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PROJETO DE EXTENSÃO BASE PRIMEIRO ESTÁGIO Período Letivo: 2017.2 Disciplina: Direito Civil I Professor: Ofélia Gondim Pessoa de Figueiredo Aluno: Flávia Alves de Sousa Disposições Preliminares; 2. Fato jurídico; 3. Efeitos dos fatos jurídicos; 4. Espécies de aquisição;5. Expectativa de direito; 6. Modificação de direitos; 7. Espécies de modificação; 8. Extinção de direitos; 9. Conservação de direitos; 10. Atos jurídicos stricto sensu / meramente lícitos; 11. Negócios jurídicos; 12. Planos do negócio jurídico; 13. Invalidade do negócio jurídico; 14. Espécies da invalidade; 15. Simulação; 16. Referências Bibliográficas. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Nesse primeiro estágio foram abordados na disciplina de Direito Civil I diversos conceitos que dizem respeito por exemplo as relações jurídicas, aos fatos jurídicos, entre outros. É de suma importância, pois sabendo esses conceitos é podemos futuramente associá-los aos casos práticos que a profissão exigirá. FATO JURÍDICO São todos os acontecimentos que ocorrem na realidade social e produzem efeitos/consequências no mundo jurídico, são derivados das relações jurídicas. Suporte fático abstrato: é o fato contido na norma jurídica considerado meramente como enunciado lógico da norma, desse modo, é a hipótese prevista pela norma que, chegando a ocorrer, se dará sua aplicabilidade. Suporte fático concreto: têm-se aqui o oposto da hipótese anterior, é o fato do mundo contido na norma, já materializado, desse modo, dar-se-á quando o fato previsto hipoteticamente concretiza-se/ocorre no mundo fático. Fatos jurídicos strictu sensu / fatos naturais são aqueles provocados por eventos da natureza, independem de ações propriamente humanas (embora estes possam contribuir). Se subdividem em: Fatos ordinários: são aqueles já esperados, inevitáveis, se realizam com o decurso de tempo (a morte, o nascimento); Fatos extraordinários: ao contrário dos anteriores estes são imprevisíveis, (terremotos, raios) estes fatos somente serão considerados se gerarem consequências no mundo jurídico; * casos fortuitos e de força maior desobrigam a pessoa que eventualmente cause danos a terceiros a indenizar esse dano, ambos não se podem evitar, porém aos primeiros também não se podem prever. EFEITOS DOS FATOS JURÍDICOS Dividem-se em aquisição, modificação, defesa e extinção dos direitos. Aquisição de direitos: resulta dos efeitos dos fatos jurídicos, não existe R.J. uma vez que ocorre por ‘res nullius’ ou ‘res derelicta’; pode ser originária ou derivada, desse modo: Aquisição originária ocorre quando não existe relação com um titular anterior ao direito a adquirir-se, temos como exemplo a compra de uma propriedade sem que houvesse dono anterior. Aquisição derivada aqui há sempre um contrato, pois existe uma relação entre o titular antecedente do direito (transmitente) e o novo titular (adquirente), logo, há uma relação jurídica entre estes. ESPÉCIES DE AQUISIÇÃO Direitos atuais: são aqueles já completamente adquiridos, o sujeito pode adquiri-los e exercê-los desde logo. Direitos futuros: são aqueles cuja aquisição ainda é incompleta. Suas subespécies são: Direitos futuros deferidos: são aqueles cuja aquisição depende somente da vontade do titular; Direitos futuros não-deferidos: para se concretizarem não dependem apenas da vontade do titular, mas de várias circunstâncias, já está iniciado mas falta algum elemento. Direitos a Termo: subordinados ao tempo; Direitos Condicionais: dependem de um fato futuro e incerto; Direitos Eventuais: dependem de um fato interno, intrínseco ao próprio direito; são aqueles protegidos por lei, mas que ainda não tiveram o cumprimento completo dos elementos da norma jurídica. * O legislador não faz distinção entre os direitos B e C. EXPECTATIVA DE DIREITO É a simples esperança que o interessado tem de adquirir/ter um direito subjetivo, este se configura na probabilidade/possibilidade. MODIFICAÇÃO DE DIREITOS Os direitos podem sofrer alterações (qualitativas ou quantitativas) sem que ocorram mudanças em sua essência, essas alterações podem manifestar-se tanto nos devidos titulares, quanto em seu objeto. ESPÉCIES DE MODIFICAÇÃO Modificação objetiva: é em relação ao objeto da RJ, podem ser quantitativas ou qualitativas; Quantitativa: refere-se a quantidade do objeto aumentando-o ou diminuindo-o, sem que modifique-se a qualidade. Qualitativa: altera-se o próprio objeto do direito, sua essência não é alterada. Não há alteração a respeito da quantidade do crédito. Modificação subjetiva: ocorre quando se altera a pessoa que é titular do direito. A R.J. permanece igual, porém altera-se o sujeito, pode ser substituído inter vivos como na cessão de crédito ou causa mortis como na herança. EXTINÇÃO DE DIREITOS Os direitos nascem, se desenvolvem, se modificam (ou não) e se extinguem, essa última hipótese pode ocorrer através de fatos jurídicos; Extinção objetiva/absoluta: ocorre por perda ou perecimento do objeto, desse modo, ninguém mais pode exercer direitos sobre ele. Extinção subjetiva/relativa: ocorre quando o titular do direito por algum motivo não pode mais exercer o direito, sendo assim esse perece apenas para o titular, dar-se-á através de alienação. *É valido ressaltar que a extinção subjetiva difere-se da modificação subjetiva, na primeira ocorre a cessação da R.J e na segunda a R.J. não se altera em sua substância, muda-se apenas o sujeito. CONSERVAÇÃO DE DIREITOS Ocorre quando o direito do titular é ameaçado, desse modo ele toma algumas medidas, estas podem ser: Preventivas: quando há apenas a ameaça de violação. Essas medidas preventivas são judiciais ou extrajudiciais; Judiciais: o próprio nome já diz, são medidas cautelares tomadas pela justiça, estão previstas no CPC. Extrajudiciais: servem para garantir o cumprimento de obrigações creditícias e pessoais. Funcionam sem recorrer a medidas judiciais. Repressivas: ocorrem após a violação do direito e visam restaurar o mesmo. ATOS JURÍDICOS STRICTO SENSU / MERAMENTE LÍCITOS São derivados da vontade humana, manifestações submissas à lei sem conteúdo negocial, determinam a produção de efeitos legalmente previstos na esfera judicial. Tem como característica a falta de autonomia do interessado para regular sua própria vontade, pois esta decorre da lei. Efeitos ‘ex leges’ = por força da lei Aqui o titular de vontade não visa o resultado final. NEGÓCIOS JURÍDICOS Visam-se determinados objetivos, ou seja, a produção de efeitos desejados pelas partes. São atos jurídicos com finalidades negociais com o intuito de criar, modificar, conservar e até mesmo extinguir direitos. Dividem-se em: Negócio unilateral: constituídos de somente uma declaração de vontade. Podendo ser receptício (quando o destinatário do efeito sabe a intenção/vontade do remetente), ou não receptício (quando não se tem conhecimento da vontade da outra parte, é irrelevante); Negócios bilaterais: constituídos de 2 declarações de vontade que representem dois pólos distintos, (independe do número de indivíduos integrantes de cada pólo); Negócios plurilaterais: envolvem mais de duas declarações de vontade dirigidas a mesma finalidade, porém em sentido contrário. Vale ressaltar que esses negócios se formam por meio da associação de interesses em regime de comunhão de direitos; PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Plano da existência jurídica: (o fato tem que existir) Enquadram-se aqui os elementos essenciais na composição do negócio jurídico, os requisitos são os seguintes: - declaração de vontade: deve ser livre e de boa-fé, é necessário que a vontade se exteriorize, podendo ser por dois meios: Declaração expressa: é aquela verbal, escrita, ou ainda por meio de gestos/mímica (é a forma direta); Declaração Tácita: é aquela que se deduz da conduta do agente, é dependente de resposta (o silêncio só será interpretado como manifestação tácita da vontade nos casos em que a lei der a ele tal efeito, quando este ficar convencionado emcontrato ou quando resultar dos usos e costumes) (é a forma indireta); *Será tácita apenas nos casos em que a lei não exigir que seja expressa. * É necessário que a norma incida sobre o fato. - finalidade negocial: é a vontade de criar, conservar, modificar ou extinguir direitos. - idoneidade do objeto: é a aptidão do objeto para determinada finalidade. Plano da validade jurídica: (o fato tem que valer de acordo com a norma) Enquadram-se aqui os requisitos essenciais para que o negócio jurídico seja válido, quando falta algum desses o negócio é nulo ou anulável. Os pressupostos de validade do N.J. estão dispostos no art. 104º, I, II, III – CC: Agente capaz: é necessário que o sujeito seja apto para intervir nas negociações como declarante ou declaratário. Segundo o art. 166, I, do CC quando um negócio jurídico é firmado por um absolutamente incapaz é nulo; quando realizado por um relativamente incapaz é anulável (art. 171, I, do CC). Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: Lícito: é aquele que não é contrário a lei, aos bons costumes, à ordem pública e à moral. Possível: o objeto do N.J. tem que ser possível juridicamente ou fisicamente: A possibilidade jurídica, ocorre quando o ordenamento jurídico não proíbe, expressamente, negócios a respeito de determinado bem, desse modo a conduta é legal. A possibilidade física é proveniente das leis físicas ou naturais, deve ser absoluta; Determinado ou Determinável – quando ocorre um negócio jurídico deve-se esclarecer acerca de qual objeto será firmado, devendo ser determinado o gênero e a quantidade do mesmo. Forma prescrita e não defesa em lei: é a forma imposta pela lei e que não é proibida pela mesma, quase sempre a manifestação de vontade ocorre pela forma livre, desse modo, raramente ocorrem exceções. *Necessita da declaração de vontade e idoneidade do homem. Plano da eficácia jurídica: Objetiva identificar se o N.J. está repercutindo juridicamente no meio social, se está gerando os efeitos pretendidos pelos sujeitos declarantes e se estes efeitos estão ocorrendo de forma espontânea ou por meio do Poder Judiciário. Em outras palavras, é nesse plano que os fatos jurídicos produzem concretamente seus efeitos. INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Quando as condições citadas anteriormente são ausentes/apresentam vícios no negócio jurídico e este não surte os efeitos desejados pelas partes, torna-se inválido; essa invalidade é decretada pelo juiz e só produz efeitos após a sentença. *Esse conceito inclui tanto a nulidade quanto a anulabilidade do negócio. ESPÉCIES DA INVALIDADE Invalidade absoluta: segundo o Código Civil a invalidade será absoluta quando se tratar de ato nulo. Nulidade expressa: ocorre quando a hipótese está prevista em lei como causa de nulidade do negócio; Nulidade implícita ou virtual: ocorre quando um dos aspectos do N.J. for considerado nulo, consequentemente anulando o ato que o possui; Invalidade relativa: se dá quando o ato for anulável; Invalidade textual: é a expressa, imposta na norma; Invalidade virtual: é implícita na disposição normativa; Invalidade total: é a que atinge todo o N.J., sendo assim, todo o negócio será invalidado; Invalidade parcial: atinge somente uma parte do N.J.; desse modo, apenas parte dele será invalidado; SIMULAÇÃO É um ato falso, uma mentira. Ocorre quando as partes, intencionalmente objetivando fraudar a lei ou terceiros simulam determinado negócio jurídico, mas na verdade querem conseguir outros efeitos. Vale ressaltar que ambas as partes tem intenção de cometer a fraude. * é totalmente inválida. Simulação absoluta: é constituída de um só ato; Simulação relativa: constituída de dois atos: simulado e dissimulado; Simulação inocente: ocorre quando a declaração de vontade não vem a prejudicar terceiros. Simulação nocente/prejudicial: ocorre quando o ato apesar de existente é considerado inválido. Aqui há prejuízo a terceiros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TEXTOS NA INTERNET SANTOS, Guilherme Kenzo. Conservação de direito, ato jurídico e negócio jurídico. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/50224658/Conservacao-de-direito-ato-juridico-e-negocio-juridico>. Acesso em: 09/10/2017. SANTOS, Ingrid. Direito Civil. Disponível em: <http://cadernodireitoonline.blogspot.com.br/2013/02/direito civil.html>. Acesso em: 06/10/2017. GAMO, Raphaela. Elementos do Negócio Jurídico: Existência, Validade e Eficácia. Disponível em: <http://www.apersonalidadejuridica.com.br/2016/02/elementos-do-negocio-juridico.html>. Acesso em: 09/10/2017. VERDAN, Tauã Lima. Fatos, Atos e Negócios Jurídicos. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/fatos-atos-e-negocios-juridicos/11269>. Acesso em: 09/10/2017. CHAGAS, Carlos Eduardo N. Elementos do Negócio Jurídico. Disponível em: <http://caduchagas.blogspot.com.br/2012/03/negocio-juridico.html>. Acesso em: 09/10/2017. AQUINO, Leonardo Gomes de. Tricotomia do negócio jurídico (Pressupostos Fáticos do Plano da Existência e do Plano da Validade do Negócio Jurídico). Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6511>. Acesso em: 08/10/2017.
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