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Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Professor: Me. Klaus André de S. Medeiros UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial CONTEÚDO 1 – DEFINIÇÕES; 2 – ESFORÇO NORMAL; 3 – DIAGRAMA DE ESFORÇO NORMAL (DEN); 4 – CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL NA SOLICITAÇÃO AXIAL; 5 – CÁLCULO DAS DEFORMAÇÕES AXIAIS; 6 – INFLUÊNCIA DO PESO PRÓPRIO NAS PEÇAS ESTRUTURAIS; 7 – SISTEMAS ESTATICAMENTE INDETERMINADOS; 8 – TENSÕES TÉRMICAS. Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos 1 – DEFINIÇÕES RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial • SEÇÃO TRANSVERSAL: É a figura geométrica que resulta da interseção entre a peça e qualquer plano que corta a sua dimensão dominante. • SEÇÃO RETA: É a figura geométrica que resulta da interseção entre a peça e o plano de corte perpendicular ao eixo dessa peça. • EIXO: É a linha imaginária que passa pelo centro geométrico (CG) de todas as seções transversais da peça. Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial • SOLICITAÇÕES AXIAIS: São impostas por ações que atuam na direção do eixo longitudinal do elemento estrutural. − TRAÇÃO: Solicitação que tende a alongar a peça no sentido da reta de ação da força aplicada. − COMPRESSÃO: Solicitação que tende a encurtar a peça no sentido da reta da força aplicada. Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos • FORÇAS CENTRADAS: Têm como suporte o eixo da peça e implicam obrigatoriamente em solicitações axiais. Força Centrada P RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos • FORÇAS EXCÊNTRICAS: Não têm o eixo da peça como suporte, porém seu suporte é paralelo ao eixo da peça. Implicam em solicitação axial composta com solicitação à flexão. Força Excêntrica e sua centralização = + P P M RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos • FORÇAS INCLINADAS: Forças inclinadas ao eixo das peças implicam em solicitação axial composta com solicitação à flexão. = + • TENSÃO NORMAL NA SOLICITAÇÃO AXIAL: É a tensão originada pelo esforço Normal, sendo ela a distribuição deste esforço ao longo de sua área de atuação. F a F.cosa F.sena RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos 2 - ESFORÇO NORMAL Provoca uma variação da distância (alongamento ou encurtamento das fibras longitudinais) que separa as seções, que permanecem planas e paralelas. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial • 1º Método de Cálculo (Método das Seções): A partir da soma algébrica de todas as forças que se situam de um mesmo lado da seção reta considerada e atuam perpendicularmente ao plano dessa seção. Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial EXEMPLO 3.1: Calcular o esforço normal nas seções S, B e C OBS.: Em seções retas que são ponto de aplicação de carga axial concentrada, calculam-se os esforços normais imediatamente antes e depois. Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial • 2º Método de Cálculo (Segmentação): − Procede-se a segmentação da peça em trechos homogeneamente solicitados, isto é, sem variação de Força Normal. − É mais propriamente empregada no cálculo da deformação total dessa peça e pode ser motivada por qualquer um dos seguintes fatores: Aplicação de carga axial concentrada em seções intermediárias da peça; Variação brusca da área da seção reta da peça; Mudança de material ao longo do comprimento da peça. Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial 60N60N 60N 25N 35N 25N 25N 25N 45N 70N 70N70N Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos • Definição: O DEN de uma peça estrutural significa a representação gráfica dos valores do esforço normal em todas as seções retas ao longo do comprimento da peça. • Traçado: Para traçar o diagrama de esforço normal correspondente a uma peça estrutural dada, deve-se proceder da seguinte maneira: I) Calculam-se as reações de apoio; II) Prepara-se o diagrama de corpo livre (DCL) da peça, tomando as reações de apoio com seus sentidos corretos; 3 - DIAGRAMA DE ESFORÇO NORMAL (DEN) RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos III) Calcula-se o valor do esforço normal nos seguintes tipos de seções retas da peça: a) seções extremas; b) seções dos apoios; c) seções que são ponto de aplicação de carga axial concentrada; d) seções que são ponto inicial e final de carga axial uniformemente distribuída; e) seções de transição entre cargas axiais uniformemente distribuídas, de valores distintos. IV) Marcam-se os valores obtidos para esse esforço normal sobre cada uma das seções escolhidas, a partir do eixo da peça e segundo a direção perpendicular a este, colocando os valores positivos de um lado e os negativos do outro. V) Ligam-se os valores obtidos para cada duas seções retas consecutivas através de segmentos de reta que comporão a linha do diagrama de esforço normal. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos EXEMPLO 3.3: Traçar o DEN correspondente à peça estrutural abaixo: 30N/m A B C 20N 100N 3m2m 5m RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial EXEMPLO 3.2: Traçar o DEN correspondente à peça estrutural do exemplo 3.1: Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Solicitações Axiais 4 - CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL NA SOLICITAÇÃO AXIAL Ilustração: S= _N_ A s = F y z x F S F y z x N=F S x F y z S RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Onde: N = Esforço normal atuante na seção indicada A = Área inicial da seção reta considerada Esforços Normais (N) Tensões Normais (s) Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Esta expressão de cálculo de s é chamada Lei de Distribuição das Tensões Normais provocadas por um esforço normal. As Tensões Normais se classificam como: - Tensão Normal de Tração: quando o esforço normal causador é de tração (ou seja, se afasta do plano as seção reta). Recebem sinal positivo. - Tensão Normal de Compressão: quando o esforço normal causador é de compressão (ou seja, penetra no plano as seção reta). Recebem sinal negativo. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos EXEMPLO 3.4: Para a mesma peça do exemplo anterior, com A = 4 cm², calcular a tensão s nas seções B e C e também em uma seção D, distante 4 m do engaste. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos 5 – CÁLCULO DAS DEFORMAÇÕES AXIAIS 5.1 – Introdução A lei de Hooke é utilizada para o cálculo das deformações longitudinais de peças estruturais. Ilustração: Deformação longitudinalem peça axialmente tracionada. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos 5.2 – Expressão de cálculo da lei de Hooke A deformação δ pode ser calculada como: RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos OBSERVAÇÕES: I. A Lei de Hooke só é válida, e portanto só pode ser usada, para cálculo das deformações nas peças estruturais cujo material trabalha em regime de comportamento elástico. II. Na expressão, P representa o esforço normal constante ao longo do comprimento da peça. Assim, a expressão pode ser reescrita substituindo P por N. III. A expressão da Lei de Hooke só pode ser diretamente aplicada se tivermos: • Esforço normal constante em todas as seções retas da peça; • A área de seção reta da peça constante (não variável) ao longo de todo o comprimento dessa peça; • Mesmo material (mesmo E) ao longo de todo o comprimento da peça. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos OBSERVAÇÕES: IV. A lei de Hooke também pode ser empregada para cálculo das deformações provocadas por cargas axiais de compressão. V. Termos fundamentais na expressão da Lei de Hooke: • Deformação Específica: É a deformação por unidade de comprimento da peça, ou seja, é a deformação total distribuída ao longo da dimensão em que ela ocorreu. É representada por Ԑ e dada pela expressão: Obs.: É uma grandeza adimensional, geralmente expressa em porcentagem. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos OBSERVAÇÕES: V. Termos fundamentais na expressão da Lei de Hooke: • Módulo de Elasticidade Longitudinal de um Material: É uma característica de cada material estrutural e significa a constante de proporcionalidade direta entre as tensões normais e as deformações específicas que a elas correspondem. É uma grandeza que tem a dimensão de uma tensão. • Módulo de Rigidez Axial: É definido pelo produto E∙A e significa a dificuldade que a peça apresenta de se deformar por cargas axiais. Quanto maior o valor de E.A, menor a deformação δ. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos EXEMPLO 3.5: Calcular a deformação total da peça estrutural ilustrada abaixo, admitindo como conhecidos os parâmetros P, l, A e E. Esforço constante em todas as seções? RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos 6 – SITUAÇÕES DA INFLUÊNCIA DO PESO PRÓPRIO NAS PEÇAS ESTRUTURAIS I) Peça em disposição horizontal. Ex. Viga. q = carga uniformemente distribuída representando o peso próprio da peça linear horizontal. q = . peso total da peça . = peso específico x volume da peça comprimento inicial da peça comprimento inicial da peça A carga “q” provoca sobre a peça uma solicitação à flexão l l q l γ.Aq γ.A. q γ.V q l l l RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos II) Peça linear em disposição vertical e presa na extremidade superior S1 S2 A q=g.A Destacando-se duas seções retas sobre a peça, S1 e S2, e analisando a influência do peso próprio: l RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos S1 A V1 - Na seção S1: S1 V1 N (S1) N (S1) N (S1) = P1 = g.V1 = g.A.y1 P1 q=g.A N (S1) = q.y1 P1 = peso do volume V1 da peça, situado abaixo da seção S1,representando a contribuição do peso próprio dessa peça sobre a seção S1 y1 l RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos S2 A V2 Sobre essas peças, a contribuição do peso próprio origina uma solicitação axial de tração. q=g.A S2 V2 N (S2) N (S2) N (S2) = P2 = g.V2 = g.A.y2 P2 N (S2) = q.y2 - Na seção S2: P2 = peso do volume V2 da peça, situado abaixo da seção S2, representando a contribuição do peso próprio dessa peça sobre a seção S2 y2 l Diagrama e equação do Esforço Normal?? Tensão Normal Máxima? Deslocamento total máximo? RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos III) Peça linear em disposição vertical e presa na extremidade inferior Destacando-se duas seções retas sobre a peça, S1 e S2, e analisando a influência do peso próprio: S2 S1 A q=g,A l RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos - Na seção S1: S1 V1 N (S1) N (S1) P1 P1 = peso do volume V1 da peça, situado acima da seção S1, representando a contribuição do peso próprio dessa peça sobre a seção S1 N (S1) = -P1 = -g.V1= -g.A.y1 N (S1) = -q.y1 S1 V1 q=g,A y1 A l RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Sobre essas peças, a contribuição do peso próprio origina uma solicitação axial de compressão S2 A V2 q=g,A S2 V2 N (S2) N (S2) P2 P2 = peso do volume V2 da peça, situado acima da seção S2, representando a contribuição do peso próprio dessa peça sobre a seção S2 N (S2) = -P2 = -g.V2 = -g.A.y2 N (S2) = -q.y2 y2 - Na seção S2: l Diagrama e equação do Esforço Normal?? Tensão Normal Máxima? Deslocamento total máximo? RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos OBS: Tanto no caso II, quanto em III, ou quando a peça é presa em ambas extremidades, o peso próprio, para uma seção reta constante ao longo de todo o comprimento, pode ser representado por uma carga axial uniformemente distribuída ao longo do comprimento, no sentido de cima para baixo, cujo valor é q = g∙A. onde: q = intensidade da carga axial uniformemente distribuída representando o peso próprio; g = peso específico do material da peça; A = área inicial da seção reta da peça. q qq RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos IV) Peça linear em disposição inclinada q α aa cos Aγ cos Vγ q l l lO módulo de q, distribuída ao longo do comprimento , que é a projeçãohorizontal do eixo da viga, é dado por: peçadaeixodohorizontalprojeção peçadatotalpeso q q α cosα Aγ q = y x x y acos.lacos.l ll RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos OBS 1: O peso próprio também pode ser expresso em duas componentes distribuídas ao longo do eixo da peça, uma perpendicular e a outra paralela a esse eixo: Portanto, sobre essas peças, o peso próprio provoca uma solicitação à flexão composta com solicitação axial. = + q α y x l qv α y’ x’ l qh α y’ x’ l RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos OBS 2: Para o cálculo do módulo das componentes “qv” e “qh”, procede-se da seguinte forma: - Inicialmenterepresenta-se a carga distribuída total “q” por meio de sua resultante “P”: = q α y x l α x y a.cosq.P l l RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos - Em seguida, projeta-se esta resultante em dois novos eixos, y’ e x’, os quais são respectivamente perpendicular e paralelo ao eixo da peça: x’ = P.cosαPv cosα.cosαq.Pv l α.cosq.P 2v l P.senαPh senα.cosαq.Ph l 2 cosα.2.senαq. Ph l 2α.sen 2 q. Ph l α x y y’ P α α Ph Pv l α y’ x’ + P.cosαPv l x’ α y’ P.senαPh l RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos - Finalmente, distribui-se cada componente pelo comprimento do eixo da viga (comprimento de referência): x’ l α y’ x’ l α y’ vP hP = = l v v P q l l α.cosq. q 2 v αq.cosq 2v l h h P q l l .2 2α.senq. qh l α x’ y’ vq 2 2αq.sen qh l α hq RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos EXEMPLO 3.6: Duas barras prismáticas, rigidamente ligadas entre si, suportam a carga axial de 45 kN. A barra superior é de aço, tem comprimento de 10 m e seção transversal de 65 cm2 de área. A barra inferior é de latão, tem comprimento de 6 m e A = 52 cm2. Determine as tensões normais máximas em cada material. Obs.: Considerar o peso próprio. Dados: Aço: γ = 78 kN/m3 ; E = 210 GPa Latão: γ = 83 kN/m3 ; E = 90 GPa RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos 7 – SISTEMAS ESTATICAMENTE INDETERMINADOS 7.1 – Classificação das estruturas quanto a estaticidade • Estruturas Hipoestáticas: quando seus movimentos de corpo rígido não são restringidos e elas não atingem, portanto uma configuração de equilíbrio estável. • Estruturas Isostáticas: quando são restringidas a movimentos de corpo-rígido e o número de incógnitas a determinar é igual ao número de equações de equilíbrio estático. • Estruturas Hiperestáticas: quando são restringidas a movimentos de corpo-rígido e o número de incógnitas a determinar é maior do que o número de equações de equilíbrio estático. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos •Sistema Isostático : Número de Apoios (NRA) = Número de Equações (NE); •Sistema Hipostático : Número de Apoios (NRA) < Número de Equações (NE); •Sistema Hiperestático : Número de Apoios (NRA) > Número de Equações (NE); Estrutura Hipostática mesmo com o Número de Reações de Apoios (NRA) igual ao número de Equações (NE). Porque? Qual a classificação dessa estrutura? RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Para resolver os problemas de solicitação axial estaticamente indeterminados, utilizam-se as equações de equilíbrio estático juntamente com equações de deformação provenientes do comportamento da própria estrutura. OBSERVAÇÕES: 1) A depender da incógnita, a hiperestaticidade pode ainda ser: • Hiperestaticidade Externa Esforço externo (reações de apoio); • Hiperestaticidade Interna Esforço interno (N, Q, M ou Mt). 2) O grau de hiperestaticidade de uma estrutura é dado pela diferença entre o número de equações de equilíbrio e o número de incógnitas. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos 6.2 – Exemplos Clássicos EXEMPLO 3.7: Seja a barra prismática engastada nas duas extremidades e submetida a uma força axial P, aplicada numa seção reta intermediária, conforme a figura a seguir. Calcular as reações de apoio nas seções de engastamento. Dados: P, A, l, a, b, E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos EXEMPLO 3.8: Uma barra de comprimento L e seção reta circular de área A1, com módulo de elasticidade longitudinal E1, foi colocada dentro de um tubo cilíndrico de mesmo comprimento L, mas com área de seção reta A2 e módulo de elasticidade longitudinal E2, como apresentado na figura a seguir. Calcular a deformação da barra e do tubo quando uma força P é aplicada por meio de uma placa rígida.Dados L, A1, E1, A2, E2. P L Placa rígida Barra Tubo cilíndrico Corte transversal (seção reta) Corte longitudinal Barra Tubo cilíndrico RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos • A variação de temperatura provoca mudanças nas dimensões de uma peça estrutural: – Quando a temperatura aumenta a estrutura sofre uma dilatação (alongamento); – Quando a temperatura diminui a estrutura sofre uma contração (encurtamento). 8 – TENSÕES TÉRMICAS • Se a estrutura for isostática, e a variação de comprimento provocada pela temperatura for livre, não surgirão tensões causadas pela variação de temperatura. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos • Se a estrutura for hiperestática, a variação de comprimento da barra provocada pela temperatura será impedida e surgirão tensões térmicas; • Estas tensões térmicas podem atingir valores elevados, causando danos à estrutura ou mesmo provocando sua ruptura; • Por este motivo, em estruturas de grande porte, como pontes, são feitas juntas de dilatação, para permitir a livre movimentação térmica da estrutura RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Juntas de Dilatação RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Juntas de Dilatação RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Estudos experimentais demonstraram que a variação de comprimento provocada pela temperatura em uma barra de material homogêneo é dada por: RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Valores típicos do coeficiente de dilatação térmica RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos Cálculo do efeito da variação térmica em uma estrutura hiperestática (variação de comprimento impedida). • Para a resolução deste tipo de problema, é possível: – Considerar a reação do apoio como reação redundante e aplicar o princípio da superposição dos efeitos. Resolução literal no quadro! RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial Capítulo Primeiro: Tração e Compressão Simples entre os Limites Elásticos EXEMPLO 3.9: RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Solicitação Axial
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