols. 2 e 3 – Rogério Greco; Ed. Impetus.
Curso de Direito Penal, vol. 2 – Fernando Capez; Ed. Saraiva.
Tratado de Direito Penal, vol. 2 e 3 – Cezar Roberto Bitencourt; Ed. Saraiva.
Código Civil Comentado – Guilherme de Souza Nucci; Ed. RT.
Dos crimes contra o patrimônio
Furto (art. 155, CP)
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DO FURTO
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
Conceito: consiste na conduta do agente, que toma para si, coisa móvel alheia, como proprietário fosse.
Bem jurídico tutelado: patrimônio (coisa corpórea e móvel).
Classificação: crime doloso, comum, material, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º), instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
Considerações:
“Subtrair”: tirar. É o núcleo do tipo.
Dolo direto.
§1º: “furto noturno”; causa de aumento de pena.
- “Repouso noturno”: verificar no caso concreto, conforme os costumes da sociedade local.
Período em que as pessoas de uma certa localidade descansam, dormem, devendo a análise ser feita de acordo com as características da região (rural, urbana etc.); somente se aplica ao “furto simples”; prevalece o entendimento de que o aumento só é cabível quando a subtração ocorre em casa ou em alguns de seus compartimentos (não tem aplicação se ele é praticado na rua, em estabelecimentos comerciais etc.) e em local habitado (excluem-se as casas desabitadas, abandonadas, residência de veraneio na ausência dos donos, casas que estejam vazias em face de viagem dos moradores etc.).
A vítima não precisa estar dormindo para haver o crime.
§2º: causa de diminuição de pena. 
Autor primário (aquele que não é reincidente; a condenação anterior por contravenção penal não retira a primariedade) e coisa de pequeno valor (aquela que não excede a um salário mínimo): presente os dois, o juiz deve considerar o privilégio, se apenas um, ele pode considerar. Há sérias divergências acerca da possibilidade de aplicação do privilégio ao “furto qualificado”, sendo a opinião majoritária no sentido de que ela não é possível porque a gravidade desse delito é incompatível com as consequências muito brandas do privilégio, mas existe entendimento de que deve ser aplicada conjuntamente, já que a lei não veda tal hipótese.
4)Furto de energia - § 3º: Energia elétrica quer outra com valor econômico, equiparada a “coisa”.
5) Furto qualificado - § 4º
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa: a violência deve ser contra o obstáculo e não contra a coisa. A simples remoção do obstáculo e o fato de desligar um alarme não qualificam o crime.
II –com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza: - abuso de confiança: que a vítima, por algum motivo, deposite uma especial confiança no agente (amizade, parentesco, relações profissionais etc.) e que o agente se aproveite de alguma facilidade decorrente dessa confiança para executar a subtração - ex.: furto praticado por empregada que trabalha muito tempo na casa. Se o agente pratica o furto de uma maneira que qualquer outra pessoa poderia tê-lo cometido, não haverá a qualificadora.
- mediante fraude: é o artifício, o meio enganoso usado pelo agente, capaz de reduzir a vigilância da vítima e permitir a subtração do bem - ex.: o uso de disfarce ou de falsificações. A jurisprudência vem entendendo existir o “furto qualificado” mediante fraude na hipótese em que alguém, fingindo-se interessado na aquisição de um veículo, pede para experimentá-lo e desaparece com ele.
- escalada: é a utilização de via anormal para adentrar no local onde o furto será praticado. A jurisprudência vem exigindo para a concretização dessa qualificadora o uso de instrumentos, como cordas, escadas ou, ao menos, que o agente tenha necessidade de realizar um grande esforço para adentrar no local (transpor um muro alto, janela elevada, telhado etc.). A escavação de túnel é utilização de via anormal. Quem consegue ingressar no local do crime pulando um muro baixo ou uma janela térrea não incide na forma qualificada.
- destreza: é a habilidade física ou manual que permite ao agente executar uma subtração sem que a vítima perceba que está sendo despojada de seus bens. Tem aplicação quando a vítima traz seus pertences junto a si, pois apenas nesse caso é que a destreza tem relevância (no bolso do paletó, em uma bolsa, um anel, um colar etc.). Se a vítima percebe a conduta do sujeito, não há a qualificadora, haverá “tentativa de furto simples”. Se a conduta do agente é vista por terceiro, que impede a subtração sem que a vítima perceba o ato, há “tentativa de furtoqualificado” pela destreza. Se a subtração é feita em pessoa que esta dormindo ou embriagada, existe apenas “furto simples”, pois não é necessário habilidade para tal subtração.
II –com emprego de chave falsa: chave falsaé a imitação da verdadeira, obtida de forma clandestina (cópia feita sem autorização), qualquer instrumento, com ou sem forma de chave, capaz de abrir uma fechadura sem arrombá-la (ex.: grampos, "mixas”, chaves de fenda, tesouras etc.). Não se aplica essa qualificadora na chamada “ligação direta”.
IV –mediante concurso de duas ou mais pessoas: basta saber que o agente não agiu sozinho. Prevalece na jurisprudência o entendimento de que a qualificadora atinge todas as pessoas envolvidas na infração penal, ainda que não tenham praticado atos executórios e mesmo que uma só tenha estado no “locus delicti”. Essa qualificadora não poderá ser aplicada juntamente com o crime de “quadrilha ou bando” (art. 288,CP) (união permanente de pelo menos quatro pessoas com o fim de cometer infrações reiteradamente; é crime formal e consuma-se com o mero acordo de vontades entre seus integrantes, mesmo que não consigam executar qualquer delito), uma vez que constituiria “bis in idem”.
Se forem reconhecidas duas ou mais qualificadoras, uma delas servirá para qualificar o “furto” e as demais serão aplicadas como “circunstâncias judiciais”, já que o artigo 59 estabelece que, na fixação da pena-base, o juiz levará em conta as circunstâncias do crime, e todas as qualificadoras do § 4° referem-se aos meios de execução (circunstâncias) do delito.
6)“furto de uso” e “furto famélico” – no furto de uso temos a exclusão da “tipicidade”, e no crime famélico excluímos a “ilicitude” – considerando que para ser crime temos que ter a presença da conduta, tipicidade, ilicitude e culpabilidade.
- o “furto de uso” não é crime, é ilícito civil, mas o agente deve devolver a coisa no mesmo local e estado em que se encontrava por livre e espontânea vontade, sem ser forçado por terceiro.
- “furto famélico”: é o praticado por quem, em estado de extrema penúria, é impelido pela fome a subtrair alimentos ou animais para poder alimentar-se; não há crime nesse caso, pois o agente atuou sob a excludente do estado de necessidade.
- “furto de bagatela” (“princípio da insignificância”): o valor da coisa é inexpressivo, juridicamente irrelevante (ex.: furtar uma agulha). Ocasionaa exclusão da tipicidade.
7)Ação Penal: pública incondicionada (art. 100 do CP).
ROUBO (art. 157 do CP)
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Conceito: consiste na conduta do agente que toma a coisa alheia como proprietário, usando de violência ou grave ameaça, ou outro meio.
Bem Jurídico Tutelado: patrimônio (coisa).
Classificação: crime doloso, comum, material, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, § 2º) instantâneo, unissubjetivo, plurissubisistente, admite a tentativa.
Considerações: 
“subtrair”: tirar.
“violência”: força física, “grave ameaça”: violência moral; “reduzir a possibilidade de resistência”: qualquer outro meio, que não seja violência ou grave ameaça.
Roubo próprio: caput do art. 157. A “violência” ou “grave ameaça” são empregadas antes ou durante a subtração, pois constituem meio para que o agente consiga efetivá-la. Pode ser cometido mediante “violência”, “grave ameaça” ou “qualquer outro meio que reduza a vítima à incapacidade de resistência”.
Consuma-se, segundo entendimento do STF, no exato instante em que o agente, após empregar a
“violência” ou “grave ameaça”, consegue apoderar-se do bem da vítima, ainda que seja preso no próprio local, sem que tenha conseguido a posse tranquila da “res furtiva” (ou “res furtivae” - pl.)
Roubo impróprio: § 1º (obs: não admite tentativa – “melhor doutrina”). Aqui, o agente inicialmente quer apenas praticar um “furto” e, já se tendo apoderado do bem, emprega “violência” ou “grave ameaça” para garantir a impunidade do “furto” que estava em andamento ou assegurar a detenção do bem. Não admite a fórmula genérica por último mencionada, somente podendo ser cometido mediante “violência” ou “grave ameaça”.
Consuma-se no exato momento em que é empregada a “violência” ou a “grave ameaça”, mesmo que o sujeito não consiga atingir sua finalidade de garantir a impunidade ou assegurar a posse dos objetos subtraídos.
- o “princípio da insignificância” não é aceito no “roubo”.
Dolo direto:
§2º: causa de aumento de pena:
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma: grande discussão levantada sobre a arma de fogo;
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas: ver art. 155, §4º, IV.
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância: questão principal dos carros-fortes.
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior: crime formal.
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade:se a vítima é mantida em poder do assaltante por breve espaço de tempo, tão-somente para possibilitar sua fuga do local da abordagem, incidirá essa qualificadora, porém, se for privada de sua liberdade por período prolongado, de forma a demonstrar que tal atitude era totalmente supérflua em relação ao “roubo” que estava sendo cometido, haverá “roubo” em concurso material com “sequestro” (art. 148, CP).
§3º: 1ª parte: preterdolo.
2ª parte: crime qualificado pelo resultado -> “latrocínio” (Lei 8072/90 – crime hediondo).Súmula 610, STF.
Para que se configure o “latrocínio”, é necessário que a morte tenha algum nexo de causalidade com a subtração que estava sendo perpetrada, quer tenha sido meio para o roubo, quer cometida para assegurar a fuga etc.
As causas de aumento de pena do § 2° não incidem sobre essas formas qualificadas, que possuem pena em abstrato já é bastante majorada.
O “latrocínio” é considerado “crime hediondo”.
Não há “latrocínio” quando o resultado agravador decorre do emprego de “grave ameaça” - ex.: vítima sofre um enfarto em razão de ter-lhe sido apontada uma arma de fogo (haverá crime de “roubo” em concurso formal com “homicídio culposo”).
Quando a subtração e a morte ficam na esfera da tentativa, há “latrocínio tentado”; quando ambas se consumam, há “latrocínio consumado”; quando a subtração se consuma e a morte não, há “latrocínio tentado”; quando a subtração não se efetiva, mas a vítima morre, há “latrocínio consumado” (Súmula 610 do STF).
Ação penal: pública incondicionada (art. 100, CP).
Extorsão (art. 158, CP)
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
Conceito: consiste na conduta do agente que, com o intuito de obter vantagem econômica, para si ou para terceiro, subjuga a vítima mediante violência ou grave ameaça a entrega-lo.
Bem jurídico tutelado: patrimônio (vantagem econômica).
Classificação: crime doloso, comum, formal, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º, CP), instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa, tecnicamente.
Considerações:
“Constranger”: subjugar; forçar; obrigar.
“Violência”: força física; “grave ameaça”; violência moral.
Dolo direto.
§1º: causa de aumento de pena.
§2º: extorsão qualificada (idem ao art. 157, §3º do CP) -> crime hediondo (art. 1º, III da Lei 8072/90).
§3º: “sequestro relâmpago” – extorsão qualificada;
2ª parte: preterdolo.
Ação penal: pública incondicionada (art. 100, CP).
Extorsão mediante sequestro (art. 159, CP)
Extorsão mediante sequestro
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de seis a quinze anos, e multa, de cinco contos a quinze contos de réis.
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072,de 25.7.90
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
Conceito: consiste na conduta do agente que arrebata a vítima, privando sua liberdade, como meio necessário, demonstrando sua finalidade em obter vantagem econômica.
Bem jurídico tutelado: patrimônio.
Classificação: crime doloso, comum, formal, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º), permanente, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa, tecnicamente.
Considerações:
Crime complexo (princípio da consunção).
“Sequestrar”: cerceamento do direito de locomoção (art. 148, CP).
“Vantagem”: econômica.
Dolo direto.
§1º: qualificadora.
§2º: preterdolo.
§3º: crime qualificado pelo resultado.
§4º: delação premiada – deve ser voluntária, espontânea e eficaz.
Para ser aplicada, exige-se que o crime tenha sido cometido por pelo menos duas pessoas e que qualquer delas arrependa-se (coautor ou partícipe) e delate as demais para a autoridade pública, de tal forma que o sequestrado venha a ser libertado.
Quanto maior a contribuição, maior deverá ser a redução.
O art. 159, caput e seus §§ são considerados crimes hediondos (art. 1º, IV da Lei 8072/90).
Ação penal: pública incondicionada (art. 100, CP).
Obs.: diferenças entre “sequestro relâmpago” (art. 158, §3º, CP) e a extorsão mediante sequestro (art. 159, CP).
No primeiro, a elementar do tipo é a restrição da liberdade; enquanto que no segundo é a privação da liberdade.
O primeiro é crime instantâneo; enquanto que o segundo é crime permanente.
No primeiro, é a própria vítima que é forçada a entregar o agente a vantagem econômica; enquanto que no segundo será terceira pessoa, uma vez que a vítima estará impossibilitada de fazê-lo.
Apropriação indébita (art. 168, CP)
CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Conceito: consiste na conduta do agente que se apropria de coisa alheia quando esta lhe é entregue legitimamente pelo proprietário, momento em que surge o seu dolo de apoderamento.
Bem jurídico tutelado: patrimônio.
Classificação: crime doloso, próprio, material, de forma livre, comissivo (exceção: art. 13, §2º, CP), instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
Considerações:
“Apropriar-se”: significa tomar para si.
Dolo direto.
§1º: causa de aumento de pena.
Pode-se alegar o princípio da insignificância, dependendo do caso concreto.
É cabível a apropriação indébita de uso, excluindo a tipicidade, nos mesmos moldes do furto de uso.
Ação penal: pública incondicionada (art. 100, CP).
Estelionato (art. 171, CP)
CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
Conceito: consiste na conduta do agente que induz a vítima a erro mediante meios fraudulentos para obter vantagem ilícita.
Bem jurídico tutelado: patrimônio
Classificação: crime doloso, comum, material, de forma livre, comissivo (exceção: art. 13, §2º, CP), instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
Considerações:
“Obter”: significa receber.
“Induzir”: “plantar” a ideia na mente da vítima.
“Manter”: a ideia já existe. O agente apenas a alimenta.
“Artifício”: significa esperteza, exigindo um aparato material (espécie de fraude).
“Ardil”: é a esperteza propriamente dita e exige um aparato intelectual do agente (espécie de fraude).
“Qualquer outro meio fraudulento”: é necessária uma interpretação analógica para encontrar no caso concreto outras espécies de fraude que não sejam o artifício e nem o ardil.
Dolo direto.
§1º: privilegiadora (estelionato privilegiado). Aplica-se as regras do art. 155, §2º.
§2º: condutas equiparadas (estelionato por equiparação).
I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias: coisa inalienável: é aquela que não pode ser vendida em razão de determinação legal (imóveis dotais), convenção (ex.: doação) ou testamento; gravada de ônus: é aquela sobre a qual pesa um direito real em decorrência de cláusula contratual ou disposição legal - ex.: hipoteca, anticrese; litigiosa: é aquela objeto de discussão judicial - ex.: usucapião contestado, reivindicação etc.;
III –defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém: defrauda substância: entregar objeto de vidro no lugar de cristal, cobre no lugar de ouro; qualidade: entregar mercadoria de segunda no lugar de primeira, objeto usado como novo; quantidade: dimensão, peso;
V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro; 
VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento: emitir cheques sem fundos: o agente preenche e põe o cheque em circulação (entrega-o a alguém) sem possuir a quantia respectiva em sua conta bancária; frustrar o pagamento do cheque: o agente possui a quantia no banco por ocasião da emissão do cheque, mas, antes de o beneficiário conseguir recebê-la, aquele saca o dinheiro ou susta o cheque.
É necessário que o agente tenha agido de má-fé quando da emissão do cheque e que ela tenha gerado algum prejuízo patrimonial para a vítima; sendo assim, não há crime a emissão de cheque sem fundos para pagamento de dívida de jogo proibido ou de programa comprostituta.
Sendo o cheque uma ordem de pagamento à vista, qualquer atitude que lhe retire esta característica afasta a incidência do crime - ex.: emissão de cheque pré-datado ou do cheque dado como garantia de dívida.
É necessário que a emissão do cheque tenha sido a causa do prejuízo da vítima e do locupletamento do agente, por isso, não há crime a emissão de cheques sem fundos para pagamento de dívida anterior já vencida e não paga, pois, nesse caso, o prejuízo da vítima é anterior ao cheque e não decorrência deste.
Não há crime a emissão de cheque sem fundos em substituição de outro título de crédito não honrado; trata-se de hipótese de prejuízo anterior.
Quando o agente susta o cheque ou encerra a conta corrente antes de emitir a cártula, responde pelo “estelionato comum”; não responde por este crime, porque a fraude empregada foi anterior à emissão do cheque.
O crime se consuma apenas quando o banco sacado formalmente recusa o pagamento, quer em razão da ausência de fundos, quer em razão da contra ordem de pagamento.
§3º: causa de aumento de pena.
Ação penal: pública incondicionada (art. 100, CP).
Receptação (art. 180, CP)
CAPÍTULO VII 
DA RECEPTAÇÃO
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:  (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.  (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.  (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
O que difere Receptação de Estelionato é a FRAUDE!!!
Conceito: Trata-se de uma “Mediação criminosa”
Bem jurídico tutelado: Patrimônio (O intuito é preservar o patrimônio alheio)
Classificação: Crime Doloso (Direto), Comum, Material (Recepção Própria) e Formal (Recepção imprópria), de forma livre, Comissivo e omissivo (PRÓPRIA – só existe na forma dolosa e tem que estar prevista em Lei, quando há determinação na Lei) na conduta “ocultar” (exceção – Art.13, §2º, CP), Instantâneo e Permanente, nas condutas: “transportar”, “conduzir” (sentido de dirigir) e “ocultar”, Unissubjetivo, Plurissubsistente e admite a tentativa.
Considerações: 
03 Tipos: Própria (Art. 180, 1º Parte, CP); Imprópria (Artigo 180, 2º parte, CP) e culposa (Art. 180, §3º, CP).
Trata-se de TIPO MISTO ALTERNATIVO (GRECO) 
Crime de ação múltipla (Praticando o 1º e o 2º responderá por uma receptação *crime* somente, ou seja, sendo própria ou imprópria ao mesmo tempo responderá por semente uma receptação). Para Bitencourt seria cumulativo (por ser garantista).
Objetivo Material: Produto de Crime (elementar do tipo) e não de contravenção Penal.
OBS: O agente deve ter conhecimento do Ato. Caso contrário será atípica.
O agente tem que saber que a coisa é Produto de Crime.
Na Recepção Imprópria, o terceiro tem que agir de BOA FÉ, desconhecendo a origem criminosa da coisa, sendo sua conduta ATÍPICA.
Caso conheça, responderá também por Recepção.
§1º: QUALIFICADORA
Essa figura foi introduzida para punir mais severamente os proprietários de “desmanches” de carros (desmontar, montar, remontar), exigindo-se ainda o exercício de atividade comercial ou industrial.
Em razão do exercício da atividade comercial ou industrial, encontra grande facilidade em repassar o produto da “receptação” a terceiros de boa-fé, que, iludidos pela impressão de maior garantia oferecida por profissionais dessas áreas, acabam sendo presas fáceis. Tem relação direta com o §2º.
- Crime Próprio.
- Dolo Direto ou Eventual.
§2º: Conduta Equiparada ao §1º. 
Abrange-se, com isso, o “desmanche” ou “ferro-velho” caseiro, sem aparência de comércio legalizado.
§3º: Recepção culposa (Não cabe tentativa). 
O tipo culposo retratado nesse dispositivo é fechado, isto é, não tem a fórmula genérica dos demais. Especificou-se exatamente como se dá a receptação culposa. Tal situação não deixa de envolver imprudência, negligência ou imperícia, pois quem é atencioso naquilo que faz não compra produto cujo preço é bem inferior ao do mercado e a condição de quem o oferece está a indicar ser coisa obtida por meio criminoso.
§4º: Recepção é Crime autônomo e acessório, ao mesmo tempo. 
A previsão feita no §4º é apenas uma ressalva, buscando evitar qualquer debate acerca da punição do autor da receptação.
Para a existência da receptação é necessário que se prove que houve um crime anterior, independente de prova de autoria dessa infração penal.
§5º: 1º Parte: Perdão Judicial (deixar de aplicar a pena).
- se o criminoso for primário;
- diminuto valor da coisa objeto da receptação;
- bons antecedentes;
- ter o agente atuado com culpa levíssima.
2º Parte: Privilegiadora.
- se o criminoso for primário;
- se é de pequeno valor a coisa.
§6º: Causa de aumento de Pena.
Para que a pena majorada possa ser aplicada, todavia, não basta que o agente tenha ciência da origem ilícita, exigindo-se, também, que saiba especificamente que o patrimônio de uma das pessoas jurídicas mencionadas foi atingido.
- somente se aplicam as formas de receptação previstas no caput (própria ou imprópria), sendo inaplicáveis à receptação qualificada.
Ação Penal: Pública Incondicionada (art.100 do CP).
Dos crimes contra a liberdade sexual
Estupro (art. 213, CP)
TÍTULO VI 
DOS CRIMES CONTRA OS COSTUMES
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Estupro          Art. 213 - Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:         Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos: (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)         Pena - reclusão de quatro a dez anos. (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) (Revogado pela Lei n.º 9.281, de 4.6.1996)         Pena - reclusão, de três a oito anos.          Pena - reclusão, de seis a dez anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Estupro
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o  Se daconduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o  Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Lei 12.015/2009: lei modificadora. Integrou a figura do atentado violento ao pudor (art. 214, CP – revogado) ao tipo do estupro, formando ambas as figuras em um único tipo: estupro (art. 213, CP).
A referida lei unificou os tipos dos arts. 213 e 214, tornando-o tipo misto alternativo.
1º Parte – apenas heterossexuais.
2º Parte – Tanto heterossexual quanto homossexuais.
Conceito: Consiste na conduta do agente que obriga a vítima, mediante violência ou grave ameaça, ao ato sexual.
Bem jurídico tutelado: Liberdade sexual.
Classificação: Crime Doloso (Somente há Dolo Direto), Comum, Material, de Ação Múltipla ou tipo misto alternativo, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, § 2º, CP), INSTANTÂNEO (Vai se consumar no momento que houver o ato), Unissubjetivo, Plurissubsistente, admite a tentativa.
Considerações
“Constranger”: Obrigar
“Dolo Direto”
“Conjunção Carnal”: Cópula Vagínica (Ato Heterossexual)
“Ato libidinoso”: Gênero; qualquer ato sexual (Critério do Homem Médio) – ato heterossexual ou homossexual.
“Violência” (Força Física); “Grave Ameaça” (Força Moral)
§ 1º: 1º Parte: Preterdolo: 
2º Parte: Circunstância da vítima: 
§ 2º: Preterdolo. 
Ação Penal: Artigo 225.
- Art. 213, Caput: Ação Penal Pública Condicionada a Representação.
- Art. 213, § 1º: 1ª Parte: Regra Pública Condicionada a Representação; Exceção: Súmula 608 STF (Pública Incondicionada); 
2º Parte: (Pública Incondicionada – Art. 225, CP).
É Crime Hediondo (Art. 1º, V da Lei 8072/90)
Dos crimes contra vulnerável
Estupro de vulnerável (art. 217-A, CP)
CAPÍTULO II 
DA SEDUÇÃO E DA CORRUPÇÃO DE MENORES
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Sedução(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)         Art. 217 - Seduzir mulher virgem, menor de 18 (dezoito) anos e maior de 14 (catorze), e ter com ela conjunção carnal, aproveitando-se de sua inexperiência ou justificável confiança:(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)         Pena - reclusão, de dois a quatro anos.(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 4o  Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Conceito: consiste na conduta do agente que pratica ato sexual com pessoa vulnerável.
Bem jurídico tutelado: dignidade sexual de vulnerável.
Classificação: crime doloso, comum, (sujeito ativo) e próprio (sujeito passivo), material, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º, CP), instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
Considerações:
“Ter”: praticar.
“Conjunção carnal” e “ato libidinoso”: vide aula do art. 213.
Dolo direto.
“Vulnerável” (caput e §1º): pessoa de idade igual ou menor de 14 anos; doente ou enfermo mental, ou que não possa, por algum motivo, oferecer resistência.
§3º: preterdolo. Art. 217-A -> lesão corporal grave.
§4º: preterdolo. Art. 217-A -> morte.
Trata-se de crime hediondo (art. 1º, VI da Lei nº 8072/90).
Ação penal: art. 225, parágrafo único: pública incondicionada.
“Corrupção de menores” (art. 218, CP)
Art. 218 - Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo:         Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único.  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Conceito: consiste na conduta do agente que convence pessoa com idade igual ou menor de 14 anos a satisfazer os desejos sexuais de terceira pessoa.
Bem jurídico tutelado: moralidade sexual (dignidade sexual).
Classificação: crime doloso, comum (sujeito ativo) e próprio (sujeito passivo), material (*controvérsia), de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º, CP), instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
Considerações:
“Induzir”: plantar a ideia na mente da vítima.
“Lascívia”: desejos sexuais (≠ de ato sexual).
Não há crime para o terceiro.
Dolo direto.
Figura do proxeneta.
Ação penal: art. 225, parágrafo único: pública incondicionada. 
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A, CP)
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 218-A.  Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Conceito: consiste na conduta do agente que pratica ato sexual na presença de pessoa com idade igual ou menor de 14 anos ou que convence essa pessoa a presenciar tais atos para satisfazer desejo sexual próprio ou de terceiro.
Bem jurídico tutelado: moralidade sexual (dignidade sexual).
Classificação: crime doloso, comum quanto ao sujeito ativo e próprio quanto ao sujeito passivo, formal (*controvérsia), de forma vinculada, comissivo (exceção – art. 13, §2º, CP), instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa, tecnicamente.
Considerações:
“Praticar”: levar a efeito; “induzir”: plantar a ideia na mente da vítima.
“Conjunção carnal” e “ato libidinoso”: vide aula do art. 213.
“Lascívia”: vide aula do art. 218.
Dolo direto.
Ação penal: art. 225, parágrafo único: pública incondicionada.
Favorecimento a prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (art. 218-B, CP)
Remeter ao art. 244, ECA.
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o  Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o  Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - o proprietário, o gerente ou o responsávelpelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o  Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Conceito: consiste na conduta do agente que introduz o vulnerável na prostituição ou na exploração sexual, ou que impede de sair.
Bem jurídico tutelado: dignidade sexual
Classificação: crime doloso, comum (sujeito ativo) e próprio (sujeito passivo), material, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º, CP), instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
Considerações:
Tipo misto alternativo.
Dolo direto.
Prostituição ≠ exploração sexual. 
Prostituição é o exercício habitual do comércio do próprio corpo para a satisfação sexual de número indeterminado de pessoas. Exploração sexual significa tirar vantagem do ato sexual alheio.
1ª parte: ainda não praticou atividade sexual;
2ª parte: já pratica atividade sexual e é impedida de sair.
“Menor de 18 anos e maior de 14 anos”: a lei exige que esteja em condição de vulnerabilidade.
§1º: proxenetismo mercenário.
§2º: condutas equiparadas.
§3º: efeito da condenação.
Ação penal: art. 225, parágrafo único: pública incondicionada.
Disposições gerais
Aumento de pena
Art. 226 - A pena é aumentada de quarta parte:         I - se o crime é cometido com o concurso de duas ou mais pessoas;         II - se o agente é ascendente, pai adotivo, padrasto, irmão, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela;
Art. 226. A pena é aumentada:(Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS  (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
III - de metade, se do crime resultar gravidez; e (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 226: causa de aumento de pena.
Art. 234-A: causa de aumento de pena.
Do lenocínio
“Casa de prostituição” (art. 229, CP)
CAPÍTULO V
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE  PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE  EXPLORAÇÃO SEXUAL  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
(...)
Art. 229 - Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Art. 229.  Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Conceito: consiste na conduta do agente que possui ou mantém casa destinada a exploração sexual.
O dispositivo abrange casas de prostituição, casas de massagens onde haja encontros com prostitutas em quartos, boates em que se faça programa com prostitutas etc. O tipo penal é abrangente, punindo o dono do local, o gerente, os empregados que mantêm a casa etc. O texto legal, ademais, dispensa para a ocorrência do crime a intenção de lucro (normalmente existente) e a mediação direta do proprietário ou gerente na captação de clientes. Assim, não exclui o crime o fato de, no interior da casa de prostituição, serem as próprias moças quem se incumbem de se aproximar dos clientes e fazerem a proposta do encontro carnal.
Existem muitas boates cujos donos incentivam a frequência de prostitutas ou as atraem para o exercício de suas atividades no local, mas que, por não haver local apropriado para a prática de relações sexuais, não são classificadas como casa de prostituição. Nesses casos, todavia, devem os responsáveis ser punidos ao menos pelo crime de favorecimento à prostituição — na forma de facilitação —, quando não cobrarem porcentagem ou valores das prostitutas, ou rufianismo, quando for cobrada comissão. Para o reconhecimento do crime em análise, exige-se habitualidade, ou seja, o funcionamento reiterado do estabelecimento.
A prostituta que recebe clientes em sua casa para encontros sexuais, explorando o próprio comércio carnal, não incorre no crime em análise.
Bem jurídico tutelado: moralidade sexual (dignidade sexual).
Classificação: crime doloso, próprio, formal (*controvérsia – verificar jurisprudência), de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º, CP), permanente, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa, tecnicamente.
Considerações:
Ação penal: pública incondicionada (art.100, CP).
Rufianismo (art. 230, CP)
Rufianismo
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - Se ocorre qualquer das hipóteses do § 1º do art. 227:         Pena - reclusão, de três a seis anos, além da multa.         § 2º - Se há emprego de violência ou grave ameaça:         Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da multa e sem prejuízo da pena correspondente à violência.
§ 1o  Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o  Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Conceito: consiste na conduta do agente que explora a liberdade sexual de quem exerce a prostituição.
Bem jurídico tutelado: dignidade sexual.
Classificação: crime doloso, comum (sujeito ativo) e próprio (sujeito passivo), material, de forma vinculada, comissivo (exceção – art. 13, §2
º, CP), habitual, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
Considerações:
Rufianismo ativo: 1ª parte, figura do “cafetão”; rufianismo passivo: 2ª parte, figura do “gigolô”.
Dolo direto: com intuito econômico.
§1º: qualificadora.
§2º: qualificadora.
Se a vítima for menor de 18 e maior de 14 anos e o agente for uma das pessoas enumeradas na lei, a pluralidade de qualificadoras deverá ser levada em conta pelo juiz na fixação da pena-base.
A pena do § 1º é maior do que a do § 2º, de forma que, em caso de estarem presentes ambas as modalidades, o juiz fixará somente a pena maior.
Se da violência empregada resultarem lesões, ainda que leves, as penas devem ser somadas.
Ação penal: pública incondicionada (art. 100, CP).
Dos crimes contra o estado de filiação
Art. 242, CP
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerenteao estado civil: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Pena - reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Conceito: está na lei.
Dar parto alheio como próprio – é um crime que só pode ser praticado por mulher, cuja ação incriminada é a de apresentar à sociedade um recém-nascido como se fosse seu próprio filho. Trata-se de crime próprio. É necessário que a mulher tenha a intenção específica de criar uma situação jurídica em que se faça passar por mãe do infante, introduzindo-o em sua família. É desnecessário o registro do menor. As vítimas são o Estado e os herdeiros da agente.
A consumação ocorre no instante em que é criada uma situação que leve outras pessoas a interpretar que o filho é dela. 
A tentativa é possível.
Registrar como seu o filho de outrem – cuida-se de infração penal em que o agente (homem ou mulher) promove a inscrição no Registro Civil de criança declarando tratar-se de filho próprio, quando, em verdade, cuida-se de filho de outrem. Respondem também pelo crime o Oficial do Cartório e os pais verdadeiros se, cientes da intenção dos agentes, colaboram para a efetivação do registro. Comete ainda o crime pessoa que passa a viver maritalmente com a gestante, ciente de que ela se encontra grávida de outro homem, e, após o nascimento, registra o recém-nascido como filho dele próprio e de sua companheira.
Trata-se de crime comum.
Sujeitos passivos são o Estado e as pessoas lesadas pela conduta. O delito em análise absorve o crime de falsidade ideológica.
A consumação se dá no momento em que o registro é efetivado.
É possível a tentativa.
Ocultar recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil – pratica o crime quem, dolosamente, esconde o recém-nascido visando, com isso, suprimir os direitos inerentes ao estado civil do neonato. Assim, comete também o crime quem intencionalmente deixa de registrar o menor, ainda que continue a sustentá-lo. Trata-se de crime comum, pois pode ser cometido por qualquer pessoa.
Sujeitos passivos são o Estado e o neonato prejudicado.
O crime se consuma quando a ocultação atinge os direitos do recém-nascido.
A tentativa é possível.
Substituir recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil – O crime consiste em trocar recém-nascidos (em berçário, em creche etc.), pouco importando que um deles seja natimorto. As crianças, portanto, passam a viver em famílias trocadas. Trata-se de crime comum, pois pode ser cometido por integrantes de uma das famílias, por integrantes das duas ou até por terceira pessoa.
Vítimas são os neonatos e os familiares que não tenham tomado parte no crime.
Consuma-se quando a troca atinge os direitos civis do recém-nascido, não sendo necessário o registro.
A tentativa é possível.
Bem jurídico tutelado: e estado de filiação e estado civil.
Classificação: crime doloso, próprio (1ª figura) e comum (nas demais figuras), material, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º, CP), instantâneo e permanente no núcleo “ocultar”, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
Considerações:
Trata-se de um tipo misto cumulativo, onde temos 4 figuras criminosas, distintas. Caso o agente pratique mais de uma, haverá concurso material de crimes (art. 69, CP).
Dolo direto.
Parágrafo único: causa de diminuição de pena e perdão judicial (art. 107, IX, CP). 
A reconhecida nobreza é evidenciada quando a conduta demonstra generosidade ou afeto do agente que visa criar e educar a criança e, por isso, a registrou em seu nome, por exemplo.
Ação penal: pública incondicionada (art. 100, CP).
Dos crimes contra a assistência familiar
Abandono material (art. 244, CP)
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
Abandono material
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover à subsistência do cônjuge, ou de filho menor de dezoito anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou valetudinário, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento da pensão alimentícia judicialmente fixada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:         Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, de um conto a dez contos de réis.        Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 anos ou inapto para o trabalho ou de ascendente inválido ou valetudinário, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968)
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968)
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. (Incluído pela Lei nº 5.478, de 1968)
Conceito: consiste na conduta no agente que deixa de prover a subsistência de outrem, necessitado.
Bem jurídico tutelado: estado de filiação.
Classificação: crime doloso, próprio, formal, de perigo concreto, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º, CP), permanente, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa, tecnicamente.
Considerações:
Dolo direto.
Parágrafo único: conduta equiparada ao caput.
Aplicação do princípio da intervenção mínima. Primeiro, deve se resolver na esfera cível (família). Caso não consiga resolver, o caso se resolverá na área penal.
Ação penal: pública incondicionada (art. 100, CP).
Dos crimes contra a incolumidade pública
Incêndio (art. 250, CP)
TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Incêndio culposo
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Conceito: consiste na conduta do agente que gera uma combustão, com fogo intenso e perigoso, colocando em perigo um número indeterminado de pessoas.
Bem jurídico tutelado: incolumidade pública.
Classificação: crime doloso (caput) e culposo (§2º), comum, formal, de forma livre, comissivo (exceção – art. 13, §2º, CP), de perigo comum e concreto, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa, tecnicativa (na forma dolosa).
Considerações:
É necessário que o agente gere um fogocapaz de colocar em risco de dano os bens jurídicos protegidos pela lei – perigo concreto.
Dolo direito (≠ art. 121, §2º, III (2ª figura), CP).
§1º: causa de aumento de pena.
- inciso I (≠ art. 171, §2º, V, CP).
O aumento de um terço incide ainda que o agente não consiga obter a vantagem visada.
O próprio texto legal deixa claro que é indiferente que ele queira a vantagem para si próprio ou para beneficiar terceiro.
A vantagem visada deve ser de caráter patrimonial, já que essa exigência está expressa na lei.
Configuram a majorante provocar incêndio para destruir os títulos de crédito que representavam uma dívida do agente ou para danificar o estoque de um concorrente para que sua empresa seja contratada para o fornecimento dos mesmos produtos etc.
Se a intenção do agente é a de obter o valor de seguro, fica absorvido o crime de estelionato, respondendo o agente pelo crime de incêndio com a pena majorada pela intenção de obtenção de vantagem pecuniária, que tem pena consideravelmente maior.
Ação penal: pública incondicionada (art. 100, CP).
Dos crimes contra a saúde pública
Exercício ilegal da medicina, arte dentária e farmacêutica (art. 282, CP)
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Conceito: consiste na conduta do agente que exerce essas profissões sem licença, ou os profissionais da área que excedem as suas atividades técnicas.
Bem jurídico tutelado: saúde pública.
Classificação: crime doloso, comum (1ª parte) e próprio (2ª parte), formal, de forma vinculada, de perigo comum e concreto, habitual, unissubjetivo, plurissubsistente, não admite a tentativa.
Considerações:
Dolo direto.
É necessário a prova do perigo de dano a saúde pública (e não individual).
Parágrafo único: crime mercenário.
Ação penal: pública incondicionada.
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