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SDE0087 –FARMACODINÂMICA I Aula 3: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Farmacocinética II: Vias de Administração Farmacodinâmica I 1. Compreender a absorção pelas diferentes vias de administração; 2. Entender as diferenças de vias enterais e parenterais, assim como suas vantagens e desvantagens; 3. Compreender os fatores que interferem na absorção e na biodisponibilidade dos medicamentos pelas diferentes vias de administração. • A via de administração utilizada para um fármaco é o local de entrada ou ponto de contato com o organismo. •A partir deste local vai haver absorção do fármaco para o plasma. •Existem situações, como aplicações tópicas na pele ou inalação, em que não ocorre absorção para que haja efeito do fármaco no organismo. Mas para a maioria dos fármacos é necessário alcançar o plasma para, posteriormente, chegar ao local de ação. No caso da via intravenosa não existe o processo de absorção, já que é administrada direto no plasma. Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO I – Definição: •As vias de administração são subdivididas em vias enterais e vias parenterais Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via Enteral - do grego enteron (intestino): •Nesta via a droga é administrada ou percorre o sistema gastrintestinal, podendo ser dividida em oral, sublingual e retal, além do uso de cateter gástrico ou retal. Vantagens: facilidade de administração e baixo custo. Desvantagem: perda no metabolismo de primeira passagem e a grande quantidade de erros causados pela administração farmacológica. Via Parenteral - São as vias intravenosa, intramuscular, subcutânea, respiratória e tópica, entre outras. •As vias de administração são subdivididas em vias enterais e vias parenterais Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Oral Intravenosa Cutânea Bucal Intramuscular Respiratória Sublingual Subcutânea Conjuntival Retal Intradérmica Rino e orofaríngea Intra-arterial Geniturinária Intracardíaca Intraperitoneal Intrapleural Intratecal Peridural Intra-articular Enterais Parenterais Diretas Indiretas Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Rang et al, 2012 Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO II- Vias mais comuns de administração de medicamentos 1)Vias Enterais Via oral Via Enteral Fatores que afetam a absorção gastrointestinal Concentração no sítio de absorção Propriedades químicas do fármaco • Natureza química • Coeficiente lipídeo-água • Grau de ionização do fármaco • Tamanho das partículas e formulação farmacêutica Coeficiente de partição efetivo Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via oral – etapas entre a administração e absorção Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via oral Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via oral Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via oral Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via oral -Propriedades fisiológicas Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via oral - Propriedades fisiológicas •Fluxo sanguíneo - Aumento do fluxo sanguíneo promove aumento na velocidade de absorção. Ex. Alimento - Diminuição do fluxo sanguíneo resulta em diminuição da velocidade de absorção. Ex. Estado hipovolêmico Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via oral - Propriedades fisiológicas pH do meio Área de superfície Esvaziamento gástrico Tempo de trânsito intestinal Interação com alimentos •Motilidade GI / Tempo de esvaziamento gástrico •Um aumento da motilidade, reduzindo o tempo de esvaziamento gástrico (passagem mais rápida do estômago para o intestino) resulta em aumento da velocidade de absorção. Aceleram o esvaziamento gástrico : Metoclopramida (Plasil®) •Uma redução da motilidade, aumentando o tempo de esvaziamento reduz a velocidade de absorção. Retardam o esvaziamento gástrico: Comida gordurosa, Antimuscarínicos (escopolamina, ipratrópio), Analgésicos narcóticos. Patologias: diabetes e hipotireoidismo diminuem esvaziamento gástrico Trânsito intestinal - Determina o tempo de contato com a superfície absortiva Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via oral Metabolismo Efeito de primeira passagem Metabólitos: Inativos Ativos* Atividade maior ou igual Tóxicos *Pró-fármacos Precursores inativos que geram metabólitos com atividade farmacológica. CONSEQUÊNCIA: Redução do FATOR DE BIODISPONIBILIDADE Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Biodisponibilidade Conceitos: “Termo usado para indicar a fração de uma dose de fármaco que alcança o seu sítio de ação ou fluido biológico a partir do qual terá acesso ao seu sítio de ligação.” Goodman & Gilman, 10a edição “ A taxa e o grau em que uma preparação terapêutica é absorvida e torna-se disponível no local de ação do fármaco.” Food & Drug Administration / EUA Fator de Biodisponibilidade (F) Fração de uma droga ativa que em uma formulação atinge, sob forma não modificada, seu local de ação ou líquido biológico a partir do qual tem acesso a seu local de ação. Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Biodisponibilidade Horas Cp (g/ml) Tempo de Tempo de CmaxCmax Concentração plasmática Máxima (Cmax) Nível Plasmático Efetivo MínimoDuração de AçãoDuração de Ação Biodisponibilidade = AUC (oral) AUC (iv) Importância da Biodisponibilidade: Veloc. Absorção Início de Ação Cmax Eficácia/Toxic. Quant. abs./elim. Duração Ação AUC (g/ml x hora) AUC: “area under the curve” – área sob a curva Fármacos bioequivalentes: Taxa e extensão de biodisponibilidade do princípio ativo em dois produtos não são significativamente diferentes em condições adequadas de teste. Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Importantes definições segundo a ANVISA: Medicamento Similar Medicamento Genérico Medicamento de Referência Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Importantes definições segundo a ANVISA: Produto Farmacêutico Intercambiável – equivalente terapêutico de um medicamento de referência, comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e segurança; Bioequivalência – consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio (s) ativo (s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental; Biodisponibilidade – indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina." Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via sublingual Absorção pela mucosa oral de pequena área ricamente vascularizada. Vantagens: Proteção contra metabolismo de primeira passagem; Fármacos instáveis em pH gástrico / metabolizados pelo fígado; Resposta rápida para fármacos não-ionizados e lipossolúveis. Desvantagens: O sabor da preparação não deve ser desagradável. Obs: Possuir facilidade de absorção pela mucosa palatal. Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via retal Características da administração pelo reto Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 2)Vias parenterais Intravenosa Intramuscular Subcutânea IMPORTANTE: Fármacos em veículos oleosos e aqueles que precipitam ou hemolisam eritrócitos não devem ser administrados viaintravenosa!!!!!! Lullmann et al, 2008 Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 2) Vias parenterais Intravenosa Intramuscular Subcutânea Clark et al, 2013 Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 2) Vias parenterais Via mais rápida de administração de fármacos. Forma de bolus: concentração muito elevada. Alcança primeiramente coração e pulmões, para depois alcançar a circulação sistêmica. Forma de infusão venosa constante: evita as incerteza de absorção por outros locais. Impede as elevadas concentrações plasmáticas. Exemplo: propofol e diazepan Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 2) Vias parenterais Intratecal Injeção do fármaco no espaço subaracnóide. Exemplo: metotrexato – leucemias infantis que tendem a sofrer recidiva no SNC. Anestesia local: bupivacaína. Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 2) Vias parenterais Pode ser desejável retardar a absorção, seja por: -reduzir as ações sistêmicas das drogas; -prolongar ad. ações sistêmicas. Exemplo: adrenalina e noradrenalina com anestésico local- redução de absorção. Isso irá prolongar o efeito do anestésico, reduzindo a toxicidade! Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via Padrão de absorção Utilidade especial Limitações Intravenosa (IV) Evita absorção Efeitos imediatos Biodisponibilidade 100 % Emergências Ajuste da posologia Proteínas e peptídeos de alto PM Grandes volumes Substâncias irritantes Alto risco de efeitos adversos Injeção lenta Inadequada para sol. oleosas / subst. insolúveis Monitorização constante Incômoda / Difícil execução Subcutânea (SC) Imediata para sol. aquosa Lenta e mantida para preparações de depósito Biodisponibilidade 75–100 % Suspensões insolúveis Implantes (pellets sólidos) Menor risco de injeção intravascular < 2mL Inadequada para grandes volumes Possível dor / necrose com substâncias irritantes /abcessos estéreis / infecção Intramuscular (IM) Imediata para sol. aquosa Lenta e mantida para preparações de depósito Biodisponibilidade 75-100 % Volumes moderados Veículos oleosos Substâncias irritantes Vmax 6mL, pH entre 5 e 9 Desconforto / hematomas abcessos estéreis ou sépticos Não deve ser administrada durante anticoagulação Pode interferir em certos exames diagnósticos Oral (VO) Variável Conveniente Econômica Mais segura Requer colaboração do paciente Disponibilidade errática Pode causar irritação da mucosa Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 2) Vias parenterais Via tópica Mucosas- Altamente vascularizadas Conjuntiva – Nasofaringe – Orofaringe – Vagina – Cólon – Uretra – Bexiga Objetivo: Efeito local Características: Absorção rápida Possibilidade de efeitos sistêmicos Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via tópica Pele ÍNTEGRA X ESCORIADA Potencialização da absorção: Aumento da superfície de contato Lesões Fármacos lipossolúveis / Veículos oleosos Aumento do fluxo sanguíneo e temperatura local Hidratação da pele Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 2) Vias parenterais Via inalatória Para fármacos gasosos e voláteis que não causem irritação Características • Absorção através do epitélio pulmonar e membrana de mucosas - Acesso rápido à circulação pela grande área de superfície e rica vascularização • Pulmão como via de administração e eliminação • Sem efeito de primeira passagem hepática Efeito • Local - broncodilatadores para doenças respiratórias • Sistêmico – anestésicos gerais em cirurgia * Modificação química do fármaco / Atomização de partículas Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via inalatória Para fármacos gasosos e voláteis que não causem irritação Características • Absorção através do epitélio pulmonar e membrana de mucosas - Acesso rápido à circulação pela grande área de superfície e rica vascularização • Pulmão como via de administração e eliminação • Sem efeito de primeira passagem hepática Efeito • Local - broncodilatadores para doenças respiratórias • Sistêmico – anestésicos gerais em cirurgia * Modificação química do fármaco / Atomização de partículas Lullmann et al, 2008 Farmacodinâmica I AULA III: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 2) Vias parenterais Vias de administração utilizadas em ocasiões especiais Características das vias intra-arterial, intratecal e intraperitonial de administração de fármacos. Via Local de administração Ocasião de uso Características Intra-arterial Artéria do órgão alvo Diagnóstico Valor terapêutico dúbio / Riscos Necessidade de especialistas Sem efeito de primeira passagem e depuração pelo pulmão Intratecal Espaço subaracnóide (LCR) Raquianestesia Infecções agudas SNC Efeitos locais e rápidos nas meninges ou no eixo cérebro-medular Técnica especializada / Riscos Peridural Espaço delimitado pela Dura Máter que circunda a medula Alternativa a raquianestesia Maior risco de efeitos sistêmicos que via intratecal Intraperitonial Cavidade peritonial Procedimento laboratorial Absorção rápida (grande área de superfície e vascularização) Efeito de primeira passagem pelo fígado Risco de infecção e aderência Saiba mais • Referências AULA I: INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA Farmacodinâmica I BRUNTON, L., CHABNER, B.A., KNOLLMANN, B.C.. Bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 12ª.ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012. CLARK, M., FINKEK, R., REY, J.A., WHALEN, K. Farmacologia Ilustrada. 5ª.ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. KATZUNG, B.G., MASTERS, S.B., TREVOR A.J. Farmacologia básica e clínica. 12ª.ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2013. LULLMANN, H., MOHR, K., HEIN, L., BIEGER, D. Farmacologia - Texto e Atlas. 5ª.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. RANG, H.P., DALE, M.M., RITTER, J.M., FLOWER, R.J., HENDERSON, G. Farmacologia. 7ª.ed. Campus - Elsevier, 2012. Assuntos da próxima aula: 1. Processo de distribuição de medicamentos 2. Interações medicamentosas provenientes de ligação a proteínas plasmáticas 3. Volume de distribuição (Vd).
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