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Tutela provisória

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1. DAS TUTELAS JURISDICIONAIS DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA – EVOLUÇÃO.
A parte apresenta a pretensão em juízo, afirmando a ameaça ou violação a um direito subjetivo, esperando assim receber a tutela (proteção) de seu suposto direito através da função jurisdicional.
A tutela jurisdicional é, portanto, o remédio que o autor requer ao Estado-Juiz intencionando superar a violação ou ameaça ao seu direito material. 
“Mas a iniciativa do processo é, ao mesmo tempo, também um direito da parte, ou seja, o direito de provocar o exercício da jurisdição com referência a uma situação jurídica em que ela é interessada, visando a obter do juiz a proteção de um interesse próprio ameaçado ou violado, ou a satisfação de um direito próprio que se afirma insatisfeito. (...) Naturalmente, só tem direito à tutela jurisdicional aquele que tem razão, não quem ostenta um direito inexistente. Mas a única maneira de assegurar a quem tem razão a possibilidade de impor o reconhecimento desta em juízo consiste em permitir que todos tragam suas demandas aos tribunais, incumbindo a estes a tarefa de examiná-las e afinal acolhê-las ou rejeitá-las, conforme sejam procedentes ou improcedentes”. (LIEBMAN, Enrico Tullio. Manual de Direito Processual Civil. 3ª edição, vol.I, 2005, p.19)”. 
 Assim, a parte interessada pede uma tutela jurisdicional apta a satisfazer seu suposto direito, cabendo ao Estado, acaso o autor tenha razão, deferir tal tutela nos moldes requeridos.
“Sendo várias necessidades de proteção que o direito subjetivo pode apresentar, diversas hão de ser também as respostas do órgão jurisdicional, dando lugar ao surgimento de mais de uma modalidade típica de tutela jurisdicional”. (GUERRA, Marcelo Lima. Direitos Fundamentais e a Proteção do Credor na Execução Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p.18)
Para dar essa tutela requerida pelo cidadão o Estado praticará uma série de atos juntamente com as partes envolvidas e outras pessoas auxiliares é o que chamamos de processo. Outrossim, o processo é instrumento necessário para tutela jurisdicional do direito material (pretensão resistida).
 “Sabe-se que não existe apenas um tipo de processo. A tutela jurisdicional se apresenta de várias formas, com conteúdo diverso, tudo em função da natureza do direito a ser protegido. A modalidade de tutela processual depende única e exclusivamente do tipo de proteção de que o direito material necessita”. (BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela Cautelar e Tutela Antecipada: tutelas sumárias e de urgência. 3ª edição. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 13).
O Código de Processo Civil de 1973 tinha em mente que para cada tipo de tutela pretendida se fazia necessário um devido processo legal. 
Assim, considerando a existência de 03 (três) espécies de tutelas jurisdicionais, o CPC disponibilizou 03 (três) tipos de processos (um em cada livro do código):
a) tutela cognitiva ou de conhecimento – para certificar a existência do direito. Há uma crise de incerteza do direito.
b) tutela executiva ou de efetivação – para superar a inadimplência do devedor. Há uma crise de inadimplência.
c) tutela cautelar – para garantir o resultado útil das outras duas tutelas referidas (certificação/efetivação), isso considerando que o processo no qual aquelas outras tutelas seriam analisadas iria demorar.
Surge a tutela cautelar, portanto, como um remédio para combater a demora do Estado em ofertar as tutelas de conhecimento e de execução, recebendo assim a alcunha de tutela de urgência. 
Nesse sentido, tanto o chamado processo de conhecimento como o processo de execução são considerados instrumentos de realização do direito material (tutela cognitiva e tutela executiva), aquele no sentido de conhecer e de declarar o direito, e o segundo, no sentido a tornar efetivo o direito já reconhecido em título idôneo, sendo ambas tutelas satisfativas de tal direito.
Já o chamado processo cautelar era o instrumento onde se conseguia a tutela cautelar, que, por sua vez, era o instrumento das outras tutelas (tutela cognitiva e tutela executiva), a fim de evitar que a demora na prestação jurisdicional tornasse inútil o resultado dos processos de conhecimento e de execução. 
Vê-se que a tutela cautelar tem o escopo de assegurar o resultado útil dos processos de conhecimento e de execução, sendo, pois, acautelatória ou conservatória (não satisfativa do direito material).
Tal como dito, a existência da tutela cautelar se dá principalmente em razão da demora da prestação jurisdicional inerente aos processos de conhecimento e executivo, que demandam uma análise definitiva da pretensão autoral (cognição exauriente).
Assim a tutela cautelar traduz um instrumento em que se permite de forma não exauriente (sumária) proteger a pretensão autoral objeto do processo de conhecimento e/ou de execução, sendo espécie de tutela de urgência.
Inicialmente, com o advento do CPC de 1973 a tutela cautelar só poderia ser obtida dentro do processo cautelar, o que demandava ajuizamento de ação cautelar (preparatória ou incidental à ação principal), com pagamento de custas, citação do réu, defesa, instrução, sentença, recursos, etc. 
Paralelamente ao processo cautelar deveria, pois, correr o processo principal, ou seja, aquele em que se pretendida a tutela principal de conhecimento ou de execução.
Interessante notar que no processo cautelar a tutela cautelar seria concedida de regra com a sentença (tal como se daria em qualquer processo judicial), mas o legislador criou uma técnica processual de antecipar a tutela final para o começo do processo em decisão inicial chamada liminar (antes de o réu ser citado), ou mesmo, logo após audiência de justificação prévia.
Assim, surgiu a famosa decisão liminar, que nada mais era do que uma decisão antecipatória da tutela que seria concedida só com a sentença. Portanto, a tutela cautelar que viria só com a sentença, poderia agora vir no início do processo cautelar, com a decisão inicial – a liminar.
Sem prejuízo da tutela cautelar (que já prestava valioso papel protegendo a tutela principal contra a demora da jurisdição), considerando a maior efetividade da tutela jurisdicional, o legislador adaptou a mesma técnica processual de antecipar a tutela final já adotada no processo cautelar para alguns procedimentos especiais (dentro e fora do CPC), onde o autor poderia obter a tutela satisfativa de execução ou de conhecimento de forma antecipada, em decisão inicial no processo (liminar) ou logo após audiência de justificação, era uma antecipação da tutela definitiva satisfativa.
Vê-se, portanto, que nos procedimentos especiais inseridos no CPC de 1973 já se utilizava da técnica da antecipação de tutela satisfativa (liminar) a exemplo: ações possessórias com menos de ano e dia; ação de alimentos; ação de separação de corpos. Da mesma forma, a mesma técnica já vinha sendo há tempos usada no rito especial do mandado de segurança; na ação civil pública, etc. 
Ocorre que, fora dos procedimentos especiais em que se poderia antecipar a tutela satisfativa e fora do processo cautelar em que também se podia obter a antecipação da medida conservativa, não era possível ao julgador ofertar ao autor a tutela final antes da sentença.
Em decorrência disso, passava-se a usar mandado de segurança como a medida mais eficiente ao jurisdicionado e ainda se passou a usar a ação cautelar como medida antecipatória da tutela satisfativa, distorcendo sua natureza conservativa.
Para corrigir isso e ampliar o acesso à justiça, o legislador em 1994 reformou o CPC de 1973 e criou a possibilidade de antecipação da tutela satisfativa para qualquer tipo de procedimento, através do art.273, sendo depois ampliado pelos artigos 461, §3º e 461-A.
Podia-se agora antecipar para o início do processo as tutelas que seriam obtidas somente ao final com a sentença, não importando se a tutela final fosse de natureza cautelar ou mesmo satisfativa, sendo que havia caminhos distintos (procedimentos e pressupostos) para se obter umae outra.
A despeito disso, o legislador de 1973 terminou usando o termo “tutela antecipada” apenas para designar a antecipação da tutela de natureza definitiva, ficando de fora a medida cautelar, que mesmo podendo ser antecipada com a liminar em processo cautelar, não seria chamada de tutela antecipada. 
Esta técnica de antecipação da tutela final satisfativa (tutela antecipada) passou a figurar ao lado da tutela cautelar como espécies do gênero tutelas de urgência, haja vista que tinham o objetivo de impedir que a demora na prestação jurisdicional tornasse inviável o direito pretendido pelo autor.
Além disso, a mesma tutela antecipada (satisfativa) poderia ser ofertada quando o direito do autor se apresentasse em “estado de evidência”, ou seja, ainda que não houvesse a urgência (perigo de dano) ao direito do autor, o mesmo se afigurasse como a tese vencedora isso por conta de defesa abusiva ou protelatória do réu ou mesmo diante da incontrovérsia dos fatos alegados, devendo o tempo do processo pesar sobre o réu, e não sobre o autor, como de costume.
Outrossim, o legislador do CPC de 1973 passou a sistematizar: 
a) As tutelas de urgência – aquelas que tem como pressuposto o perigo de dano, podendo ser satisfativas (tutela antecipada) ou cautelares (não satisfativas). Havendo pressupostos e procedimentos distintos para uma e para outra. 
b) A tutela de evidência – não tem como pressuposto o perigo de dano, mas tão somente a evidência do direito do autor, sendo satisfativa.
Assim, a tutela antecipada (satisfativa) poderia ser deferida em razão da urgência ou da evidência, já a tutela cautelar só poderia ser deferida em razão da urgência.
Depois, o CPC de 1973, já considerando a maior efetividade do acesso à justiça, passou por uma série de mudanças pontuais o que culminou na tendência do processo único e sincrético, em que seria possível obter mais de uma daquelas tutelas dentro do mesmo processo, em plena economia processual e em favor da duração razoável do processo.
Por conseguinte, ao tempo em que o autor ajuíza uma demanda para certificar o seu direito (tutela cognitiva), no mesmo processo, por simples petição já prossegue com a fase de execução (cumprimento de sentença), podendo ainda na pendência de tal processo vir a obter tutela cautelar incidental, tornando até ocioso o processo cautelar incidental, ante a regra constante do §7º do art.273 do CPC de 1973, gerando ainda uma espécie de fungibilidade entre tutela antecipada e tutela cautelar, reconhecendo-as como espécies de um mesmo gênero. 
Nesse sentir, a tutela cautelar poderia ser obtida incidentalmente ao processo em que a tutela principal era buscada, sem necessidade de ajuizar ação ou demanda autônoma cautelar.
Com tais mudanças, portanto, apenas a ação cautelar preparatória, como processo autônomo, restaria ativa pelo Livro III do CPC, perdendo o sentido o processo cautelar incidental.
Agora restou aprovado o CPC de 2015, vindo o legislador a melhor sistematizar as tutelas ora referidas, aprimorando o material já caótico do CPC de 1973.
Conforme se verá no próximo tópico, o legislador tratou do gênero tutela provisória, cujas espécies seriam as tutelas de urgência (tutela antecipada e cautelar) e tutela de evidência (tutela antecipada), sendo mantido, por equívoco o termo “tutela antecipada” para se referir à tutela provisória de natureza satisfativa, tal como já se dava no CPC de 1973.
Findou o Novo CPC com o processo cautelar, isso porque a tutela cautelar poderá ser obtida agora no mesmo processo em que a tutela principal é buscada (processo sincrético), seja de forma antecedente, seja incidental.
1.1. TUTELAS PROVISÓRIAS NO NOVO CPC DE 2015.
Tal como explicitado no tópico anterior, foi aprovado o CPC de 2015, vindo o legislador a melhor sistematizar as tutelas provisórias, aprimorando o material já caótico do CPC de 1973.
Substancialmente, as tutelas provisórias já existiam no CPC de 1973, sendo de urgência e de evidência, não sofrendo grande alterações no NCPC, que apenas sistematizou os institutos, até porque no antigo código as tutelas satisfativas de urgência e de evidência estavam alocadas no Livro I e a tutela de urgência cautelar no Livro III, sendo prudente juntá-las como espécies de um mesmo gênero: tutelas provisórias.
De uma forma geral, portanto, o legislador do NCPC tratou no Livro V da Parte Geral do gênero tutela provisória, cujas espécies seriam as tutelas de urgência (tutela antecipada e cautelar) e tutela de evidência (tutela antecipada), sendo mantido, por equívoco o termo “tutela antecipada” para se referir à tutela provisória de natureza satisfativa, tal como já se dava no CPC de 1973.
Findou o Novo CPC com o processo cautelar, isso porque a tutela cautelar poderá ser obtida agora no mesmo processo em que a tutela principal é buscada, seja de forma antecedente, seja incidental.
1.1.2. CONCEITO DE TUTELA PROVISÓRIA.
A tutela provisória é aquela que:
a) será substituída por uma tutela definitiva (satisfativa ou cautelar).
b) é obtida mediante cognição sumária (não exauriente).
c) não fará coisa julgada material.
d) utiliza-se da técnica processual da antecipação da tutela final.
e) não gera título executivo judicial, apesar de ensejar técnicas de efetivação idênticas ao cumprimento provisório de sentença.
 Vê-se que a tutela provisória é qualificada por sua natureza precária o que indica não perdurar por si mesmo, devendo ser substituída por outra decisão que poderá vir a confirmá-la, anulá-la ou revogá-la (ver art.296 do NCPC).
 Importante registrar que o julgador para poder mudar sua decisão sobre o deferimento ou indeferimento do pedido de tutela provisória deverá fazê-lo de forma fundamentada (art.298 do NCPC), com base em novos elementos de fato ou de direito, não podendo o julgador simplesmente mudar de entendimento com relação à decisão anterior sem nenhum motivo novo.
A tutela provisória decorre de uma avaliação do julgador com base em exame das provas apresentadas aos autos até então, mas sem o cunho de esgotamento da discussão judicial, pois de regra sequer houve manifestação da outra parte ou se houve, não se deu o exaurimento da produção de provas, sendo, pois, um juízo de convencimento sujeito a alterações (cognição sumária ou não exauriente).
Por conseguinte, na tutela provisória, em não tendo o julgador formado o seu convencimento em definitivo num grau de certeza (que seria próprio de uma cognição exauriente), não se pode aceitar que a decisão é definitiva, não se lhe aplicando a qualidade de coisa julgada material.
Por fim, a tutela provisória é fruto da utilização da técnica da antecipação da tutela final (que pode ser satisfativa ou cautelar), o que traduzirá não só um exame provisório de mérito mas permitirá uma efetivação da tutela ainda que de forma provisória.
“No intuito a abrandar os efeitos perniciosos do tempo do processo, o legislador instituiu uma importante técnica processual: a antecipação provisória dos efeitos finais da tutela definitiva, que permite o gozo antecipado e imediato dos efeitos próprios da tutela definitiva pretendida (seja satisfativa, seja cautelar)”. ((DIDIER JR, Fredie e outros. Curso de Direito Processual Civil, 10ª edição, Editora Jus Podivm, 2015, p.566).
Assim, concedida a tutela de forma provisória já poderá o julgador adotar técnicas de efetivação do direito inerentes à fase executiva, ainda que não se esteja na fase executiva em si (parágrafo único do art.297 do NCPC).
1.1.2. ESPÉCIES DE TUTELAS PROVISÓRIAS.
As tutelas provisórias foram classificadas pelo legislador de 2015 com base em 02 (dois) aspectos: o fundamento para seu deferimento e o momento em que é requerida pela parte.
Considerando o fundamento para concessão da tutela provisória ela poderá ser: de urgência ou de evidência (art.294 do NCPC), consoante adiante se verá.
As tutelas de urgência poderão ser satisfativas ou cautelares, podendo ser requeridas em caráter antecedente ou incidental (parágrafo único do art.294do NCPC).
As tutelas de evidência serão sempre satisfativas e só podem ser requeridas em caráter incidental.
Considerando o momento em que a parte requer a tutela provisória ela poderá ser: antecedente ou incidental (parágrafo único do art.294 do NCPC) consoante adiante se verá.
Essa classificação é importante porque a depender do fundamento e o momento em que fora requerida isso irá diferenciar o procedimento para obtenção da tutela provisória.
1.2. AS TUTELAS DE URGÊNCIA.
1.2.1. CONCEITO.
São espécies de tutelas provisórias caracterizadas pela probabilidade do direito pretendido e pelo perigo de dano (ao direito pretendido) ou o risco ao resultado útil do processo (art.300 do NCPC).
Assim, não basta a parte demonstrar que sua pretensão é provável ou aceitável juridicamente falando (provando documentalmente os fatos constitutivos do direito), tem também que denotar a urgência decorrente do perigo de dano à pretensão (direito) ou ao resultado útil do processo.
É sabido que a prestação jurisdicional envolvendo a pretensão autoral pode demorar demais ao ponto de comprometer a própria utilidade do direito requerido pela parte ou que, por circunstâncias alheias ao processo, mas ao longo do tempo, pode a pretensão da parte se tornar inútil.
O fator tempo pode, portanto, “matar” o próprio direito pretendido sendo o mesmo que se negar à parte o acesso à justiça. 
Exatamente por isso se fez necessária a tutela de urgência a fim de evitar que a demora na prestação jurisdicional comprometesse o direito da parte.
1.2.2. ESPÉCIES DE TUTELAS DE URGÊNCIA.
A tutela de urgência pode assumir a forma de antecipar à parte o próprio direito pretendido o qual só viria a ser usufruído após uma cognição exauriente, daí falarmos em tutela provisória de urgência satisfativa ou, como fez o legislador, simplesmente tutela antecipada.
Pode ainda a tutela provisória de urgência assumir forma de tutela cautelar (antecipação da tutela final cautelar) no sentido a conservar as condições necessárias a fruição do direito pretendido mesmo que demore a ser deferido à parte, evitando os prejuízos decorrentes da demora.
Destarte, a tutela antecipada é satisfativa do próprio direito pretendido enquanto a tutela cautelar não é satisfativa, sendo meramente, conservativa, acessória e instrumental ou referente a outra tutela chamada principal (satisfativa).
Cabe ao juiz, pois, avaliar ambos os requisitos para deferir a tutela provisória de urgência que poderá ter cunho satisfativo do direito material (chamada pelo legislador de tutela antecipada) ou apenas conservativo (tutela cautelar).
A tutela de urgência pode então ser: satisfativa da pretensão (tutela antecipada) e cautelar (não satisfativa). 
A tutela cautelar não dá a parte o direito pretendido (tutela principal), mas dá a ela uma medida capaz de protege-lo (conservá-lo) ou de assegurar que o processo no qual a tutela principal é buscada seja útil a este fim.
“A tutela cautelar é meio de preservação de outro direito, o direito acautelado, objeto da tutela satisfativa. A tutela cautelar é, necessariamente, uma tutela que se refere a outro direito, distinto do direito à própria cautela”. (DIDIER JR, Fredie e outros. Curso de Direito Processual Civil, 10ª edição, Editora Jus Podivm, 2015, p.562).
O CPC de 1973 indicava a necessidade de processo autônomo (processo cautelar) para se obter tutela cautelar, o qual era dependente de processo principal onde era buscada a tutela principal satisfativa do direito do autor. Assim eram duas ações, dois processos, duas citações, duas defesas, duas instruções e duas sentenças, etc.
Ademais, o CPC de 1973 tratou de certas tutelas cautelares chamando-as de nominadas ou típicas (ex: arresto, sequestro, etc.), estabelecendo rito próprio para cada uma delas, restando a possibilidade de o julgador deferir tutela cautelar não nominada pelo legislador (cautelar inominada ou atípica) o que se sujeitaria a rito geral das cautelares. 
Hoje, com o NCPC não há mais processo cautelar, sendo a tutela cautelar pretendida no próprio processo em que se pretende a tutela principal. Um só processo para duas tutelas.
O legislador do NCPC em seu art.301 ainda tratou de diferenciar a tutela cautelar em nominadas (ex: arresto, sequestro, arrolamento de bens, etc) e inominadas (“qualquer outra medida idônea”), mas não criou ritos distintos, sendo, pois, o mesmo rito para qualquer uma delas.
1.2.3. REQUISITOS.
O CPC de 1973 estabelecia requisitos distintos para tutela antecipada (satisfativa ou de evidência – art.273, 461, §3, do CPC/73) e para tutela cautelar (art.798 do CPC/73), normalmente empregando expressões um tanto vagas e de pouca valia: “prova inequívoca da verossimilhança das alegações”, “relevante fundamento jurídico”, “fumaça do bom direito”.
Discutia-se na doutrina se os requisitos para concessão da tutela antecipada eram os mesmos ou mais rigorosos que os da tutela cautelar.
O NCPC acabou com a discussão ao fixar no art.300 os mesmos requisitos para as tutelas de urgência, seja antecipada, seja cautelar.
Para o deferimento da tutela de urgência se faz necessário atender aos seguintes requisitos legais (art.300 do NCPC):
a) a probabilidade do direito pretendido e pelo perigo de dano (ao direito pretendido) ou o risco ao resultado útil do processo.
A probabilidade do direito pretendido significa que a parte deve demonstrar ao julgador que sua pretensão é cabível tendo boas chances de ao final o juiz julgar procedente o seu pedido (após cognição exauriente).
Para tanto, deverá juntar toda a documentação necessária a comprovar os fatos constitutivos de seu direito ou mesmo demonstrar que sua pretensão encontra respaldo e coincide com as teses já acolhidas pela jurisprudência pátria.
Além disso, daí a noção da urgência, deve-se demonstrar que não há tempo hábil para o julgador realizar a cognição exauriente, sob pena de torna inútil a pretensão da parte, o que lhe ensejaria dano ou risco ao resultado útil do processo.
Veja que na prática todo autor tem pressa em obter logo o seu direito, mas o perigo de dano aqui referido é aquele que objetivamente irá eliminar ou prejudicar o direito pretendido pelo autor, trazendo-lhe sérios prejuízos. 
b) a reversibilidade da tutela - §3º do art.300 do NCPC.
O dispositivo traz uma espécie de advertência ou limite ao magistrado para deferir a tutela provisória de urgência satisfativa (tutela antecipada), não se aplicando às hipóteses de tutela de urgência cautelar, já que esta não é satisfativa.
Veja que quando o juiz defere a tutela satisfativa de forma antecipada ele está antecipando não só o exame do mérito como a efetivação do direito da parte em detrimento da outra parte (a qual tem direito à cognição exauriente, podendo refutar a tese da outra parte). Há uma mitigação do contraditório e da ampla defesa.
 Por conseguinte, uma vez deferida a tutela antecipada e caso depois o juiz se convença sobre o seu não cabimento, deverá haver condições de revertê-la em proveito da parte que vinha sofrendo os seus efeitos, voltando ao estado anterior à sua concessão (status quo ante).
Deve-se, contudo, advertir que essa regra não é absoluta devendo o magistrado ponderar no caso concreto o que é mais importante, se o acesso à justiça em favor do autor ou se o risco de o réu sofrer algum dano em razão da tutela de urgência satisfativa e irreversível.
Assim, caso haja algum prejuízo a parte em face de quem a tutela provisória satisfativa foi deferida, caberá a possibilidade de ressarcimento com base na hipótese de responsabilidade extracontratual objetiva (independentemente de prova de dolo ou culpa), na forma do art.302 do NCPC.
A indenização do art.302 do NCPC pode ser liquidada e requerida dentro dos mesmos autos em que fora deferida a tutela de urgência.
Ademais, pode o julgador exatamente para minorar o risco de eventual prejuízo pela concessão da tutela antecipada, exigir que a parte beneficiária preste caução -§1º do art.300 do NCPC.
1.2.4. COMPETÊNCIA – ART.299 DO NCPC.
A tutela provisória deve ser requerida no mesmo juízo competente para processar e julgar a tutela definitiva. 
1.2.5. FORMA DE DEFERIMENTO – DECISÃO.
A tutela provisória pode ser deferida através de espécies diferentes de decisões judiciais, o que decorre também do momento em que ela é concedida.
Ela pode ser deferida antes de o réu ser citado para se defender, através de decisão interlocutória chamada: liminar. A liminar pode ser concedida sem ouvir o réu ou logo após audiência de justificação (§2º do art.300 do NCPC).
A audiência de justificação tem o objetivo de permitir ao autor que acresça elementos de prova em favor de sua tese, não cabendo aqui oportunidade de defesa em favor do réu, o qual poderá participar da audiência, mas não para se defender.
Poderá o juiz ouvir a parte contrária antes de decidir sobre a tutela de urgência (dando um mínimo de contraditório e ampla defesa), estipulando prazo que até pode ser o mesmo para contestar ou outro menor. A decisão sobre a tutela provisória será interlocutória, mas não será mais liminar. 
Poderá o juiz deferir a tutela provisória após ouvido o réu e em momento anterior a sentença, sendo decisão interlocutória.
A tutela provisória pode vir ainda dentro da própria sentença, como um capítulo da mesma. Assim, na sentença o juiz concederia a tutela definitiva e a tutela provisória no sentido a permitir a imediata efetivação do direito da parte, que não ficaria sujeito ao recebimento de eventual recurso no tribunal.
Por fim, a tutela provisória poderia ser deferida por ocasião de eventual recurso para o tribunal, o qual, por seu relator ou pela turma, poderia antecipar os efeitos de eventual recurso provido (p. único do art.299 do NCPC).
1.2.6. DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE.
Como fora visto, agora é possível requerer a tutela provisória (apenas as de urgência) em caráter antecedente, ou seja, antes de requerer a tutela definitiva.
Examinemos primeiro a tutela antecipada (satisfativa) requerida em caráter antecedente.
Consoante reza o art.303 do NCPC, quando a urgência for contemporânea à propositura da ação a petição pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada, bastando apenas indicar o pedido de tutela final (sem necessidade de fundamentá-lo o bastante para exaurir a questão, sendo apenas necessária a sua probabilidade de êxito) e ainda o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
Assim, o autor dá entrada na ação, pagando as custas, através de petição inicial apresentando, por enquanto, apenas o pedido de tutela provisória antecipada, reservando-se de depois completar a peça com o pedido de tutela final, se for o caso. 
O autor deve mencionar na petição inicial que pretende adotar o rito da tutela antecipada em caráter antecedente.
A partir daqui, a depender da decisão do julgador dar-se-ão providências distintas.
Se o juiz indeferir o pedido de tutela antecipada aplica-se o §6º do art.303, ou seja, o juiz intimará as partes da decisão de indeferimento e intimará o autor para proceder ao aditamento da petição inicial (inserir o pedido final), no prazo de 05 dias, sob pena de indeferimento da inicial com a extinção do processo sem resolução de mérito.
Se o juiz deferir a tutela antecipada serão aplicados os §§ 1º ao 5º do art.303 do NCPC, de forma que:
a) o juiz intimará as partes da decisão que deferiu a tutela antecipada.
b) constará da decisão que o autor deverá proceder, no prazo de até 15 dias ou em outro prazo maior a ser fixado pelo juiz, ao aditamento da petição, acrescentando o pedido final, complementando a sua argumentação e juntando documentos, se for o caso, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito.
Ao aditar a petição inicial o autor não pagará custas, pois não se trata de nova ação.
c) da intimação da decisão inicia prazo para que a parte prejudicada com a concessão da tutela antecipada recorra da mesma.
d) o réu será citado (a se defender) e a comparecer à audiência de mediação ou conciliação designada pelo julgador (art.334 do NCPC).
Essa audiência deverá ser marcada em até 30 dias.
O prazo da defesa (contestação) não se inicia logo, sendo de regra iniciado após a audiência, caso não haja acordo.
Se não houver acordo e o autor aditar a petição inicial com o pedido de tutela final o processo segue adiante pelo rito comum, com a resposta do réu, providências preliminares, instrução e julgamento, dando-se a cognição exauriente, capaz de ao final fazer coisa julgada material.
Agora se o autor não aditar a petição inicial com o pedido final e o réu não tiver recorrido da decisão antecipatória já deferida, ocorrerá a situação mais inusitada prevista neste novo código: a estabilização da tutela provisória.
Sabe-se que no modelo do CPC de 1973 quando o juiz defere a medida antecipatória (por ser provisória) ela precisa ser confirmada pela decisão definitiva. Assim, quando o processo era extinto sem resolução de mérito qualquer decisão antecipatória era derrubada, não podendo subsistir além do processo findo.
Conforme se vê o art.304 do NCPC, se o autor não aditou a petição inicial (o que ensejará a extinção do processo sem resolução de mérito), mas o réu não recorreu da decisão antecipatória, esta persistirá a surtir seus efeitos, mesmo após extinto o processo sem resolução de mérito.
Outrossim, haverá a inusitada figura da decisão provisória surtindo efeitos além do processo findo, o que chamamos de estabilidade.
Tal hipótese para ocorrer precisa dos seguintes aspectos cumulativamente:
a) pedido de tutela antecipada em caráter antecedente (não se aplicando à tutela cautelar ou requerida em caráter incidental).
b) ser deferida a tutela antecipada pelo juiz.
c) o autor não haver aditado a petição inicial com o pedido final, de forma a provocar a extinção do processo sem resolução de mérito.
d) o réu intimado da decisão antecipatória não haver recorrido da mesma.
Note-se que não há formação de coisa julgada material neste caso, pois esta pressupõe que o mérito tenha sido resolvido de forma definitiva (cognição exauriente), o que não é o caso.
Apesar de estabilizada a decisão provisória neste caso, é possível revê-la, reforma-la ou invalidá-la através do ajuizamento de outra ação autônoma cujo prazo decadencial é de 02 (dois) anos a contar da ciência da decisão que extinguiu o processo em que a tutela antecipada foi deferida (§6º do art.304 do NCPC).
Importante registrar que acaso não seja ajuizada a ação autônoma antes mencionada, a tutela provisória não poderá ser revista, permanecendo estáveis os seus efeitos.
1.2.7. DO PROCEDIMENTO DA TUTELA PROVISÓRIA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE.
Quando o autor pretender obter a tutela cautelar, que será sempre tutela de urgência, antes de requerer a tutela principal (satisfativa), deverá seguir o rito do art.305 do NCPC.
Como se sabe, no NCPC não há mais processo cautelar, de forma que a tutela cautelar e a tutela principal ambas são requeridas no mesmo processo, podendo aquela ser requerida de forma antecedente ou posterior (ou concomitante) à tutela principal (satisfativa).
O art.305 regula o procedimento quando a tutela cautelar é requerida em caráter antecedente à tutela principal.
O objetivo da tutela provisória cautelar é adiantar a eficácia da tutela definitiva cautelar e assegurar a futura eficácia da tutela definitiva satisfativa.
O autor dará entrada na petição inicial (observando os requisitos das petições iniciais em geral), pagando custas (taxa judiciária), sendo ela protocolada, registrada, distribuída e autuada.
Na petição inicial deverá o autor apresentar o pedido da tutela cautelar (pede-se a tutela cautelar em caráter provisório, para depois ser confirmada em caráter definitivo) indicando, contudo, desde logo, a lide e o fundamento (objeto da tutela principal satisfativa), com exposição sumária do direito(acautelado – referente à tutela principal) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Note-se que não se requereu ainda a tutela principal (satisfativa) na petição inicial, pois isso será feito depois.
O parágrafo único do art.305 do NCPC adverte que caberá ao juiz avaliar se o pedido se refere a tutela satisfativa (o autor entendeu equivocadamente ser tutela cautelar), deverá adotar o rito do art.303 (fungibilidade progressiva). 
Apesar de a lei não dizer, este dispositivo permite a situação inversa também (pedir tutela provisória satisfativa e o juiz entender como sendo cautelar – fungibilidade regressiva), sendo uma via de mão dupla.
O juiz analisa a petição inicial e pode: a) determinar seja emendada (art.321); b) indeferir (art.330) e c) deferi-la.
Deferida a petição inicial o juiz deverá:
a) apreciar o pedido de tutela provisória de urgência (cautelar), liminarmente ou mediante audiência de justificação prévia, se for assim requerido.
b) intimar as partes sobre decisão sobre tutela provisória, iniciando prazo recursal para parte prejudicada.
c) acaso seja deferida a tutela provisória, determinar o seu cumprimento e determinar na forma do art.306 do NCPC a citação do réu para, no prazo de 05 (cinco) dias, contestar o pedido, caso queira (note-se que não aplica aqui a nova regra da audiência de mediação e conciliação). 
Contestado o pedido seguirá o rito comum (parágrafo único do art.307).
Aplicam-se aqui os efeitos da revelia podendo ensejar julgamento antecipado da tutela cautelar, habilitando o juiz a julgar em definitivo o seu cabimento (“caput” do art.307), o que será feito por decisão interlocutória.
Vê-se que essa fase inicial do processo se dedica ao exame da tutela cautelar, podendo, esta ser deferida logo no início do processo (liminar), logo após audiência de justificação prévia ou depois da defesa do réu, por decisão interlocutória.
Em verdade, seja deferida ou não a tutela cautelar, em princípio, poderá o autor aditar a petição inicial agregando o pedido principal (tutela satisfativa) que não será prejudicado necessariamente pela não concessão da tutela cautelar, salvo se o juiz negá-la reconhecendo a prescrição ou decadência (art.310 do NCPC).
O julgamento pela improcedência da tutela cautelar, em princípio, não afeta o julgamento da tutela principal, salvo a hipótese do art.310 do NCPC.
A diferença é que em não sendo deferida a tutela cautelar não há prazo para aditar o pedido principal, mas se for deferida, segue o esquema a seguir. 
Deferida a tutela cautelar deverá a parte interessada promover sua efetivação (adotar todas as providências cabíveis ao seu cumprimento) em até 30 dias, sob pena de a medida perder sua eficácia.
Segundo estabelece o art. 308 do NCPC, acaso seja deferida a tutela cautelar, e a partir da sua efetivação, caberá ao autor formular o pedido principal no prazo de até 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do aditamento de novas custas processuais (não se entra com nova ação, mas apenas está inserindo novo pedido no mesmo processo).
É possível o autor desde o início formular na petição inicial, de forma cumulada o pedido de tutela principal e o pedido de tutela cautelar (§1º e 2º do art.308 do NCPC), sendo neste caso a tutela provisória considerada incidental.
Após apresentação do pedido principal, o juiz marcará a audiência de conciliação/mediação (art.334), sendo intimadas as partes na pessoa de seus advogados, não sendo necessário o réu ser citado novamente (o réu já teria contestado pedido da tutela cautelar, mas agora teria a oportunidade de contestar o pedido da tutela principal, iniciando o prazo da defesa (15 dias) a partir da audiência designada, se não houver autocomposição).
Não havendo acordo, segue o rito comum.
Após a defesa, adotadas as providências preliminares, e com ou sem audiência de instrução, dar-se-á a sentença.
Na sentença o juiz poderá julgar em definitivo tanto a tutela cautelar (salvo se houver revelia – art.307, pois já teria sido julgada em definitivo a tutela cautelar) como a tutela principal. Julgar-se-iam, pois, os dois pedidos em conjunto na mesma sentença.
O julgamento pela improcedência da tutela cautelar, em princípio, não afeta ou condiciona o julgamento da tutela principal, salvo a hipótese do art.310 do NCPC.
Agora o inverso, ou seja, o julgamento pela improcedência da tutela principal importará na improcedência da tutela cautelar e cessação de eventual tutela provisória cautelar já deferida (art.309, III, do NCPC). Isso ocorre porque não havendo direito (tutela principal), não há o que ser acautelado.
Da mesma forma, em sendo ao final o processo extinto sem resolução do mérito (situação em que não se julgará em definitivo nem a tutela cautelar, nem a principal), a tutela provisória cautelar não subsistirá, diferentemente do que ocorre com a situação do art.304 do NCPC (tutela antecipada em caráter antecedente estabilizada).
Por fim, em cessando a medida cautelar por um dos motivos previstos no art.309 do NCPC, não poderá a parte renovar o pedido, salvo por novo fundamento. Evita-se assim que a mesma situação (com a mesma causa de pedir) seja revista pelo Poder Judiciário.
1.2.8. DA TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA.
A tutela provisória de evidência será sempre incidental, pois só se mostrará evidente o direito quando apresentada a pretensão por completo (pedindo a tutela definitiva), não cabendo pedido em caráter antecedente (cujo pedido é incompleto, por natureza).
Ademais, será sempre satisfativa a tutela provisória de evidência, não tendo por fundamento a urgência (perigo de dano ou risco à utilidade do processo).
Por conseguinte, não há tutela cautelar de evidência, só de urgência. Mas a tutela antecipada (tutela provisória satisfativa) poderá ser de urgência ou de evidência.
A evidência ou estado de evidência é um fato jurídico processual, significa a situação apresentada no processo em que a tese do autor é plausível e que não há como ser refutada pelo réu.
Quando o autor ajuíza a demanda fica demonstrado que sua tese é bastante exitosa e que não há como ser refutada pelo réu, não sendo necessário invocar a urgência (perigo de dano).
O fundamento para se antecipar a tutela final (satisfativa) não é a urgência, mas a necessidade de readequar o ônus processual (o processo geralmente demora em prejuízo do autor, pois o juiz deve se certificar sobre o direito discutido), que agora recairá sobre o réu, que passará a ter interesse em convencer o juiz de que a tese autoral não merece prosperar.
No CPC de 1973 a situação já era prevista no art.273, “caput” e II (defesa abusiva ou protelatória do réu) e §6º do art.273 (antecipação do pedido incontroverso ou da parte incontroversa do pedido). 
1.2.9. DO PROCEDIMENTO DA TUTELA PROVISÓRIA INCIDENTAL.
O Novo CPC não tem capítulo próprio falando sobre o pedido de tutela provisória em caráter incidental, de forma que cabem algumas considerações a respeito.
Segundo a nova orientação do NCPC considera-se incidental a tutela provisória requerida concomitantemente ou logo após a tutela definitiva.
Nesse sentido, o pedido de tutela provisória pode ser formulado logo na petição inicial juntamente com o pedido de tutela definitiva (modelo usado para pedir antecipação de tutela no CPC de 1973).
Em não tendo sido requerida logo na petição inicial, a tutela provisória pode ser requerida posteriormente por simples petição (antes da sentença) ou ainda no âmbito do próprio recurso (efeito ativo do recurso).
O fato é que toda a vez que houver pedido de tutela provisória o julgador deverá dar a oportunidade de contraditório e de ampla defesa a outra parte.
Considerando que a tutela provisória é pedida juntamente ou logo após a apresentação do pedido de tutela definitiva, termina que a instrução das duas se confundem, ou seja, as mesmas provas serão consideradas para avaliaçãodo direito às referidas tutelas.
O juiz pode deferir a tutela provisória liminarmente (antes de ouvir e citar o réu) ou logo após justificação prévia, ou depois de ouvir o réu, através de decisão interlocutória ou em decisão no âmbito de recurso ou ainda como capítulo da sentença.

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