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Doenças relacionadas com o glutamato

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Doenças relacionadas com o glutamato
O glutamato, ou ácido glutâmico, é um aminoácido não essencial que carrega uma carga líquida negativa, em pH neutro, a cadeia lateral desse aminoácido encontra-se completamente ionizada, contendo um grupo carboxilato carregado negativamente (-).
Possui várias funções biológicas e é um dos cinco aminoácidos que possuem função neurotransmissora. É considerado o principal neurotransmissor excitatório presente no sistema nervoso central (SNC) de mamíferos. Está amplamente distribuído nesse sistema e desempenha importante papel na manutenção de aspectos funcionais do cérebro, tais como: cognição, aprendizagem, memória e controle motor.
Aqui no Brasil, pesquisadores da Unifesp constataram que pessoas que ingerem maior quantidade de GMS estão mais propensas ao excesso de peso e à obesidade. Estudos realizados com ratos em laboratórios mostraram que administração de glutamato monossódico acarretava na obesidade dos animais. O estudo também demonstrou que o GMS, administrado em ratos neonatos produziu aumento do conteúdo de gordura viceral, situação esta que cursa com resistência à insulina e hiperinsulinemia, além de hiperlipidemia [1].
Portanto, há evidências científicas de que o consumo de GMS contribui para o ganho de peso e aumento de problemas associados [2]. Estudos com humanos já estão em andamento e comprovando as evidências dessa relação. Além disso, estudos epidemiológicos mostram a estrita relação entre a obesidade e o consumo de GMS em humanos [3].
Dados da literatura revelam uma relação entre os níveis de glutamato no sangue e diferentes doenças neurológicas, como injúria cerebral traumática, acidente vascular cerebral, doença do neurônio motor, depressão, demência, esquizofrenia, autismo, epilepsia, doenças de Alzheimer, Parkinson e Huntington. (BABU et al., 1998; HASSAN et al., 2013; Leibowitz et al.,2012)
Um estudo realizado com crianças autistas indicou um aumento nos níveis de glutamato no sangue e cérebro nessa patologia. (HASSAN et al., 2013).Em paciente com doença do neurônio motor (ou Esclerose Lateral Amiotrófica) também foi observado um aumento significativo de glutamato plasmático.( BABU et al.; 1998)
Foi observado um decréscimo nos níveis de glutamato no plasma de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, transtorno bipolar ou psicose não especificada no primeiro episódio psicótico e esses níveis foram restaurados após o tratamento. (BELSHAM, 2001; PALOMINO et al., 2007)
A segurança do uso do MSG se tornou controversa a partir de publicações que relacionavam o seu consumo a supostos efeitos adversos à saúde humana, conhecidos principalmente através do “Complexo de Sintomas Relacionados à Ingestão de Glutamato Monossódico” (ou “Síndrome do Restaurante Chinês”) e da “Obesidade Hipotalâmica” (Kwok, 1968; Hermanunssen et al, 2006). Como resultado, ao longo de décadas o MSG tem sido objeto de avaliações quanto a sua segurança de uso por parte de diferentes Comitês Científicos e/ ou Agências de Regulamentação e centros de pesquisa em renomadas universidades. 
Baldeon e Flores (2011) sugeriram que o glutamato, principal substância que confere o quinto gosto, influencia diretamente no desenvolvimento imunológico, intestinal e na saciedade dos recém-nascidos nos primeiros anos de vida. Outros benefícios associados ao gosto Umami foram publicados por Tomoe et al (2009), que verificaram evoluções no quadro de idosos hospitalizados após a ingestão de alimentos com MSG, pois este aumenta a secreção salivar, que protege a mucosa oral do ressecamento e de infecções e ajuda na digestão de alimentos protéicos. 
Os idosos também apresentaram uma melhora no estado nutricional, aumento a imunidade e o bem estar. No Brasil, Elman et al (2010) realizaram um estudo para verificar os benefícios do Umami em crianças com câncer, submetidas a tratamentos quimioterápicos. Concluíram que a utilização do MSG nas preparações pode contribuir para melhorar a aceitação alimentar das crianças em tratamento quimioterápico, devido à capacidade de aumentar a palatabilidade e auxiliar na manutenção ou melhora do estado nutricional.
[1] Voltera Alina F., et al. Efeito da indução de obesidade neuroendócrina sobre a hemodinâmica sistêmica e a função ventricular esquerda em ratos normotensos. Arq Bras Endrocrinol Metab 2008;52/1.
[2] Savcheniuk, O. A., et al. The efficacy of probiotics for monosodium glutamate-induced obesity: dietology concerns and opportunities for prevention. The EPMA Journal. 2014 Jan 13;5(1):2
[3] Bursey, R. G., et al. A lack of epidemiologic evidence to link consumption of monosodium L-glutamate and obesity in China. The American Journal of Clinical Nutrition. 2011 Sep;94(3):958-60
[4] Kwok RHM. Chinese-restaurant syndrome [letter]. N Engl J Med 1968; 278:796.
[5] Babu, G.N.; Bawari,M.; Mathur, V.N.; Kalita,J.; Mista, U.K. Blood Glutamate levels in patients with motor neuron disease. Clínica Chimica Acta, v.273, n. 2, p. 195-200,1998.
[6] Hassan, T.H.; Abdelrahman, H.M.; Fattah, N.R.A.; El-Masry, N.M.; Hashim, H.M.; El- Gerby, K.M.; Blood and brain glutamate levels in children with autistic disorder. Research in Autism Spectrum Disorderds, v. 7, n. 4, p; 541-548, 2013.
[7] Leibowitz, A.; Boyko, M.; Shapira, Y.; Zlotnik, A. Blood Glutamate scavenging: insight into neuroprotection. International Journal of Molecular Sciences, v. 13, n. 8, p; 10041-10066,2012.
[8] Belsham, B. Glutamate and its role in psychiatric illness. Human Psychopharmacology, v. 16, n.12, p. 139-146,2001.
[9] Palomino, A.; González-Pinto, A.; Aldama, A.; González-Gómez, C.; Mosquera, F.; González-García, G.; Matute, C. Decreaseed levels of plasma glutamate in patients with first-episode schizophrenia and bipolar disorder. Schizophrenia Research, v. 95, n. 1-3, p.174-8,2007.
 [10] Hermanussen M, García AP, Sunder M, Voigt M, Salazar V, Tresguerres JAF. Obesity, voracity, and short stature: the impact of glutamate on the regulation of appetite. Eur J Clin Nutr 2006; 60, 25–31
[11] Baldeon M, Flores N. O glutamato no leite materno e no desenvolvimento do intestino do lactente. In: Reyes FGR. Umami e glutamato: aspectos químicos, biológicos e tecnológicos. São Paulo: Editora Plêiade, 2011. 195p.
[12] Tomoe M, Inoue Y, Sanbe A, Toyama K, Yamamoto S, Komatsu T. Clinical trial of glutamate for the improvement of nutrition and health in the elderly. Ann N Y Acad Sci. 2009;1170:82-6.
[13] Elman I, Soares NS, Silva MEMP. Análise da Sensibilidade do Gosto Umami em Crianças com Câncer. Rev Bras Cancerol 2010; 56(2): 237-242

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