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5, incisos I ao 10

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prof. augusto alves 
2) DIREITOS e 
garantias 
fundamentais 
prof. augusto alves 
 Os direitos são disposições declaratórias, e as 
garantias disposições assecuratórias. Assim, os 
direitos são bens e vantagens prescritos na norma 
constitucional, enquanto as garantias são os 
instrumentos através dos quais se assegura o 
exercício dos aludidos direitos. As garantias 
possibilitam que os indivíduos façam valer, frente ao 
Estado, os seus direitos fundamentais. 
Assim, ao direito à vida, corresponde a garantia 
de vedação à pena de morte; 
ao direito à liberdade de locomoção, corresponde 
a garantia do habeas corpus; 
ao direito à liberdade de manifestação do 
pensamento, a garantia da proibição da censura etc. 
 
prof. augusto alves 
Origem 
Alguns autores apontam como marco inicial dos direitos 
fundamentais a Magna Carta inglesa (1215). Os direitos ali 
estabelecidos, entretanto, não visavam a garantir uma esfera irredutível 
de liberdades aos indivíduos em geral, mas sim, essencialmente, a 
assegurar poder político aos barões mediante a limitação dos poderes 
do rei. 
A positivação dos direitos fundamentais deu-se a partir da 
Revolução Francesa, com a Declaração dos Direitos do Homem (em 
1789), e das declarações de direitos formuladas pelos Estados 
Americanos, ao firmarem sua independência em relação à Inglaterra 
(Virgínia Bill of Rights, em 1776). Originam-se, assim, as Constituições 
liberais dos Estados ocidentais dos séculos XVIII e XIX. 
Os primeiros direitos fundamentais têm o seu surgimento ligado à 
necessidade de se impor limites e controles aos atos praticados pelo 
Estado e suas autoridades constituídas. Nasceram, pois, como uma 
proteção à liberdade do indivíduo frente à ingerência abusiva do Estado. 
Por esse motivo - por exigirem uma abstenção, um não-fazer do Estado 
em respeito à liberdade individual - são denominados direitos negativos, 
liberdades negativas, ou direitos de defesa. 
 
prof. augusto alves 
Em suma, os direitos fundamentais surgiram 
como normas que visavam a restringir a atuação do 
Estado, exigindo deste um comportamento 
omissivo (abstenção) em favor da liberdade do 
indivíduo, ampliando o domínio da autonomia 
individual frente à ação estatal. 
Somente no século XX, com o reconhecimento 
dos direitos fundamentais de segunda dimensão - 
direitos sociais, culturais e econômicos -, os direitos 
fundamentais passaram a ter feição positiva, isto é, 
passaram a exigir, também, a atuação comissiva do 
Estado, prestações estatais em favor do bem-estar do 
indivíduo. 
 
prof. augusto alves 
• As declarações de direitos, no sentido moderno, 
surgiram no século XVIII com as Revoluções 
Americana e Francesa. As constituições escritas 
tiveram o seu surgimento relacionado às 
declarações de direitos. 
• Direitos fundamentais: Gênero que abrange 
cinco espécies: individuais, coletivos, sociais, 
nacionais e políticos. 
• DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS E GARANTIAS. 
• Direitos: Normas que declaram bens, posições e vantagens 
jurídicas prescritos na norma constitucional. 
• Garantias: Normas assecuratórias, de direito sobre direito, isto 
é, os instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos 
aludidos direitos. Ex. direito a liberdade de crença (direito) 
proteção aos locais de culto (garantia). 
• Direitos individuais: Limitações impostas pela soberania 
popular aos poderes constituídos, para preservar direitos 
indispensáveis a pessoa humana. São direitos voltados para 
coibir o arbítrio do Estado. 
prof. augusto alves 
RELATIVIDADE 
 Todo direito fundamental é relativo. Não existe 
direito absoluto. Assim, os direitos previstos na 
Constituição não podem ser utilizados como um escudo 
protetivo de atividades ilícitas, sob pena de se 
desrespeitar o Estado de Direito. 
Princípio da relatividade ou convivência das liberdades 
públicas. Os direitos fundamentais são limitados 
pelos demais direitos fundamentais igualmente 
previstos na Constituição. Ex. o direito a vida não tem 
caráter absoluto, basta lembrar que se pode matar em 
legitima defesa. 
DESTINATÁRIOS 
i. Legislador 
ii. Brasileiros (natos e naturalizados) 
iii. Estrangeiros em trânsito no Brasil 
Pessoas jurídicas. 
prof. augusto alves 
• ABRANGÊNCIA 
• Trata-se de um rol exemplificativo na medida em que 
os direitos e garantias expressos na Constituição 
não excluem outros decorrentes do regime e dos 
princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do 
Brasil seja parte (art. 5º, § 2º) - os direitos 
fundamentais são normas abertas (princípio da não 
tipicidade dos direitos fundamentais), o que permite 
que se insiram novos direitos, não previstos pelo 
constituinte por ocasião da elaboração do Texto 
Maior, no âmbito de direitos já existentes. 
• APLICABILIDADE 
• Nos termos do art. 5º, § 1º dispõe que as normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais 
têm aplicação imediata. 
prof. augusto alves 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
a) imprescritibilidade (os direitos fundamentais 
não desaparecem pelo decurso do tempo); 
b) inalienabilidade (não há possibilidade de 
transferência dos direitos fundamentais a outrem); 
c) irrenunciabilidade (em regra, os direitos 
fundamentais não podem ser objeto de renúncia); 
d) inviolabilidade (impossibilidade de sua não 
observância por disposições infraconstitucionais ou por 
atos das autoridades públicas); 
e) universalidade (devem abranger todos os 
indivíduos, independentemente de sua nacionalidade, 
sexo, raça, credo ou convicção político-filosófica) – 
podem ser opostos contra todos, efeito erga omnes; 
prof. augusto alves 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
f) efetividade (a atuação do Poder Público deve ter 
por escopo garantir a efetivação dos direitos 
fundamentais); 
g) interdependência (as várias previsões 
constitucionais, apesar de autônomas, possuem 
diversas intersecções para atingirem suas finalidades; 
assim, a liberdade de locomoção está intimamente 
ligada à garantia do habeas corpus, bem como à 
previsão de prisão somente por flagrante delito ou por 
ordem da autoridade judicial); 
h) complementaridade (os direitos fundamentais não 
devem ser interpretados isoladamente, mas sim de 
forma conjunta com a finalidade de alcançar os 
objetivos previstos pelo legislador constituinte). 
 
prof. augusto alves 
TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS. 
A partir da EC 45/04 passam a existir duas categorias de tratados sobre 
direitos humanos: 
a) tratados materialmente constitucionais por força do § 2º do art. 5º CF; e 
b) tratados MATERIAL E FORMALMENTE constitucionais equiparados as 
EMENDAS. 
Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos 
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, 
serão equivalentes às emendas constitucionais (art. 5º, § 3º). 
Federalização dos crimes contra os Direitos Humanos (art. 109 V-
A e § 5º) 
Destarte, a EC 45/04, inovou na ordem jurídica ao prever a 
competência da Justiça Federal para processar e julgar as 
causas relativas a direitos humanos. 
De acordo com o § 5º do art. 109, para seja deslocada a competência 
da Justiça Estadual para a Justiça Federal o Procurador-
Geral da República poderá suscitar perante o STJ, em 
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de 
deslocamento de competência para a Justiça Federal. 
A competência é exclusiva do Procurador-Geral da República. 
prof. augusto alves 
JURISDIÇÃO PENAL INTERNACIONAL 
O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal 
Penal Internacional a cuja criação tenha 
manifestado adesão (art. 5º, § 4º). 
O § 4º,acrescentado pela EC 45/04, 
reconhece, expressamente, a jurisdição do 
TPI, criado a partir do Estatuto de Roma de 
1998, aprovado no Brasil pelo Dec. Leg. 
112/2002. 
O TPI só exercerá sua jurisdição de forma 
complementar – princípio da 
complementariedade – preservando-se o 
sistema jurídico interno na medida em que o 
TPI só exercerá jurisdição em caso de 
incapacidade ou omissão dos Estados. 
prof. augusto alves 
JURISDIÇÃO PENAL INTERNACIONAL 
•Em regra, o princípio da soberania não permite que um Estado 
se obrigue a acatar decisão judicial proferida por órgão 
integrante de outro Estado. Para que uma decisão judicial 
estrangeira tenha validade no Brasil é necessário que ela seja 
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça -STJ (CF, art. 
105,1, "i"). 
•O acatamento de decisão judicial proferida por um Tribunal 
Penal Internacional representa, portanto, um abrandamento da 
noção de soberania do Estado, em respeito aos direitos 
humanos, à proteção da humanidade. 
•No ano de 2002, surgiu a primeira corte internacional 
permanente com jurisdição sobre pessoas acusadas de 
cometerem graves violações aos direitos humanos: o Tribunal 
Penal Internacional, criado pelo Estatuto de Roma. 
•O Tribunal Penal Internacional é competente para julgar os 
crimes de genocídio, os crimes contra a humanidade, os crimes 
de guerra e o crime de agressão de um país a outro. 
prof. augusto alves 
JURISDIÇÃO PENAL INTERNACIONAL 
•O Estatuto de Roma foi assinado pelo Brasil 
em 07.02.2000, e aprovado pelo Congresso 
Nacional mediante o Decreto Legislativo n° 112, 
de 06.06.2002. Depois disso, o Presidente da 
República efetuou sua promulgação por meio do 
Decreto na 4.388, de 25.09.2002, publicado no 
Diário Oficial da União em 26.09.2002, data em 
que iniciou sua vigência interna. 
•Portanto, o Brasil se submete ao Tribunal Penal 
Internacional, criado pelo Estatuto de Roma, 
haja vista sua adesão expressa a esse ato 
internacional. 
prof. augusto alves 
EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
• Os direitos fundamentais são tradicionalmente classificados em 
gerações (ou dimensões), levando-se em conta o momento de seu 
surgimento e reconhecimento pelos ordenamentos constitucionais. 
 
• DIREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO: os direitos fundamentais 
de primeira geração, também denominados “liberdades públicas”, 
são os direitos civis e políticos, e abrangem as quatro liberdades 
clássicas (vida, liberdade, segurança e propriedade). 
 São direitos individuais que consagram as liberdades 
individuais, impondo limitações ao poder de legislar do Estado. 
 Historicamente, são os primeiros direitos fundamentais, frutos 
do Estado Liberal, podemos inclusive dizer que foi a vitória do estado 
liberal sobre o regime absolutista. Alguns documentos históricos são 
marcantes para evidenciar tal êxito (1) Magna Carta de 1215, 
assinada pelo rei João sem terra, (2) paz de Westfália em 1648; (3) 
habeas corpus act em 1679;(4) bill of rights de 1688; (5) 
declarações, seja a americana de 1776, seja a francesa em 1789. 
 São exemplos de direitos fundamentais de primeira 
dimensão o direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade 
de expressão, à participação política e religiosa, entre outros. 
 
prof. augusto alves 
• DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO: o momento histórico 
que os inspira e impulsiona é a Revolução Industrial 
européia, a partir do século XIX. 
 Em decorrência das péssimas situações e condições de 
trabalho, eclodem movimentos como o cartista – Inglaterra e 
a Comuna de Paris (1848), na busca de reivindicações 
trabalhistas e normas de assistência social. 
 O início do século XX é marcado pela Primeira Grande 
Guerra e pela fixação de direitos sociais, Isso fica 
evidenciado, dentre outros documentos, pela Constituição de 
Weimar, de 1919 (Alemanha), e pelo Tratado de Versalhes, 
1919 (OIT). 
 Portanto, os direitos humanos, ditos de Segunda geração, 
privilegiam os direitos sociais, direitos de igualdade, tais 
como saúde, educação, trabalho, habitação, 
previdência social, assistência social. Existem, também, 
direitos sociais negativos, como o de liberdade sindical (CF, 
art. 82) e o de liberdade de greve (CF, art. 9a). 
prof. augusto alves 
• DIREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO: marcados pela alteração da 
sociedade, por profundas mudanças na comunidade internacional 
(sociedade de massa, crescente desenvolvimentos tecnológico e 
científico), as relações econômico-sociais se alteraram 
profundamente. 
 Novos problemas e preocupações mundiais surgem, tais como a 
necessária noção de preservação ambiental e as dificuldades para 
proteção dos consumidores, só para lembrar aqui dois candentes 
temas. Sua titularidade é difusa, visam a proteger todo o gênero humano, 
de modo subjetivamente indeterminado. 
 O ser humano é inserido em uma coletividade e passa a ter 
direitos de solidariedade. Não podemos esquecer que tais direitos 
possuem natureza essencialmente transindividual, porquanto não 
possuem destinatários especificados, como os da primeira e 
Segunda geração. Um exemplo do que falamos seria o art. 225 da CF 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
São exemplos o direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, à defesa do consumidor, à paz, à autodeterminação 
dos povos, ao patrimônio comum da humanidade, ao progresso e 
desenvolvimento, entre outros. 
prof. augusto alves 
• DIREITOS DE QUARTA GERAÇÃO: segundo 
orientação de Norberto Bobbio, referida geração de 
direitos decorreria dos avanços no campo da 
engenharia genética, ao colocarem em riscos a 
própria existência humana, através da manipulação 
do patrimônio genético. 
 Segundo o mestre italiano: “...já se apresentam 
novas exigências que só poderiam chamar-se de 
direitos de quarta geração, referentes aos efeitos 
cada vez mais traumáticos da pesquisa biológica, 
que permitirá manipulações do patrimônio genético 
de cada indivíduo”. 
 Destarte, são direitos relativos à manipulação 
genética, relacionados à biotecnologia e à 
bioengenharia, tratando de discussões sobre a vida 
e a morte. 
prof. augusto alves 
• DIREITOS DA QUINTA GERAÇÃO : 
representam os direitos advindos da 
realidade virtual, demonstrando a 
preocupação do sistema constitucional com a 
difusão e o desenvolvimento da cibernética 
na atualidade. 
 
prof. augusto alves 
 Só é constitucional o que diz respeito à 
estrutura do Estado, à organização e 
competência dos poderes e aos direitos 
políticos e individuais (sentido material). 
 Mas a Constituição contém inúmeras 
regras destituídas de conteúdo constitucional, 
muitas vezes de direito privado, que o 
legislador constituinte julgou necessário 
colocar fora do alcance da legislatura 
ordinária, assegurando, assim, a estabilidade 
da ordem social e jurídica. 
prof. augusto alves 
• As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata (art. 5º, § 1º). 
• Esse comando constitucional, embora inserto no art. 
5º da Constituição, não tem sua aplicação restrita aos 
direitos e garantias fundamentais individuais e 
coletivos arrolados nos incisos deste mesmo artigo. 
Sua incidência alcança as diferentes classes de 
direitos e garantias fundamentais de nossa Carta 
Magna, ainda que indicados fora do catálogo próprio, 
a eles destinado (arts. 5º ao 17). 
• Essa regra de aplicação imediata, porém, não é 
absoluta. Embora a regra seja a eficácia e a 
aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais, o 
fato é que existem direitos fundamentais que 
consubstanciam normas de eficácia limitada,dependentes de regulamentação por lei para a 
produção de seus efeitos essenciais. 
 
prof. augusto alves 
• O grau de eficácia e aplicabilidade dos direitos 
fundamentais é em grande parte determinado pelo 
próprio enunciado dos dispositivos que os 
estabelecem, uma vez que a Constituição faz 
depender de legislação ulterior a aplicação plena de 
algumas normas definidoras de direitos fundamentais, 
especialmente no tocante aos direitos sociais (CF, art. 
7º). 
• Assim, em que pese o texto constitucional 
determinar que as normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata 
(art. 5º, § 1º), o fato é que temos direitos e garantias 
fundamentais de eficácia limitada, dependentes de 
regulamentação para a produção de seus plenos 
efeitos, como são exemplos os incisos XX e XXVII do 
art. 7º da Carta Política. 
prof. augusto alves 
• RELATIVIDADE DOS DIREITOS E GARANTIAS 
 INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
• Os direitos humanos fundamentais, dentre eles os 
direitos e garantias individuais e coletivos 
consagrados no art. 5º da Constituição Federal, não 
podem ser utilizados como um verdadeiro escudo 
protetivo da prática de atividades ilícitas, 
tampouco como argumento para afastamento ou 
diminuição da responsabilidade civil ou penal por 
atos criminosos. Não existe nenhum direito 
humano consagrado pelas constituições que se 
possa considerar absoluto, no sentido de sempre 
valer como máxima a ser aplicada nos casos 
concretos, independente da consideração de outras 
circunstâncias ou valores constitucionais. Nesse 
sentido, é correto afirmar que os direitos 
fundamentais não são absolutos. 
prof. augusto alves 
 O entendimento do STF - os 
estrangeiros não residentes (por exemplo, a 
turismo), os apátridas e as pessoas jurídicas 
fazem jus aos direitos fundamentais. 
Sendo assim, a expressão ‘residentes no 
Brasil’ deve ser interpretada no sentido de que 
a carta federal só pode assegurar a validade e 
gozo dos direitos fundamentais dentro do 
território brasileiro, não excluindo, pois o 
estrangeiro em trânsito pelo território 
nacional, que possui igualmente acesso às 
ações. 
prof. augusto alves 
O art. 5º da Constituição Federal afirma que 
todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
país a inviolabilidade do direito à vida, à 
igualdade, à segurança, liberdade e à 
propriedade, nos termos dos seus 78 incisos e 
parágrafos. 
O princípio da universalidade dos direitos 
fundamentais - tais direitos têm por 
destinatários toda e qualquer pessoa física ou 
jurídica privada (*pública tb) que esteja 
localizada dentro do seu território. 
Pcp Igualdade 
Inciso I 
I - homens e mulheres são iguais em direitos 
e obrigações, nos termos desta 
Constituição; 
A nossa constituição adotou o princípio da 
igualdade de direitos, prevendo a igualdade de 
aptidão, uma igualdade de possibilidades virtuais, 
ou seja, todos os cidadãos têm o direito de 
tratamento idêntico pela lei, em consonância com 
os critérios albergados pelo ordenamento jurídico. 
prof. augusto alves 
O princípio da igualdade determina que se 
dê tratamento igual aos que se encontram em 
situação equivalente e que se trate de 
maneira desigual os desiguais, na medida de 
suas desigualdades. 
Ele obriga tanto o legislador quanto o 
aplicador da lei (igualdade na lei e igualdade 
perante a lei). Alexandre de Moraes aponta 
mesmo uma "tríplice finalidade limitadora do 
princípio da igualdade - limitação ao legislador, 
ao intérprete/autoridade pública (magistrado) 
e ao particular". 
O princípio da igualdade não veda o tratamento 
discriminatório entre indivíduos, quando há 
razoabilidade para a discriminação. 
prof. augusto alves 
 Dessa forma, o que se veda são as 
diferenciações arbitrárias, as discriminações 
absurdas, pois, o tratamento desigual dos casos 
desiguais, na medida em que se desigualam, é 
exigência tradicional do próprio conceito de justiça. 
 A lei pode criar tratamento discriminatório entre 
pessoas, desde que haja razoabilidade para tanto, a 
partir do enfoque finalístico de certo intuito 
estabelecido em lei. 
 Exemplo: o acesso a certos cargos públicos 
por limitação de idade, a proibição genérica de 
acesso a determinadas carreiras públicas, tão 
somente em razão da idade do candidato, consiste 
em flagrante inconstitucionalidade, todavia nos casos 
em que a limitação de idade se possa legitimar como 
imposição de natureza e das atribuições do cargo 
a preencher será justificado o limite de idade. 
prof. augusto alves 
Essas restrições, porém, somente serão lícitas se 
previstas em lei, não sendo o edital meio idôneo 
para impor restrições a direito protegido 
constitucionalmente. Portanto, para que haja restrição 
no edital, é imprescindível prévia autorização fixada 
em lei. 
Deve-se observar que não se pode cogitar de ofensa ao 
princípio da igualdade quando as discriminações são 
previstas no próprio texto constitucional. Nessas 
hipóteses, o próprio legislador constituinte determinou, 
explicitamente, que um dado critério deve ser adotado 
para efeito de desigualamento jurídico entre as pessoas. 
Como exemplos em nossa Constituição, citamos: a lei 
deverá proteger o mercado de trabalho da mulher, 
mediante a concessão de incentivos específicos (CF, art. 
7º, XX); aposentadoria da mulher com menor tempo de 
contribuição (CF, art. 40); reserva de certos cargos 
públicos para brasileiros natos (CF, art. 12, § 3º); previsão 
de tratamento favorecido às microempresas e empresas 
de pequeno porte (CF, art. 179). 
prof. augusto alves 
 
Traduz a igualdade entre os sexos, 
permitindo apenas às diferenças que a 
própria Constituição trouxer (de que é 
exemplo a aposentadoria o homem se 
aposenta após 35 anos de contribuição, já 
a mulher após 30 anos de contribuição; 
se por idade a aposentadoria, o homem 
aos 65 anos de idade, já a mulher aos 60 
anos de idade). 
prof. augusto alves 
É relevante registrar que, segundo orientação do 
Supremo Tribunal Federal, o princípio constitucional da 
isonomia não autoriza o Poder Judiciário a estender 
vantagens concedidas a um grupo determinado de 
indivíduos a outros grupos, não contemplados pela lei, 
sob pena de ofensa ao princípio da separação de Poderes 
(o Poder Judiciário, no exercício de sua função 
jurisdicional, não pode legislar positivamente, criando 
regras não pretendidas pelo Poder Legislativo; cabe ao 
Judiciário, tão-somente, legislar negativamente, isto é, 
erradicar normas inconstitucionais do ordenamento 
jurídico). 
Assim, não poderá o Poder Judiciário, por exemplo, sob o 
fundamento de conferir tratamento isonômico, estender 
aos servidores públicos da categoria "A" vantagem 
concedida pela lei apenas à categoria "B", ainda que tais 
categorias se encontrem em situação de plena igualdade 
jurídica. 
prof. augusto alves 
• Igualdade e concurso. Tratamento 
diferenciado em relação aos deficientes. 
• STF/683 “o limite de idade para a inscrição 
em concurso público só se legitima em face 
do art. 7º, XXX, da CF, quando possa ser 
justificado pela natureza das atribuições do 
cargo a ser preenchido”. 
• O STF já decidiu que para determinados 
cargos, desde que previsto em lei, a altura 
mínima não afronta o princípio da igualdade 
a fixação de altura mínima na lei = 
impossibilidade de fixação no edital. É legal, 
para policial militar. Ilegal para escrivão de 
polícia. 
prof. augusto alves 
Introdução ao tema: a CF/88 abre o capítulo dos direitos individuais 
com o princípio que todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza contudo não deve buscar aparentemente 
apenas a igualdade formal, típica do liberalismoclássico, mas, 
principalmente, a igualdade material, na medida em que a lei 
deverá tratar igualmente os iguais e desigualmente os 
desiguais, na medida de suas desigualdades. assim reforça o 
princípio com muitas outras normas sobre a igualdade ou 
buscando a equalização dos desiguais pela outorga de direitos 
sociais substanciais. 
Sentido da expressão “igualdade perante a lei”: o princípio tem 
como destinatários tanto o legislador como os aplicadores da lei; 
significa para o legislador que, ao elaborar a lei, deve reger, com 
iguais disposições situações idênticas, e, reciprocamente, 
distinguir, na repartição de encargos e benefícios, as situações 
que sejam entre si distintas, de sorte aquinhoá-las ou gravá-las 
em proporção às suas diversidades; isso é que permite, à 
legislação, tutelar pessoas que se achem em posição econômica 
inferior, buscando realizar o princípio da equalização. 
prof. augusto alves 
Igualdade de homens e mulheres: essa igualdade já se contém na norma 
geral da igualdade perante a lei; também contemplada em todas as normas 
que vedam a discriminação de sexo (arts. 3º, IV, e 7º, XXX), sendo 
destacada no inciso I, do art. 5º que homens e mulheres são iguais em 
direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; só valem as 
discriminações feitas pela própria Constituição e sempre em favor da 
mulher, por exemplo, a aposentadoria da mulher com menor tempo de 
serviço e de idade que o homem (arts. 40, III, e 202, I a III). 
Igualdade “sem distinção de qualquer natureza”: além da base geral em 
que assenta o princípio da igualdade perante a lei, consistente no 
tratamento igual a situações iguais e tratamento desigual a situações 
desiguais, é vedado distinções de qualquer natureza; as discriminações 
são proibidas expressamente no art. 3º, IV, onde diz que:... promover o bem 
de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, e quaisquer 
outras formas de discriminação; proíbe também, diferença de salários, de 
exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, 
cor, estado civil ou posse de deficiência (art. 7º, XXX e XXXI). 
Discriminações e inconstitucionalidade: são inconstitucionais as 
discriminações não autorizadas pela Constituição; há 2 formas de 
cometer essa inconstitucionalidade; uma consiste em outorgar benefício 
legítimo a pessoas ou grupos, discriminando-os favoravelmente em 
detrimento de outras pessoas ou grupos em igual situação; a outra forma 
revela-se em se impor obrigação, dever, ônus, sanção ou qualquer sacrifício 
a pessoas ou grupos de pessoas, discriminando-as em face de outros na 
mesma situação que, assim, permaneceram em condições mais favoráveis. 
Lembrando que em toda discriminação deve-se buscar o Princípio da 
Razoabilidade. 
prof. augusto alves 
• A vida como objeto do direito: a vida humana, 
que é o objeto do direito assegurado no art. 5º, 
integra-se de elementos materiais e imateriais; a 
vida é intimidade conosco mesmo, saber-se e 
dar-se conta de si mesmo, um assistir a si 
mesmo e um tomar posição de si mesmo; por 
isso, é que ela constitui a fonte primária de 
todos os outros bens jurídicos. (José Afonso da 
Silva) 
• Direito à existência: consiste no direito de estar 
vivo, de lutar pelo viver, de defender à própria 
vida, de permanecer vivo; é o direito de não ter 
interrompido o processo vital senão pela morte 
espontânea e inevitável; tentou-se incluir na 
Constituição o direito a uma existência digna. 
(José Afonso da Silva) 
 
Pcp Legalidade 
Inciso II 
II - ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei; 
Princípio da Legalidade; 
prof. augusto alves 
 Só por meio das espécies normativas 
devidamente elaboradas conforme as regras de 
processo legislativo constitucional podem-se criar 
obrigações para o indivíduo. 
 Significa a submissão e o respeito à Lei, ou a 
atuação dentro da esfera estabelecida pelo legislador. 
 No que respeita aos particulares, tem ele como 
corolário a afirmação de que somente a lei pode criar 
obrigações e, por outro lado, a asserção de que a 
inexistência de lei proibitiva de determinada 
conduta implica ser ela permitida. 
 O cidadão pode fazer tudo que não for 
proibido pela lei, e não é obrigado a deixar de fazer 
se não for proibido por lei. 
prof. augusto alves 
 Relativamente ao Poder Público, outro é o conteúdo 
do princípio da legalidade. Sendo ele a consagração da 
ideia de que o Estado se sujeita às leis e, ao mesmo 
tempo, de que governar é atividade cuja realização exige a 
edição de leis (governo sub lege e per lege), tem como 
corolário a confirmação de que o Poder Público não pode 
atuar, nem contrariamente às leis, nem na ausência de 
lei. 
Não se exclui, aqui, a possibilidade de atividade 
discricionária pela Administração Pública, mas a 
discricionariedade não é, em nenhuma hipótese, 
atividade desenvolvida na ausência de lei, e sim atuação 
nos limites da lei, quando esta deixa alguma margem 
para a Administração agir conforme critérios de 
oportunidade e conveniência, repita-se, segundo os 
parâmetros genéricos estabelecidos na lei. O princípio da 
legalidade, especificamente no que concerne à 
Administração Pública, é reiterado no caput do art. 37 da 
Constituição. 
prof. augusto alves 
• PROTEÇÃO DA SEGURANÇA JURÍDICA - Ao dizer no art. 5º que 
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei, está estabelecido que nenhuma obrigação pode 
ser imposta às pessoas sem previsão em lei no sentido formal 
(atos primários emanados do Poder Legislativo, bem como as leis 
delegadas e as medidas provisórias, observadas as restrições 
constitucionais ao uso desses dois últimos atos normativos, vazadas 
no art. 68 e no art. 62 da Constituição, respectivamente). De um lado 
representa que o primado da lei cessa o arbítrio; de outro lado, 
garante o particular contra os desmandos do executivo e do 
judiciário. 
• É necessário distinguir o princípio da legalidade em relação ao setor 
público e à iniciativa privada. A legalidade para o público tem por 
base a lei e significa que o Administrador Público só pode fazer 
aquilo que a lei permite (art. 37). 
– O constituinte preocupou-se, no inciso I do art. 150 da 
Constituição, em afirmar que é vedado aos entes federados 
"exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça". 
• Já em relação à iniciativa privada, o primado da legalidade tem por 
base o contrato, através do qual o particular pode fazer tudo que a 
lei não proíbe (art. 5º, II). 
prof. augusto alves 
•distinção entre princípio da legalidade e princípio da 
reserva legal. 
• o Prof. José Afonso da Silva afirma que "o primeiro 
(legalidade) significa a submissão e o respeito à lei, ou a 
atuação dentro da esfera estabelecida pelo legislador. O 
segundo (reserva legal) consiste em estatuir que a 
regulamentação de determinadas matérias há de fazer-se 
necessariamente por lei formal." 
Fala-se"reserva legal" quando o texto constitucional exige 
expressamente regulação mediante lei formal para uma matéria 
específica. 
•Exemplos de "reserva legal" o inciso XIII do art. 5º ("é livre o 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer"), o inciso 
XVIII do art. 5 ("a criação de associações e, na forma da lei, a 
de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento"), o § l" do art. 9º, 
sobre o direito de greve dos trabalhadores em geral ("a lei 
definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre 
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade") 
e muitos outros. 
prof. augusto alves 
distinção entre princípio da legalidade e princípio da reserva legal.Legalidade Reserva Legal 
Exige lei formal, ato com 
força de lei, ou atos 
expedidos nos limites 
destes – ex: medidas 
provisórias, leis 
delegadas) 
Exige lei formal, ou atos 
com força de lei 
Maior abrangência Menor abrangência 
Menor densidade ou 
conteúdo 
Maior densidade ou 
conteúdo 
prof. augusto alves 
 
 O Princípio da legalidade é abstrato, 
uma vez que todos os seres estão sujeitos a 
ele, pois estamos inseridos no estado de 
Direito, como dito. 
 
 O da Reserva Legal é concreto. O 
tratamento se dá exclusivamente no âmbito 
do legislativo. A matéria ou o ato só pode ser 
feito de acordo com os ditames da lei. Ex: 
direito penal, processual, eleitoral. 
 
prof. augusto alves 
 O princípio da legalidade é nota essencial do Estado de 
Direito. Tal princípio visa combater o poder arbitrário do 
Estado. E da essência do seu conceito subordinar-se à 
constituição e fundar-se na legalidade democrática. Portanto, 
só por meio das espécies normativas devidamente 
elaboradas conforme as regras de processo legislativo 
constitucional podem-se criar obrigações para o indivíduo. 
 Outro ponto a observarmos sobre tal princípio é que a 
doutrina não raro confunde ou não distingue suficientemente o 
princípio da legalidade e o princípio da reserva da lei. O 
primeiro significa a submissão e o respeito à Lei, ou a atuação 
dentro da esfera estabelecida pelo legislador. O segundo 
consiste em estatuir que a regulamentação de determinadas 
matérias há de se fazer-e necessariamente por lei formal. 
Assim, percebe-se que o princípio da legalidade é de maior 
abrangência do que o princípio da reserva legal. Se todos 
os comportamentos humanos estão sujeitos ao princípio da 
legalidade, somente alguns estão submetidos ao da reserva da 
lei. (Alexandre de Moraes) 
Inciso III 
III - ninguém será submetido a tortura 
nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
Dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) 
 Fundamento da República Federativa do Brasil. 
Busca assegurar a integridade física e psíquica do 
indivíduo. 
 
prof. augusto alves 
 O art. 5º prevê que ninguém será 
submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante, lembrando 
que a tortura não apenas se apresenta 
fisicamente, mas também 
psiquicamente, estabelecendo-se em 
um verdadeiro direito à vida íntegra e 
digna. 
prof. augusto alves 
• DIREITO À VIDA: Implica tanto no direito de não 
ser privado da vida, isto é, direito de não ser 
morto; também numa vida digna que quer dizer, o 
direito de não ser torturado, de não receber 
qualquer tratamento indigno, de não ser 
submetido a penas de caráter perpétuo, de 
trabalhos forçados ou cruéis ou ainda a pena de 
morte. 
• A Constituição, ao vedar a tortura ou quaisquer 
outras formas de tratamento desumano ou 
degradante está protegendo a vida, haja vista que 
proteger o direito à vida não se limita a proibir a 
pena de morte, mas significa, outrossim, proteger 
uma vida digna. 
• Vale salientar que nem mesmo o direito a vida é 
absoluto, haja vista que se pode matar em 
legítima defesa, artigo 25 do CP. 
prof. augusto alves 
A vida como objeto do direito: a vida humana, que é o objeto do 
direito assegurado no art. 5º, integra-se de elementos materiais e 
imateriais; a vida é intimidade conosco mesmo, saber-se e dar-se 
conta de si mesmo, um assistir a si mesmo e um tomar posição 
de si mesmo; por isso é que ela constitui a fonte primária de todos 
os outros bens jurídicos. 
Direito à existência: consiste no direito de estar vivo, de lutar pelo 
viver, de defender à própria vida, de permanecer vivo; é o 
direito de não ter interrompido o processo vital senão pela morte 
espontânea e inevitável; tentou-se incluir na Constituição o direito 
a uma existência digna. 
Direito à integridade física: a Constituição além de garantir o 
respeito à integridade física e moral (art. 5º, XLIX), 
declara que ninguém será submetido a tortura ou 
tratamento desumano ou degradante (art. 5º, III); a fim de 
dotar essas normas de eficácia, a Constituição preordena 
várias garantias penais apropriadas, como o dever de 
comunicar, imediatamente, ao juiz competente e à família ou 
pessoa indicada, a prisão de qualquer pessoa e o local onde 
se encontre; o dever da autoridade policial informar ao preso 
seus direitos; o direito do preso à identificação dos 
responsáveis por sua prisão e interrogatório policial. 
prof. augusto alves 
Direito à integridade moral: a Constituição realçou o valor da 
moral individual, tornando-a um bem indenizável (art. 5º, V e 
X); à integridade moral do direito assume feição de direito 
fundamental; por isso é que o Direito Penal tutela a honra contra a 
calúnia, a difamação e a injúria. 
Pena de morte: é vedada; só é admitida no caso de guerra externa 
declarada, nos termos do art. 84, XIX (art. 5º, XLVII, a). 
Eutanásia: é vedado pela Constituição; o desinteresse do indivíduo 
pela própria vida não exclui esta da tutela; o Estado continua a 
protegê-la como valor social e este interesse superior torna 
inválido o consentimento do particular para que dela o privem. 
Aborto: a Constituição não enfrentou diretamente o tema, mas 
parece inadmitir o abortamento; devendo o assunto ser 
decidido pela legislação ordinária, especialmente a penal. 
Tortura: prática expressamente condenada pelo inciso III do art. 
5º, segundo o qual ninguém será submetido a tortura ou a 
tratamento desumano e degradante; a condenação é tão 
incisiva que o inciso XLIII determina que a lei considerará a 
prática de tortura crime inafiançável e insuscetível de graça, 
por ele respondendo os mandantes, os executores e os que, 
podendo evitá-lo, se omitirem (Lei 9.455/97). 
Inciso IV 
IV - é livre a manifestação do pensamento, 
sendo vedado o anonimato; 
Liberdade de manifestação do pensamento; 
Entre presentes ou ausentes; 
Veda o anonimato: 
Direito de Resposta e Responsabilização por dano sofrido. 
prof. augusto alves 
 A liberdade de manifestação do 
pensamento constitui um dos aspectos 
externos da liberdade de expressão/opinião. 
• Qualquer pessoa, em princípio, pode 
manifestar o que pensa, desde que não o faça 
sob o manto do anonimato. 
 A vedação ao anonimato, que abrange 
todos os meios de comunicação, tem o intuito 
de possibilitar a responsabilização de quem 
cause danos a terceiros em decorrência da 
expressão de juízos ou opiniões ofensivos, 
levianos, caluniosos, difamatórios etc. 
prof. augusto alves 
Conforme Alexandre de Moraes, "a proteção 
constitucional engloba não só o direito de 
expressar-se, oralmente, ou por escrito, mas 
também o direito de ouvir, assistir e ler". 
A vedação ao anonimato, que abrange todos 
os meios de comunicação, tem o intuito de 
possibilitar a responsabilização de quem cause 
danos a terceiros em decorrência da expressão 
de juízos ou opiniões ofensivos, levianos, 
caluniosos, difamatórios etc. Merece transcrição 
esta lição do Min. Celso de Mello, proferida em 
seu voto na questão de ordem suscitada no 
Inquérito 1.957/PR, julgado em 11.05.2005: 
prof. augusto alves 
"Sabemos, Senhor Presidente, que o veto constitucional 
ao anonimato, nos termos em que enunciado (CF, art. 5º, IV, 
'in fine'), busca impedir a consumação de abusos no 
exercício da liberdade de manifestação do pensamento e 
na formulação de denúncias apócrifas, pois, ao exigir-se a 
identificação de seu autor, visa-se, em última análise, com tal 
medida, a possibilitar que eventuais excessos derivados de tal 
prática sejam tornados passíveis de responsabilização, 'a 
posteriori', tanto na esfera civil quanto no âmbito penal, em 
ordem a submeter aquele que os cometeu às consequências 
jurídicasde seu comportamento. 
Torna-se evidente, pois, Senhor Presidente, que a 
cláusula que proíbe o anonimato - ao viabilizar, 'a posteriori', a 
responsabilização penal e/ou civil do ofensor - traduz medida 
constitucional destinada a desestimular manifestações 
abusivas do pensamento, de que possa decorrer gravame ao 
patrimônio moral das pessoas injustamente desrespeitadas 
em sua esfera de dignidade, qualquer que seja o meio 
utilizado na veiculação das imputações contumeiros." 
prof. augusto alves 
 A vedação ao anonimato impede, também, como regra 
geral, o acolhimento de denúncias anônimas (delação apócrifa), conforme 
se constata das seguintes conclusões, que encerram o voto do Min. 
Celso de Mello no Inquérito 1.957/PR (questão de ordem): 
 "(a) os escritos anônimos não podem justificar, só por si, 
desde que isoladamente considerados, a imediata instauração da 'persecutio 
criminis', eis que peças apócrifas não podem ser incorporadas, formalmente, 
ao processo, salvo quando tais documentos forem produzidos pelo acusado, 
ou, ainda, quando constituírem, eles próprios, o corpo de delito (como sucede 
com bilhetes de resgate no delito de extorsão mediante sequestro, ou como 
ocorre com cartas que evidenciem a prática de crimes contra a honra, ou que 
corporifiquem o delito de ameaça ou que materializem o 'crimen falsi', p. ex.); 
 (b) nada impede, contudo, que o Poder Público, 
provocado por delação anônima ('disque-denúncia', p. ex.), adote medidas 
informais destinadas a apurar, previamente, em averiguação sumária, 'com 
prudência e discrição', a possível ocorrência de eventual situação de ilicitude 
penal, desde que o faça com o objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos 
nela denunciados, em ordem a promover, então, em caso positivo, a formal 
instauração da 'persecutio criminis', mantendo-se, assim, completa 
desvinculação desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas; e 
 (c) o Ministério Público, de outro lado, independentemente 
da prévia instauração de inquérito policial, também pode formar a sua 'opinio 
delicti' com apoio em outros elementos de convicção que evidenciem a 
materialidade do fato delituoso e a existência de indícios suficientes de sua autoria, 
desde que os dados informativos que dão suporte à acusação penal não tenham, 
como único fundamento causal, documentos ou escritos anônimos." 
prof. augusto alves 
• Liberdade de Pensamento 
• A liberdade de manifestação do pensamento 
constitui um dos aspectos externos da liberdade de 
opinião. A CF o diz no art. 5º, IV ora em comentário e 
o art. 220 dispõe que “A manifestação do 
pensamento, a criação, a expressão e a informação, 
sob qualquer forma, processo ou veículo não 
sofrerão qualquer restrição, observado o disposto 
nesta Constituição, sendo vedada toda e qualquer 
censura de natureza política, ideológica e artística. 
• Essa exteriorização do pensamento pode dar-se entre 
interlocutores presentes ou ausentes. Todavia a 
liberdade de manifestação de pensamento tem seus 
ônus, tal como o de o manifestante identificar-se, 
assumir claramente a autoria do produto do 
pensamento manifestado, para, sendo o caso 
responder por eventuais danos a terceiros. 
prof. augusto alves 
Em aresto ulterior, reiterou essa orientação o Supremo Tribunal 
Federal, ao deferir habeas corpus para trancar, por falta de justa causa, 
notícia-crime instaurada, por requisição do Ministério Público Federal, 
com base unicamente em denúncia anônima. Asseverou então a Corte 
Suprema que a instauração de procedimento criminal originada apenas 
em documento apócrifo seria contrária à ordem jurídica constitucional, 
que veda expressamente o anonimato, ofenderia a dignidade da pessoa 
humana, permitindo a prática do denuncismo inescrupuloso, e 
impossibilitaria eventual indenização por danos morais ou materiais, 
contrariando os princípios consagrados nos incisos V e X do art. 5º da 
Carta da República. 
Os direitos da pessoa que sofra um dano em razão de manifestação 
indevida por parte de outrem estão explicitados no inciso V do art. 5o da 
Constituição, nestes termos: 
"V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além 
da indenização por dano material, moral ou à imagem;" 
O direito de resposta está orientado pelo critério da 
proporcionalidade, isto é, a resposta deve ser assegurada no mesmo 
meio de comunicação em que o agravo foi veiculado, e deve ter o 
mesmo destaque e a mesma duração (se em meio sonoro ou 
audiovisual) ou tamanho (se em meio escrito). Deve-se ressaltar que o 
direito de resposta não afasta o direito à indenização. 
Inciso V 
V - é assegurado o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à 
imagem; 
Direito de Resposta; 
Conceitos de dano material, moral e à imagem; 
Indenização cumulativa: 
Dano Moral + Dano Material + Dano à imagem. 
prof. augusto alves 
 O exercício do direito de resposta tem como 
pressuposto a divulgação, por qualquer meio de 
comunicação, de fato inverídico ou errôneo referido 
a alguém. 
 A vítima tem direito a resposta ou retificação. 
 Agora é claro que se deve ter uma 
proporcionalidade na resposta devendo se ater ao 
tema, não excedendo o limite máximo da ofensa, 
podendo inclusive o jornal ou outro periódico 
recusar-se à publicação. 
 O direito de resposta está orientado pelo critério 
da proporcionalidade, isto é, a resposta deve ser 
assegurada no mesmo meio de comunicação em 
que o agravo foi veiculado, e deve ter o mesmo 
destaque e a mesma duração (se em meio sonoro 
ou audiovisual) ou tamanho (se em meio escrito). 
Deve-se ressaltar que o direito de resposta não 
afasta o direito à indenização. 
prof. augusto alves 
• Manifestação do pensamento é palavra (falada ou 
escrita) dirigida à pessoa ou pessoas presentes para 
expor o que pensa ou ainda através de gestos. 
• Direito à imagem consiste no direito de não ver sua 
imagem exposta ao público sem seu consentimento, 
como também de não ter exposta sua imagem de forma 
distorcida por um processo de montagem. 
• Pessoas que vivem da imagem. Estas por 
decorrência de sua profissão estão muito expostas e 
não gozam de ampla proteção como as pessoas 
comuns. Assim, pessoas que estão ligadas ao público 
não podem reclamar um direito de imagem com a 
mesma extensão dos anônimos. Entretanto não podem 
ser fotografados sem seu consentimento em locais 
privados e flagradas em situações não das mais 
adequadas. 
• Direito de resposta. Será proporcional ao agravo, vale 
dizer, utilizando os mesmos meios usados para a 
ofensa. 
Inciso VI 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e 
de crença, sendo assegurado o livre exercício 
dos cultos religiosos e garantida, na forma da 
lei, a proteção aos locais de culto e a suas 
liturgias; 
Liberdade de Consciência e Crença; 
Livre Exercício dos Cultos Religiosos; 
Proteção ao local do culto (adoração / homenagem) 
e suas liturgias (rituais). 
Inciso VII 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a 
prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação 
coletiva; 
Exemplos de entidades de internação coletiva: 
Presídios; 
Hospitais; 
Quartéis; 
Asilos. 
prof. augusto alves 
 liberdade de consciência e de crença 
significa a liberdade de professar qualquer 
manifestação de fé, inclui os seguidores de 
qualquer religião; 
 liberdade de culto significa dizer que o 
culto religioso pode ser processado em qualquer 
lugar e não necessariamente no templo; 
 liberdade de organização religiosa 
significa que o estado não pode subvencionar 
nenhuma religião. 
O BRASIL É UM ESTADO LAICO (art. 19, I). 
prof. augusto alves 
É uma norma tríplice, pois declara um direito e institui duas 
garantias.O direito contido neste inciso não atinge grau absoluto, pois 
não se admite atos atentatórios a lei. A liberdade de consciência 
constitui o núcleo básico de onde derivam as demais liberdades 
de pensamento. 
 Inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença: ficam 
constitucionalmente protegidas contra qualquer tipo de ação ou 
violência a consciência a Lei Maior protege até aqueles indivíduos 
que não fazem parte de qualquer tipo de religião. 
 Asseguração ao exercício livre dos cultos religiosos: ninguém 
poderá intervir na adoração alheia à divindade, de qualquer 
religião, que esse venerador acredita existir. Interessante! Então 
embasados nisso poderemos criar uma seita de magia negra 
utilizando do sacrifício de seres humanos? Evidente que não, pois 
os direitos e garantias fundamentais não servem de escudos para 
prática de atitudes ilícitas. 
 Garantia de proteção ao local de culto e às liturgias, de 
conformidade com a lei: a Constituição estende a proteção aos 
templos e demais locais físicos onde os fiéis se reúnem para 
exercitar a adoração à sua entidade espiritual. Do mesmo modo, 
está a salvo de qualquer interferência do poder público a liturgia 
religiosa, isto é, a solenidade, o cerimonial etc., desde que 
exercido nos limites da lei ou que não seja criminoso. 
prof. augusto alves 
 
• Temos TRÊS direitos: liberdade de 
consciência e de crença significa a 
liberdade de professar qualquer 
manifestação de fé, inclui os seguidores 
de qualquer religião; liberdade de culto 
significa dizer que o culto religioso pode 
ser processado em qualquer lugar e não 
necessariamente no templo; liberdade 
de organização religiosa significa que 
o estado não pode subvencionar 
nenhuma religião. 
prof. augusto alves 
• Desde 1891 com a nova Carta Política, que o Brasil 
passou a ser um país laico, isto é, sem religião 
oficial, permitindo a liberdade espiritual. Sua 
exteriorização é forma de manifestação do 
pensamento. O dispositivo consagra tanto o direito 
de exercer ou professar uma fé, como também o de 
não exercer ou professar fé alguma. 
 
• VII - é assegurada, nos termos da lei, a 
prestação de assistência religiosa nas entidades 
civis e militares de internação coletiva; 
• Tal dispositivo indica que a assistência será 
prestada em entidades civis e militares, 
entendendo-se, portanto aos internos dessas 
entidades, assim as penitenciárias, as casas de 
detenção, os estabelecimentos de internação de 
menores, os colégios internos, etc. 
Inciso VIII 
VIII - ninguém será privado de direitos 
por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, salvo se as 
invocar para eximir-se de obrigação legal a 
todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei; 
 Exemplos: 
Crença Religiosa: budista; 
Convicção Filosófica: pacifista; 
Convicção Política: marxista. 
prof. augusto alves 
O dispositivo em comento consagra o direito à denominada 
“escusa de consciência”. A regra vale para afirmar que todos 
gozam de integral liberdade de convicção filosófica e política, 
pois a liberdade de consciência constitui o núcleo básico de 
onde derivam as demais liberdades do pensamento. É nela 
que reside o fundamento de toda a atividade político-partidária, 
cujo exercício regular não pode gerar restrição aos direitos de 
seu titular. Contudo, a escusa de consciência não deve permitir 
que o indivíduo deixe de cumprir obrigação legal a todos 
imposta. Nesses casos de haver uma obrigação legal geral 
cujo cumprimento afronte convicção religiosa, filosófica ou 
política, o Estado poderá impor a quem alegue imperativo de 
consciência uma prestação alternativa, compatível com suas 
crenças ou convicções, fixada em lei. Igualmente, o art. 15 , IV 
da carta federal, prevê que a recusa de cumprir obrigação a 
todos imposta ou prestação alternativa acarretará a perda dos 
direitos políticos. por exemplo a escusa de consciência de 
prestação de serviço militar obrigatório (art. 143 CF),como 
também o dever de alistamento eleitoral (art. 14, § 1º, I,II). 
prof. augusto alves 
• Escusa de Consciência(“objeção de 
consciência", ou ainda "alegação de imperativo de 
consciência") possibilita que o indivíduo recuse 
cumprir determinadas obrigações ou praticar atos que 
conflitem com suas convicções religiosas, políticas ou 
filosóficas, sem que essa recusa implique restrições a 
seus direitos. 
• A escusa de consciência não permite, entretanto, 
que a pessoa simplesmente deixe de cumprir a 
obrigação legal a todos imposta e nada mais faça. 
Nesses casos - de haver uma obrigação legal geral 
cujo cumprimento afronte convicção religiosa, 
filosófica ou política, o Estado poderá impor a quem 
alegue imperativo de consciência uma prestação 
alternativa, compatível com suas crenças ou 
convicções, fixada em lei. Se o Estado estabelece a 
prestação alternativa e o indivíduo recusa o seu 
cumprimento, aí sim poderá ser privado de direitos. 
prof. augusto alves 
• Escusa de Consciência“ (objeção de consciência", ou 
ainda "alegação de imperativo de consciência") é direito 
reconhecido a pessoas de, por exemplo, se abster de 
prestar o serviço militar obrigatório, sob o fundamento de 
que as atividades marciais ferem suas convicções 
filosóficas ou religiosas. 
• A prestação alternativa é forma alternativa de 
cumprimento da obrigação. Caso haja recusa do 
cumprimento aplica-se a pena de privação de direitos – 
perda (suspensão) de direitos políticos. 
• Da Natureza e Condições do Serviço Alternativo 
 “Lei 8239/91 - Art. 3º O Serviço Alternativo ao Serviço 
Militar Obrigatório, consiste no exercício de atividades de 
caráter administrativo, assistencial, filantrópico, ou 
produtivo, por aqueles que, em tempo de paz,após 
alistados, alegarem imperativo de consciência decorrente 
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política 
para se eximirem de atividades de caráter essencialmente 
militar.” 
prof. augusto alves 
É uma norma constitucional de 
eficácia contida - a escusa de 
consciência é plenamente exercitável, 
sem quaisquer consequências para o 
indivíduo, enquanto não for editada 
lei que estabeleça prestação 
alternativa ao cumprimento de 
determinada obrigação. 
 
Inciso IX 
IX - é livre a expressão da atividade 
intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de 
censura ou licença; 
Censura x Classificação. 
Liberdade de expressão. 
prof. augusto alves 
 A liberdade de expressão e de manifestação 
do pensamento não pode sofrer nenhum tipo de 
limitação prévia, no tocante a censura política, 
ideológica e artística. 
 Conforme salienta Alexandre de Moraes, a 
liberdade de expressão deve ser exercida com 
responsabilidade e o seu desvirtuamento para o 
"cometimento de fatos ilícitos, civil ou penalmente, 
possibilitará aos prejudicados plena e integral 
indenização por danos materiais e morais, além do 
efetivo direito de resposta". 
 Contudo, é possível à lei ordinária a 
regulamentação das diversões e espetáculos, 
classificando-os por faixas etárias a que não se 
recomendem, bem como definir locais e horários 
que lhes sejam adequados. 
prof. augusto alves 
• A liberdade de informação jornalística 
desempenha uma relevante função 
político-social, eis que, em seu processo de 
evolução histórica, afirmou-se como 
instrumento realizador do direito da 
própria coletividade à obtenção da 
informação. 
• A liberdade de imprensa, na medida em 
que não sofre interferências 
governamentais ou restrições de caráter 
censório, constitui expressão positiva do 
elevado coeficiente democrático que deve 
qualificar as formações sociais genuinamente 
livres. 
prof. augusto alves 
A liberdade de expressão e de manifestaçãodo pensamento não pode 
sofrer nenhum tipo de limitação prévia, no tocante a censura política, 
ideológica e artística. Pegando uma carona na melodia de caetano veloso 
que diz que no Brasil é proibido proibir. Contudo, é possível à lei ordinária 
a regulamentação das diversões e espetáculos, classificando-os por faixas 
etárias a que não se recomendem, bem como definir locais e horários que 
lhes sejam adequados. Caberá também à lei estabelecer meios de defesa 
das pessoas e famílias quanto aos programas de rádio e televisão que 
descumpram os princípios determinados no art. 221,I a IV, como respeito 
aos valores éticos e sociais da pessoa e da família (arts. 220 § 3º e 221). 
Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a 
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer 
restrição, observado o disposto nesta Constituição. 
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica 
e artística. 
§ 3º - Compete à lei federal: 
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao poder público 
informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, 
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada; 
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a 
possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e 
televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de 
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio 
ambiente. 
Inciso X 
X - são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação; 
Espécies do gênero Direito à Privacidade: 
Intimidade: só diz respeito ao indivíduo; 
Vida Privada: relação do indivíduo com pessoas próximas; 
Honra: qualidades do indivíduo; 
Imagem: aspecto físico do indivíduo. 
 “Os conceitos constitucionais de intimidade 
e vida privada apresentam grande 
interligação, podendo, porém, ser 
diferenciados por meio da menor amplitude 
do primeiro (intimidade), que se encontra 
no âmbito de incidência do segundo (vida 
privada). 
Assim, intimidade relaciona-se às relações 
subjetivas e de trato íntimo da pessoa, suas 
relações familiares e de amizade, enquanto 
vida privada envolve todos os demais 
relacionamentos humanos, inclusive os 
objetivos, tais como relações comerciais, de 
trabalho, de estudo, etc.” 
 1 A. Moraes, p. 53 
prof. augusto alves 
 Os direitos à intimidade e a própria imagem 
formam a proteção constitucional à vida privada, 
salvaguardando um espaço íntimo intransponível 
por intromissões ilícitas externas. 
 Assim, a divulgação de fotos, imagens ou 
notícias apelativas, injuriosas, desnecessárias para 
a informação objetiva e de interesse público(CF, art. 
5º, XIV ), que acarretem injustificado dano à 
dignidade humana autoriza a ocorrência de 
indenização por danos materiais e morais, além do 
respectivo direito de resposta. Essa violação 
inclusive, em algumas hipóteses constitui ilícito 
penal. 
 Indenização – cumulativa. 
prof. augusto alves 
• A intimidade esta protegida numa serie de direitos 
individuais como a inviolabilidade do domicílio, o 
sigilo das correspondências. 
• Intimidade e vida privada é a faculdade de obstar 
a intromissão de estranhos na sua vida privada e 
familiar, assim como de impedir-lhes o acesso a 
informações sobre a privacidade de cada um, e 
também impedir que sejam divulgadas informações 
sobre esta área da manifestação existencial do ser 
humano. 
• Honra é o direito de não ser ofendido ou lesado na 
sua dignidade ou consideração social. 
• Direito à imagem consiste no direito de ninguém 
ver sua imagem exposta ao público sem seu 
consentimento, como também de não ter exposta 
sua imagem de forma distorcida por um processo 
de montagem. 
prof. augusto alves 
• Uma das limitações à liberdade de comunicação social é o 
respeito devido ao direito à privacidade, à imagem e à intimidade 
dos indivíduos. Embora a jurisprudência e vários autores não 
distingam, ordinariamente, entre ambas as postulações – de 
privacidade e de intimidade – há os que dizem que o direito à 
intimidade faria parte do direito à privacidade, que seria mais 
amplo. O direito à privacidade teria por objeto os comportamentos 
pessoais em geral, às relações comerciais e profissionais que o 
indivíduo não deseja que se espalhem ao conhecimento público. 
O objeto do direito à intimidade seriam conversações e os 
episódios ainda mais íntimos, envolvendo relações familiares e 
amizades mais próximas. 
• Assim, os direitos à intimidade e a própria imagem formam 
a proteção constitucional à vida privada, salvaguardando um 
espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas 
externas. Assim não existe qualquer dúvida de que a divulgação 
de fotos, imagens ou notícias apelativas, injuriosas, 
desnecessárias para a informação objetiva e de interesse público 
(CF, art. 5º, XIV ), que acarretem injustificado dano à dignidade 
humana autoriza a ocorrência de indenização por danos materiais 
e morais, além do respectivo direito de resposta. Essa violação 
inclusive, em algumas hipóteses, constitui ilícito penal. 
prof. augusto alves 
• Segundo o Supremo Tribunal Federal, para a 
condenação por dano moral não se exige a 
ocorrência de ofensa à reputação do indivíduo. No 
entendimento da Corte Suprema, a mera 
publicação não consentida de fotografias gera o 
direito à indenização por dano moral, 
independentemente de ocorrência de ofensa à 
reputação da pessoa, porquanto o uso indevido da 
imagem, de regra, causa desconforto, 
aborrecimento ou constrangimento ao fotografado, 
que deve ser reparado. 
• Por fim, cabe anotar que pessoas jurídicas 
também têm direito à Indenização por danos 
morais, em razão de fato ofensivo à sua honra 
(objetiva) e à imagem. Porém, segundo orientação 
do STF, pessoas jurídicas não podem ser sujeito 
passivo de crime de calúnia e injúria. 
• Súmula 227 STJ – A pessoa jurídica pode sofrer 
dano moral. 
prof. augusto alves 
• Em relação às ações de investigação de paternidade, o 
STF firmou orientação reconhecendo a impossibilidade de 
coação do possível pai para realizar o exame do DNA, 
porque essa medida implicaria ofensa a diversas garantias 
constitucionais explícitas e implícitas, como a preservação 
da dignidade humana, da intimidade, da intangibilidade do 
corpo humano, do império da lei e da inexecução específica 
e direta de obrigação de fazer. 
• O Estado também responde pelos atos ofensivos (morais) 
praticados pelos agentes públicos, inclusive por autoridade 
judiciária, no exercício de suas funções, assegurado ao 
Estado o direito de regresso contra o agente nas hipóteses 
de este haver atuado com dolo ou culpa. 
• A dor sofrida com a perda de ente familiar também é 
indenizável a título de danos morais, visto que a expressão 
"danos morais" não se restringe às hipóteses de ofensa à 
reputação, dignidade e imagem da pessoa. 
prof. augusto alves 
• “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de 
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física 
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, 
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da 
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a 
que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do 
Estado.” (Súmula Vinculante 11.)

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