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AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO PSICOLOGICO

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AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO: A IMPORTÂNCIA DOS ESPAÇOS FÍSICOS ABERTOS NAS ESCOLAS INFANTIS.
• Amanda Campozana 			06111-003
• Bruno Leandro Silva 				06111-067
• Michele Brefe 					06111-081
• Paula Roberta Martins 			06111-072
• Simone Aparecida Ribeiro da Silva 	06111-046
Introdução.
A forma como a sociedade tem se organizado separa cada vez mais os adultos das crianças, e estas de seus iguais. O espaço das cidades está voltado para um tipo de trabalho, baseado na eficiência e na produtividade, em que não cabem as interações sociais e os experimentos infantis. 
Em nossa sociedade, a criança 
 compartilha do espaço físico ou 
 como sujeita a um obstáculo ou 
 como miniatura do adulto. A 
 cidade, portanto, organiza-se 
 excluindo as crianças – medo da violência nas ruas, falta de praças e parques arborizados abertos e o aumento dos veículos que transitam em alta velocidade pelas vias públicas.
A Criança e o Meio Urbano.
Pesquisa realizada por Mekideche (2004) sobre a apropriação lúdica dos espaços públicos pelas crianças da cidade de Argel (Capital da Argélia), a autora conclui que a análise comparativa do lugar cedido ou negado à infância, na organização espacial da cidade, evidencia que a industrialização, a urbanização e a motorização das sociedades euro-americanas acabaram por expulsa-las dos espaços urbanos exteriores e das ruas. As crianças, nessas sociedades, pouco podem apropriar-se dos espaços exteriores urbanos públicos, brincar, aprender e socializar em contato com vizinhos. Desde então, os únicos lugares de existência designados para a infância são, a família, a escola e os equipamentos sócio educativos. 
Dessa forma, a quase totalidade dessas crianças só pode evoluir, brincar, realizar suas aprendizagens intelectuais e sociais em espaços institucionalmente circunscritos, especialmente criados e administrados para elas, como:
 Escolas;
 Quadras de Jogos;
 Centro de Ar Livre;
 Playgrounds
Mekideche (2004) – Para o desenvolvimento de um indivíduo autônomo, criativo, seguro de si e capaz de ter bom nível de interação com as outras pessoas, é necessário um ambiente que proporcione as condições para que isso aconteça. Um ambiente que favorece a multiplicidade de experiências a um nível físico, afetivo e cognitivo é aquele que permite um desenvolvimento total da criança e a ampliação de seu repertório vivência.
Elali (2002) – Os organismos que administram atualmente as instituições de educação infantil (creches) – prefeituras, entidades beneficentes Governo do Estado – apresentam cada qual um critério; em muitos casos, não seguem nenhuma norma quanto a especialização da metragem quadrada e dos espaços abertos e da utilização dos espaços dessas instituições.
Apesar de não ser seguida pela maioria da instituição de creches, o Ministério da Saúde (1989) tenta normatizar a construção e a instalação das creches no país por meio das “normas para construção e instalação de creches”.
Contextualizando o Espaço Escolar
A instituição de educação infantil é levada a criar um ambiente favorável à eclosão de atividades lúdicas na criança: “material educativo abundante e variado para jogos de manipulação e de construção; cantos de jogos arranjados no interior da classe para estimular os jogos de papéis e de faz de conta; pátios de recreação externos, com pouco equipamento, para incentivar os jogos coletivos”. (Mekideche,2004,p.145).
Com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394, promulgada em dezembro de 1996, a creche passa a ter cada vez mais um estatuto educacional, e não mais puramente assistencial, marca registrada de seu surgimento.
Concepção a cerca do espaço de educação infantil
A palavra “Creche” tem origem francesa e significa “manjedoura”, denominação dada aos abrigos para bebês necessitados que começavam a surgir na França no sec. XVIII.
Segundo Rizzo (1984), as creches tinham seu objetivo inicial, por guardar os lactantes para que suas mães pudessem trabalhar, chamadas “guardeuses d’enfants”
 retiravam das ruas as crianças 
 que, famintas, perambulavam 
 sem rumo enquanto suas mães 
 trabalhavam nas fábricas por até 
 18 horas por dia. Impunha-se aí a 
 necessidade de onde deixar seus 
 filhos.
Rizzo (1984) e Mariotto (2003), apontaram outro aspecto que se destaca no surgimento das creches é que, com a industrialização, começam a surgir os centros urbanos diminuindo, pouco a pouco, os espaços e reduzindo as famílias, que passam a se organizar como conjunto, simplesmente, de pai, mães e filhos.
No Brasil das primeiras décadas do século XX, as creches surgiram, ou como benefício concedido aos operários por empresários forçados pelos movimentos de classe, ou como trabalho filantrópico e/ ou religioso.
Em 1960, o poder público foi pressionado a atender as camadas populares no suprimento de suas necessidades mínimas.
Somente em 1970 é que ocorreu o ciclo de expansão de creches.
Com a promulgação da nova Constituição Federal, em 1988, que as creches passaram a ser um direito da criança, uma opção da família e um dever do Estado vinculando-se a área da educação.
Propostas pedagógicas foram elaboradas na tentativa de melhor estruturação desse espaço educacional, permitindo a superação de seu caráter puramente assistencialista.
Passou-se a definir a função da creche como educativa. Voltada aos aspecto cognitivos emocionais e sociais da criança, enquanto o contexto de desenvolvimento para a criança pequena.
O Desenvolvimento Infantil Segundo Teorias Psicológicas.
A partir do entendimento de como é a crianças, como se desenvolve, quais são suas características específicas, como ela aprende e se relaciona com o mundo, é possível prever uma forma de atuação do adulto para com ela, que se traduz em uma forma de compreender o mundo, em uma proposta educacional e em teorias psicológicas do desenvolvimento humano.
As teorias psicológicas baseiam-se praticamente em três modelos de concepção de mundo e de homem; são eles; o modelo mecanicista, o modelo organicista e o modelo histórico-cultural.
Modelo Mecanicista, a máquina é a metáfora de representação dos fenômenos psicológicos. O homem é concebido como um ser passivo, um organismo reativo, determinado pelo meio e, tal como uma máquina, pode ser manipulado e controlado por forças externas.
Modelo Organicista, a metáfora básica é o organismo, o sistema vivo organizado, sendo a atividade seu principio básico. A atividade, e não mais a engrenagem, é que caracteriza o sujeito. Este modelo determina uma nova concepção de homem: como um organismo, o homem é considerado um ser ativo e não mais reativo ou passivo.
Modelo Histórico-Cultural, o homem não será representado nem como máquina nem como ser vivo, mas como um sujeito social, constituído intrinsecamente por relações sociais, culturais e históricas.
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As novas tendências no estudo do desenvolvimento humano, entretanto, centram seu foco de atenção para além da dicotomia ativo-passivo, social-individual, inato-adquirido. Os autores contemporâneos criticam a ênfase que os psicólogos tradicionais atribuem a construtos fixados ao desenvolvimento – traços, capacidades, habilidades, destrezas e impulsos motivacionais. Eles defendem que ênfase deve ser sobre as interações concretas da criança em suas atividades cotidianas.
A Teoria dos Sistemas Ecológicos de 
Bronfenbrenner (1992) é um exemplo
dessa tentativa de se enfatizar a relação 
bidirecional e interdependente entre 
o desenvolvimento humano e o ambiente.
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Em primeiro momento a Teoria dos Sistemas Ecológicos deu ênfase a uma reflexão sobre as interconexões ambientais e seu impacto sobre as forças que afetam o crescimento psicológico.
Bronfenbrenner propôs um esquema teórico-metodológico que permite a descrição e análise sistemática do contexto ambiental, de suas interconexões e dos processos pelos quais essas estruturas e vínculos podem afetar o
curso do desenvolvimento humano, por meio da investigação nos ambientes concretos, tanto imediatos quanto remotos, em que seres humanos vivem.
A atual Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano concebe o desenvolvimento humano a partir de quatro núcleos interdependentes: o processo, a pessoa, o contexto e o tempo.
Para Bronfenbrenner, além de conhecer a criança em si e sua família , é preciso estudar as relações ecologicamente estabelecidas no local onde ela vive: sua casa, vizinhança, escola, meio de transporte da família; irmãos e suas características pessoais; relação dos pais entre si e deles com a famílias de origem, sua profissão e hobbies; amigos da família, frequência de tipo de visitas, oportunidade de passeio e de reconhecimento da cidade, estado e país.
Segundo essa abordagem, políticas públicas têm o poder de afetar o bem-estar e o desenvolvimento dos seres humanos ao determinar suas condições de vida. Caracterizar a realidade do local, suas necessidades e dos diferentes tipos de atendimento a educação infantil, é fundamental para o estabelecimento adquirido de normas que regulamentem esse espaço.
Contribuição da Psicologia Ambiental à Ciência do Desenvolvimento Humano.
Ao estudar a relação entre pessoa-ambiente na visão da psicologia ambiental, deve-se colocar em evidência o lugar da situação. A pesquisa e intervenção devem estar baseadas, na ideia de que o comportamento humano está relacionado com o ambiente onde ele ocorre.
Por ser uma psicologia aplicada, os conhecimentos psicológicos obtidos, é posto em prática para resolver problemas, como por exemplo em ambientes educativos, na esperança de que a aplicação desses princípios melhore a qualidade de vida das pessoas envolvidas.
A psicologia ambiental, pode oferecer ferramentas para descrever, explicar e compreender esse fenômeno em questão, pois enfoca a relação pessoa ambiente, e também busca a compreensão da totalidade humana. Ela busca saber como o individuo reage em determinadas condições ambientais e como as provoca.
Para Elali (2002, 2003), tanto em termos individuais quanto grupais , o entendimento da dimensão ambiental no desenvolvimento humano é fundamental, podendo ser estudada em função do seu papel nos processos de comunicação interpessoal e da sua influência no comportamento, por isso a autora diz ser importante ressaltar alguns conceitos chave estudados pela psicologia ambiental, como territorialidade, privacidade e apropriação.
Segundo Vidal e Vallera, Privacidade se define como controle seletivo do acesso a si ou ao grupo que se pertence, a privacidade representa a busca do equilíbrio entre " ficar Isolado" e "tornar-se acessível aos outros“
A partir dos processos de socialização as pessoas aprendem a identificar os diferentes ambientes como privados ou públicos e a prever os tipos de comportamento possíveis em cada local.
Ressalta-se, portanto, a importância de, afim de promover o desenvolvimento infantil , garantir as crianças condições para regularem o " acesso ao eu ou ao grupo " em função das necessidades do momento, o que significa a existência de espaços aos quais possa recorrer no momento de maior ou menor contato.
A Importância dos Espaços Abertos para a Educação Infantil.
A construção de conhecimentos ciêntificos sobre o desenvolvimento e educação infantil parece ser um dos fatores responsável pelas atuais mudanças.
Até recentemente, a maioria das pesquisas em psicologia partia da ideia de que o ambiente natural para o bom desenvolvimento da criança em seus primeiros anos de vida era a família ( Rossetti- Ferreira; Silva, 2005).
Segundo Campos-de-Carvalho (2004), as características do ambiente são negligenciadas não só em pesquisas cientificas mas também no planejamento de ambientes infantis coletivos, cabendo apenas as recomendações gerais de que devem ser ricos e estimulantes.
Pergunta! 
SERA QUE OS ASPECTOS FISICOS DO AMBIENTE DE EDUCAÇÃO SÃO IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA?
Muitos fatores estão envolvidos nos processos de desenvolvimento e aprendizagem das crianças nos ambientes escolares:
Fatores relacionados a proposta pedagógica;
Estilo do professor;
 Aspectos culturais de cada região ou pais, e muitos outros.
No geral, as pesquisas demonstram que é possível um desenvolvimento sadio em contextos diversos do familiar, mesmo para crianças em seus primeiros anos de vida, desde que assegurado tempo e espaço para brincar de forma livre e espontânea. A criança necessita sentir segurança nas atividades de brincadeiras que realiza, para em simultâneo, desenvolva mecanismos mentais de segurança emocional e intima.
Os estudos de Campos-de-Carvalho (2005) sobre os aspectos do ambiente físico importante para o desenvolvimento infantil consideram, que há alguns aspectos importantes para o desenvolvimento global infantil que deveriam estar presente especialmente no planejamento do ambiente infantil coletivo.
Todos os ambientes deveriam promover: identidade pessoal. Segundo essa autora também é possível o desenvolvimento de competência nas crianças na medida em que o ambiente é planejado para possibilitar que a criança possa ver e pegar objetos sem mediação do educador, desenvolvendo nesta o sentimento de domínio e controle.
Considerações Finais.
De modo geral, os estudos de desenvolvimento humano privilegiam um ou outro fator de influência. Entretanto, poucos são os que enfocam o ambiente físico.
 Visto que a escola consiste no
 ambiente por excelência da 
 criança, pois é nela que 
 as crianças passam importantes
 momentos de suas vidas e 
 desenvolvem as suas primeiras 
 habilidades sociais e intelectuais, o ambiente escolar costuma ser o principal foco de estudo dessas investigações.

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