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Ponto 6

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Ponto 6 – Estipulações contratuais em relação a terceiros
Estipulações em favor de terceiros
Promessa de fato de terceiro
Contrato com pessoa a declarar
Regral geral dos contratos
Os contratos somente produzem efeitos entre as próprias partes.
Princípio da relatividade dos efeitos do contrato
a) estipulação em favor de terceiro: arts. 436/438 CC; 
b) promessa de fato de terceiro: arts. 439/440 CC; 
c) contrato com pessoa a declarar: arts. 467/471 CC. 
Terceiro: é aquele que não participa do negócio jurídico, para quem a relação é absolutamente alheia. Não é parte e não necessita expressar o consentimento.
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 
“Dá-se a estipulação em favor de terceiro quando no contrato celebrado entre duas partes, denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem resultante do ajuste reverterá em beneficio de terceira pessoa, alheia a formação do vinculo contratual”. (Silvio Rodrigues) 
Personagens:
Estipulante: aquele que estabelece a obrigação; pactua a cláusula de beneficio determinando a quem caberá o proveito da contratação; 
Promitente ou devedor: aquele que se compromete a realizá-la; reconhece o beneficiário e promete transmitir, na época marcada, a vantagem ao beneficiário; 
Terceiro ou beneficiário: é o destinatário final da obrigação pactuada. é o terceiro destinatário da vantagem. 
Observações:
O beneficiário integra a relação, mas não é parte, pois as vontades manifestadas quando da conclusão do contrato são apenas do estipulante e do promitente.
A relação triangular completa-se na fase da execução, quando o favorecido aceita o benefício. 
Requisitos de validade: 
Requisito subjetivo: O terceiro deve ser estranho à relação contratual entre promitente e promissário. Vale lembrar que essa terceira pessoa não precisa ter nenhuma aptidão para contratar, pois, por não intervir ou não participar no ajuste, poderá ser um menor, um herdeiro e até mesmo uma pessoa indeterminada no instante da celebração do contrato, desde que determinável.
Requisito objetivo: as partes devem pactuar o benefício a esse terceiro. É necessário que haja uma vantagem patrimonial, gratuita ou não, que beneficie terceira pessoa, alheia à convenção. Terá que haver um benefício em favor de outrem, porém não se exige que seja inteiramente gratuito. É importante ressaltar que a estipulação não poderá ser feita contra terceiro, mas sempre em seu favor, representando uma vantagem, suscetível de apreciação pecuniária. 
 Requisito formal: sua forma será livre, por se tratar de contrato consensual.
Quem exige a obrigação: tanto o estipulante como o beneficiário.
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
 Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Possibilidade de exigibilidade da obrigação tanto pelo estipulante quanto pelo terceiro. 
Porém esta dupla possibilidade somente é aceitável se o terceiro anuir, de forma expressa, às condições e normas do contrato. (arts. 436 e 437 do C.C.).
“Na estipulação em favor de terceiro, tanto o estipulante quanto o beneficiário podem exigir do devedor o cumprimento da obrigação (art. 436, par. Único, do CC/02 ou art. 1098, par único, do CC/1916) Com isso, o terceiro, até então estranho à relação obrigacional originária, com ela consente e passa efetivamente a ter direito material à prestação que lhe foi prometida. Nessas situações, nem mesmo o estipulante pode lhe retirar o direito de pleitear a execução do contrato (art. 437 do CC/02). O terceiro tem, portanto, legitimidade para exigir em juízo a prestação que lhe foi prometida”. (Superior Tribunal de Justiça, em acórdão da lavra da I. Min. Nancy Andrighi)
- A regra da aquisição imediata prevalece apenas no silêncio das partes ou em caso de condição, termo ou encargo, pois caso o estipulante efetue a reserva à substituição do beneficiário no contrato, é certo que o beneficiário aderirá à avença já com a ressalva e ficará “sujeito às condições e normas do contrato” (art. 436 do Código Civil).
 - Logo, adquirirá um direito sob ressalva, revogável ou resolúvel, e não poderá se insurgir contra o estipulante caso ele exerça o direito de substituir o beneficiário, direito esse a que expressamente se reservou.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Caso seja conferido ao terceiro o direito de exigir o cumprimento do contrato, não poderá o estipulante exonerar o devedor de seu cumprimento.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
Direito do estipulante a exonerar o promitente de forma unilateral (interpretação conjunta dos artigos 436 a 438 do Código Civil) 
O estipulante poderá exonerar o promitente desde que: 
(i) o beneficiário ainda não tenha adquirido o direito de exigir a pretensão material ou 
(ii) o estipulante tenha se reservado expressamente o direito substituir o beneficiário nos termos do artigo 438 do Código Civil. 
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO (Contrato por outrem)
Contrato pelo qual uma das partes contratantes promete fato de terceiro (promessa feita a alguém no sentido de assumir uma prestação a ser cumprida por outrem), assumindo obrigação de fazer de resultado, que em caso de inadimplemento se resolverá em perdas e danos, devidas pelo promitente, pois não há como vincular terceiro estranho à relação obrigacional. 
Partes envolvidas
 Promitente: aquele que promete fato de terceiro e assume obrigação de resultado; é aquele de quem se promete o fato a ser executado e que poderá anuir ou não à promessa feita pelo promitente. é o que se responsabiliza pela obrigação de terceiro.
Credor (contratante promissário): é o que aceita a promessa de fato de terceiro e assume o risco da resolução da obrigação em perdas e danos; 
Terceiro: é quem vai realizar a prestação assumida pelo promitente.
Diferença entre estipulação em favor de terceiro e promessa de fato de terceiro: na primeira o beneficiário se coloca numa posição de recebimento de uma vantagem e na segunda a pessoa cumpre uma obrigação prometida por terceiro. 
Se o terceiro não participar da avença, não poderá ser compelido a cumpri-la. 
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
 Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Exceção: Quando o terceiro for cônjuge (e companheiro?) do promitente, dependendo de sua anuência o ato a ser praticado e exista, em virtude do regime de bens, a possibilidade de eventual indenização pelo inadimplemento vir a recair sobre seus bens (art. 439, parágrafo único) 
Se o terceiro, nominado originalmente pelo promitente, se comprometer diretamente à prestação, a obrigação deverá ser cumprida por ele
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. Ou seja, havendo a anuência do terceiro, afasta-se a responsabilidade do promitente.
CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR (Cláusula pro amico eligendo)
 "Contrato pelo qual uma das partes se reserva a faculdade de designar outra pessoa que assuma a sua posição na relação contratual,como se o contrato fora celebrado com esta última". (Antunes Varela) 
Consiste na reserva de direito do contratante de fazer figurar outra pessoa em sua posição contratual 
Partes:
Promitente: aquele que reconhece o amicus ou o electus para a revenda.
Estipulante: aquele que pactua a cláusula de substituição.
Electus: o terceiro nomeado que aceita a indicação e assume a inteira posição contratual do estipulante. 
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
 Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
Efeito retro-operante da aceitação
Feita validamente a nomeação e manifestada a aceitação, a pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigações como se estivesse no contrato desde a data da celebração.
O CONTRATANTE ORIGINÁRIO PERMANECERÁ NA RELAÇÃO CONTRATUAL
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
 I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;
 II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
- Quando da celebração do contrato, uma das partes se reserva o direito de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações
 - A indicação da pessoa deve ser realizada em até 5 dias a partir da conclusão do contrato
- A pessoa nomeada deve aceitar a indicação pela mesma forma que as partes usaram para o contrato
 - A aceitação do terceiro acarreta a aquisição dos direitos e assunção das obrigações contratuais desde a sua celebração (ou seja, a data de aceitação, em relação aos efeitos em face do terceiro, não constitui termo a quo)

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